Jimin acabou continuando no caminho na ida para a outra empresa, alegando que dessa vez, Taehyung merecia explicações e fariam de tudo para resolver essa confusão o mais rápido possível, já que o mesmo, marcou uma reunião de última hora.

Seu celular inundava de mensagens e ligações, várias delas vindas de Yoongi, e Hoseok, que provavelmente imploravam para que ele fosse até a empresa, ou até mesmo, perguntando como isso tudo havia acontecido.
Jimin não entendia.

As únicas pessoas que sabiam sobre eles eram Jihyun, e o atendente da loja, cujo também era de confiança de Jungkook. E todos da confiança de Jungkook não exerciam o benefício da dúvida.

Não haviam nada além de fotos de ambos caminhando juntos em vários locais e sorrindo apaixonados um para o outro. E aquilo, de fato, não provava nada.

Mas Jungkook tinha sua imagem á zelar, e Jimin estava no caminho de ter uma, aquilo poderia acabar com tudo.

Quando entrou na sala principal da empresa, Taehyung estava lá, com um celular nas mãos, enquanto assentia e falava sobre o assunto, do outro lado, Yoongi estava sentado, mas quando percebeu a presença do menor, levantou-se para abraça-lo.

Também havia um rapaz, aparentemente da mesma idade que si, vestido de preto e organizando a papeleira de notícias, cuja as fotos do casal estavam estampadas e marcadas pela matéria divulgada.

– Cara, como isso foi acontecer? – Yoongi perguntou, confuso. – Quer dizer, a gente até tomou os cuidados necessários.

Jungkook apenas fechou os olhos e retirou um cigarro do bolso, agitado, antes de buscar desesperadamente por um isqueiro. Jimin olhou em sua direção, indignado, já faziam meses desde que o moreno não fumava, e não seria agora que ele iria fumar.

Suspirou, pesadamente, aproximando-se do moreno e puxando o maço de suas mãos, arrancando uma careta do outro, que logo foi suavizada.

– Você não vai fumar, Jungkook – Foi a primeira coisa que disse. – Já conversamos sobre isso.

– Isso não é da sua conta – Ele rebate, tentando alcançar a cartela. – Me deixa em paz.

– Não – Jimin segura suas mãos, olhando em sua direção, no fundo dos seus olhos.

– Ótimo.

– Ótimo!

– Certo. Tudo bem. – O homem que estava organizando as coisas, falou, despertando a atenção de todos.

– Com licença, eu ainda não o conheço... – Jimin perguntou, confuso, levantando o dedinho como se estivesse em uma sala de aula.

– Oh, me desculpe. Prazer, eu sou o advogado do Jungkook, e também, secretário de imprensa. Kim Junmyeon. – Falou, sério, e Jimin assentiu, tentando ficar calmo.

– O que vocês decidiram? – Jungkook indagou.

Jimin o olhou de soslaio, postura ereta, ombros tensos, pupilas dilatas em raiva, pressão, desespero. Não sabia o que fazer.

– Bem... – Ele soltou um longo suspiro, antes de continuar. – Você sabe que a mídia está desesperada por alguma novidade sua, e isso implica também nas suas ações, e até mesmo nos ângulos, para fazer parecer mesmo que vocês estão saindo.

– Mas nós estamos. – Jimin respondeu, de uma só vez.

– Estão? – Junmyeon ergueu uma sobrancelha, confuso.

Nenhum dos dois negou.

– Certo. Estão em um relacionamento, o que é pior ainda, porque as fotos passam sentimentos reais, e tudo que elas mostram, estava realmente acontecendo. – Ele falou. – Mas, tenham calma, nós vamos achar uma solução.

– É claro que vamos. – Jungkook assentiu. – Vocês já ligaram pra imprensa?

– Sim. – Taehyung assentiu, mas, por questões profissionais, não foi totalmente ignorado.

– Eles tentaram nos passar a perna, dizer que era uma matéria de grande custo, e que iria os render milhares de leitores, que não seria tão fácil de remover. – Junmyeon explicou.

– Mas a verdade, é que eles só querem que ela fique ali por mais tempo, até que a gente caia com um processo em cima deles. – Taehyung revirou os olhos. – Quanto mais tempo no ar, quanto mais cliques, mais eles faturam.

– Você parece calmo. Achei que estaria puto comigo. – Jimin falou, para Taehyung, que apenas negou.

– Você não fez nada, Jimin–ssi. Só estava namorando como um rapaz normal, apesar das regras. – Taehyung sorriu, o passando tranquilidade. – Mas, o que matou foi a quantidade de vezes que vocês foram visto juntos.

– Mas nós até levamos o Yoongi algumas vezes! – Jimin fez um biquinho.

– Eles ainda sim, conseguem fotos de vocês dois. Importa até se o Yoongi for ao banheiro, e tudo mais. – Taehyung suspirou.

– A coisa toda é que, não adianta cairmos em cima deles no processo, se vocês forem vistos juntos de novo, todo mundo vai querer uma foto, e se processamos um, teremos que processar todas as empresas de fofoca. – Taehyung explicou.

– Não vai falar nada, Jungkook? – Yoongi indagou, irritado, observando o rapaz de braços cruzados no canto da sala.

– Mas, estamos tentando negociar o preço da reportagem. – Junmyeon explicou, chamando atenção de todos.

– Eles já lhe disseram o quanto? – Jimin indagou, passando as mãos pelos cabelos.

– Muito dinheiro, e uma nova reportagem para colocar no lugar. – Taehyung respondeu.

– E vocês já tem tudo isso? – Perguntou, novamente.

– Eu posso dar uma festa, fingir um roubo, fazer um escândalo, um evento enorme, vazar modelos que estão no meu rascunho, são muitas opções... – Taehyung explicou, abrindo um sorrisinho.

– E você faria isso tudo por mim? – Jimin indagou, com os olhinhos brilhando. – Não seria mais fácil me demitir?

– E acabar com a carreira incrível que você tem pela frente? Ah, não, anjo. Pense maior que isso. – Taehyung apenas sorriu em sua direção.

– Sempre tão amigável... – Jungkook revirou os olhos, sorrindo sarcasticamente.

Jimin conseguiu ver Jungkook hiper ventilar atrás de si, enquanto tateava os próprios bolsos, tentando se acalmar.

– Vamos pagar. – Falou, pela segunda vez, desencostando-se da parede. – E vamos pagar o mais rápido possível. Taehyung, eu cuido dos gastos e você da polêmica.

– ''Taehyung, eu posso cuidar dos gastos e você da polêmica?'' – Taehyung imitou sua voz. – ''É claro que pode, anjo''.

– Não é hora pra gracinhas, Taehyung-ssi. – Junmyeon murmurou, e Yoongi apenas olhou na direção do namorado, prendendo uma risada, sendo acompanhado pelo mesmo. – Vou fechar o acordo.

Jimin observou o homem ligar para a empresa e usar da lábia para que tudo fosse retirado, logo depois, olhou para Jungkook, que por breves segundos olhou em sua direção, e baixou o olhar, como se estivesse arrependido do que havia falado.

Revirou os olhos, apoiando uma das mãos na cintura e esperando uma resposta concreta. Não é como se Jimin ligasse se as pessoas soubessem, ou não soubessem da sua sexualidade, mas infelizmente, tinha uma imagem á zelar.

– Eu tive uma ideia. – Jimin falou, rapidamente.

– Conta pra nós. – Taehyung apoiou as duas mãos na mesa de trabalho.

– Eu posso sair com uma amiga minha. Pra disfarçar, sabe? – Jimin murmurou, um tanto intimidado.

– Oh, sim, claro! Temos que fazer isso também. – Taehyung assentiu, sorrindo sem mostrar os dentes. – Pode sair com homens, também, mas, saia com os héteros. Só pra garantir.

Jungkook permaneceu calado durante todo o diálogo. Isso, de certa forma, deixou tudo menos tenso, mas ainda sim, arriscado. No entanto, era como se ele estivesse o deixando tomar conta da situação, o deixando ajudar.

– Jimin-ssi, tem uma coisa que você precisa saber sobre todos os negócios que ocorrem no mundo da mídia... – Taehyung começou a falar, arrumando a gravata no meio do pescoço. – Todos aqui são capazes de controlar tudo que sabem sobre eles.

– Como assim? – Jimin ergueu uma sobrancelha, confuso.

– Quer dizer que a notícia falsa sobre o bebê da Beyoncé, o mínimo rasgo no vestido da Gisele Bundchen, ou até mesmo, a briga da Katy Perry com a Taylor Swift, foram totalmente planejados e arquitetados como um golpe de marketing. – Explicou.

– Oh... – Jimin assentiu, indignado. – Como assim as pessoas acham que o bebê da Beyoncé é falso?

– Sim, sim. Mas é justamente por isso, que ela revela as fotos da filha dela como uma afronta. – Taehyung sorriu sem mostrar os dentes. – Nesse caso, nós teríamos duas opções...

– Quais? – Perguntou.

– Tornar vocês como um casal especulado por todas as adolescentes, onde teriam montagens, possível fanfics, teorias, e tudo que é direito... – Taehyung explicou.

– Mas essa ideia não parece tão ruim!
– Jimin assentiu, quase batendo palminhas.

– Mas poderia sair do controle, e até mesmo, prejudicar a relação de vocês.
– Taehyung suspirou, mostrando as consequências.

– E mesmo que a gente aderisse esse tipo de coisa, meu empresário nunca aprovaria, tenho uma imagem totalmente oposta dessa... – Jungkook comentou. – Que merda.

– Ignorante – Yoongi resmungou, cruzando os braços.

– Então nossa única opção seria cancelar, como o Junmyeon está fazendo. – Taehyung falou.

– Jimin, eu posso falar com você? – Yoongi indagou, um tanto irritado.

– Ah, sim, claro. – Jimin assentiu, observando o menor o puxar para fora da sala em apenas um passo.

Jimin fechou a porta, observando Yoongi caminhar de um lado para o outro, no corredor, claramente tendo uma crise de pânico, ou pensando tanto que talvez fosse explodir.

– Se você continuar pensando assim, terá uma combustão espontânea. – Jimin soltou uma risadinha, encostando-se na parede.

– Desculpe. – Yoongi suspirou. – Mas, você está bem com tudo isso? Quer dizer, olha a repercussão que o relacionamento de vocês teve na mídia, olha como o Jungkook muda de uma hora pra outra!

– Yoongi, não pira. – Jimin tocou seu ombro, fechando os olhos. – Eu estou bem, eu vou ficar bem. Nós vamos ficar bem.

– Vamos? – Yoongi ergueu uma sobrancelha, desconfiada.

– Sim, meu bem. – Jimin sorriu, beijando a bochechinha gorda alheia.

– Jimin, isso vai acabar com vocês dois. – Yoongi murmurou. – Eu estou sendo sincero. Sei que vocês se amam, e tudo mais. Mas você parece cansado psicologicamente.

– Eu não estou.  – Jimin assentiu, sincero. – Eu estou cansado de nao obter soluções para ajudá-lo. E sei que não cabe a mim. Mas, Yoongi, eu amo o Jungkook. Eu quero muito poder ajudar.

Yoongi arregalou os olhos, perplexo, logo depois, abriu um meio sorriso. – Você admitiu.

– Foi necessário. – Jimin sorriu. – Mas, é verdade, eu o amo. E estou disposto a enfrentar tudo isso pra encontrar nossa felicidade, nem que isso custe uma reputação ridícula e falsa.

– Que bonitinho. – Yoongi sorriu, deixando um tapinha em seu braço. – Você é um ótimo namorado!

– Eu sei. – Jimin deu de ombros. – Mas, veja... Eu preciso conversar muitas coisas com ele ainda, nós temos muitas coisas para passar juntos, muito futuro pela frente, muitas coisas boas, e ruins. E sabe, eu já tô meio ultrapassadinho.

– Não está nada. – Yoongi riu. – Você só tá beirando os trinta, não é nada demais.

– É, deve ser. – Jimin fechou os olhos.

– Mas, sabe, o Jungkook me confunde. Ele tem esse... lado esquisito, fechado, grosso, que me deixa muito irritado.

– Você já pensou numa possível dupla personalidade? – Yoongi indagou, confuso.

– Sempre. – Jimin assentiu. – Mas, não acho que seja, ele não transparece isso, sabe?

– Como assim? – Yoongi apoiou a mão na cintura.

– É que... Meio que aparece quando ele tá com raiva. – Jimin explicou. – Quando ele tem mudança de humor repentina.

– Raiva, hum... – Yoongi assentiu.

– E não é uma raiva que nem a nossa, que dura pouco tempo, e acaba tudo bem. – Jimin explicou. – Ele fica desolado depois, tem crises, chora, fica mal fisicamente, com o sistema neurológico afetado, é muito intenso.

– O Jungkook em si já é muito intenso, desde sempre, e você sabe. – Yoongi suspirou.

– Ele é complexo. – Jimin assentiu, mordendo a pontinha do lábio inferior.

– Bastante. – Yoongi olhou para baixo.

– Mas, bem... Se você quer, eu não posso fazer mais nada. Eu só estou preocupado com você. O Jungkook não parece lá flor que se cheire. Mas, eu já vi uma grande melhora, ele parece estar tentando.

– Nem eu. – Jimin soltou uma risadinha. – E sim, ele está tentando. Isso é bom.

– Não fale assim! – Yoongi riu. – Mas, eu quero te ver feliz, certo?

– Obrigado por se preocupar. – Jimin assentiu, tocando seus cabelos.

– Acho melhor a gente entrar. – Yoongi sugeriu. – Mas espera...

– O quê?

– Ele foi ignorante lá dentro, e está sendo desde a hora que chegou. Isso não é jeito de se falar com alguém! – Yoongi resmungou. – Jimin, eu sou pequeninho, mas se ele soltar mais uma dessas eu vou explodir e voar na cara dele.

– Ah, sim. Certo. – Jimin falou, caminhando atrás do menor, que abriu a porta e sibilou alguma coisa desconexa.

– Fechado. – Junmyeon falou, interrompendo a conversa. – Em menos de um minuto, todas as fotos relacionadas a vocês dois estarão fora da internet.

– Ótimo. – Taehyung assentiu, arrancando um olhar indignado do casal dentro da sala. – Obrigado por nos ajudar.

– Não foi nada. Apenas sigo as ordens do chefe. – Junmyeon curvou-se, indo em direção aporta logo depois. – Agora, se me dão licença, eu tenho um compromisso com outras áreas da JC's.

Jungkook afastou-se para que o homem pudesse passar pela porta, e então, fora apenas questão de segundos para que Yoongi voasse em sua direção com os braços abertos, e então, a gritaria se estalasse no local.

– Eu vou te matar, seu coelho demoníaco dos infernos! – Gritou, possesso. – Vou enfiar essa sua grosseria direto no seu...

– Yoongi, não! – Jimin gritou, o interrompendo, abraçando sua cintura por trás, o erguendo no ar, enquanto caminhava e o levava de volta, em meio aos vários tapas que recebeu, enquanto Jungkook apenas se mantinha afastado.

– Eu acho melhor vocês deixarem o Jungkook em paz. – Taehyung murmurou, e Jimin percebeu, que ele realmente falava sério e que também sabia dos seus problemas psicológicos.

– Certo. – Yoongi revirou os olhos, aproximando-se do melhor amigo. – E você? Vai ficar bem, bebê?

– Eu acho que sim. – Jimin coçou a nuca, desajeitado.

– Vamos, Yoongi. – Taehyung meneou a cabeça em direção a porta.

Yoongi relaxou, encarando Jungkook mortalmente antes de sair pela porta, com o nariz empinado, murmurando alguma coisa quando Taehyung fechou a porta.

Jimin suspirou, assustado. É claro que ainda tinha medo de presenciar a mesma cena que presenciou no dia em que foi demitido, mesmo após um pedido de desculpas, e uma amostra grátis do velho Jungkook.

O Jungkook carinhoso, que a cada três minutos lhe dava um beijinho e o abraçava de lado, demonstrando proteção e sentimentos que faziam seu coração apertar de tantas emoções que acaba sentindo de uma hora para outra.

Mas, esse Jungkook era completamente indescritível, Jimin definitivamente não tinha controle sobre ele, não sabia nada sobre ele, e não sabia se queria descobrir.

Exaltado, tudo que transparecia em si era ódio, a pura e bruta forma de ódio, que passava medo e uma insegurança inabalável, mas, além disso, uma curiosidade indescritível.

Jimin observou de soslaio, Jungkook colocar a mão na maçaneta, suspirando fundo. Mas logo depois, a soltou e foi em direção ao armário, retirando de lá um comprimido, e indo até o outro lado da sala, o engolindo enquanto bebia a água.

O menor abraçou o próprio corpo, caminhando devagar até a bancada, apoiando-se nela com hesitação, de certa forma, suprindo certa quantidade de medo e encolhendo-se contra o próprio corpo.

– Você não precisa... – Jungkook engoliu em seco, indo em direção a janela, apoiando as duas mãos no bolso da calça. – Ter medo de mim.

– Eu não estou com medo. – Jimin mentiu, apesar de não querer estar, enquanto fechava os dois olhos.

– Você está. – Jungkook soltou uma risada, obviamente sem graça. – Mas, não se preocupe, sobre minha própria consciência, não encostarei um dedo sequer em você. Me desculpe se um dia te dei motivos pra ficar com medo, eu...

– Jungkook... – Jimin suspirou, passando os dedinhos contra os olhos. – Eu não queria ser grosso com você.

– Nem eu, Park. Nem eu. – Jungkook falou, baixinho, movendo o corpo para frente e para trás. – Me desculpe.

– O que? – Jimin ergueu uma sobrancelha, observando Jungkook olhar em sua direção e negar com o olhar, se aproximando.

– Me desculpe. – Sibilou, aproximando-se. – Não faço nada disso por querer.

– Então, porque você faz? – Jimin ergueu uma sobrancelha, confuso.

Jungkook apenas negou com a cabeça, meneando os lábios em um sorriso fraco, levando os dedos até a pele macia do outro, acariciando seu braço devagar, enquanto soltava lufadas de ar pela boca.

– Falsa necessidade. – Murmurou. – Eu sou meio doido, Jimin.

– Você não é. – Jimin revirou os olhos, deixando um beijinho singelo em seu nariz. – Mas que bom que você veio pedir desculpas, eu iria ficar muito chateado com você.

– Sei que sim. – Jungkook assentiu, suspirando. – Sabe, Park... eu... estou dando o melhor de mim. Eu juro.

– Jungkook, você não precisa se apressar. Foi um inesperado. – Jimin tentou se explicar, mas Jungkook o calou com um beijo.

– Eu não vou me apressar. – Jungkook suspirou. – Eu tenho que confessar que amo esse seu jeitinho indelicado, de quem não quer nada, mas que eu tenho certeza que quer.

– Ah, eu sou só curioso, Jeon. – Jimin suspirou. – Você parece tão abalado psicologicamente.

O ambiente estava agradável, considerando o desespero causado pela reunião á minutos atrás, que abalou completamente a estabilidade de ambos garotos.

Havia uma sombra de luz, que tornava o perfil de ambos rapazes escuros enquanto uma das mãos do moreno acariciava seu braço, e o ambiente quase branco do dia frio, iluminava céu afora.

– As pessoas com quem eu me relacionei sentimentalmente sempre tiveram medo de mim. – Jungkook murmurou, evitando olhar em seus olhos. – Eu tomo remédios, faço terapia, e na maior parte do tempo, faz efeito.

– O que? – Jimin ergueu uma sobrancelha, passando a ponta dos dedinhos contra a camisa de botões do moreno, que observou seus movimentos.

– Sei que você está confuso agora, meu bem. Mas não é um assunto que eu consiga falar da boca pra fora. – Jungkook suspirou. – Sei que pedi pra que você me entenda, mas, eu acho que está na hora de você saber um pouquinho de onde isso vem, sim?

– Sim, sim! – Jimin assentiu, agitado, arrancando uma risadinha fraca do moreno.

– Quer dizer, sim! Eu acho, sei lá, eu quero saber, mas se você não quiser...

– Cala essa boca, Park. – Jungkook soltou uma risadinha. – Se eu quero contar, e você quer ouvir, não tem ninguém que nos atrapalhe na minha sala, e você é o meu garoto.

– Você ficou sexy me chamando de ''meu garoto''. – Jimin abriu um sorrisinho, e Jungkook apenas negou, deixando um aperto em sua cintura.

Demorou alguns segundos, observando a feição serena do maior, completamente controlada, e soube que realmente merecia uma explicação para tudo que vinha acontecendo, desde sempre.

– Eu tô pronto. – Assentiu. – Pode falar.

– Então, tudo começou quando...

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