simplesmente furiosos

—Melhor nos apressar, não quero ouvir as reclamações da Lisa, já que ela não tinha uma Maria queixinhas no banco de trás. —Dante estava claramente frustrado pelo fato de ter sido chantageado pela Elaine que dormiu de forma aconchegada, a vontade era de deixá-la no lado da estrada e pisar fundo. —Elaine, acorda desgraça!

—Uma, duas, três… esse é o tanto de vez que você me acordou hoje, o que eu fiz para merecer tanto ódio?— Elaine falava com uma expressão triste no rosto, quase que lacrimejando mas para o azar dela nenhum dos dois tinha a sensibilidade de consolá-la. —Uma dupla de trogloditas.

—Vai ficar aí? Não tenho todo tempo do mundo. —Dante não deu mais nenhuma atenção para Elaine e seguiu em direção ao edifício central do campus, Azazel ainda absorvia tudo em sua memória tentando memorizar cada detalhe do lugar até do brasão que se assemelhava ao símbolo pessoal de Belzebu. —Está olhando tanto para o brasão de Wilber, conseguiu lembrar de algo. —Dante notou a estranha reação de Azazel, bem que até a Elaine que estava consumida pelo sono também havia notado.

—Você aparentemente adorava esse brasão, até tinha ele desenhado no capô do seu carro. —Elaine continuava falando lento e cansada, a sua voz ainda estava rouca fazendo parecer que iria cair no sono a qualquer momento. Se não fosse pelo pedido da mãe ela não teria perdido tempo visitando o seu vizinho, pois nem se importava tanto assim com o Jonathan.

—Está mais vazio do que eu esperava, achava que esse fosse uma lugar com grande concentração de humanos  . —Ele olhou para o cima pois notou o céu ficando nublado, nuvens negras aproximavam trazendo um vento frio. —Pessoas, quis dizer.

—Essa é a primeira semana de férias então todos fizeram os possíveis para sair o quanto antes dessa prisão, Hector e a Sophie são espécimes raros por terem ficado em recuperação na disciplina mais fácil. —Elaine olhava para o edifício que parecia ser uma capela enquanto murmurava algo incompreensível até mesmo para um demónio, Azazel franziu o cenho tentando imaginar o que se passava com aquela garota estranha. —É por isso que a escola está vazia, ninguém suporta mais esse lugar.

—Olha eles aí, pela cara de Paul dá pra ver que não está fácil aturar aquela indivídua. — Já dentro do edifico eles se encontravam num corredor extenso com vários retratos de graduados de honra pendurados, Azazel conseguiu notar o Ethan Blackstone e o Doutor Harold Peter na secção de mérito. —Vamos lá.

—Você está muito empolgada hoje. —Não entendia o porquê da Elaine estar tão animada, ela geralmente estaria resmungando pelo dia todo pelo fato de não ter dormido o suficiente. —Melhor assim, ninguém merece você reclamando.

No fim do corredor Lisa estava sentada falando algo para Paul com cara de nojo, ela tinha muito prazer em maltratar os outros e Jonathan era a pessoa ideal, visto que era um pão para todo galho que ela poderia usar o quanto quisesse. Não conseguia entender como o seu cachorrinho tornara-se tão diferente, tão pouco sabia que já não se tratava de um cachorro mas sim uma besta sedenta por destruição.

—Quando foi que você colocou maquiagem? — Dante estava surpreso ele lembrava claramente que no rosto da Lisa nem batom, mas pouco tempo depois ela estava toda pincelada e brilhante.

—E tens algum problema com isso? —Lisa olhava para Azazel com cautela e hostilidade, pois não sabia mais como agir na frente do rapaz que sempre foi para ela um plebeu no seu reino.

—Não, só achei que ficas melhor sem pinturas rupestres no rosto. —Dante sorria levemente enquanto falava, não era difícil perceber o quanto ele ridicularizava a Lisa.

—Poderia ter ficado sem essa. —Uma voz masculina se pronunciou, fazendo Lisa corar levemente. Azazel nem teve tempo de procurar quem falou quando foi enovelado por alguém, ele só conseguia sentir um doce aroma atiçar o seu nariz.

—Johnny! Você finalmente acordou. —Azazel por fim viu a pessoa que estava grudada ao seu corpo, pois ela levantou a cabeça e olhou Azazel diretamente nos olhos. Ele ficou surpreso com a linda aparência da garota de pele escura e cabelo curto, o seus olhos cor de mel.

—Foi um sono profundo. —Azazel voltou finalmente a si, pois mais uma vez encontrara alguém que fazia ele sentir algo familiar mas não sabia o que era. —Você deve ser a Sophie.

—Sim, mas você sempre me chamou de Sol. —Azazel não entendia de onde surgiu o apelido, pois não tinha como ser um apelido proveniente do nome.

—Sol, porque os seus olhos parecem um girassol? —O caído estava genuinamente curioso, algo que o deixou intrigado pois não ficaria interessando numa mera humana. Ele tinha a certeza que a familiaridade que sentia era a causa, não conseguiu manter-se indiferente.

—Que língua doce, cuidado para não morder. —Lisa olhava para Azazel com os olhos cerrados, e sobrancelhas erguidas.

— É por causa do meu nome do meio, nunca achei que você fosse dizer que meus olhos parecem girassóis. — A Sol olhava para o caído ainda em seus braços, ela sorria levemente ignorando completamente as provocações da Lisa.

—Hoje é o melhor dia de sempre. —Elaine quase caia vendo a cara enervada da Lisa, que parecia estar tão quente que até a maquiagem iria derreter. —Gostei mas o namorico é demais né, solteiro não tem paz aqui.

—E aí amigão, o que você fez para a Lisa estar tão rabugenta? — Falou o jovem que chegou com a Sol, ele era baixo e  usava uma camisa de equipe de futebol, disse olhando para Azazel com expectativa, ele claramente estava interessado nesse situação inusitada. —Fala logo, não me deixa de fora. —Não queria deixar uma boa fofoca escapar.

—Ele não fez nada, algo do tamanho de uma formiga não pode aborrecer um leão. — Lisa falou com desdém e um sorriso de deboche no rosto, ficou satisfeita com a resposta tanto que olhou Azazel de cima para baixo em aversão.

—Você claramente nunca ouviu um mosquito. —Azazel nem se deu ao trabalho de olhar para Lisa enquanto respondia, os seus olhos focavam na Sophie que ainda conversava calmante com ele enquanto ignorava os outros — Claro, não teria razão de mentir. —Azazel falou para Sophie referindo ao seus olhos.

—Obrigada, como você perdeu a memória que tal fazermos uma tour?—Sophie nem se importou com a resposta e reação dos outros quando arrastou Azazel tentando mostrar tudo quanto era possível, nenhum deles se opôs mas era visível a irritação no rosto da Lisa e a curiosidade nos olhos de Hector.

—Caraca! Está respingando. —Disse Dante colocando a sua mão pela janela para sentir a chuva em suas mãos. —Eu adoro a chuva.—Nada melhor que treinar chovendo, você cansa menos.

—É uma das duas coisas que temos em comum, se bem que a parte do treino só pode ser boa para um brutamontes como tu. —A Elaine segurava uma caneca de chocolate quente que tinha na cantina, ela olhava para janela como se estivesse lembrando de algo nostálgico. —A outra é que somos humanos.

—Eu odeio chuva, assim vai arruinar o meu look todo, ninguém merece. —A Lisa estava claramente insatisfeita com a sequência de acontecimentos do dia, na sua opinião nunca houve um dia pior que o corrente.

—E tem algo que você não odeia? —Elaine não suportava a atitude da Lisa, pois ela sempre parecia olhar com desdém as coisas que os outros valorizavam. —Reclama até da chuva, sua rabugenta.

—Eu gosto de compras e glamour. —Disse confiante fazendo um gestos leves com a sua mão. —Algo que você claramente não entende. —A Elaine nem se deu ao trabalho de responder, já estava irritada só de ouvir a voz daquela pessoa.
Enquanto eles conversavam e discutiam, Azazel tinha a sua mente voltada na chuva que tinha a certeza que fora provocada artificialmente. No ar uma presença demoníaca tornava-se predominante, ele estava convencido que a criatura era um espião de Lúcifer ou algo do gênero.

—Sol, esse lugar teve alguma estória de aparição de fantasmas ou algo parecido? — Todos forma pegos de surpresa pela pergunta, mesmo assim Azazel contou com a cara séria o que deixou a situação ainda mais estranha.

—Se não me engano tem algo assim, aquele banheiro abandonado. —Dante rapidamente retirou o braço molhado da chuva, ele olhava para Azazel esperando uma explicação pois não entendia o porquê da pergunta.—Mas porquê a curiosidade?

—Tem um lugar especial no purgatório para pessoas curiosas.—Azazel fez um gesto com a mão sinalizando para Dante mostrar o caminho.

—O que você disse? —Paul seguia Azazel e Dante que andavam calmamente em direção ao lugar abandonado, ele não entendeu nem um pouco o desenvolvimento do que acabara de transparecer.

—Eu disse vamos. —Em nenhum momento passou pela cabeça de Azazel se explicar, era algo que nunca cogitaria fazer.


Eles seguiram para fora do edifício pelas portas do fundo, passaram pelo pátio que mostrava a elegância de uma era passada, até que chegaram num pequeno barraco em que estava isolado por duas árvores robustas. O lugar dava arrepios a alguns mas ninguém sabia o porquê, pois nada de especial havia a não ser o fato do lugar ser abandonado.

—Muito bom, não preciso mais de vocês. —Claramente o caído não queria ter de se justiçar e muito menos procurar por um ser sobrenatural na companhia de humanos, isso só seria um estorvo.

—É absolutamente proibido entrar aí, ouvi que umas meninas entraram nesse muquifo e saíram loucas. — Disse Hector finalmente conseguindo mostrar a utilidade do seu talento, recolher informações. —Melhor não pensar nisso, ninguém sabe se os rumores são verdadeiros ou não.

—Eu tenho que concordar com ele. —Disse Paul ajeitando o seus óculos que sempre saiam do lugar, especialmente quando se movimentasse rápido. —Como você está todo solto? Estaria sem ar tentando acompanhar o passo desse trator. —A pergunta de Paul deixou Hector com as orelhas empinadas.

—Você que é fraco demais. — Azazel nem entendia como algo poderia reclamar duma atividade tão insignificante, já lembrava porquê que os humanos eram a lástima de toda criação. —Não se preocupando com as garotas ofegantes que vinham em sua direção enquanto reclamavam, Azazel entrou no lugar deixando todos para trás.

—Espera por mim. —Disse Dante vindo por trás de Azazel, ele já estava tentando se aventurar no lugar fazia tempo. —Parece que estamos todos juntos. —Dante falou olhando para o grupo entrando no balneário, não acreditava que a Lisa e o Paul tiveram coragem de entrar mas percebeu logo que era por causa dos chuviscos.

Azazel não respondeu, não se deu ao trabalho mas usou os seus poderes para fazê-los perder a consciência lentamente, não queria complicações naquele momento.

—Alô, tem alguém aí?. —Dante gritou com toda sua força, fazendo a sua voz ecoar pelo balneário aparentemente vazio.

—Claro que vai ter alguém respondendo. — Lisa falou de maneira sarcástica, mas tinha as mãos trémulas enquanto se posicionava por trás de Paul.—

Um vento forte passou por eles criando um redemoinho de lixo e poeira, a porta e os vidros chacoalharam bruscamente deixando uma sensação opressora no coração dos adolescentes. O susto foi tanto que Azazel conseguia ouvir os pequenos gritos das meninas e do Hector soando a sua trás, em contra partida Paul e Dante tentaram manter a compostura já Azazel tinha um live sorriso no rosto.

—O que é isso?. —Sophie falou apontando em direção a porta que estava totalmente aberta, por baixo da chuva havia uma silhueta segurando um guarda chuva, a chuva tal como vento tornavam-se mais fortes e impiedosos dobrando até mesmo o tronco das árvores.

O susto de Sophie não durou muito pois perdeu rapidamente a consciência tal como os outros adolescentes, A criatura a frente de Azazel era perfeitamente humana porém haviam garras e tentáculos saindo por sua sombra. O caindo nunca tinha visto uma criatura do gênero, e sabia que nenhum demônio possuía tal semelhança aos humanos e   sentia que era muito fraco para ser um anjo caído.

—Você é um daqueles caçadores? —A criatura tinha uma voz infantil, mas os seus tentáculos chacoalhava contra o ar criando uma pequena explosão em casa balanço. —Porquê você está aqui? Já disse que não quero me envolver com vocês.

—Porquê não?. —O caído estava genuinamente intrigado com a origem da criatura a sua frente, e era a segunda vez que ouvia sobre caçadores mas não compreendia como uma criatura como a que estava a sua frente tivesse medo de míseros humanos. —Um filho de Asmodeus?

— Como você me encontrou? —Os tentáculos da criatura começaram a fundir com as poças de água formadas no relvado, Azazel e o ser sobrenatural ficaram se encerrando observando os movimentos do oponente a sua frente. —O que é Asmodeus? —O monstro continuava com as suas questões, enquanto via Azazel rindo enquanto a chuva encharcava o seu corpo deixando a criatura ainda mais confusa. Todavia enquanto Azazel se distraiu pensando na possibilidade dele ser uma aberração feita por Asmodeus, um dos tentáculos emergiu dentre a água e perguntou o tronco de Azazel fazendo o pungente líquido carmim ser lavado pela chuva.

—Me responde logo. —Mesmo com o abdômen perfurado Azazel continuava com a serenidade intacta, um pequeno sorriso surgiu no seu rosto mesmo tendo o seu sangue espalhado a sua volta. —Para com isso! — Não sabendo o porquê a criatura se sentia aterrorizada vendo a calmaria do adolescente empalado por um dos seus tentáculos, sem conseguir controlar esse medo ilógico ele perfurou o peito de Azazel não se preocupando mais com as respostas que procurava.

Sangue Jorrava pelos olhos e a boca de Azazel, não importava quantas vezes o seu corpo fosse perfurado o caído continuava com a mesma expressão no rosto olhando piedosamente para a criatura que o atacava.

—O que é você? —A criatura disse perfurando cada vez mais o corpo de Azazel. Os tentáculos produziam toxinas que ampliavam a dor dos seus alvos, e quando mais tempo durasse o contato mais agonizante seria a dor. —Se você falar, eu acabo com isso rapidamente.

—Eu sou… —Azazel falava com dificuldades pois tinha o seu pulmão perfurando causando uma obstrução na garganta, ele se engasgava com o próprio sangue. A sua mente estava embriagada pela dor, ele sentia os tentáculos perfurando lentamente os músculos e atravessando-os de forma precisa e cruel. Mas a dor fazia Azazel se sentir vivo, pois já se passavam milênios desde que ele fora ferido de tal maneira. – A sua morte.
Naquele momento as nuvens produziam relâmpagos deixando clarões entre a chuva, um dos relâmpagos foi tão próximo que fez os vidros ao redores donde eles lutavam quebrar.
—Eu é que faço as perguntas. —Naquele momento Azazel sorria com a sua ainda jorrando sangue mas a quantidade era consideravelmente menor tanto que o seu corpo tornava-se mais pálido a cada instante, um dos relâmpagos atingiu a árvore que estava por cima dele fazendo que ele fosse eletrocutado por uma parte do relâmpago que não fora absorvido pela árvore.

—Você não pode ser humano? — A criatura olhava para o corpo pálido e repleto de fissuras sangrentas, e não conseguia manter a calma. Ele estava em vantagem, mas a resiliência do adolescente a sua frente fez com que os cabelos do seu pescoço erguessem. — Por favor, Morra!

—Você deveria ter cuidado com a chuva. –Azazel ergueu o braço e segurou um dos tentáculos que estava prestes a atacar o seus pescoço, Azazel usou tanta força que o tentáculo explodiu tingindo-o de preto. —Se você parar agora eu deixo você viver.

— Acha que irei escutar ameaças de alguém quase morto? —Ele não sabia o porquê, mas o seu mau pressentimento tornava-se mais forte a cada instante como todos os seus instintos estivessem enlouquecendo. —Pelos infernos. —Sentindo uma vibração a sua trás ele virou e ficou aterrizado com o que acabava de testemunhar, finalmente percebia o porquê da sensação sufocante que sentia.

—Não se preocupe, a sua morte não me traz vantagem alguém. – Uma nuvem de fogo pairava sobre a cabeça do seu oponente, as chamas eram tão quentes que a chuva evaporava mesmo antes do contato.

—Para! —A criatura estava desesperada,  retrocedeu todos os seus tentáculos garras formando um escudo por cima do seu guarda chuva, deixando o corpo danificado de Azazel estatelado ao chão totalmente imóvel. —Não! —Mais uma vez o monstro gritou de maneira desesperada a sua voz, pois a nuvem de fogo caiu como um meteorito sobre este criando uma onda de dor imensurável em seu corpo, mesmo que esse estivesse coberto pelos seus membros.

—Não há nada com que se surpreender, é realmente desprezível a fraqueza dos mortais. — Ainda sendo bombardeado pelas chamas a criatura viu Azazel, o seu corpo e roupa estavam totalmente curados sem se quer um gota de água ou sujeira. —Um fogo desses é capaz de derreter diamantes, bom ver que os seus tentáculos conseguem resistir.

—Vamos fazer um acordo. —A voz surgiu por detrás do véu de fogo, a criatura claramente era atormentada pela dor e notou que as chamas não carbonizavam o seu corpo, percebeu que o seu oponente planejava tortura-la.— Se você me deixar ir, eu não mato os seus companheiros. —Pouco sabia a criatura que o bode expiatório não possuía companheiros, tanto que o mesmo começou a dar uma leve gargalhada enquanto olhava com ridicularização para o seu oponente.

—A dor tornou é tanta que a sua mente degenerou. —Não tardou muito quando Azazel notou que a criatura planejava atacar os humanos a sua trás, não se importava mas sentia que seria uma afronta ao seu legado ter um oponente tentando ameaça-lo. —Uma tentativa fútil, veja o quão insignificante és.

O pecado da ira fez o monstro ficar suspenso sendo esmagado lentamente pelos seus próprios tentáculos, as chamas que o cercavam orbitavam sobre este formando uma garganta de fogo.

—Eu desisto, por favor não me mate!— Os seus gritos de nada serviram pois o fogo tornava-se cada vez mais intenso, sentia um poder estranho esmigalhando os seus ossos. —Me perdoe! — Azazel continuava observado o seu oponente sendo consumido e esmagado pelo seu poder, sem perceber os seus olhos tornaram-se negros deixando somente a íris vermelha visível naquele mar de escuridão.

—Perdão, isso é nada mais que uma fantasia. — Azazel não usava todo o seu poder pois tinha a certeza que a origem do monstro a sua frente seria algo inestimável, naquele momento o príncipe do inferno decidiu mostrar a sua verdadeira forma. —Achas que há alguma chance de sair vivo daqui?

—Você é um demônio! —A criatura cujo o corpo fora mutilado e assaltado por chamas conseguiu identificar o seu oponente, a imagem era tão obscura e maligna que os seus olhos perderam a visão fazendo sangue escorrer pelos cantos. Azazel finalmente perdeu a calma no seu olhar, pois se apercebeu que a criatura a sua frente era um mero humano e não algo de origem sobre natural. —Eu faço o que você quiser, a minha alma é sua também, só me deixe vivo. —Mesmo estando sem visão o ser continuava vendo a imagem satânica de Azazel em sua mente.

—Um experimento falhado? — Azazel murmurou para si mesmo, retraindo os seus poderes o que fez com que o monstro caísse abruptamente no chão, mesmo livro das garras da morte a criatura continuava horrorizada gritando enquanto chacoalhava a cabeça de um lado para o outro. —Um humano usando o poder de demônios, por infernos, que brincadeira é essa. —Azazel tinha o cenho franzido, sabia que algo de errado acontecia naquela cidade e isso seria uma variável no seu plano.


—Levante-se, até quando irás desrespeitar a presença do seu mestre. —Ignorando a dor e o desespero este ergueu-se e ajoelhou diante Azazel, não conseguia vê-lo mas sentia uma presença maligna forçando-o a manter-se naquela posição. —A partir de hoje você se torna um subordinado do pecado da Ira, Azazel, dar-lhe-ei poderes inimagináveis mas se falhares as minhas espectativas o único resultado será a morte.

—Sim, mestre. —Diferente de Flora a criatura não sabia quem era Azazel porém sentia que não havia como escapar das suas garras, todavia sentia uma novo poder sendo transmitido para o seu corpo renovando cada célula. —Christian irá servi-lo por toda eternidade, meu rei.

—Um ser impuro ficando insatisfação após receber a bênção dum pecado capital é deveras fascinante. —Cristian que antes tinha o corpo carbonizado e os membros dilacerados agora parceria uma adolescente normal, tal como a Flora os seus olhos eram púrpura e uma tatuagem indescritível surgiu no seu pescoço. —Temes pela sua liberdade?

—Sim. —Christian não se atreveu a mentir pois temia pela vida, o terror era tanto que nem notou a mudança na sua aparência.

—Apenas siga as minhas ordens que não me importarei se você destruir essa cidade, somente resultados que importam. —Azazel olhava para Christian calmamente, como um imperador olhando para o seus súditos. —Agora recolha estes humanos para outro lugar, encontre algumas roupas e venha ter comigo há algo que quero saber. — O pecado capital finalmente poderia saber ao certo a origem da humana a sua frente, não poderia deixar que outros demônios atrapalhassem os seus planos.



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