80: what is going on here?

− Eu quero o meu papai! − Hyosun gritou, juntando as duas mãozinhas em frente ao corpo.

− Calma, Hyo. − Hoseok alisou a lateral dos seus cabelos, com os lábios pressionados em uma linha reta. − Ele já vai chegar.

− Já vai chegar o caralho! − Yoongi resmungou, indignado com toda a demora do menor. − Já são onze horas da noite! Ele tem que estar aqui, é a obrigação dele!

Hoseok suspirou, observando o namorado buscar o celular no bolso, e a menor encolher-se ainda mais contra o sofá.

Yoongi:

park jimin eu vou comer seu cu real se você não entrar por essa porta em trinta minutos

[Enviada às 23:30]

Yoongi:

jimin eu tô falando sério em nome de newton cADE VOCE???????

[Enviada às 23:31]

Yoongi:

se você estiver fodendo com o jungkook eu vou dar um nó na piroca dele e cortar fora!!!!

[Enviada às 23:33]

Yoongi:

sua filha tá chorando que nem uma condenada e eu não suporto choro de criança eU VOU ENFIAR uma rolha de poço na boca dela

[Enviada às 23:40]

Yoongi:

sua sorte é que eu tenho o hoseok porque nem o embuste do taehyung tá aqui pra me ajudar

[Enviada às 23:42]

Yoongi:

pensando melhor eU ACHO QUE VOCE TA COM O TAEHYUNG SEU SAFADO

[Enviada às 23:50]

− Cansei, Hoseok! − Yoongi gritou, irritado. − Vamos chamar a polícia, os médicos, os detetives, o FBI!

− O papai não pode me deixar agora! Eu tô com soninho e quero dormir! − Hyosun reclamou, enxugando as lágrimas que custavam e cair dos seus olhos.

− Hyosun se você não ficar caladinha o titio Yoongi vai ser obrigado a... − Yoongi começou, de saco cheio.

− A te encher de beijinhos! − Hoseok completou, deixando um beijinho na cabeça da menor. − Fica tranquila, o seu papai já vai chegar.

− O papai nem tem mais tempo pra mim... − Hyosun fez um biquinho. − Ele só trabalha e trabalha o dia todinho!

− Eu sei que não é fácil, Hyo... − Hoseok suspirou. − Mas você precisa entender que você tá no coração dele o tempo todo e que ele tá fazendo isso por você, pra te dar um futuro melhor, sim?

− Eu não quero um futuro melhor! Eu quero meu papai! − Fez birra, cruzando os braços. − Já sei! Hoseok, você quer ser o meu papai?

− Tô farto. − Yoongi resmungou. - Vamos comprar soju e ter uma overdose até o dia amanhecer?

− O que é suju? − Hyosun perguntou, curiosa.

− Suju é Super Júnior, meu anjo. − Hoseok a interrompeu, nervoso.

− É... − Yoongi pigarreou. − Achocolatado transparente, já ouviu falar?

− Quero provar! − Ela gritou. − Quando o papai chegar eu vou pedir a ele.

E fôra questão de segundos para que a menor lembrasse do pai novamente e caísse em prantos nos ombros de Hoseok.

− Ah, meu bem. − Hoseok tombou a cabeça para o lado. − Eu também estou morto de sono, mas precisamos ficar acordados.

− Eu realmente estou preocupado, Hoseok. − Yoongi passou uma das mãos entre os fios de cabelo grudados em sua testa. − O Jimin nunca demora tanto assim, e principalmente fica sem notícias!

− Da última vez que ele ficou sem dar notícias foi no primeiro encontro dele com o Jungkook, é provável que eles estejam juntos... − Hoseok suspirou, cansado.

− Não é não, Hoseok. O Jimin sempre me dá um retorno de todos os lugares onde ele está, porque sou eu quem cuido da Hyosun enquanto ele está trabalhando! − Yoongi negou.

− O que você acha que aconteceu? − Hoseok perguntou. − Acho que no máximo, não aguentou e quis cavalgar no cavalinho logo.

− Dessa vez eu acho que o cavalo tava manco. − Yoongi engoliu em seco.

− O Jungkook também não dá notícias, mas tá recebendo as mensagens. − Hoseok comentou, observando as mensagens em seu celular. − Taehyung te respondeu?

− Nadinha. − Yoongi negou, irritado. − Eu vou enfiar esse visto por último no terceiro olho dele.

− A gente tem um terceiro olho? − Hyosun perguntou, surpresa.

− Sim... Claro... − Hoseok engoliu em seco. − O sexto chakra, já ouviu falar?

− É o olho do cu mesmo. − Yoongi revirou os olhos.

− Não fala palavrão, Yoongi! − Hoseok o repreendeu, olhando de canto para Hyosun, que apenas choramingava baixinho.

− Eu não consigo ficar sem falar! − Yoongi respondeu, grunhindo baixinho, dando algumas batidinhas com o pé no chão. − Principalmente nessa situação crítica.

− A gente só precisa esperar, sim? Uma hora o Jungkook vai dar notícias e vamos descobrir que o Jimin está bem e que nossa preocupação foi em vão. − Hoseok falou.

− E a gente vai ficar aqui esperando a vaca ir pro brejo? − Yoongi negou, cruzando os braços.

− Sim? − Hoseok assentiu, um tanto duvidoso.

− Porra nenhuma! Pega suas chaves, vamos na casa do Jungkook. − Respondeu, dando partida para o quarto, em busca do seu moletom.

− Como a madame quiser. − Hoseok respondeu baixinho, levantando-se e inclinando-se em direção a Hyosun para carregá-la em seus braços.

− Onde vamos? − Hyosun perguntou, desnorteada.

− Buscar a porcaria do seu pai irresponsável na casa do namorado. − Yoongi resmungou.

− Não fica triste com ele, Hyo. Ele só está preocupado e estressado sem o Jimin aqui. − Hoseok tentou argumentar, sorrindo carinhoso em direção a garota.

− Ele fica muito chato quando está estressado... − Hyosun respondeu, baixinho.

− Eu sei. − Hoseok assentiu. − Mas isso a gente acostuma.

− Por acaso vocês perderam o resto do juízo? − Yoongi perguntou, tateando os bolsos. − Esqueceram que eu tô aqui?

− A chave tá em cima da mesa, bicha burra. − Hoseok quase revirou os olhos.

Yoongi bufou, indo em direção à mesa de vidro, e logo depois, até a porta principal. Mas, fôra impedido quando na mesma hora, Taehyung adentrou o local.

− Taehyung! Até que enfim! − Hoseok gritou, aliviado. − Você tem que me ajudar a acalmar esse homem, ele tá muito embuste!

− Gente, calma, ok? − Taehyung pigarreou, nervoso. − Muita informação pra uma noite só. Vamos do começo.

− Porque diabos o Jimin não está com você? − Yoongi perguntou, cruzando os braços.

− É. Cadê o meu appa? − Hyosun fez o mesmo, confusa.

− Quê? − Taehyung perguntou, erguendo uma sobrancelha. − Eu jurava que ele já tinha voltado pra casa, por isso entrei cheio de energia.

− E onde vocês estavam? − Hoseok perguntou, indignado.

− Taehyung se você tava me traindo eu corto as suas... − Yoongi respirou fundo, indo em direção ao moreno.

− Asas! − Hoseok o interrompeu, olhando de soslaio para Hyosun. − Ele corta suas asas!

− Asas? − Hyosun indagou, limpando as lágrimas no canto dos olhos.

− É. - Taehyung assentiu. − Eu sou uma fada.

− Solta até peido cintilante. − Hoseok complementou. − Faz cocô de glitter.

− E vai acabar entupido com o próprio brilho se não me disser onde está o meu melhor amigo, e onde vocês dois estavam. − Yoongi ameaçou.

− Certo. − Taehyung assentiu, amedrontado. − A gente foi na casa do Jungkook pra eu me desculpar com ele, o pai dele chegou, eu fugi, e quando eu saí, jurei que vi o Jimin entrar no carro, vi o carro saindo!

− E como é que aquele desgraçado não chegou ainda? − Yoongi perguntou, confuso.

− O Jimin dirige mal pra cacete, Yoongi. − Hoseok ergueu uma sobrancelha, prendendo uma risadinha.

− E como foi com o Jungkook? − Yoongi continuou perguntando.

− Estamos bem. Ele me perdoou. − Taehyung sorriu. - Mas, vem cá, vocês não acham estranho mesmo o Jimin não ter chegado ainda?

− É claro que é! − Hyosun gritou, nervosa. − Gente é o meu appa, em nome de jesus.

− Se der meia noite eu ligo pra equipe do SWAT inteirinha, tô nem aí. − Yoongi alertou, erguendo o aparelho em mãos.

− Mas, Yoongi...−- Hoseok resmungou, baixinho. − Já são meia noite e meia.

− Ah, não! − Yoongi bateu os pés no chão, nervoso. − Meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu melhor amigo, gente!

− Calma, bebê. − Taehyung suspirou, indo em sua direção. − Você precisa ficar calmo, se não a gente não anda.

− Eu vou buscar uma água com açúcar! − Hoseok arrastou Hyosun em direção a cozinha, às pressas.

Taehyung observou o menor ofegar baixinho, nervoso e inquieto. E apesar de sentado no sofá, a pontinha do seu pé chocava desesperadamente contra o chão.

Suspirou, aproximando-se do mesmo, levando uma das mãos até os cabelinhos atrás da sua nuca, tentando passar segurança, mesmo que também se encontrasse inseguro.

Inseguro demais. Taehyung jurava que havia visto Jimin entrando naquele carro, mas não demorou muito para entrar no seu, visto que o carro do menor o ultrapassou antes que pudesse pressionar o acelerador.

− Eu tô com medo, TaeTae. − Yoongi murmurou, juntando os dois dedinhos em frente ao torso. − E se algo realmente tiver acontecido?

− Yoonie... − Taehyung sibilou, levando os dedos até a nuca do menor, fazendo um carinho gostoso naquela região. − Eu gostaria de dizer que vai ficar tudo bem, mas não tenho como afirmar ou negar nada com toda essa demora.

− E se... − Yoongi prendeu os lábios, arregalando os olhos. − E se ele tiver batido o carro? Ou sei lá, o pneu tenha furado?

− O Jimin levou o carro pra manutenção essa semana, não tem como isso ter acontecido. Quando ele lava o carro ele anda bem devagarzinho. − Hoseok adentrou a sala, com o copo em mãos. − Bebe, neném.

− Você realmente fez a porcaria de uma solução de açúcar? − Yoongi ergueu as sobrancelhas, impressionado. − Eu amo você, Jung Hoseok.

Hoseok sorriu rapidamente, o incentivando a beber o líquido, buscando sua calmaria.

− Você sabe que água com açúcar não passa de um placebo, uh? − Yoongi soltou uma risadinha fraca.

− O que vale é a intenção. − Hoseok tombou a cabeça para o lado, coçando a nuca.

− Gente, foco. O Jungkook ficou em casa quando eu saí, e o pai dele está lá, sem contar que não tem chances do Jimin ter voltado pra casa. − Taehyung explicou.

− E como você sabe disso? − Hoseok uniu as sobrancelhas, confuso.

− Eu apenas... Deduzi. − Taehyung deu de ombros. − Eu vou ligar pra casa do Jungkook, essa é a única opção.

− Ligar? Você acha que ligar é realmente a opção certa? Yoongi perguntou. - Eu não vou ficar aqui parado enquanto meu amigo tá perdido em algum lugar dessa terra!

- Vamos na casa dele, então! − Hoseok se pronunciou, balançando as chaves.

− Sair essa hora? − Hyosun perguntou, incrédula. − Eu tenho aula amanhã, eu deveria estar dormindo!

− Hyo, você gosta de aventuras, perigo e diversão? − Taehyung perguntou, olhando nos olhos da menor.

− Eu não deveria gostar... − Hyosun meneou a cabeça para os dois lados. − Mas se for pelo meu papai, eu vou!

− Então vamos logo, eu sou cardíaco. − Yoongi voltou da cozinha, com uma frigideira em mãos, e a determinação animalesca.

− Cara, pra quê essa frigideira? − Taehyung perguntou, com as sobrancelhas erguidas.

− Precaução. Nunca se sabe que tipo de embustes iremos encontrar no caminho. − Yoongi deu de ombros.

− E eu tenho um taco de baseball na mala. − Hoseok reforçou, observando Hyosun abrir a boca em formato de "O".

− Desde quando você joga baseball? − Taehyung perguntou, fechando a porta.

− Eu já disse: precaução. − Hoseok reafirmou.

(break of time)

Minutos depois, ambos já estavam dentro do carro, com a adrenalina ao máximo, e mentes especulativas e curiosas.

Hyosun mantinha o corpo preso a cadeirinha no banco dos fundos, e Hoseok quase devorava os dedos enquanto mantinha o indicador em sua boca.

− Eu pergunto, volto e depois saímos, sim? − Yoongi montou um planinho, rapidamente.

− Não! - Taehyung negou. − Você é descontrolado e imprudente, alguém precisa ir com você!

− E porque você não vai, Taehyung-ssi? − Hoseok perguntou, confuso.

− O pai do Jungkook não pode nem sonhar que eu estou por aqui. − Taehyung mordeu o lábio inferior, apreensivo.

− Tá, tá, tudo bem. Tudo eu nessa merda. − Hoseok respondeu, abrindo a porta do carro. - Vamos, amor.

Yoongi grunhiu, um tanto nervoso, observando Hoseok caminhar ao seu lado rapidamente, fazendo questão de entrelaçar ambos dedos em apreensão.

− Porque eu estou tão nervoso? − Hoseok perguntou, confuso. − É só um homem.

− Não é só um homem, é o homem. − Yoongi deu de ombros.

Antes que Hoseok pudesse responder alguma coisa, o baixinho já se encontrava batendo na porta que nem um condenado.

− Jungkook! Jungkook! − Yoongi gritou, dando mais algumas batidas.

Quando pareceu ser o suficiente, a porta fôra aberta, revelando um Jungkook desgastado, com ambas olheiras abaixo dos olhos, além de uma mancha arroxeada enorme em seu maxilar.

− Credo, chefinho. Você tá bem? − Hoseok perguntou, confuso.

− Olha aqui, você vai me dizer onde foi que o Jimin se meteu, se não eu vou cometer um crime de ódio. − Yoongi ameaçou, nervoso.

− Sobre o Jimin... − Jungkook engoliu em seco, mas antes que pudesse responder alguma coisa, seu corpo fôra empurrado por um homem mais velho.

− Boa noite, Hoseok. Boa noite, rapazinho esquisito. − Ele começou, rígido e ignorante.

− Boa noite o caralho! − Yoongi resmungou, aproximando-se do homem.

− Tenha modos! Você sabe com quem está falando? − Jungwoo perguntou, erguendo uma sobrancelha.

− Olha aqui, eu não ligo se você é o papa ou o homem mais famoso desse universo... − Começou. − Se não me disser pra onde o Jimin foi quando saiu dessa casa, eu vou enfiar esse seu cinismo no único lugar do seu corpo onde o sol não brilha.

− Desculpa, Jungwoo-ssi. − Hoseok puxou o menor para o seu lado. - Só queríamos perguntar se o senhor viu o Jimin, sim? Me desculpe por ele.

− Park Jimin? − Jungwoo perguntou, observando Hoseok assentir. − Saiu não faz nem uma hora.

− E o que é que ele veio fazer aqui? − Yoongi perguntou, desconfiado, cruzando os braços.

− Bater um papinho com o sogro e com o namorado. − Jungwoo deu de ombros. − Agora se me dão licença, tenho que ir.

E a porta fôra fechada na cara de ambos na velocidade da luz, acarretando um Yoongi indignado e com as mãos na cintura.

− Ele bateu a porta na nossa cara. - Foi a primeira coisa que disse, surpreso.

− O Jungwoo não é um pai muito legal. - Hoseok comentou. − Vamos, amor.

− É... Vamos. − Yoongi engoliu em seco, inclinando o olhar sobre a porta novamente. − Não parecia que ele estava falando a verdade.

− E é por isso que precisamos achar o Jimin. Pra tirar essa história à limpo. − Hoseok reforçou.

− Você viu a carinha do Jungkook? − Yoongi perguntou, confuso. − Ele estava machucado. Muito malzinho mesmo. Será que eles terminaram?

− Terminaram? − Hoseok arregalou os olhos. − Não! Isso não pode acontecer! Jungkook e Jimin são tipo cereal com leite; a melhor mistura!

− Você tem razão. − Yoongi assentiu. − Então porque ele parecia tão tristinho? Eu garanto que o Jimin nao deixaria ele naquelas situações se nada tivesse acontecido.

− Talvez não tenha sido necessariamente o Jimin... − Hoseok comentou, abrindo a porta do carro.

Yoongi soltou um longo suspiro. Park Jimin sumido era ter o mínimo de respostas sobre a sua vida.

Jimin era tudo. Literalmente. Era o seu melhor amigo, o pai da criança que mais amava nessa terra, seu companheiro de quarto, seu companheiro de vida.

Se havia uma conquista que Yoongi havia tido sem Park Jimin ao seu lado para apoia-lo, era um milagre.

Apesar de ambos terem namorados, eram suas caras metades, se sustentavam e davam amor um ao outro sem precisar necessariamente terem algo carnal, porque era aquilo que melhores amigos faziam.

Jimin podia estar o mais triste possível, e Yoongi certamente daria a volta ao mundo para fazê-lo ficar feliz novamente, porque aquele bico tristinho definitivamente não combinava consigo.

Quando o menor apareceu à procura de um apartamento em conjunto, Yoongi sentiu-se estranho. Sentiu-se estranho porque sabia que aquilo não ia rolar, nem se tentassem.

Mas rolou, rolou o suficiente. Meses depois ambos já estavam grudadinhos como nunca. Dividindo segredos e frustrações. Até mesmo, compartilhando da vida amorosa.

Jimin importava como um inferno, e perdê-lo tão cedo nunca faria parte da sua lista de desejos e necessidades, naquela noite, iria até o fim do mundo para salvar seu amigo.

Não poderia imaginar sensação pior do que ver Hyosun sem um pai, sem a mãe, e sem ninguém para sustentar-se a não ser Yoongi e seus dois namorados.

Não seria o suficiente. Hyosun e Jimin possuíam uma ligação intensa de carga emocional compartilhada, aquela garota era definitivamente uma versão mirim do seu pai.

Nada poderia acontecer. E Yoongi tentou raciocinar sobre isso, mas, no mesmo momento, seu rosto fôra acertado por uma sacola plástica que veio junto ao vendo.

− Ai, porra! − Gritou, assustado, retirando a mesma do seu rosto, observando o logotipo parecido.

− Isso voou daquela árvore. − Hoseok apontou para a árvore em frente à mansão mais próxima.

− Espera! − Taehyung gritou, estendendo o braço para retirar a sacola das mãos do namorado. − Eu já vi esse logotipo.

− Esse desenhozinho é da lojinha favorita de compras do papai! − Hyosun comentou. - Eu adoro esse gatinho!

− Seu papai faz compras nessa lojinha? − Hoseok perguntou, observando a mesma assentir. − E você vai com ele?

− Sim! − Hyosun assentiu, confusa. − A última vez que fomos encontramos aquele amigo do papai.

− Que amigo? − Yoongi perguntou, desconfiado.

− Aquele das orelhonas! − Hyosun tocou a própria orelha. − Que tem olhos grandes e castanhos!

− Jesus! − Taehyung proclamou, assustado. − Não acho que tenha acontecido algo com o carro do Jimin.

− Chanyeol. − Foi a primeira coisa que Yoongi falou. - Meu Deus, ele pode ter levado o Jimin.

− Ele já tinha falado algo relacionado ao Chanyeol querer se vingar do Jungkook, você lembra? − Hoseok perguntou a Yoongi, que assentiu.

− Da mesma forma que o Jungkook supostamente tirou a Yoora de si, ele quis tirar o bem mais precioso dele. − Taehyung mumrurou. − Precisamos encontrar o Jimin o mais rápido possível.

− Polícia? − Hoseok perguntou, estendendo o celular.

− Não! − Yoongi negou. - Pode ser perigoso se chamarmos.

− Gente, o Chanyeol mora bem ali. − Taehyung apontou para uma das mansões da rua. - Mas, eu não acho que ele realmente tenha levado o Jimin pra lá, visto que ele soubesse que desconfiaríamos dele no mesmo momento.

− E pra onde ele o levaria? − Yoongi perguntou, confuso.

− Essa casa é uma herança. − Taeyung falou. − Quando a Yoora morreu, deixou o único apartamento que mantinha para ele.

− E como você sabe disso? − Yoongi perguntou, confuso.

− Eu estava lá quando leram o testamento... − Taehyung suspirou. − Eu estava lá o tempo todo.

− E onde fica esse apartamento? − Hoseok perguntou, acariciando os cabelos de Hyosun, que já estava aos prantos novamente.

− Não muito longe. − Taehyung passou uma das mãos pelos cabelos. − Vamos logo. É a nossa única chance.

E todos entraram no carro novamente, dando partida no mesmo minuto, com os corações acelerados e um único sentimento dominando seus sentidos: Esperança.

Taehyung passara a viagem toda com as sobrancelhas erguidas e a cabeça perdida em pensamentos.

Já Yoongi, mordia o lábio desesperadamente e brincava com o tecido de pano da calça que vestia.

Hoseok, por outro lado, tentava manter Hyosun distraída, enquanto murmurava palavras doces e acariciava seus cabelos.

Hoseok era o melhor com crianças, afinal.

Sempre sonhou em ser pai, ter uma criança pra cuidar, fazer uma família, ter um marido ou uma esposa, ter alguém pra distribuir amor.

Queria que Jimin fizesse parte disso tudo também, então era essencial ter sua presença na vida dos garotos.

Jimin era único. Do tipo que faz falta em todas as reuniões de amigos, que faz falta na vida diária de todo mundo, daquelas pessoas que a gente para pra conversar uns minutos na rua e faz todo o resto do dia valer a pena.

Era uma figura, afinal. Nada poderia lhe acontecer, não dessa forma cruel, não com o seu corpo sendo disputado que nem um pedaço de carne, usado para vingança.

− Nós chegamos. − Taehyung estacionou em frente ao prédio, engolindo em seco.

− Ótimo! Então vamos! − Yoongi gritou, nervoso, abrindo a porta do carro de uma só vez, com as mãozinhas tremendo.

− Não, espere! − Hoseok saiu do carro, com a criança nos braços, desesperado. - O porteiro não vai nos deixar entrar se dermos nossos nomes verdadeiros.

− Você já ouviu falar em disfarce? − Yoongi ergueu a sobrancelha, insinuativo.

− E do que nos disfarçaríamos? − Hoseok perguntou, confuso.

− Tem alguma loja de conveniência aqui perto? − Yoongi perguntou, confuso.

− Sim. − Taehyung assentiu. − E uma porta nos fundos.

[break of time]

Hoseok riu de nervoso, desesperado, enquanto tentava se equilibrar nos saltos e segurar nos ombros de Yoongi, que repassava o plano mais uma vez.

− Você tá uma linda mulher, se te faz melhor. − Taehyung tocou seu ombro, compreensivo.

− Eu peço encarecidamente pra que você vá se foder. − Fez uma careta. - O Jimin vai me pagar quando isso tudo acabar.

− Hoseok-ssi, você tá tão bonito! − Hyosun falou, soltando uma risadinha. − Já pode ser a minha mamãe!

− Se eu conseguir equilibrar nesses saltos garanto que serei sua mamãe. − Hoseok riu, de nervoso.

− Certo. Vamos revisar uma última vez, sim? − Yoongi perguntou, aproximando-se.

− Não precisa! Vamos logo com isso! − Hoseok fez uma careta, arrumando o vestido em seu corpo, e a peruca preta longa em sua cabeça.

Taehyung sorriu em sua direção, lhe dando um breve selinho, assim como Yoongi, antes de ambos seguirem para a região dos fundos.

Hoseok suspirou, começando a caminhar subitamente em direção a portaria com um sorriso no rosto.

Quando a porta de entrada deu a devida passagem, caminhou em direção a segunda porta de vidro, mas, a mesma não havia destrancado.

Hoseok olhou para trás, com os lábios franzidos, e bateu uma palminha singela, observando o porteiro olhar em sua direção, confuso.

− Boa noite. − O rapaz sorriu em sua direção. − Posso ajudar você?

− É... Então... − Hoseok pigarreou, aproximando-se do balcão, mordendo os lábios repletos de batom. - Sou a senhorita Kim.

− Okay, senhorita Kim. − O rapaz murmurou, desajeitado. − Está procurando por alguém?

− Estou, na verdade, sabe? − Hoseok sorriu, nervoso. Observando o rapaz o olhar com curiosidade, esperando dizer quem era. − Estou procurando um namorado.

− Um namorado? − O porteiro perguntou, confuso. - Isso não faz sentido algum, moça.

− Me diga... − Hoseok inclinou-se sobre o balcão, chamando a atenção do homem. − Você tem alguma namorada, meu anjo?

- E-eu não tenho... - Ele respondeu, um tanto desgrenhado. - Porque?

− Porque não? − Hoseok levou uma das mãos até os cabelos, o escondendo atrás da orelha. − Um homem tão bonito como você deveria ter uma namorada.

O porteiro rapidamente arqueou as sobrancelhas e baixou a cabeça, envergonhado.

− É que... − Pigarreou. − As pessoas não costumam me notar muito, sabe?

Hoseok levou o olhar até as câmeras de segurança atrás do porteiro, observando Yoongi, Taehyung e Hyosun tentando abrir as portas do fundo com uma chave de fenda, enquanto forçavam e giravam a maçaneta.

− O que você tá olhando? − O porteiro perguntou, quase virando-se de costas.

− AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. − Hoseok gritou, desesperado, forçando o salto para baixo. − Meu salto! Meu salto! Ah, meu pé!

Apoiou-se contra a mesa, forçando uma cara de dor, enquanto o porteiro o olhava, desesperado.

− O que houve? - Perguntou, desesperado. - Oh, meu deus, senhora, eu já estou indo!

− Anda logo, seu imprestável! - Hoseok gritou, desesperado.

Quando o homem atravessou os portões, Hoseok observou os três espiões conseguirem adentrar o local, fechando a porta em seguida.

O porteiro passou as mãos por baixo da sua coxa, o levantando em seguida, adentrando a cabine da portaria com o menor nos bracos.

Hoseok sentiu seu bumbum contra a cadeira acolchoada, enquanto seus pés eram pressionados contra o chão.

− Só um segundo... Tenho uma caixa de primeiros socorros aqui. − O rapaz falou, inclinando-se contra a bancada de vidro.

− Amigo, tempo definitivamente não é um problema. − Hoseok murmurou para si mesmo, juntando as duas mãos em frente ao corpo.

− Então... − Aproximou-se com a caixa em mãos, ajoelhando-se em frente ao moreno. − Vamos ver esse seu pé.

Quando Hoseok retirou os pés do salto, primeiro suspirou pelo alívio de não estar com os dedinhos pressionados contra o interior de um sapato estreito, e depois amedrontou-se pelo medo de ser descoberto.

− Wow! − O porteiro falou, um tanto surpreso. − Você tem pés... Másculos?

− Está me chamando de homem? − Hoseok ergueu uma sobrancelha, indignado.

− Claro que não! − O rapaz defendeu-se, assustado, mas pegou-se surpreso ao olhar para a ondulação acima do vestido do menor. − I-isso é um...

− Um o quê? − Hoseok olhou para baixo, tampando as partes intimas com as mãos.

− V-você... − O porteiro inclinou-se para trás, confuso. − É...

− Tá, tá, tudo bem, porra, você me pegou. − Hoseok revirou os olhos.

− Então você é... − Continou apontando, até que finalmente chegou até a parede, chocando as costas ali.

− Hemafrodita. − Hoseok assentiu. − Sou.

− Hemafrodita? − O porteiro ergueu as sobrancelhas, desconfiados. − Por favor, não minta pra mim...

− Tá, eu poso ter mentido sobre isso também. − Hoseok meneou a cabeça de um lado para o outro, frustrado. − Mas, antes que você pegue uma arma ou ligue pra polícia, eu preciso de sua ajuda.

− Quem é você? − Perguntou, confuso. − Está armado? Vou precisar fazer uma revisão.

− Você realmente não precisa fazer. − Hoseok suspirou, levando uma das mãos até a peruca, retirando com certa delicadeza, exibindo seus fios agora escuros.

− Oh, meu deus... − O porteiro colocou uma das mãos na boca, surpreso. − Porque Jung Hoseok está na minha cabine e vestido de mulher?

− Eu preciso que me leve até o quinto andar, no apartamento de Park Chanyeol. − Hoseok falou, levantando-se. − Me desculpe por te enganar, achamos que iria ser mais fácil dessa forma.

− Achamos? − O porteiro perguntou, levando os dígitos até as chaves em seu bolso.

− Olha... − Hoseok suspirou. − Tem um sequestro acontecendo agora mesmo nesse prédio, e se você não me levar até lá eu juro por Deus que conto pra todo mundo que você deu em cima de um homem, uh?

− N-não precisa! Não precisa! Vamos! − O porteiro finalmente deu o braço a torcer, indo em direção as escadas na velocidade da luz.

(break of time)

− Park Chanyeol! − Yoongi gritou, deixando batidas estéricas na porta alheia. − Eu juro que se você não abrir essa porta em um minuto eu vou arrombar essa fechadura e enfiar ela no seu...

− Yoongi! − Taehyung gritou, tentando acalmar o namorado, assim como Hyosun, que já se encontrava grudada na perna alheia.

− Larga, Hyosun! Eu quero salvar o seu pai! − Yoongi sacudiu sua perna com pouca força, tentando retirar a garota dali.

− Yoongi, por favor... − Taehyung segurou sua mão, apreensivo. − O Hoseok já deve estar chegando, sim? Ele vai estar com a chave!

− E se esse não for o apartamento? − Yoongi perguntou. − E se você não estiver realmente lembrado de toda a situação de anos atrás?

− Você sabe que a minha memória é boa... − Taehyung agachou-se para acariciar os cabelos da menor. − Além disso, temos o prédio todo pra vasculhar.

− Minha intuição de filha me diz que o papai está ai dentro. − Hyosun assentiu. − Mas se o Yoongi não parar de encher o saco com essa frigideira...

− Eu vou cometer um crime de ódio, é isto! − Yoongi gritou, irritado, batendo na porta mais uma vez. − Vamos lá, Chanyeol, você não é surdo, mas se eu entrar ai dentro, vou te fazer ficar de tanto que vou gritar nesse seu ouvido.

− Gente! Gente! Calma! − Hoseok gritou, finalmente, caminhando em direção a ambos com o porteiro atrás de si, com o par de saltos em mãos.

− Desculpa, mas, quem são vocês e como conseguiram entrar aqui? − Perguntou, assustado.

− Ah, oi. − Taehyung sorriu em sua direção, erguendo o braço para comprimentá-lo. − Eu sou...

− Kim Taehyung! − Arregalou os olhos, sacudindo ambas mãos com certa força.

− Tá, tá, já entendemos! − Yoongi revirou os olhos. − Tá tendo uma puta reunião celestial de deuses da moda aqui. Mas, será que podemos voltar ao assunto principal?

− Oh, sim, claro. − O porteiro retirou as chaves do bolso, enfiando na maçaneta. − E se estiverem armados?

− E daí? Eu sou imortal! Abre essa merda logo. − Yoongi resmungou, posicionando-se com a frigideira em mãos.

− Não tem como ele usar armas, é tão indefeso quanto uma formiga. − Taehyung revirou os olhos. − Capaz de atirar nos próprios pés se conseguisse uma.

− Abre logo, moço! − Hyosun gritou, desesperada.

Quando a porta fôra aberta, Yoongi a empurrou com força, adentrando a sala como um furacão tenebroso e sombrio, prestes a destruir tudo que viesse pela frente, já pensando no possível estado do melhor amigo.

− Chanyeol, o jogo acabou! − Taehyung gritou, observando Hyosun e Hoseok esconderem-se atrás de si.

− Eu tenho uma frigideira e não tenho medo de usá-la! − Yoongi continuou gritando, aproximando-se do corredor mais próximo. − Ela é da polishop!

Antes que pudessem movimentar-se mais uma vez, o barulho de algo caindo dentro do quarto fôra ouvido, tão alto quanto o grito assustado e grosso aderente ao quarto.

− Sangue de Jesus tem poder! Vai quebrando senhor toda a feitiçaria! − Hoseok gritou, assustado.

− Cala essa boca, Hoseok. − Hyosun revirou os olhos.

Yoongi levou uma das mãos até a maçaneta e surpreendeu-se ao encontrar a porta destrancada, empurrando-a com força o suficiente para que desse de cara com a cena em sua frente, e apoiasse as duas mãos na cintura, confuso, pronunciando um indiscreto:

− Mas que porra está acontecendo aqui?

°~°

oi gente, era pra esse capítulo ter 6k, mas infelizmente teve aproximadamente 4.7k

acontece que quando eu terminei o capítulo, salvei e fiz tudo bonitinho, o wattpad simplesmente apagou tudo e eu tive que reescrever :( por isso, perdoem a demora e a qualidade

e ah! sei que muito de vocês provavelmente estão enjoados de redemption mas esperem um pouquinho que em 4/5 capítulos ela chega ao fim :c

ah, outra coisinha, eu postei uma oneshot jikook bem curtinha, se vocês quiserem ir ler vou ficar muito agradecida!!11

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