A Raposa e a Borboleta

*No POV Especial tem um pequeno "spoiler" dos capítulos finais do mangá, não é nada relacionado a história em si. É só uma informação de parentesco.





-O que foi? – Taya me perguntou enquanto sentava ao meu lado na cama.

Depois que sair do noivado de Hide ela e Lâmia vieram para a casa do meu pai, e ficaríamos ali durante o dia até que voltássemos para a Itachiyama no fim da tarde. Os pais de Lâmia passaram ali na parte da manhã e a levaram pra visitar os avós do outro lado da cidade.

Komori e Sakusa ficariam na casa do ace até que também retornassem para a escola.

Passei a mão pelos meus cabelos e deixei que as minhas costas batessem no colchão, entreguei o celular para que a minha amiga pudesse ver.

A final havia sido no dia anterior, e a Inarizaki estaria jogando. O problema era que eu estava tão ocupada com os preparativos que havia esquecido.

-Ah eles ganharam a final – Taya comentou – Mas isso é bom não é?

-Sim é mas... Acho que alguns deles esperavam pelo menos um desejo de boa sorte.

A ficha pareceu cair – Bom, porque você não liga para pelo menos parabenizar? Quero dizer, não podem realmente te culpar. – Taya soltou o celular e bateu na minha perna antes de sair – Vou ver se seu pai precisa de ajuda.

Havia uma certa possibilidade deles estarem juntos agora, então seria uma boa chance de explicação... Afinal ainda os considerava meus amigos, havíamos passado por coisas demais para eu não me importar com a sensação de culpa.

Me sentei e peguei o aparelho discando um número conhecido, tocou algumas vezes e que me fez ficar ansiosa. Suna geralmente não demorava muito para atender.

Achei que a chamada iria para a caixa postal quando a voz dele atendeu – E ai.

-Parece um pouco pra baixo pra quem acabou de conquistar o primeiro lugar da etapa – falei – Parabéns.

Um longo suspiro deixou a boca do meio de rede antes dele responder – Vou colocar no viva voz, pode repetir pro resto ouvir.

Um clique – Meus instintos ainda estão bons, sabia que estariam juntos. Parabéns pelo primeiro lugar, agora realmente vamos nos encontrar na etapa nacional.

-Se você lembrar de nos procurar.

O ar travou no meu pulmão por um instante, de novo. Meus instintos estavam certos.

Ouvi um barulho no fundo – Não ligue para ele [Nome], é só um idiota sendo um idiota.

-Não – interrompi o gêmeo – Me desculpe, eu deveria ter falado algo ontem.

-Foi o noivado do Hide-senpai não foi? Você estava ocupada demais-

-Sim ocupada demais com os novos amigos para se preocupar conosco. Não precisa tentar tanto Ishihara-san fale que já não fazemos parte da sua vida que fica mais bonito.

- Alguém pisou na sua calda? Sei que eu poderia ter falado alguma coisa Atsumu, mas não precisa ser um babaca – retruquei e respirei fundo –Agora que quer que eu suma de verdade só basta uma palavra.

-Hey, Atsumu...

Alguns barulhos soaram do outro lado da linha, indicando que o levantador deveria ter se afastado.

-Ele está mais ácido do que o comum – Suna voltou a falar – Estava chateado, sabe que ele gosta de atenção, mas acho que ver a foto do Hayato-senpai deixou as coisas um pouco pior.

-Você parecia bem próxima do Sakusa-kun.

Então as engrenagens pareceram se encaixar, Hayato havia tirado uma foto pra colocar nas redes sociais no final da noite. E todos nós estávamos nela, inclusive Sakusa entretanto acho que o problema maior foi o fato do paletó dele estar nos meus ombros.

Pigarreei – Sim... Somos próximos.

Não tinha conversado muito com Kiyoomi, mas eu podia assumir que estávamos dentro do rótulo de hum... Namorados? Talvez? Mesmo que não tivesse um pedido oficial.

Mas os meninos da minha antiga escola não precisavam saber disso, que ficasse no ar para que  fizessem suas próprias interpretações.

-Mesmo assim ele continua sendo um idiota – Osamu completou – Está na hora dele aprender a lidar com as consequências. Mas de qualquer forma você ligar pra nos parabenizar, já é o suficiente pra mim.

-Está perdoada.

-Eu concordo – Gin completou.

-Bem não é como se eu ligasse pra essas coisas mesmo – Suna respondeu – Mas pode pedir pro seu pai fazer algumas coisas pra nós. Encare isso como punição.

-Se quiser comer a comida do meu pai apenas peça Rintarou – uma pequena risada escapou da minha boca – Tenho certeza que ele vai gostar de fazer algumas comidas pra vocês.

-Não se preocupe com o levantador [Nome] – Ginjima deve ter se aproximado do telefone porque a voz ele soou mais alta – Vamos resolver as coisas por aqui.

-Nada que uma surra não resolva.

Balancei a cabeça, embora eu achasse que ele não estivesse brincando tanto assim. Afinal era comum ver os gêmeos brigando por aí.

-Conto com você Osamu-kun. Passem meus parabéns pra Kita-senpai e os outros.

-Vamos fazer isso. Te vemos no nacional.

Concordei e desliguei a chamada.

Por um momento foi como se toda a energia do meu corpo fosse drenada, algumas das palavras do levantador ainda ecoando na minha mente. Foi o único que estava por perto quando tudo aconteceu, quando os meus irmãos foram embora, quando minha mãe partiu. Em todos os momentos ele estava lá, como um amigo.

E ver o garoto chateado por uma coisa que eu fiz, ou melhor, que eu não fiz. Incomodava profundamente.

Se tinha uma pessoa que eu não queria chatear era Atsumu, por mais que ele não tivesse dito palavras bonitas eu o entendia de certa forma. Por isso não o culpava, daria algum tempo para que se acalmasse.

O meu celular apitou, pensei por alguns momentos se deveria olhar ou não e por fim me rendi a curiosidade.

Era uma mensagem, mas era de Kiyoomi.

Abri a conversa para ver que era uma foto, sozinha e não estava acompanhada de nenhum texto. Sabia que ele mesmo havia tirado pois vi um Komori borrado no fundo.

Mas no centro da imagem como se tivesse pousado para aquela imagem tinha uma bonita borboleta de asas azuis. Ele podia não saber, mas era exatamente o que precisava.

-[Nome]! Fizemos bolo! – a voz do meu pai soou do andar debaixo da casa.

-Já vou!

Antes de sair do quarto enviei uma resposta e deixei o celular para trás.









*Especial Sakusa POV*



O breve "Obrigada" que recebeu em resposta o deixou levemente intrigado, afinal era só uma foto não é? Estaria ela agradecendo apenas por ter compartilhado? Ou havia algum outro significado que não havia entendido?

Não poderia ter deixado de lembrar de [Nome] quando viu a borboleta azulada voando nas proximidades da sua casa. E pensando no local, fazia algum tempo que não voltava para a residência de seus pais. Então de alguma forma parecia um pouco estranho, ainda mais por ter Komori por perto.

E dessa vez tanto seu pai quanto a sua mãe estavam presentes, e esse era um dos motivos pelo qual estava perto do jardim sentado a uma mesa redonda na companhia da sua progenitora.

-Você parece diferente Kiyoomi. – disse ela enquanto levantava a xícara com chá quente ao lábios

Não respondeu, e o primo também se manteve quieto.

A mais velha deu um suspiro pela ausência de resposta – Não estão com problemas com a escola estão? Motoya?

-Não – o líbero respondeu a tia – Está tudo certo.

-Ele está apaixonado, é fácil de ver – Kiyoomi encarou a quarta figura que se aproximava, era sua irmã. As vestes elegantes balançavam enquanto andava até a pequena mesa no jardim, cumprimentou sua mãe com um beijo no rosto e se juntou a eles.

-É mesmo? – sua mãe questionou, fazendo com que ficasse ligeiramente desconfortável. Não era uma conversa que queria ter com elas, principalmente não tão cedo. – Quem ela é?

-Alguém – respondeu vagamente.

As duas mais velhas trocaram olhares divertidos – Bom, gostaríamos de conhecer esse alguém.







N/A: Essa semana é isso!

Até mais, Xx.

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