76: apology

🌸 leiam as notas finais 🌸

boa leitura!

°~°

– Vamos começar com o básico. – Taehyung proferiu, despertando a atenção do menor.

Faltavam apenas algumas semanas para a premiação, e tudo teria que ser combinado e programado com cautela, com um tempo relativamente prévio.

Jimin olhou ao redor do longo palco à sua frente, enquanto sentia seu peito subir e descer com o nervosismo a crescente em seu corpo.

Taehyung havia uma sala com simuladores de premiações, com direito à palco incluso. E claro que não tinha espaço para a mesma estrutura, mas possuía todos os degraus, e altura da imensidão escura do chão.

– Como você tem certeza de que irão chamar pelo meu nome? – Jimin perguntou, um tanto afoito com a convicção.

– Porque você vai ganhar. E se eu estou dizendo, é porque vai acontecer. – Taehyung respondeu na mesma hora, caminhando em sua direção.

Seu chefe era um tanto diferente em relação ao seu estado de amizade habitual. Apesar de parecer demasiado distraído, Taehyung tinha sua postura como um trabalhador.

E era uma bela de uma postura, o que incluía seu caminhar lente, sorriso sarcástico e as roupas extremamente estilosas, cabíveis ao seu corpo como se fossem feitas e costuradas ao seu corpo.

Era algo comum entre todos os chefes de moda que havia conhecido. Todos eles assumiam um papel no trabalho, um personagem no qual não tinha nada haver com o que eram na vida pessoal.

Jimin nunca imaginou que por trás de um Jungkook sério e calculista, havia um rapaz amado e amedrontado com tudo que acontecia na vida real, que lhe fazia carinhos na cabeça e o beijava quando o pegava desprevenido.

Taehyung era do mesmo jeitinho, apesar de ser um tanto sarcástico, assumiu sua posição afetiva desde que arranjou dois namorados que o enchessem de amor e carinho, arrependendo-se seriamente de nunca ter corrido atrás antes.

Quando se pegou de cara com a situação, Taehyung já estava em sua frente, o observando com a feição séria.

Rapidamente, levou os dedos até o queixo do mais velho, e ergueu seu rosto. – É muito melhor assim.

Jimin abriu um leve sorriso ao ver o sinal adorável que o moreno possuía abaixo do nariz, que transparecia todas as vezes em que erguia um pouco a cabeça, como havia o acompanhado.

– Sorria. – Taehyung falou, assentindo. – Você precisa sorrir com todo o seu coração, precisa deixar suas emoções momentâneas assumirem o seu corpo nessa hora.

– Então, eu só preciso ser eu mesmo? – Jimin perguntou.

– Não, anjo. – Taehyung respondeu, de imediato. – Você precisa fingir que está sendo você mesmo.

– Eu não entendo, Taehyung. – Jimin murmurou, um tanto envergonhado pela situação.

– Assuma sua adrenalina, mas, não deixe ela te dominar, porque você pode ficar exaltado e causar uma cena. – Taehyung explicou.

– Como assumir um personagem? – O menor perguntou, começando a entender o raciocínio alheio.

– Como assumir um personagem. – Taehyung assentiu, retirando os dedos do queixo do menor.

Juntou as duas abas do casaco em que usava, enquanto caminhava em direção ao palco com um ar superior.

– Você precisa parecer natural, entende? – Taehyung explicou. – Precisa aumentar seu ego pra que possa dominá-lo.

– Ego. Essa é uma coisa muito evidente em mim. – Jimin falou, sem retirar os olhos de si.

– O que torna tudo ainda mais fácil. – Taehyung respondeu, sorrindo, um tanto oblíquo. – Você sabe o que significa o "Ego", Jimin-ssi?

– É como um instinto natural de enaltecer à nós mesmos? – Jimin respondeu, mas acabou soando como uma pergunta.

– Nada disso, meu anjo. – Taehyung respondeu, tomando a cabeça para o lado. – Venha até aqui.

Jimin assentiu, tentando parecer calmo enquanto caminhava em direção ao moreno, acima do palco, subindo os degraus de forma cautelosa.

– Eu vou perguntar novamente. – Taehyung murmurou, para que o menor ouvisse com mais atenção.

– Vá em frente. – Jimin respondeu, engolindo em seco.

– Você sabe o que significa o ego, Jimin-ssi? – Taehyung perguntou, novamente.

Jimin abriu a boca, mas, rapidamente à fechou, ficando sem palavras por alguns momentos, porque nada que vinha em sua cabeça formulava uma resposta objetiva.

– O ego é o nosso maior inimigo. – Taehyung falou, objetivo. – O seu ego, é você. E você, é o seu único adversário, sempre.

Jimin assentiu rapidamente, o observando com os olhinhos brilhando, porque Taehyung parecia tão sábio aos seus olhos.

– Existe um homem... – Taehyung murmurou, erguendo o indicador. – Seu nome era Thomas Hobbes.

– O homem é o lobo do homem. – Jimin automaticamente murmurou, e Taehyung ergueu as sobrancelhas em sua direção.

– Esperto. – Sorriu. – Você é o seu próprio lobo. E é claro que aqui, estamos falando de um ponto de vista social.

Taehyung piscou algumas vezes, logo depois, ultrapassou ao lado do corpo do menor, chamando sua atenção.

Jimin deu um passo para trás, o observando enquanto caminhava em direção a lateral da sala, estendendo às mãos para alcançar a garrafa de vinho e derramar o líquido dentro da taça de cristal.

– Nós, homens, nunca podemos esquecer de que estamos encenando. – Taehyung falou, aproximando-se do palco. – Somos lobos. Instintivos, vítimas da luxúria, do deleite, e de tudo que somos capazes de alcançar.

Seguiu o olhar no moreno, até que ele parasse em frente ao palco, enfiando uma das mãos no bolso, enquanto olhava para Jimin fixamente, como se mantesse toda a platéia em seus olhos.

– Se um lobo tem influência sobre o outro, sobre os instintos, sobre as ações, sobre as maliciosidades. Quem garante que não faríamos isso com nós mesmos? – Perguntou, habilidoso.

Jimin continuou ouvindo, como se aquela fosse a maior lição de toda a sua vida.

– Esse é o ego. Esse é todo o seu papel, te dominar, e te fazer subir nesse palco como se nada pudesse te derrubar, nada pudesse te deleitar em luxúria, nada pudesse manter influência sobre você. – Taehyung falou.

A postura do menor indicava que ele realmente estava nervoso com sua indicação, e que manter uma pressão sobre si era inútil. Então, ele realmente precisaria iniciar as lições básicas de como tudo funcionava.

– Então, deixe-me reformular a pergunta, mais uma vez. – O moreno deu mais um gole em sua taça de vinho, lubrificando os lábios. – O que o ego significa pra você?

– O meu ego, é o meu lobo. – Jimin respondeu. – Eu sou o meu próprio lobo, eu sou o meu ego.

– Estou orgulhoso. – Taehyung sorriu, assentindo calmamente, balançando a cabeça para cima, e para baixo.

– Porque você fez a mesma pergunta três vezes? – Jimin perguntou, um tanto confuso. – Sobre o ego.

– Simples. – Taehyung deu de ombros. – Quando eu perguntei pela primeira vez, você sabia a resposta, mas não sabia formular.

– Continue... – O incentivou, observando suas expressões com calmaria.

– Se eu te pergunto pela segunda vez, enquanto estou falando, enquanto ressalto que vou fazer a mesma pergunta, sua mente tem o instinto natural de procurar a resposta dela de forma mais rápida. – Taehyung explicou.

– Como foi que você ficou tão inteligente? – Jimin ergueu as sobrancelhas, impressionado.

– Como foi que você ficou tão cabeça-dura? – Taehyung perguntou, soltando uma risadinha no fim da frase.

– Que ofensa, Taehyung. – Jimin negou, abrindo outro sorriso.

– Estou aqui pra te abrir a mente, pra que faça uma boa performance, pra que faça um bom discurso. – Taehyung respondeu, óbvio.

– Eu vou ter que fazer o meu próprio discurso? – Jimin perguntou, com os olhos arregalados em direção ao moreno.

– E porque não faria? – Taehyung perguntou. – Suas perguntas estão me deixando absorto.

– Porque... – Jimin murmurou, tentando achar uma resposta. – Eu sou tão amador, tão... Novato.

– Aí está! Aí está! – Taehyung gritou, assustando o menor, que levou as mãos ao peito.

– Meu Deus, Taehyung, que susto da porra, vamos com calma! – Tentou não gritar, e o menor não pode evitar soltar uma risadinha.

– Você é uma graça de funcionário. – Taehyung respondeu. – Não se julgue tanto, Jimin-ssi, você está aprendendo, está começando, é a chance da sua vida.

– Sim, eu sei, mas... – Jimin suspirou.

– Nada disso. – Taehyung ergueu o indicador, pedindo para que o menor parasse. – Existem três lições. Três amiguinhos que andam juntos o tempo todo. Você sabe quem são?

– Não? – Jimin respondeu, confuso.

– O ego, o poder, e a hegemonia. – Taehyung respondeu, tomando o último gole em sua taça.

– Poder. – O menor murmurou, memorizando.

– O que é ser poderoso pra você? – Taehyung perguntou, varrendo o menor com o olhar, enquanto caminhava em sua direção.

– Ter posse de algo. – Jimin respondeu, incerto do que viria a seguir.

– Ter poder é ter a plena consciência de que você tem em suas mãos, algo que ninguém mais pode ter. Se você fizer por onde, é claro. – Taehyung explicou.

– É possuir algo? Ter algo que ninguém mais tem? – Jimin perguntou.

– Não é sobre ter, anjo. É sobre exercer capacidade de modificar, ultilizar e destruir as coisas que adquirimos. – Falou, enquanto se aproximava-se das costas alheias.

– Se me permite...

Taehyung aproximou-se de suas costas, tão próximo que poderia colar seu peito ali, e então, segurou as mãos do menor, as levando em direção ao microfone em sua frente, fixando as mesmas ali.

– Feche os olhos, sim? – Taehyung pediu, apertando os dedos contra os de Jimin. – Agora me diga o que você sente.

Jimin apertou as duas mãos sobre o microfone, sentido a textura fria, o ferro, o material em suas mãos.

– Sinto a textura, o ferro, a temperatura. – Jimin respondeu, engolindo em seco.

– Não se trata de materialismo, Jimin. – Taehyung suspirou. – Se trata de possuir, de poder, de ter a capacidade. Entende?

– Oh... – Jimin assentiu. – Eu entendo.

– O homem acredita que o poder é algo dado, é algo em que ele possa segurar. – Taehyung explicou. – Mas, aqui em cima, segurando esse microfone, com o prêmio em mãos e uma multidão vibrando com sua conquista, o que você sente?

– Poder. – Jimin murmurou, arregalando os olhos, um tanto incrédulo. – Me sinto poderoso.

– E você nem precisa ter posse de algo pra que sinta essa sensação. – Taehyung complementou. – Se trata de... Sentir.

E era verdade. Ali em cima, sentia como se a única pessoa do mundo fosse ele, como se a atenção toda estivesse direcionada para si. E de fato, estava.

Mas, precisava se convencer de que precisava controlar todas as emoções possíveis naquele momento, porque sua situação emocional não era das melhores.

Jimin tinha a plena consciência de que aquele seria um dos momentos mais importantes de sua vida, e que qualquer deslize resultaria na perca total de sua moral.

Se tratava também da quantidade de pessoas e de quais pessoas estariam assistindo tudo aquilo. Jimin sabia que seu possível sogro também estaria lá, assim como sua filha, e todas as pessoas que amava.

– É um sentimento. O poder é um sentimento. É uma sensação, e é única. Em cima desse palco, você pode tudo, Jimin, você é tudo que importa, pelos poucos segundos da sua vida, então, nós realmente precisamos trabalhar nisso. – Taehyung falou.

– Você é um gênio. – Jimin continuou, abismado.

– Eu sei, eu sei. – Taehyung sorriu. – Você achava que esse rostinho aqui só pensava nas luxúrias da vida?

– Não vou mentir... – Jimin deu de ombros. – Eu achava mesmo.

– E você está certo. – O moreno soltou uma risadinha. – Mas, as vezes eu sirvo para o trabalho que tenho.

– Eu tenho certeza que sim. – O menor curvou os lábios, um tanto impressionado.

– Agora, nós vamos à hegemonia. – Taehyung o interrompeu. – Vamos fingir que estamos prestes a receber o prêmio, sim?

– Nós? – Jimin indagou, confuso.

– Sim. Eu e você, você e eu. – Taehyung respondeu. – Se você ganha um prêmio, parte do dinheiro vai pra quem te produziu, anjo.

– Ah. – Jimin assentiu. – Certo. Estamos ganhando o prêmio, vamos lá.

– Hegemonia se trata de influência. Se trata do que você vai falar, e que efeito isso vai causar nas pessoas. – Taehyung explicou.

– Oh, sim, o discurso. – Jimin assentiu.

– Quando um rei, uma rainha, ou uma figura pública dirige um discurso importante, televisionado, precisa ter a plena consciência do tipo de coisa que é preciso falar. – Taehyung explicou.

– Eu preciso abrir o meu coração, sim? – O baixinho perguntou, meneando a cabeça para o lado.

– Quase isso. – Taehyung sorriu. – Você precisa ser algo que as pessoas queiram ser, entende? Isso tudo faz parte do pacote. Repita.

– Eu preciso ser algo que as pessoas queiram ser. – Jimin repetiu, fielmente.

– Quando você está nesse palco, todos vão olhar suas roupas, suas falas, seus cabelos, maquiagem, e até mesmo, se os seus sapatos estão polidos. – Taehyung falou, direto.

– Essa é a parte que me amedronta. – Jimin murmurou. – Tenho medo de que tenha algo preso no meu dente, o que eu não esteja bonito o suficiente.

– Jimin, você tem poder, e ego. Isso é o suficiente, sim? Você estará bonito. Se bobear, o homem mais bonito de toda a festa. Relaxe. – Taehyung falou, aproximando-se da borda do palco.

– Eu vou tentar. – O baixinho respondeu, incerto.

– Quando você estiver aí em cima, quero que lembre de qualquer momento bom que tenha passado na vida. – Taehyung falou. – Nem que seja o devorar de uma pizza de calabresa.

– Porque? – Perguntou, curioso.

– Porque vai te ajudar a liberar sua expressão tensa. – Taehyung respondeu, óbvio. – Tem ideia do quanto sua expressão tá perplexa nesse momento?

– Está? – Jimin fez um biquinho. – Me desculpe, Taehyung.

– Não se desculpe, anjo. Tenha certeza que a primeira vez é sempre assim. E se queres ouvir algo verdadeiro, você está realmente pegando o jeito. – Taehyung ergueu o polegar, assentindo positivamente.

– É só que... – Jimin tentou conter um sorriso. – É tanta coisa pra assimilar que eu nem sei mais como me comportar, ou como ser uma figura pública.

– Você pega jeito. – Taehyung balbuciou. – Sabe, Jimin-ssi, você não precisa encarar a platéia como seus inimigos. Você precisa encarar como se fossem pessoas sedentas para seguir todos os seus mandamentos. Lá em cima, você é o manda-chuva.

– Sim, eu entendo. – Jimin suspirou, cravando os dedos contra o microfone.

– Então me dê um exemplo. – Taehyung ergueu as mãos, sorrindo de forma sapeca. – Você subiu no palco, está segurando o prêmio, e precisa agradecer.

– Certo. Tudo bem. – Asssentiu, fechando os olhos em seguidas.

– Apaguem as luzes! – Taehyung gritou, logo depois, o palco tornou-se escuro, com apenas o brilho do holofote em direão ao baixinho.

– Eu gostaria de agradecer á todos que me ajudaram a conseguir esse prêmio. Eu jurava que não iria ganhar nada, mas, agora eu acredito no meu potencial, acredito no nosso potencial. Agradeço também a todos os incríveis modelos que concorreram nessa categoria...

– Opa! Parou aí! – Taehyung ergueu o indicador, e o menor ergueu uma sobrancelha, engolindo em seco. – Anjo, você não precisa agradecer á eles.

– Mas são ótimos modelos! – Jimin protestou.

– E enquanto ao seu ego? E enquanto ao poder? A hegemonia? Você não acha que falando dessa forma sobre eles, dará ao público uma sensação de empatia forçada? Qual é, Jimin-ssi, todo mundo sabe que você está dando de ombros pra todos eles. – Taehyung respondeu.

– É verdade. – Jimin não pôde não assentir, enquanto mantia sua mente em foco novamente.

Era claro que estava nervoso, mas, não podia deixar a sensação tomar conta de si porque aquilo era demais para o público. Precisava demonstrar influência e humildade, abusar das palavras bonitas, e ainda sim, ter seu carisma natural.

– Esse prêmio não é somente meu, como também é de vocês, e tudo que eu tenho, é devido á empresa, e aos meus fãs. Vocês são demais, e espero revê-los, prometo que nunca os decepcionarei, e estarei sempre trabalhando duro para dar o meu melhor! Fighting! – Jimin completou, e Taehyung soltou uma breve risadinha.

– Está certo. Está certo. – O chefe bateu palmas, religando as luzes. – Você está indo muito bem, hyung. Tenho que certeza que daqui pra lá você estará incrível!

– Então, acabamos por hoje? – Perguntou, tateando o bolso à procura do celular.

– Estamos nisso à quatro horas, Jimin. – Taehyung suspirou. – Mas, e aí? Quer sair? A gente pode ir comer. Eu chamo o Yoongi, e o Hoseok, você chama o Jungkook.

– Não! – Jimin negou, e Taehyung fez uma careta. – Quer dizer, sim! Mas, não vamos sair pra comer.

– Ai, não inventa não. – Resmungou. – Da última vez que você inventou essas coisas eu acabei bêbado e jogado no chão.

– Como se beber fosse um problema pra você. – Jimin soltou uma risadinha. – Minha intenção é outra.

– E o que você quer fazer? – Taehyung cruzou os braços, caminhando em direção a porta, tentando esconder seu nervosismo.

– Pode ir parando aí. – Jimin tocou seu ombro.

– Uma pessoa não pode mais ter uma saída triunfal descente nessa vida? – Taehyung grunhiu. – Porque eu tenho que sofrer tanto?

– Você tá com o cu cheio de drama hoje, né? – Jimin riu.

– Queria estar com o cu em outra coisa, na verdade. – Taehyung piscou.

– Ai, credo, Taehyung. – Jimin empurrou seus ombros, suavemente. – Eu jurava que você era ativo.

– Eu sou o que as pessoas querem que eu seja. – Taehyung deu de ombros. – Mas, então, nós vamos fazer o que?

– Eu, não vou fazer nada. Mas, a madame vai fazer as pazes com o Jungkook. – Jimin sorriu, furtivo.

– Ah, não. Ah, não. Ah, não. Ah, não! – Taehyung negou, balançando a cabeça várias vezes seguidas.

– Por favor! – Jimin implorou. – Vocês tão nisso à tanto tempo, Taehyung. E vocês conversaram lá em casa. Ele quer fazer as pazes, você não ouviu? – Continuou.

– Não. Eu tenho vergonha. – Taehyung continuou em negação. – Fiz uma coisa muito feia. Menti, e magoei ele.

– E daí? Não quer dizer que você vai fazer de novo! – Jimin o repreendeu. – Taehyung, fora eu, e os meninos, quais são os amigos de verdade que você tem agora?

Taehyung juntou os dois dedinhos em frente ao torso, e baixou a cabeça, um tanto entristecido. – Poucos.

– E você não sente falta? – Perguntou. – Sinceramente, Taehyung. Levando em consideração a forma de como todos falaram sobre a amizade de vocês, tenho certeza que é maior que isso. Não deixe que um erro do passado defina você. 

– Ela é... – Taehyung murmurou. – Mas, não é tão fácil assim, sabe? Eu vejo o antigo Jungkook. Eu vejo que você o trouxe de volta. Mas, eu já vacilei com o antigo, e agora que ele voltou, não quero que ele se magoe novamente.

– O antigo Jungkook nunca foi embora. Ele sempre esteve aqui, só estava adormecido. – Jimin respondeu, certeiro. – Estava desacordado, esperando para que alguém o despertasse novamente.

– Você o despertou. – Taehyung falou.

– Assim como você. E como o Yoongi, e o Hoseok, e a Jungwa. – Jimin sorriu. – Você tem que fazer parte da vida dele novamente, Taehyung, independente do que tenha acontecido.

Taehyung suspirou, antes de olhar para o menor com os olhos lacrimejantes, e a boca comprimida.

– Tudo bem... – Murmurou. – Vamos logo antes que eu desista.

– That's my boy.

[break of time]

– Se nervosismo matasse, eu estaria morto. – Taehyung engoliu em seco, observando Jimin erguer as mãos para bater na porta.

– Fica nervoso não, anjo. – O menor sorriu, esgueirando-se contra a janela ao lado, observando a televisão ligada. – Ele deve estar no banho.

– Ótimo! Pelo menos eu tentei! Vamos embora! – Taehyung comemorou vitória.

– Fique aqui. – Jimin resmungou, segurando a gola das vestes alheias.

– Meu deus, eu só devo ter jogado pedra na cruz pra merecer isso. – Seu chefe grunhiu, ansioso.

– Jungkook, meu bebê, abre a porta! – Jimin gritou, batendo algumas vezes.

– Eu só devo ter sambado no santo sepulcro! – Taehyung resmungou.

– Jungkook! – Jimin gritou novamente, claramente irritadiço.

– Vamos, hyung, não tem ninguém aí. – Taehyung puxou seu braço, desistindo.

– Tenha calma, ele vai aparecer! – Jimin puxou o braço, fazendo uma careta.

– Porra, Jimin. Eu te dou a mão e você quer o braço. – Resmungou.

Ambos já estavam cansados de esperar, quando a porta finalmente foi aberta, revelando um Jungkook com os cabelos molhados, e lábios entreabertos. Jimin não pode evitar sorrir e olhar para Taehyung ao seu lado.

– Ah, não. – Jungkook murmurou, tentando fechar a porta.

– Ah, sim! – Jimin o interrompeu, empurrando a porta para dentro novamente. – Se não ouvir, não tem sexo por um mês.

– Ah, sim! Que ótimo ver você, Taehyung! – Jungkook gritou, finjindo animação, arrancando uma risadinha sapeca do menor.

– Eu queria deixar claro que não me submeti a isso por livre e espontânea vontade! – Taehyung se defendeu.

– Entrem logo. – Jungkook abriu a porta, dando passagem para os dois rapazes.

– Meu bebê. – Jimin jogou-se contra o torso alheio, inspirando o cheiro de lavanda consequente ao sabonete que o moreno usava. – Cheiroso.

– Senti sua falta.

Jungkook o apertou contra si, abrindo um sorrisinho em sua direção, deixando um selinho breve em seus lábios.

Jimin sorriu, apertando ainda mais o torso do moreno contra si. Feliz pela sensação de sentir-se quentinho, feliz por Jungkook ser tão maravilhosamente carinhoso.

Era interessante ter de pensar naquilo. Sobre os efeitos do transtorno, Jungkook era impassível, extremamente controlador e violento, mas, sobre os encantos do seu estado natural, não passava de um rapaz encantador, carinhoso, que merecia o mundo todinho.

– Se vocês não se importam, eu tô morrendo de fome e ver vocês dois se agarrando alimenta o meu desgosto. – Taehyung pigarreou.

– Não fica de mau humor não, bebê. Tua noite vai acabar bem. – Jimin sorriu, puxando seu braço em direção ao sofá aveludado do moreno.

Jungkook fitou Taehyung rapidamente, antes de baixar a cabeça e suspirar. – Certo. Vamos comer alguma coisa. O que vocês querem comer?

– De baixo do seu teto eu tenho é medo de ser envenenado. – Taehyung debochou.

– Bem que eu queria. – Jungkook franziu os lábios, em um breve sorriso sem mostrar os dentes. – Muito engraçado você.

– Eu não acho que eu deva ficar aqui e observar a discussão de vocês. – Jimin falou, observando Jungkook ir até a cozinha.

– Não. – Taehyung negou. – Muito pelo contrário, Jimin-ssi. Eu acho que você merece saber de algumas coisas, e também precisa impedir que nós sejamos incompreensíveis.

– Não dessa forma. – Jimin fez uma careta. – E se... sei lá eu acho que isso talvez seja uma coisa muito pessoal. 

– Jimin, ambos confiamos em você, só fica caladinho, okay? – Taehyung sorriu, nervoso. 

– Vou ficar caladinho, prometo. – Jimin murmurou.

Minutos depois, Jungkook voltou, um pouco sem graça, segurando uma caixa de pizza, e a colocando em cima da mesa de centro, sentando no outro canto do sofá, com a parte inferior da coxa apoiada na panturrilha.

– Pizza? – Ofereceu, e Taehyung assentiu, assim como o menor, que juntou seus pedaços e assistiu a situação, esperando o barraco.

– Não vou conseguir comer. – Taehyung negou. – Estou ansioso. Então, vamos acabar com isso logo.

– Certo. Eu também não. – Jungkook concordou, balançando a cabeça rapidamente. – Vamos acabar com isso logo.

Ambos rapazes possuíam uma imensa demanda de desculpas à resolver, e Jimin acreditava fielmente que tudo aquilo poderia se resolver porque a amizade sempre é mais forte que qualquer situação.

As vezes, nós precisamos ser gratos e nos dar conta de que realmente precisamos de um amigo nas horas vagas. E bem, era óbvio que os dois sentiam falta disso.

Jungkook tinha Jimin, Taehyung tinha seus namorados, mas a amizade verdadeira, o melhor amigo, aquele com quem você sempre podia contar, torcia para que fosse reabilitada novamente.

Correndo entre as veias e as intenções sinceras de Taehyung ali, apesar de tanta hesitação - que haviam aparecido somente pelo constrangimento - teriam de servir, assim como suas desculpas de coração aberto.

Jungkook e Taehyung sempre foram entre Namjoon e Seokjin, os mais próximos, apesar do laço recorrente de amizade entre os quatro.

Jimin observava a situação com os dois dedinhos cruzados, enquanto as pernas de Taehyung tremiam como um inferno.

Já Jungkook, mordia o interior das bochechas, se pegando desprevenido ao perceber que, na verdade, estava torcendo para que tudo desse certo.

°~°

gente, eu preciso explicar uma coisinha pra vocês agora, tudo bem?

estamos em reta final, e se eu fosse postar o capítulo todo ficaria grande e cansativo para todos nós, tanto pra mim que tenho que corrigir, quanto pra vocês, que estão lendo.

então vamos fazer o básico: um capítulo do tamanho normal com fácil entendimento e detalhação para que não pese na cabecinha de vocês na hora de assimilar as situações, tudo bem?

próximo capítulo ainda não é a continuação disso aqui, caso vocês estranhem, vai ser mais um flashback, mas esse é necessário pra vocês se habituarem com o motivo da discussão e tudo que a envolve, então, é provavelmente um dos capítulos mais importantes da história!

agora eu posso finalmente dizer que estamos na fase das revelações mais importantes, e também, as minhas favoritas, uhul! mas, depois vem a fase final:(

me contem, como vocês esperam o finalzinho de redemption, uh?

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