Capítulo Oito

A Condessa Dubois mastigou lentamente o minúsculo pedaço de carne que colocara na boca, imaginando como seria se pudesse comer como desejava. Encheria a boca, sentiria seu estômago cheio e saciado, como um dia fora, quando era mais jovem e ainda acreditava sobre as magias tolas que lhe contavam.

Uma delas fora o casamento. Acreditara que um príncipe encantado viria buscá-la montado em um belíssimo cavalo branco. Por fim descobrira que não era nada daquilo: seu príncipe era um velho decrépito.

E ela era o cavalo.

Um cavalo que não tinha seus desejos sexuais atendidos, afinal, o velho Conde não conseguia satisfazê-la como queria. Pior, fora incapaz de engravidá-la por meses, tornando sua posição de Condessa frágil.

Por isso passara a se deixar com qualquer homem que desejasse, sem pudor. Esperava manter a situação sob controle, porém foi surpreendida ao escutar às escondidas uma conversa entre seu esposo e o ex-Xerife da cidade: o Conde desconfiara dela e buscara ajuda de um amigo de confiança para descobrir a verdade.

Sem opções, ela havia erguido suas saias para o nojento Sr. Deschamps, uma fórmula que funcionou para mantê-lo em silêncio, porém atiçara o ódio na Sra. Deschamps. Oh, essa velha com dentes de rato! Ainda vou fazê-la ficar em silêncio, nem que para isso eu tenha que enterrá-la sob sete palmos de terra!

Discretamente passou a mão sobre a barriga, onde seu bebê crescia. Não importava quem era o pai verdadeiro, apenas que surpreenderia seu decrépito Conde com uma surpresa: seria pai novamente!

— Parece sorrir sozinha, mãe. — Henry Dubois comentou, o sorriso irônico preso em seus lábios.

— E como não poderia, com uma noite tão agradável. — Respondeu, fingindo não notar quando o olhar do homem descera novamente para seus seios.

O filho mais velho do Conde seria um problema para seus planos. Seus olhos frios se focavam em apenas duas coisas desde que chegara: seus seios e os objetos de ouro espalhados pela casa. Era um vadio, filho das noites parisienses.

Bem, talvez fossem necessárias duas covas, no final das contas. E tudo se tornava mais fácil com a mansão vazia de empregados.

Levou a taça de vinho aos lábios. O líquido irritou sua garganta e a Condessa segurou, com uma careta, a vontade de tossir.

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