Novo Capítulo


Não era estranho, apenas parecia ser certo mas mesmo assim o jeito intenso que Kiyoomi olhava para meu rosto estava me deixando desconcertada. As pontas dos seus dedos ainda tocando meu rosto com leveza.

-Não te incomoda? – perguntei, não precisava falar com todas as palavras para que ele entendesse que estava falando sobre seu quadro leve de misofobia.

-Não tanto quanto eu imaginava – ele respondeu – É a mesma sensação com meus pais, é só não pensar muito.

Sakusa se afastou um pouco o calor da sua mão deixando a minha bochecha pela primeira vez. E surpreendentemente seus olhos brilhavam como eu nunca havia visto, uma pequena galáxia viva no rosto que ainda se mantinha com a mesma expressão séria de sempre.

-Por mais que gostaria de ficar aqui com você, precisamos voltar. – comentei e virei para olhar para o salão. Franzi meu cenho vendo que a mesa com os nossos lugares possuía uma ótima visão pra onde estávamos, com certeza que o pequeno bando de fofoqueiros havia visto tudo.

Balancei a cabeça, pelo menos me pouparia de falar algumas coisas – Consegue voltar pro salão?

-Hum? Não estava incomodado com o salão – respondeu então algo de cruel se fez presente – Não gosto do levantador do MSBY.

Mesmo tentando segurar não consegui deixar de rir – Você é bem ciumento ace-kun. Mas não se preocupe, minhas borboletas batem apenas por você.

Kiyoomi pareceu ficar sem reação por um segundo - Esse tipo de coisa vai ser recorrente agora? Porque não sei se consigo me acostumar com isso tão cedo. – voltou a colocar as mãos nos bolsos.

-Talvez e eu sei que no fundo você gosta das minhas piadas. Se se acostumou com os meus memes de cachorro se acostuma com isso também – sorri - Agora de verdade precisamos voltar.

Ele hesitou embora tivesse acabado de falar que não tinha problemas com o salão – Deveria falar alguma coisa para seus irmãos... E pai?

-Honestamente... Acho que não vai ser necessário... Também não precisa ser agora. – afinal todos eles parecem ter trabalhado por debaixo dos panos para que isso acontecesse. Completei na minha mente.

Então com passos devagar mas lado a lado voltamos para dentro do local e minhas suspeitas foram confirmadas afinal eles eram péssimos em disfarçar, acho que o único que não fazia questão de esconder que havia visto toda a cena era Hayato que mantinha um sorriso no rosto.

Mas por incrível que pareça ele sabia manter a boca fechada quando devia, então não disse nada ali na mesa. E com sorte Hide e Ichika também apareceram para começar de fato a comemoração.

Ela estava absolutamente linda, o vestido tinha um caimento reto até um pouco antes dos tornozelos e era um pouco mais claro do que as próprias vestes de Hideki. O cabelo estava com alguns cachos e no topo da cabeça tinha uma tiara com algumas flores douradas.

Se eu tivesse que a comparar com alguém seria com um deusa grega da antiguidade.

-Ichika-chan está absolutamente linda – Taya disse apontando a câmera na direção dos dois.

-Concordo, mas queria saber mesmo é da comida – Hayato disse – Será que se eu passar uma mensagem pro pai ele "adianta" um pouco as coisas.

-Acho difícil, ele não fica com o celular na cozinha – respondi – É só uma introdução, controle seu estômago por um instante.

Ele balançou a mão dispensando meu comentário, e eu gentilmente o chutei por debaixo da mesa – não muito forte afinal ele teria treino no dia seguinte – Hayato soltou um sibilo de dor e se abaixou para passar a mão na perna enquanto resmungava baixinho alguns insultos.

Mas logo ele se recuperou vendo que os garçons começaram a entrar e a servir os pratos do banquete que meu pai havia preparado. E falando nele, veio junto de um carrinho acompanhado das mais variadas comidas.

-Especialmente preparado por esse humilde chef – ele disse servindo os pratos individualmente – Não deixaria minha família e amigos serem servidos por alguém além de mim.

-Hisao-san você é o melhor – Komori comentou – Obrigado.

Sabendo que fora meu pai que colocou a mão naqueles pratos certamente deixava Sakusa mais tranquilo também. Tivemos uma refeição agradável e depois da sobremesa apenas as conversas eram ouvidas pelo local.

Um pequeno telão passava algumas fotos de Hide e de Ichika e assim que a parte das famílias começaram a aparecer foi quando toda a minha atenção foi voltada pra ele. Lembranças antigas da minha mãe, de nós na nossa casa em Hyogo, os gêmeos e eu ainda pequenos.

-As fotos embaraçosas dele não coloca – Hayato reclamou – Lembro da vez que ele caiu na lama e ficou chorando porque entrou terra na boca dele.

-Diz aquele que ficou uma semana emburrado porque eu descobri que ainda guardava um ursinho de pelúcia de quando era um bebê.

Hide havia se aproximado e se sentado na cadeira vaga, ali deveria ser o lugar do meu pai mas ele andava constantemente pelo salão cumprimentando as pessoas. O homem era conhecido e admirado por muitos ali.

-Tinha valor sentimental – rebateu o gêmeo – Parece cansado Hide.

-De fato – ele alargou um pouco a gravata – É só um jantar mas mesmo assim parece que foram três dias de festa seguidos.

-Você está arrumando tudo desde cedo Hideki-kun acho que é normal se sentir drenado – Lâmia disse empaticamente.

-Deve ser isso mesmo, um dia inteiro para tudo se resumir numa refeição de uma hora e meia – meu irmão deixou a postura geralmente perfeita para apenas se largar na cadeira – Como foi estava bom?

-Foi o pai que cuidou de tudo. Claro que estava.

-Me surpreende que ainda está aqui, achei que teria escapado para a quadra num momento desses.

Hideki havia dito uma palavrinha bem mágica, o jogador profissional de levantou como se fosse um cachorro que havia visto uma bolinha. – Quadra? Que quadra?

Eu realmente achei que ele pode ter se arrependido de comentar sobre o local, mas logo passou, podia não parecer mas ele era tão inquieto quando o gêmeo. Só era melhor em se controlar.

-Venham comigo – ele se levantou e nós o seguimos, todos. Até mesmo Taya e Lâmia.

Atravessamos o salão junto do noivo e entramos na casa, não havia percebido durante o dia mas havia uma escada que levava para um andar subterrâneo. Hide acionou algumas luzes e uma quadra poliesportiva se iluminou.

Realmente era uma mansão.

Hayato gargalhou e soltou os botões da camisa indo direto para um carrinho de bolas – Agora nós estamos conversando. Podemos fazer toques o que acham? Quem deixar cair sai da roda.

-É cruel vindo de você – Taya reclamou – Obviamente vão sobrar apenas vocês quatro, ou três. Não sei o quanto [Nome] está enferrujada.

-Hey, não era pra você ser minha amiga?

-Eu sou sua amiga, mas faz tempo que você não joga.

-Por favor, não vou perder minha habilidade de um dia pro outro.

Hayato pegou a bola e a apertou vendo se estava cheia. Em seguida sorrindo na minha direção dando o primeiro toque. - Bem, vamos testar.

-Um por si mesmo, e todos sozinhos!

Hide jogou o paletó e o colete no pequeno banco que tinha na lateral também terminando de afrouxar as roupas – Isso está completamente errado Hayo.

-O que vale é a intenção.








N/A: E olha se não é o casal mais nho nho nho da face da terra.

Amo muito tudo isso, apesar de estar na reta final real da coisa.

Hoje é isso, vejo vocês semana que vem.

Até mais, Xx.

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