7: what do you want?
Jimin adentrou o estabelecimento com um sorriso no rosto, de forma alguma iria deixar-se abalar por causa da rejeição de seu chefe. Até porquê tinha um senso de detector de mentiras enorme e tinha certeza que o moreno estava apenas mentido para afasta-lo.
— Bom dia, senhor! — Sorriu, deixando sua bolsa no sofá mais próximo.
Jimin percebeu que não recebeu atenção, como sempre, e foi em direção a janela com um sorriso cínico no rosto, onde a abriu por completa.
— Veja, Jungkook, está um lindo dia! — Exclamou, apontando para fora do estabelecimento.
— Anya, Park! Feche isso! — Jungkook revirou os olhos, fazendo o menor fazer a mesma coisa.
— Você é bem chato. — Jimin deu uma risadinha. — Mas isso não me impede de alcançar meus objetivos.
— Ah, que objetivos? Quem constrói todos os objetivos sou eu. — Jungkook disse.
— Pelo menos você está dialogando comigo. — Jimin piscou para o moreno, que o ignorou. – Ah, Park Jimin, sempre o ignorado por homens bonitos e arrogantes.
Jungkook voltou sua atenção para si, com a maior cara de tédio do mundo, enquanto apoiava suas mãos sobre o queixo.
— Era uma vez um plebeu ruivo chamado Park Jimin, então ele foi ao palácio trabalhar na corte e conheceu o príncipe Jeon Jungkook. — Jimin começou a contar, dando um sorriso vasto ao pronunciar as palavras. — Certo dia, o plebeu resolveu falar com príncipe, mas ele era chato e arrogante. – Fez um biquinho. — Mesmo assim, o plebeu não desistiu de tentar ajudar o príncipe e no fim, conseguiu sua confiança.
Jungkook apenas negou com a cabeça, dando um suspiro baixo enquanto focava sua atenção no computador em sua frente.
Chato.
Jimin revirou os olhos enquanto virava de costas, indo em direção a pilha de papéis do outro lado da sala.
Tudo estava silencioso, e o menor sentia-se frustrado por não conseguir nenhum pingo de atenção sequer, começou a mexer nos papéis, e dobrá-los, fazendo um barulho estridente, olhava para trás e via o maior tentando se concentrar, viu que estava dando certo e continuou, hora olhando para cima tentando disfarçar e dobrando mais ainda os papeis, hora olhando para trás.
— Ah, Park, eu não aguento mais. — Jungkook bateu as duas mãos com força contra o birô. — O que você quer?
E de repente, aquelas pergunta soou expansiva demais para a mente impura do ruivo.
Ah, Jimin queria muitas coisas.
— Finalmente, amém, senhor! — Jimin levantou as duas mãos em comemoração. — Você não desconfia nenhum pouquinho do que é?
— Não. — Jungkook ergueu uma sobrancelha, como se fosse óbvio.
— Aish, eu quero que você aceite a proposta que eu te fiz no primeiro dia em que cheguei aqui. — Jimin se aproximou, com um sorriso cínico no rosto.
— Sem chances. — O maior negou.
— Ah, Jungkook! — Jimin gritou. — Por favor, por favor por favor por favor por favor, por favorzinho? — Fez um aegyo triste.
— E o que aconteceria se eu aceitasse? — Jungkook indagou.
— Isso aqui iria crescer novamente! — Jimin apontou para o teto do local, logo depois para o chão. — Aish, você não pode confiar em mim nem uma vezinha sequer?
— Já confiei em muitas pessoas, e todas elas me decepcionaram. — Jungkook murmurou.
— Mas eu não vou te desapontar, eu prometo, senhor! — Jimin sorriu para o moreno, que pareceu desconcertado por alguns segundos ao ser pego encarando o seu sorriso.
— Eu não sei... — Suspirou, quase convencido.
— Se você não gostar, você pode voltar para os ternos novamente. — Jimin explicou. — Tudo que eu quero te mostrar é que você precisa combinar com o modelo da empresa, até o Taehyung concordou com a minha proposta.
— Eu não ligo para a opinião do Taehyung. — Jungkook revirou os olhos.
— Mas, Jungkook... — Jimin suspirou, dando-se por vencido. — Quer saber? Deixe pra lá, o plebeu cansou de tentar ajudar o príncipe.
Sentou-se na cadeira com certa desanimação, apenas concluindo o seu trabalho ali, naquele ciclo monótono, naquele lugar chato, com um cara chato - porém, misterioso - e uma vida chata.
Jimin só queria chegar em casa e deixar um beijo no rosto de Hyosun que sempre o esperava com um sorriso orgulhoso no rosto, o admirava muito, seu papai era como um herói para a garotinha.
Em certos momentos, lembrou-se de quando chegava em casa e encontrava sua filha brincando com sua ex esposa com um sorriso nos lábios, Jimin quase acreditava que sua vida iria ter aquele rumo para sempre.
Até porque ali, ele tinha tudo que precisava, mas não sentia isso, Jimin tinha casa, comida, cama, roupas lavadas, um esposa prendada e uma filha lindíssima e inteligente, mesmo assim, não gostava da forma de como sua esposa era tida, como uma faxineira, então sempre costumava a ajudar em todas as tarefas.
Jimin não possuia um péssimo relacionamento com ela, muito pelo contrário, eles se davam muito bem até tudo ficar romântico e meloso demais, e então as coisas esfriavam e ela passou a ser apenas sua melhor amiga para quem ele podia contar suas mágoas e só. Por outro lado, ela era extremamente conservadora, então mesmo que Jimin a propusesse um relacionamento de faixada, iria acabar sendo expulso devido a sua sexualidade. Não havia outra opção a não ser deixar o local após a traição e consequentemente o divórcio.
Sentiu-se extremamente agradecido por ter conseguido a guarda da filha, até porquê não se via completo sem ela.
— Park. — A voz de Jungkook o livrou de seus devaneios, o fazendo encarar brevemente o moreno.
— Sim? — Murmurou.
— Tudo bem, eu aceito a proposta. — Jungkook falou calmamente.
O ruivo arregalou os olhos em sua direção com um sorriso fraco no rosto, não sabia muito bem descrever o que estava sentindo mas sabia que sua chantagem emocional havia servido.
— Isso é sério? — Indagou, ainda surpreso, Jungkook apenas sorriu sem mostrar os lábios e assentiu. — Meu Deus, senhor!
Depois de alguns minutos fazendo sua dança da vitória, Jimin finalmente tirou de sua pasta vários modelos que o mesmo havia desenhado para o moreno durante os dias.
— Você fez isso tudo... Pra mim? — Jungkook arregalou os olhos na direção do ruivo.
— Claro que sim, senhor, somos parceiros de trabalho, estou aqui para servir a você. — Jimin deu de ombros. — Mas acho melhor começarmos por algo mais simples antes de ir para a prática difícil.
— O que você sugere? — Jungkook perguntou, levantando-se sorrateiramente da cadeira, indo em direção a máquina de chá no canto da sala.
Jimin fez uma careta, odiava chá, o fazia ter lembranças ruins, Jungkook ergueu uma sobrancelha ao ver o menor fazer cara feia, recuou e o olhou novamente, esperando uma sugestão.
— Vamos sair juntos! — Jimin levantou os braços para o ar. Jungkook arregalou os olhos, engasgando descaradamente com o chá que tomava.
— Não quero sair com você. — Falou com voz grossa e arrastada.
— Não perguntei nada. — Jimin deu de ombros. — Não é como se fôssemos um casal que vai passear de mãos dadas no shopping, seu besta.
—Eu nem cogitei nessa ideia, acredite, eu gosto de vaginas. — Jungkook ajeitou seu terno, levantando-se dá cadeira às pressas.
— É, claro, gosta sim. — Jimin debochou.
— É claro que sim, eu tenho uma filha, caso tenha esquecido. — Jungkook o alertou.
— Como se isso significasse alguma coisa, Jeon. — Jimin revirou os olhos.
— Claro que significa, eu fodi uma mulher. —Jungkook falou, ríspido.
— Azar o seu. — Jimin resmungou. — Sou pai solteiro e nem por isso gosto de mulheres.
— Como não? — Jungkook indagou, parecendo confuso.
— Você é um puta conservador. — Jimin revirou os olhos. — Não é como se eu fosse sair te exibindo como algum tipo de prêmio não.
– E o que você sugere? – Jungkook indagou.
— Vamos ao shopping, compramos algo legal e bonito da sua própria marca, fazemos um lanchinho e voltamos, depois disso nunca mais vai precisar aparecer em público comigo, de qualquer forma. — Jimin falou, parecendo para baixo.
— É a coisa que eu mais quero na vida. — Jungkook fingiu empolgação. — Vamos logo.
— Agora? — Jimin indagou confuso.
— É, Jimin, agora! — Jungkook apressou o passo, parando em frente a porta semiaberta, vendo o menor recolher seu celular e cartão de crédito.
— Poxa, nem vai me buscar em casa antes do encontro, pensei que você me amasse. – Provocou o moreno, que revirou os olhos.
— Park!
— Estou indo, senhor.
°~°
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