03 - Que o Jogo Comece
A Rainha Suprema mal havia retornado ao palácio quando foi abordada pelo secretário real, que tal como os demais funcionários da corte, tinha recém chegado naquela manhã para mais um dia de trabalho.
— Muito bom dia, majestade - Salomew cumprimentou com um acenar discreto de cabeça, em reverência à rainha — Sinto incomodá-la tão cedo, mas assim que cheguei, fui informado que o vice-rei Mewthazar Szitrious, de Magispell, solicita uma audiência urgente o mais rápido possível. O Rei Supremo havia me pedido para que qualquer solicitação vinda de Magispell fosse tratada como prioridade. Então, como ele está ausente, achei melhor trazer a solicitação diretamente à vossa alteza.
Kinmyuu havia deixado essa ordem de prioridade a Magispell devido a delicada situação do Grimóro de Mizantri. Entretanto, Anmyuu poderia apostar que o pedido para uma audiência urgente vindo de Mewthazar, não se tratava de nenhuma atualização sobre o paradeiro do Grimório. Só haveria uma única coisa que o vice-rei mago poderia estar querendo tão desesperadamente, e justamente por estar certa do que se tratava, Anmyuu o faria esperar.
— Bom dia, Salomew. Muito obrigada pelas informações. Eu já estou ciente do que o vice-rei Mewthazar deseja. Por favor envie uma resposta a Magispell em meu nome dizendo que o atenderei assim que possível, pois com a ausência de Kinmyuu para tratar de um assunto de caráter prioritário, tenho outras questões igualmente urgentes para cuidar no momento. Eu aviso quando puder falar com ele e solicitarei para chamá-lo.
— Entendido. Considere feito, majestade.
Com outra reverência breve e sutil, Salomew se retirou para seus afazeres, tal como a rainha, que seguiu para fazer o mesmo.
Já vestida adequadamente em seus trajes reais, sobre o elegante par de saltos altos ela caminhava com graça e ao mesmo tempo imponência pelos corredores do segundo andar do palácio, em direção aos quartos do príncipe e da princesa. Anmyuu atravessa pensativa, enquanto seus passos ecoavam suavemente no chão de mármore polido, refletindo os primeiros raios do sol matinal que entravam pelos amplos vitrais e pintavam o corredor em tons suaves de dourado.
Não fazia Mewthazar esperar por mero capricho. Como uma estrategista astuta, ela compreendia que o sucesso de qualquer plano dependia de aliados confiáveis. Mewrogue era uma peça essencial, mas não a única em seu tabuleiro. Tal como numa complexa partida de xadrez, a Rainha Suprema executava cada movimento com precisão calculada, ciente de que não estava sozinha na proteção do rei.
Após acordar com uma pequena insistência o dorminhoco Aken, e aprontar a pequena Myu-Tsuki como um bibelô embonecado, Anmyuu disse aos filhotes que excepcionalmente naquela manhã, poderiam tomar café diante da TV assistindo desenhos animados, já que o pai deles não estava e ela teria assuntos importantes a resolver em seu lugar.
Isso os manteria ocupados até que a babá de Myu-Tsuki chegasse e Akenmyuu fosse para as aulas de montaria. Com as crianças acomodadas, a rainha podia se concentrar em fazer sua próxima "jogada". Era hora de mais duas peças essenciais se moverem no tabuleiro.
***
Mewhicann havia passado a noite acompanhando a seleção do agente mais indicado para espionar Mewthazar a pedido do Rei Supremo fazendo questão de ser parte do controle daquela missão. Como um dos agentes mais implacáveis que já pertenceu à organização, mesmo que não fizesse mais parte dela oficialmente, ainda detinha certos privilégios que lhe permitiam tomar tal liberdade.
Já era quase de manhã quando concluíram a Fase 1. Hicann voltou para o velho casarão, oculto entre a penumbra de seu bosque particular de espinhos enfeitiçados. Tomou um longo banho, e agora se encontrava descamisado diante do espelho ainda um pouco embaçado de vapor, se observando enquanto terminava de se secar.
Até que, de repente, teve a impressão de ouvir ecoar pelos largos cômodos meio vazios, o som de batidas constantes na porta da frente. No mesmo instante, sua fiel mascote Spelion - que o acompanhava no banheiro - deixou a suíte e saiu correndo em direção a porta no andar de baixo.
Sem pressa para atender, Mewhicann apanhou o copo de bebida que havia deixado servido sobre a cômoda do quarto e desceu as escadas bebericando.
O magistrado imaginou que fosse o genro Myuspencer, que era o único que conseguia chegar até sua casa, mas que diferente da esposa, não tinha uma cópia da chave. No entanto, curiosamente Mewhicann havia se esquecido que na noite anterior, tinha entregado a uma certa felin, um lácrima encantado contendo um portal condensado que a levaria diretamente para onde ele estivesse, caso a bela dama em questão precisasse dele numa emergência e não conseguisse contatá-lo.
Sendo assim, da forma que estava atendeu a porta. Arregalou os olhos quando, para sua surpresa, viu que era Diamewd quem estava ali.
— Rose?! - Ele exclamou, quase engasgando com seu copo de whisky ao se deparar com ela.
Diamewd, inevitavelmente, ficou uns segundos sem ação assim que o viu. Não que ela quisesse ficar reparando, mas era impossível não enxergar tudo o que estava bem à sua frente.
O porte alto e o corpo bem definido de Mewhicann destacavam-se na penumbra da entrada, com os músculos expostos do abdômen e do peito delineados pela luz matinal suave que vinha de dentro da casa.
Mesmo sendo próximos há mais de uma década, Diamewd nunca tinha visto Mewhicann tão " à vontade" antes. Ela engoliu seco, sentindo como se sua respiração falhasse por uns instantes, até perceber que era ela mesma quem prendia o ar em seus pulmões involuntariamente.
Mewhicann estava sempre vestindo sobretudos, ou camisas de mangas longas em raras ocasiões mais casuais. Sendo assim, também era a primeira vez que Diamewd notava que o braço direito dele mais se parecia uma obra de arte viva, com runas negras ramificadas que se entrelaçavam num selo mágico em forma de tatuagem, feita para ajudar a conter os efeitos amaldiçoados de seu poder sombrio. As marcas subiam em padrões intricados até a altura do peito direito, onde o símbolo de um lótus negro repousava como uma homenagem silenciosa à lembrança de Renesmew.
Diamewd tentava desviar o olhar, mas era como se algo a prendesse ali, obrigando-a a contemplar tal visão arrebatadora. Para completar sua tentação, os cabelos azulados de Mewhicann estavam molhados, caindo lisos e pesados até a altura do pescoço, jogados para trás de maneira despreocupada e intercalados charmosamente entre seus chifres.
Cada detalhe dele parecia hipnotizar a felin sem que ela percebesse. A perfeição das linhas de seu corpo, a intensidade de suas tatuagens representando poder e perda, e a beleza natural perigosa que o macho reverso exalava estavam lhe tirando o fôlego. Ela podia sentir um delicioso arrepio atravessar seu corpo, conforme sua respiração tornava-se mais rápida e entrecortada.
— Hicann... O-olá...! — novamente ela tentou desviar o olhar daqueles músculos delineados, porém, era como se houvesse uma força magnética em Mewhicann, numa combinação de força bruta e vulnerabilidade que a deixava completamente cativada — De...desculpe ter aparecido assim de repente, e...e logo tão cedo! É que... vo-você me deu o portal e... e eu... — Diamewd estava tão preocupada em tentar disfarçar ao máximo que olhava para ele, que não só se perdeu no que estava dizendo como pareceu se esquecer por completo da urgência que a trouxe ali.
Mewhicann notou o olhar vidrado dela e o rubor evidente em suas bochechas. Se sentiu culpado e intrigado ao mesmo tempo ao perceber que uma parte de si tinha gostado de vê-la sentindo-se tão atraída por ele fisicamente.
"Maldição... mas que droga está acontecendo comigo?" Pensou rapidamente consigo, antes de respondê-la.
Diamewd estava presente em sua vida há anos, e ele sempre a viu como uma amiga valiosa e confiável, além de estarem unidos pelo fato dela ser a segunda mãe de seu filho. Contudo, nos últimos tempos, estava claro que algo estava mudando. Ele sentia uma mistura de emoções que não conseguia identificar completamente. O que antes era uma amizade nascida de compartilharem a mesma dor, agora parecia carregado de uma tensão inexplicável.
Mewhicann respirou fundo, tentando acalmar o turbilhão de sentimentos dentro dele.
— Não precisa se desculpar, sua companhia é sempre bem-vinda, Rose. Mas, está tudo bem com você? Aquele verme te fez alguma coisa de novo?!
Ele perguntou com um olhar preocupado, e com a raiva guardada de Heimewdall já pronta para explodir, apenas por cogitar a ideia de que ele pudesse ter feito algo para magoar Diamewd novamente.
A felin piscou os olhos e sacudiu rapidamente a cabeça, se obrigando a voltar a si e recuperar a compostura. Ela finalmente conseguiu desviar o olhar pelo menos por um pouco, embora a imagem extremamente atraente de Mewhicann sem camisa permanecesse gravada em sua mente.
— Não se preocupe, Hic, eu estou bem. Na verdade, trago notícias tão boas que... que mal posso acreditar! Eu vim porque precisava te contar o mais rápido possível! Seria muito incômodo se eu entrasse?
Mewhicann arregalou os olhos levemente. Sabia que já devia ter convidado Diamewd a entrar, no entanto, havia um pequeno problema...
— É claro que não. Só... me dê um segundo, por favor...!
Deixando Diamewd na companhia adorável de Spelion, Mewhicann voltou correndo para dentro, procurando desesperadamente por seu cetro mágico Desúdia.
Nunca havia se culpado tanto por não cumprir a promessa que tinha feito a filha adotiva Mewstary, de que finalmente arrumaria a casa. Ela até gostaria de ter tomado a frente numa força tarefa para uma faxina no dia anterior quando foi vê-lo, porém, acabou ocupada o ajudando a se aprontar formalmente para a tão importante visita ao palácio de Nihsies.
Mewhicann tinha garantido a filha que daria um jeito naquela bagunça depois, no entanto, com todos os eventos que sucederam depois do encontro com o Rei Supremo, dessa vez ele realmente não teve tempo; o que era uma grande ironia quando comparado a todas vezes que usou essa desculpa.
Mas nada disso importava agora. Mewhicann não queria deixar que Diamewd visse o caos e o estado de praticamente abandono em que estava sua casa, principalmente a sala e a cozinha, com roupas pelo chão, pratos sujos, garrafas e copos vazios por toda parte. Sem contar a grossa camada de poeira e as teias cujas aranhas já tinham se tornado suas inquilinas permanentes. Ele não podia receber uma dama como ela em um lugar daqueles.
E por um instante, como se despertasse num choque rápido de realidade, Hicann se perguntou como ele poderia estar vivendo assim.
Tal reflexão breve foi o bastante para fazê-lo decidir que mudaria, e não apenas por Mewstary ou Diamewd, mas sim por si mesmo.
Após alguns segundos procurando, finalmente encontrou o cetro mágico caído atrás do sofá. Agora precisava do livro de feitiços domésticos básicos que estava servindo de porta-copos para uma garrafa de cerveja vazia em cima da mesa de centro. Assim que o apanhou, avidamente procurou um feitiço certo que lhe ajudasse.
— Anda, vamos! Onde é que está?! — resmungou folheando apressadamente as páginas — Aqui, achei! — parando na certa, ergueu o cetro para o alto e recitou as palavras rimadas do encantamento:
— "Transcenda para um lugar diferente toda a desordem aqui aparente. Esconda todo o errado, e revele-se o organizado; Instaneous-Esmeria!"
Um pulso encantado cor turquesa projetou-se do cristal esférico na ponta do Desúdia, reverberando pela casa inteira através de uma onda de magia que a envolveu. Imediatamente, toda a desordem que apenas refletia seu constante estado emocional de Mewhicann foi substituída por cada objeto retornando ao seu lugar, com o resto da bagunça sendo transportada para o velho galpão do quintal, lugar para onde ele tinha visualizado mandar todo aquele caos.
Diamewd ainda brincava tranquilamente com Spelion na entrada quando Hicann retornou.
— Pronto! Desculpe a demora, Rose! — exclamou, reaparecendo na frente da porta, ainda um pouco agitado devido a correria de limpar semanas de bagunça em alguns meros minutos; o que aparentemente apenas serviu para deixá-lo ainda mais atraente para Diamewd — Entre por favor - ele disse cordialmente após recuperar um pouco de fôlego, fazendo um gesto cavalheiresco para que ela entrasse.
Enquanto Diamewd passava por ele, o perfume suave de seus cabelos invadiu seus sentidos, e ele teve que se controlar para não se perder naquela sensação. A rainha-mãe não era a única a estar lidando com uma tempestade de sentimentos novos.
As pupilas dilatadas, a expressão encabulada e o rubor evidente em suas bochechas sobre a pelagem cor de pêssego, deixaram claro que Diamewd se sentiu atraída por ele. E a partir daquele momento, estar ciente disso foi a parte que faltava para que Mewhicann admitisse para si mesmo a inevitável atração que Diamewd também exercia sobre ele.
A fêmea pediu licença e entrou. Ela tinha visto o reflexo do clarão de magia pela porta aberta e supôs que Mewhicann conjurou um feitiço para ajeitar alguma coisa, se sentindo lisonjeada por ele se importar com a presença dela a esse ponto, pois sabia que manter a organização nem sempre era algo tão simples para Mewhicann, principalmente em seus dias mais difíceis.
O piso de madeira estalava ritmicamente conforme ela atravessava com seu salto alto pelos cômodos espaçosos. Não havia praticamente decoração alguma além de fotos de Mewstary crescendo em retratos nas paredes. Diamewd, que observava tudo superficialmente, apreciou a estrutura interior da casa, no entanto, não conseguiu deixar de pensar no quanto Mewhicann deveria se sentir solitário, rodeado de nada além de lembranças no vazio de um lugar tão grande, e desejou que pudesse fazer algo para que ele não se sentisse assim.
— Estou feliz que já tenhamos nos encontrado de novo, Rose. Depois de tudo o que houve, fiquei preocupado se passaria a noite bem.
Hicann disse, a tirando de seus pensamentos.
— Obrigada, Hic, mas não queria ter te preocupado. Você já fez muito me fazendo companhia até depois do jantar, ontem. Não quero ficar te dando tanto trabalho assim, heh!
Diamewd respondeu com uma risada sutil, referente a última frase. Ela ainda estava um pouco encabulada, ao ouvir o quanto Mewhicann se preocupava com ela. No entanto, isso não era nada quando comparado ao que veio a seguir.
Hicann parou de caminhar ao seu lado, se colocando de frente para ela, e segurou suavemente em sua mão.
— Rose, você sabe que se tornou uma parte muito importante da minha vida. Me preocupar com seu bem estar nunca será um trabalho pra mim.
Os olhos dourados profundos e enigmaticos de Mewhicann encontraram as íris vívidas de diamante dela, e por um instante, foi como se o tempo parasse. Diamewd sentiu o calor subir em seu rosto, as bochechas corando num vermelho intenso. Seu coração batia mais rápido, uma sensação que ela não experimentava há décadas.
— Hicann... Isso... foi... Quer dizer... Eu realmente agradeço muito e... Posso dizer o mesmo sobre você... — Ela gaguejou, com as palavras se perdendo no ar.
Diamewd se sentia presa entre a admiração e a confusão, como se algo dentro dela estivesse despertando depois de um longo sono. No fundo, ela sabia que algo estava mudando dentro dela, porém, outra parte de si não sentia que estava pronta para aceitar tal mudança completamente.
Sendo assim, com um tremendo esforço para se libertar de tal transe, Diamewd achou melhor trazer o foco para outro assunto, antes que fosse ainda mais tragada por aquela tempestade de sentimentos tão estranha e ao mesmo tempo reconfortante.
— Mas então, miahn... Novamente, peço desculpas por ter vindo sem avisar, Hic, é que isso realmente não podia esperar. — Ela disse, tentando não reparar outra vez em cada detalhe do tórax robusto dele e manter a compostura, mas seus olhos insistiam em retornar àquela visão hipnotizante à sua frente.
— Já disse que não precisa se desculpar. Você é sempre bem-vinda, por isso deixei aquele portal com você — respondeu Hicann com um pequeno sorriso sutil, ao conduzi-la até a sala de estar — Mas, enfim, posso te oferecer alguma coisa? Chá ou leite... Posso conjurar um suco de loranje se preferir.
— Agradeço, Hic, mas realmente, antes de qualquer coisa eu preciso muito dizer o que vim contar!
Mewhicann percebeu que Diamewd estava ansiosa e inquieta. Ela parecia segurar uma exaltação dentro de si prestes a saltar a qualquer momento. A última vez que a viu assim foi há dez anos, quando compartilhou com ele a notícia de que Kinmyuu daria a ela seu primeiro neto.
— Claro, como quiser. Só vou terminar de me vestir antes, a não ser que que esteja tudo bem pra você se eu continuar assim. Se importa que eu fique sem camisa?
Diamewd arregalou os olhos, pega de surpresa e visivelmente encabulada.
— Não! Q-quero dizer, sim...! Ou... quero dizer...! — a felin se atrapalhou com as palavras, balançando a cabeça rapidamente e fechando os olhos por um instante, tentando reorganizar seus pensamentos — Bem, ahn... Fique como preferir, Hic, afinal estamos na sua casa, não é? — ela soltou uma risada nervosa, sentindo-se como uma adolescente, confusa com as emoções que a inundavam e se perguntando o que se passava consigo.
— Tudo bem então — disse Mewhicann tranquilamente e sem mover um músculo, o que indicava que ele continuaria com seu desfile sem camisa, exibindo aqueles músculos e suas runas tatuadas. Fazendo Diamewd se perguntar por um instante se ele estaria fazendo isso de propósito para chamar sua atenção. Mas não que isso a incomodasse, e sim muito pelo contrário.
— Pode falar, Rose, o que você tinha pra me contar?
Perguntou o felin com uma expressão curiosa, enquanto gesticulou para que ela se acomodasse no sofá da sala, e em seguida sentou-se ao seu lado. A olhava com toda atenção, esperando que ela dissesse sobre o que era o assunto importantíssimo que tanto precisavam conversar.
Ele sabia que deveria ser algo grande, no entanto, jamais imaginou que estaria prestes a ouvir as palavras que saíriam da boca de Diamewd a seguir. Palavras que marcavam o início de algo que por décadas, ambos esperaram resilientemente, em meio a dor, ressentimento e lágrimas, na ânsia torturante para que a dita justiça cobrasse o preço por ser violada. E agora, após vinte anos, parecia finalmente estar acontecendo.
Diamewd respirou fundo e encarou diretamente o mar dourado dos olhos dele; a satisfação por dar tal notícia quase fazendo seu coração saltar. Ela segurou com firmeza em sua mão.
— Aconteceu, Hic... Heimewdall foi preso! O maldito que se recusou a ajudar a salvar nosso filho, finalmente vai começar a pagar por tudo que ele fez!
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