40: he isn't a monster
– Appa! – Hyosun resmungava no banco dos fundos. – Mais rápido!
– Como é que você quer que eu vá mais rápido nesse trânsito? – Jimin respondeu, no mesmo tom de voz infantil.
– Não sei. – Ela suspirou. – Mas não quero deixar a Jungwa esperando.
– Hmm, Jungwa, huh? – Jimin soltou uma risadinha, a garota no banco dos fundos apenas desviou o olhar, provavelmente não entendeu o sentido da brincadeira.
Aish, crianças.
Jimin, de certa forma, admirava a amizade das duas garotas, era incrível a forma de como gostavam de estar presente em qualquer situação, ou na felicidade que sentiam quando estavam juntas.
Aquilo o fez lembrar dos seus tempos escolares, ele se consideraria popular no ensino fundamental, e até mesmo no médio, Park Jimin sempre chamava atenção por onde passava.
Lembrou-se da primeira vez que teve seu primeiro contato íntimo com um garoto, estavam no banheiro, depois de uma aula de educação física cansativa, Jimin virou-se para trás e observou o garoto retirar o short moletom e entrar no chuveiro quase improvisado, então apenas ficou ali, o observando.
É claro que Taemin nunca indagou sobre tal questão, já que provavelmente não havia notado, mas Jimin sempre o observava depois de longos treinos, até que um dia, sentiu seu pênis dar algum sinal de vida, suspirou pesadamente e entrou fundo no chuveiro, esperando que o jato frio aliviasse seus pensamentos impuros.
Parou em frente a escola da menor, abrindo a porta com certa força, retirando a pequena de lá enquanto a mesma abria as pernas para enlaçar suas pernas no pescoço do pai, que segurou suas mãozinhas e travou o carro.
– Me diga que vai se comportar hoje, huh? – Jimin sorriu para a menor. – Acredite. A última coisa de que preciso, é de mais um problema. – Suspirou.
– Pode deixar comigo, Appa! – A garota ergueu o punho, enquanto observava o papai abrir os dois braços.
Jimin envolveu a mesma em um abraço e apertou suas bochechinhas com força, fazia um tempo desde que havia arranjado um tempo para exercer corretamente sua função de pai, e naquele momento, não pensava em nada menos do que recompensar e planejar um passeio com a menor antes que fosse tarde demais.
Jimin sabia de sua puberdade, sabia que no futuro ela teria de passar por todas as fases da vida, e enfrentar uma garota determinada na fase da adolescência com certeza não seria sua praia, então teria que aproveitar enquanto era doce e amável.
E é claro, ele já havia tido essa fase também, inclusive, fôra nessa mesma fase em que teve seu coração partido pela primeira vez.
Lee Taeyong. O rapaz cujo brincou com seu coração pela primeira vez na vida, o rapaz que até pouco tempo - um/dois anos - não havia superado, apenas por esse fato.
Jimin nunca havia se apaixonado, mas quando o viu pela primeira vez, entrando no mesmo ônibus escolar, sentando ao seu lado enquanto cantarolava uma música qualquer, que consequentemente, era sua favorita, não hesitou em começar uma conversa.
Mas o cara era um puto. Um puto de um fodido, tinha problemas familiares, problemas em estabelecer apenas um sentimento, era concetro e intenso demais para um coraçãozinho tão mole e indefeso quanto o de Jimin, e quando ele explodiu, o despedaçou por inteiro.
Jimin conseguia lembrar-se dos seus pais mencionando o nome de Hwasa, sua ex-esposa, cujo pai, era grande amigo do seu pai, e ele sabia que ali havia questões de negócio.
Eles tinham uma boa relação, mas o sexo com o sexo oposto, não se comparava ao simples toque de lábios e alguns amassos com mãos bobas que manteu com o rapaz de cabelos platinados que tanto revirou sua mente.
Era quase uma regra. A famosa regra dos primeiros amores que você vai ter, ou já teve na vida.
Você sempre vai acabar por conhecer alguém por quem vai acabar se apaixonando e criando expectativas, e então, essa pessoa vai esmagar seu coração e puxar os pedaços garganta a fora, esperando que algum dia, você realmente compreenda que aquilo iria continuar acontecendo.
Quanto mais relacionamentos, mais decepções amorosas, nada dura pra sempre, inclusive a vida, e Jimin sabia mais que qualquer um disso.
Demorou bastante tempo para superá-lo, superá-lo pelo fato de que ele havia encontrado alguém melhor e o abandonado na primeira chance que teve. Não teriam um futuro promissor, de qualquer forma, era tudo escondido, e se viesse à tona, provavelmente seria espancado e redirecionado a igreja mais próxima, afim de curar sua "doença".
Até que tomou sua primeira iniciativa e levou sua filha para fora de casa após a proposta de um trabalho promissor. Se não pudesse ser quem queria ser em casa, teria que sair de lá, e estava decidido.
– Unnie! – A voz fina de alguma criança gritou por Hyosun, que ficou na pontinha dos pés e acenou para a outra garota que adentrava a escola.
– Moonbyul! – Sorriu fraco, abrindo os braços para receber a garota neles, logo depois, olhou para o loiro. – Esse aqui é o meu papai.
– Oi, tio, tudo bem? – Moonbyul perguntou com a voz engraçada.
– Eu estou bem. – Jimin soltou uma risadinha. – E você, anjinho?
– Moonbyul! Você precisa parar de fugir de mim dessa forma! – Ouviu a voz grossa conhecida, olhou para cima e arregalou os olhos.
– Park Chanyeol. – Falou.
– Park Jimin. – Respondeu. Jimin percebeu o quanto sua voz suavizou, ao vê-lo, engoliu em seco ao ver o efeito que causava no rapaz.
A situação tornou-se extremamente delicada, ilhas de diferenças do que sentia quando estava próximo de Jungkook, era energia, conexão, ligação, êxtase, o estado mágico onde tudo flui muito naturalmente.
– Já faz um tempo, huh? – O loiro colocou uma das mãos na cintura, inclinando-se para o lado.
– É, faz mesmo. – Ele olhou para baixo, suspirou. – Olha, dessa vez eu não vou hesitar, eu não quero hesitar mais.
– Garotas, está na hora! – Ouviu a voz da professora soar pelo local, Hyosun lhe deu um abraço breve, Moonbyul fez o mesmo. As duas caminhavam felizes até a sala de aula.
Mal sabiam que no futuro, tudo que elas presenciavam no prézinho, iria por água abaixo desde o momento que achar alguns números se transformam em letras.
Quem nesse mundo quer saber onde está a porra do X? Isso era mesmo necessário? Jimin realmente não curtia exatas, tanto que os únicos cálculos que faziam eram sobre roupa.
Exercer a profissão não era algo tão difícil para alguém que estudou pra caralho sobre o assunto, principalmente quando se tinha uma ajudinha extra do seu chefe. Ou devo dizer ex-chefe?
– Eu quero sair com você, não se preocupe. – Jimin sorriu para o moreno, que automaticamente abriu um sorriso.
Não. No fundo ele com certeza não queria, mas teria que seguir em frente se quisesse continuar sua carreira.
– O café por minha conta? – Chanyeol indagou, enquanto colocava as duas mãos no bolso do casaco moletom.
– Obviamente.
[break of time]
Jimin respirou fundo e soltou o ar lentamente, esperando que a situação de alguma forma, não ficasse pesada, não queria de forma alguma afastar o senhor Estou-Interessado-Em-Você.
Aquilo de certa forma, o deixava meio ansioso.
A cafeteria era local, próxima ao prédio da Gucci, e ainda o restavam algumas horas desde o seu expediente, já que Taehyung – por algum motivo – lhe enviou uma mensagem dizendo que iria chegar mais tarde.
Adentrou o local e caminhou até a mesa mais próxima, singelamente, ajeitando seu cachecol que custava em cair de seu pescoço, resmungou, retirando a peça com força e a guardando na bolsa, Chanyeol soltou uma risadinha vaga.
– Aqui está bom pra você? – Indagou, apontando para a tábua de madeira.
Suspirou, e automaticamente recebeu resposta do seu cérebro, que custava em comparar tudo que acontecia, em algo que Jungkook provavelmente faria.
Está. Mas você está sendo Chanyeol demais. Não é como ele.
Cérebro fodido. Mas ao invés disso,
murmurou apenas um breve:
– Sim.
Chanyeol sentou-se à sua frente com o rostinho empolgado, parecia uma criança, aquilo partiu o coração do loiro, não queria procurar em algo que não encontrou em outra pessoa.
Não queria ter que compará-lo com Jungkook todas as vezes que alguém fizesse alguma coisa. Mas algo sempre lembrava ele. Era inevitável.
Jimin o observou melhor, cabelos escuros, ondulados, lábios cheios, molhados, carnudos, pele macia, sorriso encantador, delicado, amável e sensato. Definitivamente bonitinho.
O local estava um tanto tranquilo, aquilo deixava Jimin relaxado, à vontade, mas ainda sim, uma pilha de nervos, não saberia como reagir, fazia muito tempo desde que saíra com um homem, era estranho, constrangedor.
– Estou tão feliz por ter aceitado. – Ele comenta, enquanto apoia os cotovelos na mesa. – Juro que tinha muita vergonha de te convidar pra algo desse tipo, principalmente você, que de certa forma, me deixa um tanto nervoso.
– Bobagem. Sou apenas... Eu. – Jimin respondeu. – Não precisa ficar nervoso, estou aqui pra ouvir você e comer um pouquinho, bem tranquilo, huh?
Chanyeol olha ao redor, procurando por algum garçom, Jimin aproveita para fazer o mesmo, mas sua visão automaticamente trava na medida que observa as costas largas e fortes de um rapaz, costas extremamente conhecidas, costas de Jeon Jungkook.
– Chanyeol, eu... Podemos pedir logo café? – Jimin sorriu amarelo, engolindo em seco. – Posso me atrasar se continuar aqui.
– Oh, sim, sim. – Chanyeol sorriu fraco. – Não sabia que os garçons aqui demoravam tanto pra vir anotar o pedido.
– Clientela estranha.
– Nós também somos.
– Muita das pessoas daqui são conhecidas, acredite. – Jimin falou, mas aquilo acabou soando como um resmungo.
Chanyeol varreu local novamente, ergueu uma sobrancelha.
– É. Ali está o cara altão de cabelo maneiro. – Chanyeol consequentemente, apontou para o garçom.
Jimin observou a direção, engoliu em seco, atrás do rapaz, avista a figura esguia de Jungkook, virando a cabeça para os lados enquanto conversava com alguém.
Saber que sua briga com ele não havia o afetado tanto quanto pensava o fazia sentir-se mal. Principalmente quando inclinou-se para frente e avistou uma garota junto a si.
Alta, bonita, cabelos castanhos, sorriso fraco, lábios carnudos, vermelhos, peitos grandes, não sabia dizer se era silicone, mas eram bonitos, de qualquer forma, usava um vestido escuro, vinho, marcava suas belas curvas, saltos finos, certamente uma mulher de negócios.
E Jimin sabia que tipo de negócios Jungkook poderia estar tratando com ela, aquela era definitivamente a parte que mais o assustava.
É claro que de certa forma ele também estava acompanhado, mas só os deuses iriam saber o quão derrotado estava se sentindo por perder um dos melhores empregos que já arranjara. Era devastante, porém, não o fim do mundo.
– Oh, aquele ali é o seu chefe? – Chanyeol tombou a cabeça para o lado. – Jeon Jungkook?
– Sim, sim. – Respondeu. – Ex-chefe, larguei o emprego. – Corrigiu.
– Eu não sabia, me desculpe, eu apenas... – O moreno engoliu em seco.
– É, apenas... – Jimin ergueu uma sobrancelha, sorrindo debochado. – Não ligue muito pra isso, não sou um lobo solitário, tenho muitas oportunidades.
– Tenho certeza que sim, você é incrível! – Chanyeol sorriu.
– Aish, que garçom demorado, vou marcar a primeira estrelinha no aplicativo do google, péssimo atendimento! – Jimin resmungou.
– Isso aqui está uma droga, me desculpe, eu só achei que não te pegaria em um dia ruim. – Chanyeol suspirou.
– Eu preciso de explicações para algumas coisas, só isso, mas não está ruim, Yeol. – Jimin respondeu.
– Sabe... Eu não ia comentar, mas eu já fui grande amigo do Jungkook, e ele provavelmente já deve ter pedido para você se afastar de mim. Eu sei que já. – Murmurou. – Mas eu posso explicar.
– Não vou mentir, ele pediu sim. – Jimin riu. – Na verdade, soou como uma ordem. Ele estava preocupado. Bem preocupado. Parecia até que te conhecia, na verdade.
– Há muito tempo atrás, dividimos um quarto na faculdade em que ele morava, e ele era uma pessoa muito ocupada, mesmo assim, nos tornamos melhores amigos, até ele... Tomar a empresa do seu pai. – Chanyeol engoliu em seco.
– E o que houve? Porquê se afastaram? – Jimin indagou.
– Eu não queria falar sobre isso, e você provavelmente está achando isso aleatório demais, mas eu realmente não estou mentindo, porém, o Jungkook que eu conhecia costumava ser bem diferente do que é hoje.
– Diferente como?
– Ele era... Risonho? Possuía um ótimo senso de humor, sorria mais, argumentava mais, até que por algum motivo que eu nunca pude descobrir, ele largou a escola, assumiu a empresa, e arrumou uma esposa. – Chanyeol engoliu em seco.
– A esposa. Eu sei que ele já teve uma esposa. – Jimin massageou suas têmporas. – Esse assunto tem me dado nos nervos.
– E então, eu ouvi dizer que ele agredia ela fisicamente, e verbalmente, sabe? Então resolvi não manter mais contato, nunca imaginei que ele pudesse virar esse monstro. – Chanyeol confessou.
– Ele não é um monstro, Chanyeol. – Jimin baixou os olhos em sua direção, enraivado. – Deveria se informar antes de sair o julgando assim, você não sabe pelo que ele passou. Você não sabe pelo que eles passaram, não sabe se a agressão foi real.
– Você está o defendendo? – Chanyeol cruzou os braços. – Eu acabei de dizer coisas que ele fez.
Jungkook não defendeu esse ponto de vista. E muito pelo contrário, ele ficou extremamente ofendido quando Jimin usara essas palavras com ele.
– Você acabou de me contar suposições que as pessoas fizeram sobre ele, Chanyeol – Jimin revirou os olhos. – Não tem como provar se aconteceu se não estava lá.
– Jimin... – Chanyeol suspira. – Você sabe que ele age de forma esquisita, ele fazia isso até na faculdade.
– Eu não acredito! – Jimin respondeu, sua mente viajando até o rosto ofendido do maior. – Me dê uma prova, de que você realmente o conhece.
– Certo. Espere um segundo. – Chanyeol revirou os olhos, buscando o celular no bolso.
Ergueu o aparelho em sua frente, mostrando uma das selcas antigas que havia tirado com o rapaz, Jimin quase sorriu ao ver o cabelo mais curto e o olhar menos cansado, mas ainda sim, parecia bonito como um inferno.
Jungkook tinha essa ótima maneira de fazer o menor sentir-se diferente em questões de segundos, era estranho, pecaminoso, como se estivesse mergulhando em erva daninha e querer evitar a coceira na pele.
Jungkook era... Fogo. Fogo, e Jimin era água, aquilo o deixava cada vez mais intrigado, não aguentaria ficar longe dele, e sabia disso, porquê de certa forma, ambos corpos atraíam-se inconscientemente, e aquela era a pior parte.
– Eu... Tenho que ir. – Suspirou, enquanto juntava seus pertences em cima da mesa. – Muita coisa pra digerir, sabe?
– Tudo bem, Jimin. – Chanyeol respondeu, seco. – Me desculpe se estraguei tudo, estarei aqui caso não ache que sou um babaca.
– Até uma próxima. – Foi a última coisa que disse até dirigir-se até a porta de saída.
Não sabia se Jungkook havia o visto ali, mas tinha que dar um jeito nessa atração imensa e calor que sentia, nessa aproximação imediata. Tudo aquilo o estressava pra caralho.
Mas quando o viu alcançar a mão da moça do outro lado da mesa, resmungou forte e pigarreou, baixando a cabeça. Jungkook era um idiota.
– Senhor! – Ouviu a moça o chamar. – Você precisa mostrar a conta antes de sair!
– Que se dane vocês, e seu atendimento ruim, espero que suas máquinas de macchiato explodam!
°~°
gente, um assunto sério: eu nunca abordaria o assunto de agressão e colocaria os dois personagens para se relacionar após isso se realmente tivesse acontecido tanto com o jimin, quanto com a ex esposa do jungkook.
vocês vão descobrir tudo em alguns capítulos, NÃO tirem conclusões precipitadas.
uma mulher precisa divulgar o seu trabalho, então, tá aqui o coverzinho de ktl do meu grupoooo
https://youtu.be/XVBZzIpcvPk
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