69: less words, more kisses

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Quando Jimin e Jungkook voltaram para casa, optaram por seguir em direção a casa do moreno, já que, segundo Yoongi, havia levado Hyosun para a casa de Jungkook, porque estava insistindo muito em ver Jungwa.

O baixinho recolheu-se contra o banco quando Jungkook parou o carro no estacionamento da casa, soltando um suspiro baixinho e ressonando fraco, dormindo silenciosamente.

Jungkook puxou o freio de mão com toda a delicadeza do mundo, e iniciou uma batalha mental sobre acordar, ou não acordar o anjinho - lê-se demônio - ao seu lado, com os lábios inchados e cabelos bagunçados.

Coçou a nuca de forma desajeitada, e aproximou-se do menor, apoiando uma das mãos no encosto do banco, e inclinou o nariz contra a pele amostra de seu pescoço, inalando profundamente seu cheiro e derretendo os lábios naquela região.

Jimin sentiu os pelinhos de sua nuca eriçarem devido a respiração quente e totalmente alheia, aprofundando seu pescoço e roçando o nariz ali, beijando cada pedacinho com seus lábios finos.

– Park? – Jungkook murmurou, baixinho, contra seu ouvido, na medida em que soltava lufadas calmas de ar e o instigava ainda mais.

– Shh... Você vai afastar os lábios... – Jimin respondeu, ainda sonolento, com os dois olhinhos fechados, apreciando a sensação.

– Você já acordou? – O moreno tornou a perguntar, roçando o polegar contra a bochecha do outro.

Dedos quentes, e macios, contra a pele alheia, acariciando tão suavemente que seria capaz de lhe fazer dormir de novo, mas ao mesmo tempo, lhe causar uma ereção pelos lábios trabalhando em seu pescoço.

– Hmm. Menos palavras, mais lábios... Jungkook pode voltar logo...

Jungkook abriu um sorrisinho, um sorrisinho debochado. Os lábios voltam novamente, seguido de uma risada contra o pescoço alheio, que acabam se movendo pelo queixo, tão macio quando ásperos, e suas bochechas.

– Quem você acha que está te beijando? – Perguntou, levando o polegar que estava em sua bochecha, a afastar os cabelos de sua testa.

– Choi Seung-hyun? – O menor brincou, levando uma das mãos até o antebraço do moreno.

Os lábios pararam no meio do beijo, e se curvaram rapidamente, despertando uma carência momentânea.

– Seunghyun? Sério? – Indagou, fingindo estar incrédulo. – Seu namorado faria picadinho daquele nariz empinado.

– Meu namorado? Jeon Jungkook? – Jimin respondeu, inclinando os lábios em um biquinho atraente.

– Sim, sim. – Os beijos vastos demoraram em seu pescoço, e então, pressionam sua orelha de leve.

– É impossível, meu namorado não é assim tão manhoso. – Se referiu aos beijinhos em seu pescoço. – Além do mais, só tenho olhos pra ele.

– Tem, é? – Jungkook riu, inclinando-se para selar seus lábios demoradamente, e levar uma das mãos até sua cintura, mordiscando seu lábio inferior.

– E lábios maravilhosos... – O menor murmurou, levando uma das mãos até a nuca alheia, fazendo carinho com a pontinha das unhas.

– Você tá tão carente, Park. – Jungkook riu, separando seus lábios. – Vamos entrar, vou te dar um banho e te colocar pra dormir.

– Só dormir? – Jimin fez um biquinho. – E o meu sexo?

– Fica pra depois. Por mais que doa e destrua toda a dose minúscula de masculinidade que tenho perto de você e essas bochechinhas... – Jungkook resmungou.

– Mas eu quero transar, Jeonggukie... – Jimin murmurou, manhoso, levando uma das mãos até a coxa alheia.

Jungkook fechou os olhos, desconcertado, chocando a cabeça contra o banco acolchoado. – Jogando sujo, Park Jimin?

– Nunca joguei limpo. – O menor deu de ombros, arrastando os dedos até sua virilha, antes de inclinar-se para beijar seu pescoço, levando os lábios até a pontinha da orelha alheia, e sussurrar um vasto: – E você me deixa com tanto tesão...

– Não é minha culpa se você é uma máquina indomável de fazer sexo. – Jungkook riu, afastando as mãos do menor.

– Porque beijou meu pescoço assim? – Jimin resmungou. – Eu fiquei de pau duro, não é justo, Jeon.

– E ainda por cima, é fraco. – Jungkook completou, destruindo completamente o ego do menor, que o olhou, incrédulo. – Eu tô brincando, amor.

– Me recuso á ouvir. – Falou, emburrado.

– Se te faz melhor, fico duro até quando você me olha com aquele olhar sensual. – Jungkook confessou. – Fico duro sem precisar que toque em mim, e esse efeito dominador seu é uma puta discórdia.

– Desculpe. – Jimin murmurou, rindo.

Jungkook saiu do carro, abrindo a porta do carro, inclinando-se para dentro e sentando nas próprias batatas, olhando para o baixinho, que pendia o olhar abaixo de si, devido a posição do outro.

– Agora não tenta maquiar essas suas frustrações e descontar em cima de mim como sexo, tudo bem? – Jungkook pediu. – Tô aqui pra te apoiar, e te dar muito carinho, tanto emocionalmente, quanto psicologicamente.

– Você é o melhor. – Jimin respondeu, sem graça por ter sido pego no flagra.

É claro que a sua tentativa de fazer Jeon esquecer que passou metade da viagem chorando pelo acontecimento de horas atrás, e distraí-lo de tudo com sexo, por medo de que o moreno acabasse com o seu muro emocional, foi totalmente falha.

E é claro que o baixinho poderia enganar qualquer um e distrair qualquer um com aquele corpo dos deuses, mas Jungkook, não, e seu auto controle nem era um dos melhores.

Acontece que Jungkook respeitava muito todos os seus limites e gostaria de descobrir um pouco mais do menor, antes de aprofundasse e passar noites com o rosto enterrado na curva de seu pescoço e ereções que só passariam a ser resolvidas, sem a troca de nenhum sentimento.

Jimin gostava dessa densidade sentimental que banhava a alma interior de Jungkook, gostava dos toques suaves, das demonstrações singelas e um tanto envergonhadas, e das poucas e realistas juras de amor que recebia do moreno.

Acabou por esticar os braços e deixar ser levado suavemente por Jungkook, que apoiou uma das mãos em sua cintura e deixou um beijinho singelo no topo de sua cabeça.

Depois de alguns minutinhos gastos esperando na porta de casa, a maçaneta girou e a porta fôra aberta, levando os dois rapazes a olhar para baixo.

Hyosun mantinha uma tiara de gatinho na cabeça, enquanto Jungwa chegava, logo atrás de si, sorridente e cantarolando a entrada de algum desenho conhecido.

– Appa! – Hyosun gritou, animada, abrindo os dois braços para que pudesse ser abraçada. – Como foi a viagem?

– Foi ruim. – Jimin murmurou, inspirando o cheirinho de neném da menor, que tocava suas madeixas.

– Oh... – Ela fez um biquinho. – Mas você vai ficar felizinho agora. Sabe por que?

– Porquê? – Jimin indagou, curioso.

– Porquê você vai comer o bolo de amor que eu e a Jungwa preparamos com ajuda da titia Somin! – Respondeu, de imediato.

Jimin deixou a menor no chão, e retirou o casaco que cobria seu corpo, apesar do tempo frio, a casa de Jungkook era quentinha e aconchegante, assim como ele.

– Appa... – Jungwa se aproximou do moreno, puxando a lateral de seu casaco, um tanto hesitante. – Você vai comer também?

– Você quer que eu coma? – Jungkook agaixou-se na direção da menor, que assentiu, entusiasmada. – Então o papai vai comer, sim.

– Sério? – Jungwa perguntou, com os dois olhos arregalados.

– Sim, sim. – Jungkook abriu um sorriso, recebendo um abraço inesperado da menor.

Jimin observou tudo aquilo com os dois olhos brilhando. Jungkook realmente havia se tornado uma nova pessoa depois de tudo que aconteceu, e aquilo finalmente estava afetando na sua relação com Jungwa.

Parecia que tudo realmente havia o ajudado a reconhecer seus verdadeiros laços e vínculos familiares - ou pelo menos, os que mais importavam - e aumentou sua proximidade.

– Cadê a Somin? – Jimin indagou, confuso.

– Eu tô aqui. – Ouviu a voz feminina ecoar, da cozinha, e caminhou até lá com um sorriso debochado no rosto.

– Oi, cunhadinha. – Colocou uma das mãos na cintura, enquanto apoiava-se na bancada da cozinha.

– Cunhadinha? – Somin virou para trás, de imediato, com os olhos arregalados. – O Jungkook te pediu em namoro? Mentira!

– Pedi, sim. – Jungkook entrou na cozinha, revirando os olhos, enquanto Jungwa apoiava-se desajeitadamente em suas costas.

– O papai agora tem um namoradinho! – Hyosun debochou, subindo em cima da cadeira. – E sabe qual é a melhor parte? Agora eu vou ganhar dois presentes!

– Interesseira. – Somin riu, aproximando-se dos outros.

– Você quer comer agora? – Jungkook perguntou para o menor, que negou.

– E o meu banho? – Fez um biquinho.

– Certo. Seu banho. Vamos lá. – Jungkook sorriu, deixando a menor em suas costas sentada na bancada.

– Você não parece muito bem, Jiminie. – Somin falou, um tanto preocupada. – Parece meio desanimado.

– Aconteceram coisas ruins hoje. – Jungkook a cortou, evitando prolongar o assunto. – Mas vai passar.

– O papai só vai tomar um banho, e já volta. – Jimin alertou, recebendo um sinal positivo com o polegar.

Jungkook suspirou, entrelaçando suas mãos enquanto o puxava para o andar de cima, e abria a porta do quarto, um tanto apreensivo.

– Você pode... – Jungkook começou a caminhar em direção ao guarda roupa. – Usar essas roupas aqui, já que de noite eu vou te levar pra casa, do mesmo jeito.

– Será que vão ficar muito grandes? – Jimin indagou.

– É provável, mas não tem problema. – Jungkook sorriu, acolhedor. – Tem toalhas no banheiro, e a água quente fica na segunda torneira da banheira.

– Ei! – Jimin o interrompeu, confuso. – Achei que você tinha dito que ia me dar um banho.

– Você estava em piores condições, devemos concordar. – Jungkook respondeu, negando.

– Então toma banho comigo? – Jimin perguntou, sem nenhum resquício de malíciosidade.

– Vamos demorar. – Jungkook negou.

– Deixa de drama e vem logo. – Jimin revirou os olhos, o puxando para barra do casaco.

– Se você insiste.... – Jungkook respondeu, indo em direção ao banheiro.

[break of time]

– Você é bem... – Jungkook comentou, enquanto o baixinho aconchegava-se em seus braços e tocava suas peles. – Peculiar.

– Peculiar como, Jeonggukie? – Jimin indagou, inclinando o pescoço contra o peitoral do moreno, que mantinha os braços nas laterais da banheira.

– Mesmo tristinho, você consegue fingir que está bem, e deixar todo mundo à sua volta, bem também. – O outro falou, levando os lábios até os ombros do menor.

– Eu sei esconder minhas tristezas pessoais, apenas. – Jimin sorriu, sorrateiro, enquanto virava o rosto em direção ao moreno, com um biquinho.

Jungkook revirou os olhos, tocando sua cintura e selando seus lábios rapidamente, enquanto acariciava a pele macia do menor.

– Uma vez... – Jungkook falou, chamando sua atenção. – Eu prometi pra mim, que nunca deixaria alguém me afetar assim... sabe, depois da morte da minha ex esposa.

Jimin arregalou os olhos, quase engasgando com o próprio cuspe, ao ouvir Jungkook pronunciar aquilo tão próximo, e tão abertamente.

É claro que ele havia esperado muito por esse momento e não esperava que Jungkook fosse lhe contar toda essa história agora, mas já era um avanço.

E também, talvez servisse de motivação para levar si mesmo, a contar dos seus problemas para o moreno.

Apesar de tudo, um relacionamento se trata disso, não é mesmo? Da troca de experiências e divisão de competências, apoio moral e amor construtivo e generoso.

– E então, quando estávamos na França, eu percebi que você iria acabar com ela. Que iria me abalar, e acabar comigo. – Jungkook revelou, soltando um suspiro.

– Você não iria me negar se eu tivesse beijado você, de qualquer forma. – Jimin deu de ombros, arrancando uma risadinha do moreno.

– De forma alguma. Mas você realmente não percebe o efeito que tem sobre mim, não é? – Jungkook indagou, como se fosse óbvio.

– Sei sim. – Jimin respondeu, suspirando. – E você já quebrou sua promessa?

– Completamente. – Jungkook respondeu, sincero. – Acho que você foi a única pessoa na minha vida toda, que conseguiu me abalar dessa forma tão intensa.

– Eu digo o mesmo, Jeongguk. – Jimin sorriu. – Sabe, acho que agora é um bom momento pra falar do Taeyong, o meu ex.

– Hum... – Jungkook ergueu uma sobrancelha, curioso. – O que ele te fez?

– Partiu meu coração em milhares e pedacinhos. – Jimin suspirou. – Me usou, me fez de tapa buraco, e depois dormiu com outro. E eu só soube disso quando o Jaehyun, o amante, apareceu na porta da minha casa com os olhos marejados.

– Que babaca. Eu deveria ter dado um murro naquele idiota. – Jungkook respondeu, irritado, cerrando os punhos.

– Não vale o seu tempo, coração. – Jimin tocou suas mãos cerradas, e as desfez, entrelaçando seus dedos.

– Eu tenho tanto medo que você acabe com o coração partido, Park... – Jungkook suspirou. – Como eu, você também já sofreu bastante, e não quero te magoar.

– Você não vai, Jungkook. Por que está pensando assim? – Jimin indagou, curioso.

– Porque o amor é egoísta. – Jungkook respondeu, sério.

– Como assim? – O baixinho perguntou, com a voz baixa, virando em direção ao moreno, tocando seu torso com a pontinha dos dedos, acariciando os gominhos.

Jungkook suspirou ao ter Jimin tão próximo e tão ligado à si, com a cabeça encostada em seu peito e as bochechas gordinhas infladas, os lábios grossos dando beijinhos carinhosos por toda aquela região.

– Quando estamos apaixonados, amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. – Jungkook murmurou. – É um conceito nosso, em suma, quer dizer que é a nós mesmos que amamos.

– O que você quer dizer com isso, Jungkook? – Jimin perguntou, confuso.

– Que o amor é um egoísmo à dois quando não é feito corretamente. O amor não se controla, não se cria, mas se conserva, e te faz querer ser uma pessoa melhor. – Jungkook continuou. – Achamos que estamos sendo uma pessoa melhor para quem nos ama, mas a verdade, é que a iniciativa é nossa, o amor próprio também é nosso.

– Quando estamos apaixonados, tendemos sempre a querer ouvir da pessoa que gosta da gente, de ter nosso ego massageado, para que possamos gostar de nós mesmos e nos tornar a versão perfeita de alguém que queríamos ter. – Jimin respondeu, entendendo o raciocínio.

– Com você isso não acontece, meu anjo. – Jungkook respondeu, sincero. – O que eu sinto por você não se cobra, não se transfere, não se compete, não é tóxico e é o tipo mais saudável de todas essas merdas. Se eu dissesse que você me faz bem, ainda estaria sendo egoísta, mas você se faz bem, e com você, estou aprendendo a fazer isso comigo também.

– Uma vez eu ouvi que para amar alguém, é preciso amar a si próprio primeiro, porque se você não se amar, quem vai amar você? – Jimin indagou.

– Você é tão inteligente, neném. – O moreno comentou, acariciando o braço do namorado com a pontinha dos dedos, as gotinhas escorregando de volta para a água.

– Agora você tem alguma dúvida de que o meu amor por você não é egoísta? – Perguntou, tocando a pontinha do nariz alheio.

– Não. – Jungkook negou, abrindo um sorrisinho, certamente muito feliz de ouvir a reciprocidade saindo da boca do menor.

– Você... – Jimin engoliu em seco, mas achou melhor não perguntar, arrependendo-se terrivelmente. – Esqueça.

Sentiu a garganta apertar, mas havia prometido a si mesmo que não iria pressionar Jungkook e deixar que tudo desmoronasse novamente.

O Jimin que vivenciou e leu todas aquelas palavras dolorosas presentes na carta havia ido embora, por bem, ou por mal, e sua curiosidade não seria maior que isso.

Antes que pudesse desviar o assunto, Jungkook levou o polegar até as maçãs de sua bochecha, acariciou, suavemente, o parando.

– Pode perguntar, Park. – O interrompeu, e o menor olhou para baixo, quieto.

– Não precisa. Sério mesmo. – Jimin tentou se explicar, mas acabou piorando tudo.

Jungkook revirou os olhos e inclinou os lábios em direção aos seus, selando-os cuidadosamente.

– Se eu disse que você pode perguntar, é pra você perguntar. – Dessa vez, saiu mais como uma ordem.

– Certo. Tudo bem. – Jimin riu. Riu de nervoso. – Ah...

– Tudo bem. – O moreno repetiu, inclinando a cabeça contra o mármore da banheira.

– Você a amava? – Perguntou, baixinho, com certo medo. – Você... Amava a Yoora?

– Eu... – Jungkook suspirou. – Eu a amei, Park. Muito. Me desculpe se de alguma forma isso é doloroso para você.

– Não. – Jimin mordeu o lábio inferior. – Não é doloroso. Só é... Intrigante.

– Intrigante por que, meu anjo? – Jungkook perguntou, tateando as costas alheias com a pontinha dos dedos.

– Intrigante porque pelas histórias que eu ouvi por aí, ela parecia tão... Fútil. – O baixinho engoliu em seco, tentando não parecer tão crítico. – Quer dizer...

– Não. Tudo bem. – Jungkook respondeu, sincero. – Na verdade, Park, ela meio que era sim. Mas eu não percebia, e acho que em um certo ponto da nossa relação acamos ficando absurdamente superficiais. Sabe quando dizem que o amor é cego? É verdade.

– Sei. – O menor respondeu, movendo os dedinhos por baixo d'água, buscando se distrair. – Me desculpe invadir seu espaço pessoal. Não quero que fique chateado como da última vez.

– Dessa vez eu tenho certeza que vale a pena não esconder nada de você. – Jungkook sorriu. – Apesar de que, minha insegurança acha que você vai me abandonar depois que souber de toda a história.

– Anya! – Jimin protestou, com os olhos arregalados. – Que ridículo! Eu nunca faria isso!

– Será? – Jungkook respondeu, brincalhão, recebendo um tapa fraco no peito.

– Sim! – O outro afirmou, indicando. – Jungkook, eu ralei muito pra ter você pra mim, ralei muito pra te ter no meio das minhas pernas, e ralei muito pra te ter aqui nessa banheira, você acha que eu iria perder um homão desses na facilidade?

– Você me acha um homão? – Jungkook ergueu uma sobrancelha.

– Sim. O mais bonito de todos. – O outro revirou os olhos. – Agora passa sabão nas minhas costas, tô ficando engiado.

– Deixe eu ver. – Jungkook pediu, observando o baixinho erguer os dedinhos gordos em sua direção.

Levou os dedos até o centro de sua palma da mão, e os esfregou contra a outra, enquanto soprava e as afastava da água.

– Melhor agora? – Perguntou, observando outro assentir e manter os braços apoiados nas laterais da banheira.

– Muito.

– Sua pele é tão macia... – Jungkook acariciou a nuca do menor, antes de deixar um beijo ali.

– Não começa. Eu vou ficar com vontade de foder. – Jimin resmungou.

– Você é fraco, amor, te falta ódio – Jungkook murmurou, levando as mãos até a cintura do menor, deixando um aperto ali, e subindo por suas costas, espalhando a espuma.

[break of time]

Quando ambos namorados desceram as escadas, com toalhas no pescoço e roupas despojadas, foram em direção a cozinha, provar o bolo feito pelas filhas.

– Quem quer a primeira fatia? – Hyosun perguntou, segurando o pratinho em suas mãos.

Jimin estendeu os braços, ansioso, assim como Jungkook, Hyosun revirou os olhos, estendendo o pratinho para Jungwa, que abriu um sorrisinho tímido.

– Não vale! – Jungkook protestou, formando um biquinho nos lábios.

– Jimin, o que você fez com ele? – Somin indagou, confusa, com o indicador pressionando os lábios.

– Como assim? – O baixinho perguntou, confuso.

Somin observava Jungkook abrir a boca e receber uma garfada de bolo vinda de Jungwa, que apenas soltava algumas risadinhas enquanto Hyosun resmungava alguma coisa aleatória.

– Ele tá... Diferente. – Somin murmurou. – Ele tá parecendo o Jeon antigo, sabe?

– O... Antigo? – Jimin ergueu uma sobrancelha.

– Sim. – Somin assentiu, surpresa. – Você o trouxe de volta, literalmente.

– Ele se trouxe de volta, Somin. – Jimin a corrigiu. – Mas pode ser que eu tenha dado um tapinha nas costas dele.

– Não percebeu que ele tá infantil? Que perdeu a pose de machão que tinha? – Ela indagou. – Será que ele perdeu o tesão também?

– Cale a boca! Ele tá bem dotado ainda, tá certo? – Jimin revirou os olhos, soltando uma risada.

– Não me digam que vocês só ficam na posição do papai e mamãe, uh? – Ela tocou o ombro do menor com indicador.

– Somin! Não! Claro que não! – Jimin murmurou, tentando não gritar.

– Vocês querem parar de falar como se eu não estivesse aqui? – Jungkook perguntou, com a boca cheia de bolo.

– Você ouviu? – Jimin perguntou, envergonhado.

– Você fala alto. Nunca percebeu? Dá pra te ouvir a esquina, Park. – Jungkook revirou os olhos.

– Vem comer, appa! – Hyosun esticou o pratinho de bolo em sua direção, que foi muito bem recebido. – E você também, Somin.

– Que família linda! – Ela sorriu, ansiosa. – Mal posso esperar pra ver o casamento, a despedida de solteiro, os netinhos, o bufê, ah!

– Não exagera. – Jungkook riu, inclinando-se para beijar a bochecha gorda e suja de bolo, do baixinho.

– Eu já disse a ele, que se for pra me pedir em casamento, só aceito se vier junto com um pote de açaí. – Deu de ombros.

– Açaí? – Somin indagou, confusa.

– É uma comida com gosto de terra que fica no Brasil. – Jungkook deu de ombros.

– Açaí não tem gosto de terra! – Jimin protestou, indignado.

– Tem sim, amor. – Jungkook riu da expressão alheia.

– Traz açaí pra a gente, Jeonggukie. – Hyosun pediu, enfiando um pedaço de bolo na boca. – Ah, que delícia! Como eu amo chocolate!

– Vou providenciar o açaí daqui pro fim do ano, ai a gente já adianta o pedido. – Somin brincou. – Vem casamento ícone.

– Eu posso entrar de azul? – Jimin virou-se para o moreno, que ergueu uma sobrancelha.

– E quem diabos se casa de azul? – Indagou, confuso.

– Ah, não sei, eu gosto de azul... – Jimin começou a estipular planejamentos em questão de segundos.

– Você ouviu, não ouviu? – Jungkook apontou para a irmã, com as sobrancelhas erguidas.

– Ah, e ao invés de bolo a gente pode trocar por pizzas! – Jimin falou, animado.

– Adeus conservadorismo e família tradicional coreana. – Jungkook respondeu, abrindo um sorrisinho. – Quem fez esse bolo? Tá muito bom.

– Esse deve ser o primeiro elogio que você me faz em anos. Parabéns, Jimin, você conseguiu mudar o homem. – Somin fez joinha em sua direção.

– Obrigado, eu sou demais, sei disso. – O baixinho deu de ombros.

Não demorou muito para que a campahia fosse acionada e Jungkook e Somin brigarem para ver quem iria atender.

Jimin revirou os olhos, indo em direção à porta, ainda se deliciando com a comida em mãos, girou a maçaneta e abriu a placa de madeira, revelando um Taehyung completamente nervoso.

– Taehyung? – Ergueu uma sobrancelha. – O que você tá fazendo aqui, cara? Você nem gosta do Jungkook.

– Primeiramente, ele que não gosta de mim, mas tanto faz. – O outro deu de ombros, entrando de uma só vez. – O Yoongi vindo aí.

– O que? Mas, por que? – Jimin indagou, confuso.

– Porque eu e o Hoseok enganamos ele. – Deu de ombros.

– Mas vocês sabem que eu mandei uma mensagem pra ele dizendo que iria pra casa, não é? – Jimin perguntou.

– Sim. O Hoseok apagou. – Respondeu. – E então, a gente hackeou seu número e mando uma mensagem pro Yoongi insinuando que vocês tinham brigado, e ele tá vindo aqui abrir um barraco.

– Mas eu nem fiz nada! – Jungkook protestou, confuso.

– Foda-se, meu irmão. Eu vou pedir ele em namoro, e ele não pode desconfiar. – Taehyung deu de ombros.

– Oh, isso foi genial! – Jimin bateu palminhas, o parabenizando.

– Eu sei. Eu sei. – Deu de ombros. – Jungkook, você pode, por favor, se esconder pra caso ele já chegar na voadora? – Indagou.

– Ah, sim, verdade. – Jungkook respondeu, indo para atrás do sofá.

– E Jimin, tenta demonstrar toda a sua alegria pra ele ficar confuso. Daí eu vou entrar em cena, e bow! E aí, vamo namorar? – Taehyung fez uma dancinha.

– Taehyung, você vai pedir o Yoongi em namoro? – Hyosun perguntou, perdida.

– Sim, sim, anjinho. – Taehyung assentiu.

– Eca. Nem eu namoraria o Yoongi. – Ela fez uma careta. – Boa sorte.

– Obrigado, eu acho. – Taehyung riu.

Somin inclinou-se pela janela, observando um carro parar na guarita, seguindo de uma gritaria.

– Gente, ele vai sair na chuva. – Somin arregalou os olhos. – Ah, não, ele tá com o guarda-chuva, mas o amiguinho dele não.

Jimin apenas se encostou na lateral do sofá e observou a porta do carro sendo batida com força.

– Yoongi, tenta ficar calmo... – Hoseok tentava acalmar o baixinho, tentando não rir da situação.

– Não vou ficar calmo coisa nenhuma! Quem ele acha que é pra quebrar o coração do meu bebê? – Yoongi gritava. – Você tá vendo esse guarda-chuva? Eu vou enfiar no cu dele!

– Yoongi... – Hoseok tocou o braço do baixinho, que o empurrou com força.

– Abre essa merda! – Yoongi gritou, batendo na porta com força.

– Ai, meu deus! – Jungkook gritou, assustado, encolhendo-se embaixo do sofá.

– Fica calmo, bebê. – Hoseok riu.

– Por que você tá rindo? Tá vendo graça aq... – Ia continuar, mas quando a porta foi aberta por Taehyung, sua fala morreu.

– Oi. – Foi a primeira coisa que lhe veio em mente.

– Oi o caralho, cadê ele? – Ergueu na sobrancelha, confuso. – Jimin, meu neném!

– Oi, bebê. – Jimin soltou uma risadinha.

– Calma ai, você não tá chorando... – Yoongi baixou o guarda chuva, confuso. – Taehyung, você me trolou?

– Não, de forma alguma... – Taehyung coçou a nuca, desajeitado.

– Entra logo, eu tô na chuva. – Hoseok empurrou o pré-namorado para dentro da casa.

– Puta que pariu. – Yoongi murmurrou, coçando os olhos.

– Não xinga, tem criança na sala. – Somin o repreendeu.

– E você, quem é, meu anjo? – Yoongi indagou, confuso.

– Ah, eu sou a irmã do Jungkook. – Ela deu de ombros.

– Jungkook tem uma irmã? – Yoongi mordeu o lábio inferior. – Gente, o que tá acontecendo?

– Fica calminho, bebê. – Hoseok tocou o seu braço, tentando não rir. – A gente te enganou porque não queríamos que você desconfiasse de nada.

– Seria muito obvio se a gente simplesmente chegasse na sua casa e fizesse o pedido, então, descobrimos a hora que o Jimin chegou aqui e armamos tudo. – Taehyung explicou.

– É isto. – Hoseok afirmou. – Mas, então...

– Meu coração... – Yoongi colocou uma das mãos sobre o peito. – Eu odeio vocês! Jimin, você tinha que ver a mensagem que eles mandaram do seu celular, eu juro! Foi muito dramática, e como você é dramático, eu acreditei!

– Ei, eu não sou dramático! – Dessa vez o baixinho se defendeu, claramente ofendido.

– Você meio que é... – Yoongi sorri, amarelo.

– Hey... – Taehyung segurou sua mão, um tanto hesitante, olhando para Hoseok, que apenas assentiu. – No três?

– No três. – Assentiu.

– Um, dois, três... – Taehyung murmurou.

– Quer namorar com a gente? – Perguntaram, em uníssono.

– O quê? – Yoongi ergueu a sobrancelha, surpreso. – Vocês até ensaiaram?

– Foi. – Taehyung respondeu, envergonhado.

– Responde, porra. – Jungkook pediu, impaciente, com a pontinha dos olhos transparecendo atrás do sofá.

– A margarida apareceu! – Yoongi riu da expressão do moreno.

– Vai, Yoongi. – Hoseok o apressou.

– Tá, tá, eu quero. – Yoongi revirou os olhos, abrindo os braços. – Venham aqui me dar uma abraço logo.

– Sério? – Hoseok sorriu, envolvendo a cintura do menor, assim como Taehyung.

– Gente, o squad todo é gay? Não vai sobrar ninguém pra mim? – Somin indagou, tristonha.

– Eu sou bi, ok? Bissexuais existem! – Jungkook responde, mas depois se choca com sua resposta. – É... quer dizer... mulheres são lindas e homens também, precisamos dessa visibilidade.

– Que fofo – Somin torna sua expressão mais orgulhosa e Jungkook ri, envergonhado. – A convivência com o Jimin realmente está te desconstruindo.

– Vem pros lgbtq, amiga. – Jimin sorriu, indo em sua direção.

– No final das contas, deu tudo certo. – Jungwa se jogou no sofá, cansada. – Vocês cansam minha beleza.

– Aprendeu comigo. – Hyosun ergueu a palma da mão e fez Hi-five com a menor.

– E você aprendeu com o pai. – Jimin bagunçou seus cabelos, sorrindo, orgulhoso. – Vem pra cá, Jungkook.

– Eu jurava que não ia dar certo. – Taehyung murmurou, beijando o topo da cabeça de ambos.

– Eu devia bater em vocês dois com esse guarda-chuva.

°~°

cobraram tanto o pedido taeyoonseok precioso que eu tive que abrir um espacinho pra fazer

adoraria fazer mais, mas a história não tem espaço pra isso :(

mamãe ama vocesss

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