Início das Aulas
Como instruído pelo senhor que me recebeu no primeiro dia assim que a escola teve o seu ano letivo iniciado eu fui a secretaria para pegar algumas orientações, Taya andava do meu lado explicando cada sala e corredor. Era praticamente como andar com um GPS, nos últimos dias eu tinha descoberto que ela era uma pessoa bem inocente, e extremamente apaixonada pelas fotografias dela.
Hora ou outra eu pegava ela com a câmera virada na minha direção, de acordo com minha amiga eu tinha uma beleza misteriosa. Embora eu não tivesse conseguido mais detalhes dela.
-[Nome] Ishihara – a moça da secretaria me entregou um papel – Esses são os documentos formalizados, caso deseje entrar em algum clube é apenas necessário preencher um formulário e entregar para o sensei responsável.
-Obrigada – agradeci e deixei Taya me guiar pra nossa sala.
-Você pretende entrar em algum clube? – ela perguntou – Ah, já sei! Você podia se inscrever no clube de jornalismo Ito-senpai com certeza iria adorar ter você por lá.
-Ito-senpai?
-Sim, nosso líder! Tem boatos que ele até estagiou numa emissora de TV durante as férias.
-Impressionante – respondi – Mas ainda não sei, já se passou tanto tempo desde que eu estive num clube...
-Bom sempre dá pra escolher um, tem o clube de atletismo e o de-
Taya então desencadeou a falar sobre todos os clubes da escola, especialmente os esportivos pelo que ela tinha me falado ela enviava matérias da escola para revistas oficiais. Então ela sabia um pouco sobre todos os times.
-Bom mas se não quiser entrar como esportista pode se candidatar a gerente – ela terminou. – Só não indico tentar pro time de vôlei...
-E porque seria?
-Hum – ela colocou a mão embaixo do queixo como se a ajudasse a pensar - Pelo que você me disse já sabe a fama deles, todos os anos tem muitas garotas que se candidatam, mas eles nunca aceitam nenhuma. É praticamente uma fortaleza impenetrável, só existe duas maneiras de entrar.
Ela parou na minha frente e se virou levantando dois dedos na altura dos meus olhos – A primeira, ser um garoto. Segunda, receber permissão direta dos treinadores e dos jogadores.
-Sem contar que... - ela continuou - Se alguma garota for aceita, precisa se preparar para a onda de inveja que vai vir. As meninas dessa escola podem ser cruéis.
-Com certeza existem coisas mais aterrorizantes do que um bando de garotas Taya, desde que nenhuma delas resolva me esfaquear ou algo do tipo estaria bem. – cruzei meus braços - Mas não quero um bando de histéricas no meu pé, chatas demais.
Ela ia falar mais alguma coisa mas o sinal da escola interrompeu, acabamos seguindo para a sala de aula. Minha surpresa maior foi descobrir que o ace mal humorado estava nela, olhei para Taya e eu tinha certeza que ela podia saber exatamente o que eu estava pensando.
Porque você não me falou que ele estava na nossa sala?
Komori-kun também parecia ter esquecido de mencionar esse detalhe pra mim, Sakusa estava de pé perto do sensei.
O professor regente pareceu me reconhecer como a aluna nova – Você deve ser Ishihara-san, eu sou o professor responsável pelas aulas de física e pela classe. Akira Kinjou.
-Muito prazer – eu me curvei, tinham exatamente duas cadeiras vazias na sala de aula as duas na parede da janela, sendo a última e a penúltima. Ele se levantou e se virou para a classe.
-Bom como podem ver temos duas figuras novas na sala este ano, uma nem tanto – Sakusa franziu o cenho e eu segurei a minha vontade de rir – E uma nova, Ishihara-san acaba de se mudar de Hyogo enquanto Sakusa-kun apenas se transferiu de sala. Espero que possamos ter um ano tranquilo novamente.
Ele se virou para nós – Vocês podem escolher entre aquelas duas carteiras.
Antes que eu me mexesse o garoto tomou a dianteira, que cavalheiro¸ se bem que eu já imaginava que ele fosse querer ficar com a última carteira mais distante sem nada nas costas dele. O que infelizmente pra mim significava que teria que tomar cuidado sobre os meus arredores.
Assim que me sentei na carteira tratei de prender o meu cabelo, não podia arriscar que um fio encostasse na mesa dele que com certeza ele reclamaria e eu não estava com paciência pra lidar com a peculiaridade do garoto hoje.
Taya estava sentada na minha diagonal duas fileiras para frente, ela me deu um último aceno antes de se voltar para a lousa e se focar nas aulas. Também me concentrei na matéria afinal se eu não mantivesse as notas que eu vim da Inarizaki poderia perder a minha vaga no dormitório.
Os prédios não eram de solidariedade, tinham a simples tarefa de proporcionar as melhores condições para os melhores alunos. Eles não precisam se deslocar e nem se preocupar com alimentação e outros motivos considerados triviais ou seja eles poderiam dar sempre o máximo nas suas atividades escolares trazendo o prestigio e de preferência vitórias.
Aula após aula e tarefa após tarefa, foram horas até que eu pudesse pensar livremente de novo.
-Minha cabeça parece que vai explodir – Taya comentou enquanto se servia o almoço no refeitório – A primeira semana é sempre a pior.
Eu não respondi, mas concordei com ela mentalmente, comparado com os dias anteriores onde a cafeteria estava praticamente vazia hoje estava realmente estava na margem de insuportável.
-Taya – chamei – Tem algum lugar onde podemos comer? Aqui tem pessoas demais e o barulho não ajuda.
-Hum, infelizmente não – ela respondeu – Ah, mas podemos esperar um pouco amanhã normalmente uma pessoa come em até 30 minutos, depois disso sai do refeitório e vai descansar em outro lugar, acredito que fique mais vazio ai.
-É uma boa ideia, podemos testar amanhã. Eventualmente vamos encontrar um bom horário. – ergui meus olhos para encontrar com os dela – Bem pensado.
Tivemos um almoço relativamente tranquilo se não fosse por todo o barulho, poderia até dizer que conversamos bastante embora Taya tenha feito a maior parte do falar eu achava engraçado como ela sempre esperasse um aceno de cabeça ou um resmungo meu em retorno antes de continuar.
Nos dias seguintes fizemos o combinado e entravamos para comer depois que a maioria já tinha almoçado, tendo em cerca de 20 minutos para descansar antes de retornar para a sala de aula. Taya e eu tornamos um hábito descer para os jardins da escola para aproveitar o tempo depois das refeições.
Ela já tinha retornado as atividades do clube então era o último tempo que tínhamos para conversar antes dela voltar para o dormitório no fim da tarde, Komori-kun sempre me cumprimentava quando nos encontrávamos por ai, ao contrário de Sakusa ele não falava comigo tão constantemente, a não ser quando passava por mim de manhã e dava um breve quase imperceptível, aceno de cabeça.
Pensando bem, ele só falava quando tinha algum comentário afiado para fazer. Ou quando tínhamos alguma atividade em grupo. Aparentemente era trabalhoso demais para Sakusa se mover da sua carteira, então estava estabelecido (por ele) que quando fosse trabalho em dupla eu seria o seu par.
Nas palavras do próprio eu era uma pessoa descente.
-Porque você prende o cabelo quando entra na sala de aula? – Taya perguntou enquanto balançava as pernas – Você disse que prefere ele solto.
-Hum, por causa do ace-kun – respondi sem pensar.
-Ace-kun? Sakusa-kun você diz? Não sabia que eram amigos a ponto de ter apelidos – ela disse e eu senti um rubor subir para minhas bochechas.
-Não somos, mas também não acho que ele seja totalmente indiferente – falei – É mais como eu chamo ele na minha cabeça, embora tenha falado algumas vezes durante a partida contra Hayato.
-Hum... Entendo, me lembro de você ter falado da partida – Taya continuou – Mesmo assim não explica muito por conta do cabelo... Ah é por causa daquela coisa – ela mexeu as mãos fazendo menção a misofobia do garoto - que ele tem. É bem atencioso da sua parte.
-Eu-
Pela primeira vez ela me interrompeu enquanto falava – Eu observei algumas vezes quando olhava você pelas lentes da câmera. Você pode ter essa cara de quem não se importa e é fria, posso dizer até um pouco anti social mas seus olhos são...
Ela colocou a mão embaixo do queixo pensando – Como eu posso dizer, eles passam uma gentileza algum tipo de compaixão. Mas mesmo assim ainda tem alguma coisa que te incomoda.
-E eu achando que a observadora sou eu – respondi com um leve riso – Você certamente vê o mundo diferente quando olha pela lente. Não é nada demais, apenas... Memórias.
N/A: Quer uma postagem mais aleatória do que essa?
Aviso aos apreciadores desse livro. Diferente das outras histórias de Haikyuu essa vai ter, no geral, temas um pouco mais pesados e um enredo um pouco mais crítico. (pelo menos é o meu planejamento)
Mas eu vou ter certeza se avisar e estruturar tudo de uma forma que as pessoas mais com a leitura mais sensível possam apreciar o nosso chuchuzinho Sakusa também, sem problemas.
Não se preocupem quanto a isso. Fica aberto o mistério da nossa querida [Nome].
Até um dia! Xx
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