Era a última semana de aulas antes do nacional, os meninos pareciam estar a cada dia mais animados para o campeonato mas infelizmente não podíamos apenas passar os dias focados nisso. Ao mesmo tempo, os trabalhos de escola pareciam estar formando pilhas e mais pilhas.

Esse foi um dos motivos pelo qual eu e Taya estamos enfunadas no nosso dormitório, em chamada com Lâmia que fazia os exercícios da casa dela.

-Pronto – joguei os meus braços para trás me espreguiçando. E cutuquei a costela de Taya que estava deitada sobre o livro de literatura ao invés de estar fazendo o que realmente devia.

-Termine as questões, depois você dorme.

Ela resmungou algo inaudível e eu apertei de novo a sua lateral fazendo com que ela se contorcesse - Está bem! Acordei - ela reclamou e se sentou apropriadamente pegando a lapiseira em seguida.

Algumas batidas na porta fizeram com que eu e a minha colega de quarto nos encaramos, já se passava das nove horas da noite, não era tão tarde, mas geralmente não tinham muitos alunos andando por aí nesses horários.

Arrumei o moletom e abri a porta devagar espiando pela fresta – Komori? O que está fazendo aqui?

O líbero colocou a mão na nuca um pouco envergonhado e riu sem graça – Desculpe, mas será que pode fazer uma favor pra mim? Estou indo estudar com uns colegas e deixei o livro de matemática no quarto, mas você sabe como o Sakusa é, se eu o interromper...

Não pude deixar de rir e andei até a minha mochila pegando o caderno, Taya arrastou a cadeira pra trás – A é só o Komori.

-Hey, como assim só o Komori - o garoto reclamou da porta – E com quem você está falando?

-Lâmia-chan está na chamada, fazemos as tarefas juntas – respondeu.

-Deve ser legal poder estudar com seu próprio colega de dormitório – comentou enxugando uma lágrima imaginária – Sakusa é mais do tipo que faz as coisas sozinho, por isso eu me junto com outros colegas para fazer as tarefas.

Entreguei o caderno pra ele – Me devolva amanhã, tenho aula no segundo período.

-Sim senhora – ele bateu continência – Salvou a minha vida.

-Ah Komori - Taya chamou – Lâmia está perguntando se você já fez a tarefa de química da sala de vocês.

-Já, mas está na minha mesa – ele disse – Se alguma de vocês tiver coragem de subir lá e pegar.

Os dois olharam pra mim e eu ouvi Lâmia gritar pelo áudio do computador um pedido de salvação, balancei a cabeça. – O que eu não faço por vocês, já volto Taya.

Fechei a porta atrás de mim e acompanhei Komori até as escadas – Soube de Haruko que o jantar foi um sucesso.

Olhei pra baixo – Bom acho que sim, pelo menos para ela e os seus tios... Já não posso falar nada sobre Koji-san ou Masako-san.

-Koji-kun geralmente não fala muito mesmo mas... A esposa dele também não é a minha pessoa favorita, quero dizer... Eles se conheceram e casaram em menos de seis meses, minha mãe acha estranho.

Realmente, não era uma situação comum de se ver. De qualquer forma de acordo com Ichika a probabilidade de nos encontrarmos de novo era grande já que ela estava marcando com Haruko-san algum encontro entre garotas ou algo do tipo – e a cunhada de Sakusa estava hospedada na casa dele por algum tempo, algo sobre eles morarem em Osaka mas estarem passando uma temporada em Tóquio.

Nos despedimos e eu subi para o quarto andar em busca da tarefa para Lâmia, bati na porta do dormitório de Kiyoomi. A princípio não ouvi nada vindo de dentro do quarto, e na segunda vez que eu bati a porta abriu revelando um ace-kun levemente mal-humorado.

Mas logo que viu que era eu seu rosto passou de irritado para curioso – Aconteceu alguma coisa?

-Vim pegar a tarefa de química de Komori para Lâmia – ele abriu a porta me dando passagem.

-Estão em chamada estudando? Já terminou seus deveres?

-Sim, para as duas perguntas – acendi a pequena luminária na mesa de Komori reparando que na do lado havia alguns cadernos abertos ele deveria estar acabando de estudar também.

Mexi em alguns papéis e achei a tarefa, mas antes que eu pudesse me levantar ouvi o celular de Kiyoomi tocando, e na chamada o nome "Hayato-kun" virei a minha cabeça bem a tempo de o ver andando na direção da própria mesa – Porque meu irmão está te ligando?

-Ele faz isso de vez em quando - respondeu, Hayo ligando para Kiyoomi... Sobre o que será que eles conversavam?

A voz animada do meu irmão logo saiu do celular dele – Yo Kiyoomi, [Nome] está aí não está? Taccham me disse que ela foi pegar a tarefa do Komori-kun.

-Sim – ele respondeu e virou o celular para que eu pudesse falar com o meu irmão.

-Estou ouvindo Hayo – falei – Você não devia estar se preparando para entrar no avião?

Ele riu nervosamente – E-eu sei é só que eu estou nervoso. Nunca voei pra tão longe e se-

-Não pensei nisso – interrompi sua fala – Hayato, vai dar tudo certo. E me avise quando chegar no Brasil e quando encontrar os dirigentes do seu novo time também.

Meu irmão gargalhou – Vou fazer isso, só queria falar com você antes de entrar... Na próxima vez que nos falarmos eu vou estar do outro lado do mundo. [Nome], obrigado por acreditar em mim.

Um nó se fez presente na minha garganta mas antes que eu pudesse responder ele continuou – Te mando uma camisa do Sada Cruzeiro assim que conseguir, vai continuar torcendo por mim não vai?

-Hoje e sempre. Independente da onde estiver – falei rindo do sotaque enrolado com o qual ele disse o nome do novo time – Boa viagem.

-Obrigado e Kiyoomi, cuide dela sim? Ah preciso desligar de verdade, amo vocês.

E dito isso a ligação terminou, me encostei na mesa de Komori com os braços cruzados. Meu pai, Hide e Ichika levaram ele ao aeroporto mas por conta da escola eu não consegui me despedir fisicamente embora ele estivesse me mandando mensagens constantes já a alguns dias.

-Ele vai ficar bem – os dedos de Kiyoomi alcançaram a minha bochecha num carinho preguiçoso.

-Sei que vai – me desencostei apenas para abraçar o garoto pela cintura, ouvindo o bater ritmado do seu coração. Os braços dele envolveram os meus ombros e eu senti ele apoiando o queixo na minha cabeça.

-Eu pesquisei o time – ele disse – É bom.

Não pude deixar de rir e afastei o rosto apenas para que o pudesse encarar nos olhos – Às vezes, só às vezes eu acho que você gosta mais dele do que de mim.

Se eu pudesse ter tirado uma foto da careta que ele fez teria o feito, foi completamente hilária. E aparentemente aquilo o irritou porque ele segurou o meu rosto entre as mãos e me fez calar a boca, mesmo que alguns pequenos risos ainda escapassem dentre nossos lábios colados.

-Não precisa ficar bravo – disse.

-Não estou – ele virou o meu rosto me beijando na bochecha.

-Tem certeza?

Ele encostou a boca na minha testa – Sim.

Franzi o cenho – Kiyoomi o que você está fazendo?

-Testando – respondeu antes de repetir o gesto que eu fiz com ele no dia do jantar, um beijo no pescoço. Senti meu rosto esquentar, coloquei as mãos por cima das dele antes de me afastar um pouco ignorando o arrepio que subiu pela minha espinha e que fez minhas pernas ficarem bambas.

-Testando o que? – minha voz saiu um pouco mais falha, e de alguma maneira sádica eu sabia que ele tinha gostado pelo brilho que emitia das suas íris.

-Você usa batom? – ele me ignorou e perguntou.

-Não... Não gosto muito.

Ele desvencilhou uma das mãos e passou de leve o dedão pelo meu lábio inferior – Sua boca... É mais doce do que qualquer outro lugar – e então ele levantou o olhar para meus olhos - Porque?

Juro que se eu não estivesse com o outro braço dele me servindo de apoio eu teria caído ali mesmo – N-não sei, deve ser impressão sua.

Kiyoomi se inclinou rapidamente enquanto segurava meu queixo – Não, é mais doce.

O meu coração batia rapidamente dentro do meu peito e as minhas mãos suavam frias, ele pareceu reparar algo no chão porque se abaixou na minha frente. – Deixou cair a tarefa de química, Lâmia-chan deve estar esperando não é?

-Sim – respondi pegando o papel da mão dele – É melhor eu ir.

Ele abriu a porta pra mim, mas não antes de encostar nossas testas de leve e me desejar uma boa noite.

Tive que usar de toda a minha boa vontade para não tropeçar nos meus próprios pés na volta para o dormitório, esse garoto seria a minha a minha morte.

N/A: AHHHHHHHHHHHHHHHHHH AJDBDD DBDJPKMN VHGUYIJKNM NBGHY

ERROR 404

Eu juro por tudo que é mais sagrado que essa cena estava na minha cabeça a MESES e eu finalmente consegui encaixar. Boiola demais tipo nhonhonho.

Não aguento, credo. Boiola pelos meu próprios personagens e é isso.

Não sei se eu consigo colocar outro cap esse fim de semana ainda, então em todo caso.

Até semana que vem! Xx