Cápsula do Tempo


Hide teve que praticamente arrastar Hayato para fora da Inarizaki, ainda tínhamos coisas para fazer então ele não podia passar o resto do dia na escola como queria. O que levava a situação atual, eu e meu antigo grupo de segundo anistas fazendo o percurso que levava a minha casa antiga.

-Com certeza traz algumas memórias – comentei com Suna do meu lado enquanto Atsumu conversava com Hayato e Osamu um pouco mais a frente e Hide e Ichika lideravam o caminho.

-É uma pena que Gin não pôde nos acompanhar.

-Você fala como se fosse ter uma próxima vez em breve – o meio de rede respondeu, mantendo a expressão serena.

-Achei que fosse retomar uma série de sentimentos não tão agradáveis quando voltasse para Hyogo, mas de alguma forma só consigo me lembrar de coisas boas. Talvez eu apareça mais vezes durante o ano.

-Não é uma má ideia – Rintarou bateu o ombro de leve com o meu – A maioria sente sua falta, mesmo que não fosse nossa gerente sua presença era um tanto quanto constante no ginásio.

-Tem certeza que não é só pelas amostra grátis de massagem? – questionei me lembrando que os meninos normalmente inventavam algumas dores só pra receber um afago.

-Isso também.

Olhei para o fim da rua onde ficava a casa que cresci, parecia mais viva. As paredes haviam sido pintadas de amarelo e agora a fachada exibia um bonito jardim florido.

-Acho que Hayato vai chorar – Suna comentou.

Não pude deixar de dar risada – Provavelmente.

Ele estava parado na frente da casa e tentava olhar para a área em que costumávamos ter um projeto de quadra para jogar.

-É uma pena, parece que não tem ninguém em casa – Ichika comentou e como se o timing não fosse mais perfeito logo após a esquina uma mulher na casa dos trinta anos vinha com um carrinho de bebê em nossa direção. Gêmeos.

Bem do jeito que meu pai havia dito.

Ela se aproximou um pouco confusa, afinal tinha um grupo de pessoas na frente de sua residência consistindo em quatro adolescentes e três adultos.

-Posso ajudar? – ela perguntou e Hideki assumiu a fala pelo grupo.

-Desculpe, nós costumávamos morar nessa casa. Só estamos prestando uma visita.

De repente ela pareceu suspirar aliviada – Devem os filhos de Hisao-san então, ele comentou que tinha filhos gêmeos e mais uma garotinha. Agora reparando realmente consigo ver a semelhança.

-Eu vou me mudar do país em algum tempo, quis me despedir da casa. Afinal crescemos aqui acima de tudo – Hayato comentou.

-Entendo – ela sorriu carinhosamente, não precisava de muito para saber que ela era uma boa mãe – Bom, eu não me importo de ter algumas visitas. Gostariam de entrar?

Hayo não poderia estar mais feliz, ele até se adiantou e ajudou que a mulher subisse os degraus com o carrinho. Os bebês pareceram animados em ver um novo rosto julgando pelo barulho que fizeram.

-Você tem dois nenês fofos. - Hayo comentou fazendo caretas para eles.

-Eles são uma gracinha não é mesmo não é mesmo?

-Quanto tempo eles têm? – Ichika perguntou.

-Seis meses – a mãe respondeu com orgulho enquanto abria a porta da casa – Energéticos demais pro meu gosto.

Ela deixou que nós entrássemos, mas antes disso os meninos da Inarizaki decidiram que iriam embora.

-Não acho que devemos – Osamu disse – É muito pessoal, vamos embora e encontramos você no intercolegial nacional em algumas semanas.

-Pode deixar, mesmo que a Itachiyama chute a bunda de vocês ainda podemos nos encontrar.

-Isso não vai acontecer.

Eles se afastaram com um aceno e eu entrei na casa fechando a porta atrás de mim, aquele mundo que não conhecíamos não existia mais, porém as lembranças de nós três correndo pela casa invadiram a minha mente.

Quando eu era nova, esperaria meu pai chegar da padaria de Tarui-san na borda do corredor. E no momento que ele entrasse correria para seus braços esperando que ele me levantasse no ar. Hide e Hayo estariam na sala enquanto minha mãe preparava o jantar.

Ichika conversava com a nova dona da casa enquanto pedia permissão para segurar um dos bebês. Hide olhava de canto de olho, ele sempre foi um cara mais família imaginava que ele começaria os planos para iniciar a sua própria em breve.

-Posso subir? – perguntei.

-Claro, a vontade.

Subi as escadas para olhar os quartos, Hide, Hayato o meu e o dos meus pais por último. Agora era um escritório, um quarto para cada bebê e o quarto do casal, parei na porta da suíte apesar da casa inteira ter mudado, aquele quarto parecia ter sido preservado com o tempo algumas mudanças nos objetos mas a cama e o restante da mobília pareciam intocadas.

Eu havia passado tanto tempo ali cuidando da minha mãe.

Não só isso, construindo memórias também. Senti um peso nos meus ombros, Hayato estava me abraçando pelo pescoço e apoiando o queixo no topo da minha cabeça.

-Eles transformaram o quarto de Hide num escritório. Combina com ele.

Bati no braço dele para que me soltasse – Dessa vez não discordo.

Descemos as escadas e a mãe não estava em nenhum lugar por perto, mas logo apareceu com uma caixa em mãos. – Graças aos céus eu me lembrei, no início da reforma encontramos essa caixa enterrada no jardim, só pode pertencer a vocês.

Hide esticou as mãos pegando o objeto, eu não me lembrava de ver algo daquele tipo pela casa.

-Nossa cápsula!

Hayato disse animadamente – Cara nós devíamos ter o que 12 anos? – Hide abriu a caixa.

-Minha coleção de cartas de esporte! Uma prova com nota máxima do Hide, clássico... Algumas fotos – meu irmão continuou falando – Cartas, "para meu eu do futuro".

Ele levantou um envelope para Hide e outro para mim.

Peguei o papel amarelado, realmente era uma mensagem para a minha eu do futuro? Puxei o papel de dentro, um desenho. Claro, eu não sabia escrever direito, a clássica grama verde brilhante, uma casa de telhado vermelho e pessoas de palito desenhadas na frente.

Numa caligrafia desajeitada "família" estava escrito na parte de cima, na folha de trás algo que chamou minha atenção, eram três figuras surpreendentemente uma tinha cabelos laranjas espetados e a outra fios escuros em ondas. Obviamente a figura do meio era eu.

Taya e Lâmia pareciam ter saído de um sonho de infância.

Guardei o envelope apenas para ver Hayato passando a mão nos olhos, e olhando por cima do ombro dele apenas uma frase me fez entender o porquê ele chorar "quando eu ler isso de novo vou ser um grande jogador".

Hide bateu a mão no ombro de Hayo antes de bagunçar ainda mais os cabelos do gêmeo – Você sempre foi um bebê chorão.

Não muito tempo depois nós saímos da casa e voltamos para a escola onde Hide tinha deixado o carro e depois disso retornamos à estação para finalmente terminar o dia. Hayato estava feliz e era o que importava.

Deixamos ele no apartamento e depois fomos para a casa, ele e Ichika estavam ficando alguns dias na casa do meu pai. Enquanto algumas instalações no apartamento estavam sendo feitas.

Assim que deitei na minha cama meu celular tocou, Ace-kun. Atendi a chamada apenas para ouvir do outro lado – Bem vinda de volta.





N/A: Ow, um pouco de fofura antes do fatídico jantar com o resto da família do Ace-kun.

Achei que não ia conseguir postar hoje, tive uma enxaqueca terrível (culpa do Gojo com certeza) mas consegui cumprir com pelo menos um capítulo.

Vejo vocês na semana que vem.

Até mais, Xx.

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