Side Story #2



↳ ❝ [ A Q U Á R I O] ¡! ❞
Capítulo Especial
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Durante a vida, existem certas experiências que a maioria de nós passa. Dentro delas estão os passeios escolares. Uma forma de vivenciar na prática o que aprende em sala e engajar as crianças com uma parte educacional divertida. Zoológicos, parques, museus, aquários, são o tipo de coisa que já não tem tanto interesse popular quando adulto. Por esse motivo, durante uma conversa com Taya, minha amiga ficou — de certa forma —, revoltada.

— [Nome], você não deve lembrar, é impossível. Ainda mais que você frequentou boas escolas em Hyogo.

Me sentei ao seu lado na mesa do refeitório, a mesma que sempre dividimos com Motoya e Kiyoomi, ajeitando a bandeja do jantar em seguida.

— Eu não sei o que tem de tão surpreendente — comentei, esperando os dois garotos saírem da fila para então podermos jantar todos juntos.

Minha amiga ruiva balançou os cachos desordenados — Precisamos dar um jeito nisso, é uma experiência única e incrível!

— O que é único e incrível? — Toya se sentou ao lado da minha amiga, questionando curioso sobre o que estávamos conversando.

— Visitar o aquário — explicou a ruiva. — Acredita que [Nome] nunca foi?

— Impossível.

— Foi o que eu disse — Taya voltou a evidenciar batendo de leve as mãos juntas, provando seu ponto.

Apoiei o braço na mesa do refeitório da Itachiyama e em seguida coloquei o rosto na mão — Por que é tão difícil de acreditar? Aposto que muitas pessoas nunca foram. Só perdi a oportunidade.

Kiyo veio para o meu lado, ajeitando meticulosamente a bandeja e seus talheres na frente de sua cadeira.

— Então você se lembra — minha colega de quarto apontou —, só não foi.

Abaixei a cabeça por um momento, tirando os braços da mesa e voltando a me encostar na cadeira. Algumas memórias dos meus tempos de criança voltando à mente.

— Quando a escola que eu estava anunciou que ia para o aquário fiquei muito animada — confessei —, Hide e Hayato ficaram me contando muitas histórias. Na véspera do passeio eu não consegui dormir direito e no fim acabei com febre, acabei perdendo o passeio e fiquei em casa. Nunca tive a oportunidade de ir depois.

— Você ficou doente porque queria muito ir? — Kiyoomi não parecia entender o conceito por trás do ocorrido.

Peguei os talheres — Acho que não diretamente, existem alguns efeitos psicológicos que justificam porque as emoções nos fazem adoecer. Provavelmente foi um conjunto de alguns fatores.

Não tenho muitas memórias da minha infância, a maioria dos dias gravados na minha mente eram dos dias cuidando de minha mãe, mas uma delas era exatamente desse dia. Depois de passar a noite em claro sem conseguir dormir por conta da ansiedade, não consegui sair da cama. Quando minha mãe veio me chamar para ir para a escola, percebeu que eu não estava bem, apesar de tentar com todas as minhas forças ir para o passeio. Lembro de Hide e Hayo aparecendo na porta do meu quarto, vestidos com os uniformes escolares e preocupados, prometendo trazer algo para me animar depois do treino.

Sei que fiquei quieta o resto do dia, chegando a chorar no colo da minha mãe pelas expectativas quebradas. Não é fácil para uma criança tão nova lidar com as frustrações, sequer entender o que está acontecendo.

Voltei a contar a história.

— Naquele dia, Hayo e Hide voltaram da escola com todos os livros que eles puderam alugar na escola referentes ao fundo do mar. E meu pai tomou um tempo na antiga padaria que ele trabalhava para fazer diversos biscoitos com formatos de peixinhos.

— Que fofo — Taya abriu um sorriso —, posso imaginar Hayo chegando na biblioteca da Inarizaki pedindo todos os livros com figuras do mar.

— Por algum tempo eles continuaram a trazer livros, e sempre que tinham tempo ficavam folheando as páginas, e lendo para mim. Até que eventualmente esqueci.

Motoya estava com a boca cheia — Você ainda gosta desse tipo de coisa?

— Não na mesma intensidade, mas tem tanto que não conhecemos sobre os oceanos, tantos animais diferentes, tantas lendas, tantas cores. Acho fascinante.

— Sua comida vai esfriar — Kiyo interrompeu a conversa momentaneamente. Ainda que pudesse soar como uma interrupção rude, na verdade, é o jeito que ele tinha para demonstrar sua preocupação.

Taya riu com o pequeno gesto de proteção, já o primo apenas deu de ombros voltando a colocar uma grande porção do próprio jantar na boca. Pequenas frases eram ditas aqui e ali, mas sem engajar numa própria conversa.

As eliminatórias de Tóquio haviam acabado a pouco tempo, e agora nos últimos meses do ano, cada dia parecia ficar ainda mais frio.

— Mal posso esperar para voltar a esquentar — Toya comentou esfregando os braços.

Taya que tinha um grosso cachecol envolto no pescoço cobrindo a boca concordou, ambos andavam na nossa frente. Enquanto isso, eu e Kiyoomi seguimos com passos mais lentos e braços dados atrás deles.

— Não é difícil jogar com esse tempo Komori? — Taya perguntou — Não dá para jogar de calças?

— Geralmente a temperatura nos ginásios é controlada, mas ocasionalmente dá para sentir um frio. Também nos movimentamos muito em quadra, então às vezes nem dá para perceber. Só depois.

— Vocês são corajosos, eu não teria vontade de sair da cama para um jogo com esse tempo.

— Você não tem coragem para sair da cama para nada Taya — disse olhando para o chão e chutando uma pedrinha. — Esteja quente ou frio. Quantas vezes já nos atrasamos?

Minha amiga ruiva levantou ambas mãos para o rosto, cobrindo as bochechas rosadas — Mas dormir é tão bom.

Toya suspirou alto, o ar condensando em fumaças espiraladas brancas assim que deixou sua boca — Só consigo dormir quando estou na escola, mas mesmo assim aquele cara não me deixa passar do horário.

Por um momento ele apontou com o polegar por cima do ombro para onde estava seu primo. Kiyo franziu e respondeu depois.

— Durma mais cedo se quer dormir por mais tempo.

— Foi para Komori-kun, mas senti que foi para mim também — Taya reclamou cruzando os braços.

— Estamos no mesmo barco Tacchan.

Essas noites se tornaram comuns, gastar um tempo no fim do dia conversando bobagens no caminho de volta para os dormitórios, dependendo da conversa ainda podíamos ficar do lado de fora um pouco aproveitando a companhia de amigos.

Repentinamente, senti meu celular tocar, havia poucas pessoas que ainda gostavam de ligar. E a julgar pelo horário, as opções eram ainda mais reduzidas. Parei de andar e então soltei o braço de Kiyo para pegar o aparelho no meu bolso.

— Oi, pai — atendi após confirmar o contato na tela.

— Como está minha filha preferida?

Soltei um riso — Hide e Hayato sabem dessa sua preferência?

— Claro que não, é um segredo nosso — ele riu do outro lado. No fundo, podia escutar o barulho de panelas e outras vozes, me levando a crer que ele ainda estava no hotel.

— Fala que mandei um oi — Taya acenou —, está muito frio para mim. Vou entrar.

Komori também disse o mesmo e ambos se foram com um aceno.

— Taya, Motoya e Kiyo — acrescentei o último nome por vontade própria, olhando para meu namorado durante isso. — Mandaram um oi.

— Recebido com honras e mande meus cumprimentos de volta. Estou atrapalhando filha? Está jantando? Posso ligar depois, a comida é mais importante.

— Não, estamos voltando para o dormitório — troquei o celular de mão para poder puxar Kiyo para se sentar num banco que tinha ali no caminho. — Pode falar.

O som ambiente cessou do outro lado depois que uma porta bateu, meu pai deu um suspiro e então voltou a falar.

— Terei de cancelar nosso encontro sábado, surgiu uma pendência num dos hotéis, preciso viajar para atender um franqueado, vou amanhã e fico por lá uma semana.

Boa coisa que ele não estava presente para ver meu rosto, conforme os dias foram passando tem se tornado cada vez mais difícil ver a minha família. Hayato está do outro lado do mundo, Hide e Ichika estão envolvidos em diversos projetos da Edsel e com as pesquisas para o casamento todo o tempo livre é dedicado a ele. Meu pai é quem eu via com mais frequência, mas o cargo do hotel está levando ele para todos os lugares o fazendo viajar com frequência.

— Tudo bem — abaixei a cabeça —, não é como se fosse de propósito.

— Me desculpe filha, sei que você estava animada.

— Temos outros fins de semana, não se preocupe — tentei o tranquilizar.

Nisso Kiyo pegou a minha mão livre a prendendo entre as suas a apertando de leve.

Engoli seco, e forcei uma animação — Traga alguma coisa diferente para eu comer e está perdoado.

— Claro que sim. — alguém chamou ele no fundo, e com um suspiro pesado ele se despediu — Preciso ir, te amo. Cuidado com o frio.

— Pode deixar — respondi — também te amo, boa viagem. Faça pausas entre os trabalhos, e coma bem certinho.

— Anotado e obrigado.

O mais velho desligou e o que restou foi o silêncio.

— O que aconteceu? — Kiyo perguntou mantendo o rosto virado para frente.

Me ajeitei no banco e deitei a cabeça em seu ombro — Lembra que eu disse que ia visitar alguns lugares em Tóquio com meu pai? Um hotel pediu para ele fazer uma visita, volta só semana que vem.

— Sinto muito, você estava animada.

— Sim, mas não tem muito o que fazer. — fechei os olhos por um momento. — Acho que vou passar o fim de semana sozinha, Taya vai voltar para casa dela, você e Toya também.

— Você está triste.

— Não — minha voz morreu com certa incerteza.

— Não foi uma pergunta — Kiyoomi rebateu agora virando a cabeça na minha direção.

Por mais que ele fique quieto na maioria das vezes, o garoto não deixa nada passar despercebido. Um comentário aqui, outro ali, e então ele já tinha um panorama completo da situação.

— É bobagem, me faz sentir uma criança mimada. Estive com a minha família junta até poucos meses atrás, não devia estar chateada por eles estarem fazendo as coisas deles, tarefas que também são importantes para eles.

Kiyo correu o polegar nas costas da minha mão — [Nome] ninguém pode controlar o que se sente, apenas acontece. Diferente da minha família, vocês sempre foram unidos, ainda não tem um ano que a sua mãe morreu, é natural que se sinta solitária.

Sua voz soou calma, séria e sem flutuações — Em pouco tempo seus irmãos seguiram seus caminhos e a cada dia seu pai que é o centro de tudo está mais distante. Não precisa se sentir egoísta por desejar por algo que é importante para você.

Travei os dentes e levantei a cabeça de seu ombro — Diz isso, mas pense em qualquer pessoa da nossa idade que está triste por não conseguir ter um momento em família.

— A maioria deles não passou meses cuidando de uma mãe doente apenas para ver ela partir depois. — A resposta veio de imediato e junto dela um vento frio que fez um calafrio correr a minha espinha.

— Está mais frio, vamos entrar, você vai ficar doente — Kiyo se levantou num salto, ele estava falando sobre um assunto profundo sem grandes emoções. Mas ao simples tremer de ombros, a urgência envolveu sua voz numa velocidade impressionante.

Um riso surgiu naturalmente puxando meus lábios para cima — Foi só um vento, não ficaremos doentes por isso.

— Pessoas adoecem por muito menos.

— Certo — me levantei falando em tom de brincadeira —, você é o especialista sabe melhor do que eu.

Kiyo puxou minha mão com certa força, segurando meu corpo contra o seu, respondendo à provocação — Diz a criança que ficou com febre por um aquário.

Mesmo com o frio da noite senti o rosto esquentar, fechei a mão livre em punho batendo de leve em seu peito — Ah, cale a boca Ace-kun. Preciso pedir para Haruka e Toya mais histórias suas, não é justo, você sabe muito mais sobre a minha vida do que eu sobre você.

— A culpa não é minha que seus familiares gostam de falar como você era uma criança fofa que tinha medo de um pirata de televisão.

— Pare com isso! — apertei sua lateral. Sabendo que no fim era sua maneira de livrar a minha cabeça de pensamentos mais complicados.

Numa atmosfera muito mais leve, voltamos para o dormitório. Kiyo me deixou no meu andar e subiu para o dormitório que dividia com Motoya em seguida, no dia seguinte o pedido inesperado; para o deixar o sábado livre para ele.

Quando questionado sobre, para variar, a resposta foi direta e sem dizer muita coisa. Para o bem ou para o mal, decidi confiar em suas palavras. A sensação de mistério era algo novo, também era a primeira vez que uma proposta de encontro partia diretamente do garoto.

Ajustei o casaco no corpo e olhei no espelho que tinha no dormitório, antes de sair levando uma bolsa de ombro. Quando cheguei no térreo, Kiyo já estava por ali. Algumas das alunas residentes dos dormitórios passavam olhando, mas não tinham coragem de se aproximar. Depois do repetindo sumiço de Yoshida, alguns boatos começaram a surgir, dentre eles que o motivo dela ter deixado a escola sem explicação era o fato de ter "caído" no lado ruim de Kiyoomi. A família Sakusa tinha um certo poder, mas as pessoas distorciam a verdade fazendo soar muito maior do que realmente era.

Todas as suas roupas eram escuras, incluindo a máscara, vestia um casaco preto por baixo uma camisa de gola alta cinza escura, envolta do seu pescoço havia um cachecol caxemira também preto, luvas envolviam suas mãos completando o ar misterioso e parcialmente sombrio.

— Pediu para confiar em você, mas me sinto como se estivesse prestes a ser sequestrada. — disse em tons baixos assim que me aproximei, evitando que os curiosos nos escutassem.

O meio de sua testa franziu de leve, em questionamentos, mas logo se suavizou.

— De certa maneira — Kiyo se afastou e ergueu as mãos para ajeitar no meu rosto uma máscara como a sua. Seus dedos contornaram as minhas orelhas levemente causando um arrepio na base da minha coluna — Podemos ir?

Assenti dizendo que sim, e então nossa pequena jornada começou. De mãos dadas caminhamos até a estação mais próxima a fim de pegar o metrô, ainda não sabia qual era nosso destino, mas conforme seguimos pelas estações percebi que a cada momento nos afastamos mais de Tóquio. Por um momento pensei estar indo em direção ao monte Fuji, mas no meio da rota foi feito um desvio que nos levou direto para Fujisawa, na província de Kanagawa.

A cidade fica no litoral com saída para a baía de Sagami, o ar úmido que vinha das praias traziam consigo o cheiro de mar.

Kiyo segurou minha mão e com a outra checou o relógio — Precisamos andar cerca de cinco minutos.

— Tudo bem — disse ajeitando os fios de cabelo que se soltaram por conta do ar. — Não vai mesmo me dizer aonde vamos?

— Não.

Balancei a cabeça, entendendo em pouco tempo o porquê dessa decisão.

Depois de um estacionamento aberto e uma calçada de pedras cinzas sustentado por três colunas, havia um prédio. Grande, moderadamente movimentado e de telhado reto, na parede de tom amarelado com listras o escrito que me fez parar de andar.

Aquário de Enoshima.

Virei o rosto para Kiyo que tinha nos olhos um brilho de satisfação, apertei sua mão numa tentativa de provar para mim mesma ser realidade.

— Não fique olhando com cara de boba — disse me puxando de volta para a realidade —, temos uma fila para pegar.

— A culpa é sua, é por isso que se recusou de toda maneira me falar! — acusei, porém, feliz. — Mas tem aquários em Tóquio, por que esse?

— Parecia mais interessante, os aquários urbanos não têm tantas espécies. Já que é a sua primeira vez, é melhor ser algo bom.

Balancei o braço entre nós — Parece incrível! Olhe só, Kiyo, tem esculturas de águas vivas nos portões.

— Estou vendo.

Após passar pela fila serpenteante repleta de famílias com crianças, subimos um pequeno lance de escadas. No que parecia um hall de entrada, grandes janelas de vidro ofereciam uma vista privilegiada da praia atrás do prédio. A paisagem era fria, pois o ano se aproximava do fim, com temperaturas que não passavam de 10 °C. Ainda assim, era deslumbrante ver as ondas quebrando em cadência na areia.

Mais alguns passos e foi como entrar em outra dimensão. A luz era baixa, com uma iluminação azul escura que refletia nas texturas das pedras, simulando o fundo do mar. Atrás de cada divisória, um universo inteiro se revelava. Peixes de todos os tamanhos e formas nadavam em cardumes, formando figuras que dançavam na água como em um palco mágico.

Era apenas o começo, mas eu já estava fascinada. A criança que perdeu o passeio anos atrás emergiu dentro de mim, tomando controle completo das minhas emoções. Enquanto meus olhos permaneciam vidrados nas formas de vida, Kiyo se preocupava em ler os letreiros, compartilhando comigo o conhecimento pontuais sobres aqueles seres, saciando minhas curiosidades.

Cada nova área despertava um sentimento diferente: o mistério das profundezas, a festa vibrante dos corais, o perigoso encanto dos tubarões. O mar, com seus tons e segredos, se desdobrava diante de mim, revelando uma beleza que eu, no passado, perdi de conhecer em cores.

— Sabe, eu nunca pensei que ficaria tão feliz em ver peixes — comentei olhando a parede de vidro que ia do teto ao chão e seguia num túnel que passava por dentro do aquário. — Acho que entendo um pouco o Hayo, que manda fotos e vídeos do peixe dele em dezenas.

Ri pensando no pequeno peixe-beta que meu irmão ganhou do amigo Z no Brasil.

— Sei que no geral o ambiente não é seu preferido, obrigada por fazer isso por mim.

Meu namorado estava segurando o casaco num braço, assim como o cachecol e luvas, com uma expressão beirando a indiferença. No local a temperatura controlada fazia sua mágica, permitindo abandonar os casacos pesados e aproveitar a jornada de maneira leve. A lateral do seu rosto estava iluminada pelos tons azuis que vinham da água, refletindo pequenas ondas no escuro de seus olhos.

— Sei que parece algo que todos dizem, mas o entorno realmente não importa quando estou com você. Mesmo aquilo que eu não gosto, se torna suportável. — Kiyo respondeu virando para o tanque onde uma arraia passou próxima a nós.

— Sempre diz que não tem regras — continuou —, que podemos fazer as coisas do nosso jeito, mas muitas vezes me vejo recebendo mais de você do que realmente dando algo em troca. Mesmo sem ter tanta certeza de como agir, gostaria que você se apoiasse um pouco mais em mim [Nome], seja para contar as chateações, sonhos ou alegrias.

Sua mão se ergueu para o meu rosto — Posso não ser oficialmente sua família ainda, mas sempre vou estar perto quando precisar de mim.

Deitei a cabeça em sua palma, pousando meus dedos sobre os dele — Eu sei, ainda estou me acostumando a ter alguém, até mesmo para dividir meus pensamentos.

— Nós dois ainda precisamos que nos acostumar com muitas coisas — confessou abaixando a mão —, mas temos tempo.

— Sim, nós temos. — voltei a olhar para o tanque — Tempo para tudo, inclusive sonhos. Precisa me falar as coisas que você gostava quando era criança, assim da próxima vez podemos realizar um sonho seu.

Distraída pelos tons de azul que refletiam nas ondas, não reparei que Kiyoomi puxou a máscara do rosto, sendo surpreendida com um beijo na minha testa.

— Não preciso realizar nenhum sonho antigo, tudo que sonhei um dia está nas minhas mãos.

Quando me virei, vi um fantasma de sorriso em seu rosto, antes de voltar a ser coberto pela máscara. Mais um pouco e eu poderia ver meu reflexo em seus olhos de tão brilhantes que estavam, minha galáxia favorita.

— Precisamos criar alguns sonhos juntos então — falei o abraçando pela cintura. Sentindo mesmo atrás das roupas seu coração batendo forte. Kiyoomi respondeu o gesto passando os braços pelos meus ombros e então encostando a testa na minha, seu olhar fixo parecia enxergar até mesmo a alma.

— Parece bom para mim.






↳ ❝ [ E X T R A] ¡! ❞

Ainda estou tentando melhorar no desenho, hahaha, mas aí está uma coisinha que eu eu fiz antes mesmo de começar com os especiais.





N/A: Olá olá! Como sempre obrigada por ler até aqui!

Alguns pontos, parte dos especiais estão situados entre o último capítulo (Finale) e o epílogo. Isso porque o acampamento que o Sakusa vai com o Kageyama é na primeira semana de janeiro.

Ainda vamos virar o ano por aqui, esses especiais devem passar ali entre novembro e dezembro.

No geral o tom deles é esse mesmo, coisa feliz, para cima, pra gente ficar iludido e bater os pezinhos enquanto surta internamente pela fofura deles.

Espero que tenham gostado desse, nos vemos (provavelmente) duas semanas com o #3.

Até mais, Xx!

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