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˖࣪ ❛ DE VOLTA À ILHA
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HEART ESTAVA DIMINUINDO a velocidade da motocicleta, os VK's estavam em seus veículos. De Heart era extremamente vermelho. Estacionaram em frente ao vasto mar que ficava entre a ilha e Auradon. A ruiva olhou para Mal que tirou os óculos do capacete, mostrando o rosto envelhecido.
— Nobre corcel, na maré, leve-nos para onde quiser. — seus olhos brilharam em seu característico verde brilhante.
Eles ajustaram os capacetes e aceleraram. Celia estava com Mal. As motocicletas voaram sobre a água, emanando delas uma espécie de pó de fada.
Heart suspirou. Ela havia esquecido que se tornou capitã das líderes de torcida porque queria destronar Audrey para governar Auradon, agora isso estava afetando ela. Ela só esperava que o preço que teria que pagar não fosse mais alto do que já era.
— Carlos, Heart, vocês irão perder o aniversário da Gabriella!
Eles não ouviram o Chico gritar isso para eles, não podiam por causa da distância.
★
Teo riu, por sua vez, o Jabberwocky descendo a uma velocidade rápida demais para o seu gosto. Quando o grande dragão pisou no chão, que tremia, ele riu novamente, virando-se para ver o gato Sorridente, que fazia uma careta, a Lebre abraçava, quase arranhando, à força, o Coelho Branco, que estava com os olhos arregalados de maneira desproporcional.
— Nunca mais. — reclamou Grinning, antes de aparecer de repente abaixo. Teo soltou outra risada infantil.
— Também não gosto porque voa muito rápido, mais rápido que a velocidade que eu gosto e, além disso, fica em altitudes muito elevadas e altitudes elevadas não são a altura que eu gosto, embora que altura seja alta e haja nada de alturas baixas. — começou Teo, enquanto descia e ficava sem ar. — Senão seriam chamados de cardumes. — ele sussurrou em voz baixa, deixando-o sem fôlego.
O Coelho Branco tentou descer, retirando da cintura as mãos enterradas da parceira. A Lebre ficou apavorada mas balançou a cabeça vigorosamente, acordando e também caindo.
— Isso foi, muito pouco, nada confortável. — o Coelho ajeitou a roupa.
— Isso foi, muito pouco, nada confortável! — gritou a Lebre, sacudindo as roupas que ficaram mais desordenadas.
— Vocês se acostumam. — Teo deu de ombros, virando-se para olhar a festa de Gabriella.
A garotinha de duas tranças correu para abraçar os pais que a seguraram, quase caindo com o pulo de Gabriella. Teo sorriu e olhou a decoração, todos os convidados tinham orelhas de coelho ou lebre e Isla pintava seus narizes de rosa e lhes dava bigodes brancos.
— Vou pegar um bolo. — Cheshire começou a sorrir, desaparecendo em uma nuvem e ficando invisível, deixando apenas seu sorriso e olhos de gato.
— Você pintou o cabelo? — o Coelho se afastou da filha que sorriu inocentemente.
— Outra vez! — a Lebre pegou as duas tranças da filha. — Primeiro preta e branca, depois cinza e preta. Agora com rosa e preto! Qual vai ser a seguir? Vermelho com preto? Ou roxo com preto? Por que tudo com preto? Preto... — ela olhou para o cabelo daquela cor da filha, permanecendo atordoada em uma nuvem.
— Pelo menos deixo preto, descolorir essa parte seria muito prejudicial para o seu cabelo. — pontuou Gabriella exageradamente. — Não me repreenda no meu aniversário, por favor. — reclamou ela, sorrindo novamente. — Vamos brincar no lago encantado! Você vem, Teo? — ela olhou para o menino que brincava com seu chapéu, distraído.
— Tenho que ir deixar o Jabberwocky na casa de chá, com o pássaro JubJub, mas depois vou procurar a Heart. — disse ele, colocando o chapéu que, para aquela ocasião, tinha orelhas nas laterais.
— Ah, tudo bem. — Gabriella encolheu os ombros. — Diga a ela para trazer Carlos, ele está demorando muito. Não sei, ele não esqueceu meu aniversário, certo?
— Claro que não, se a emoção foi inventada, foi inventada com o Carlos que estava incrivelmente animado para vir. Não se preocupe, eu vou procurá-lo. — ele beliscou o nariz, antes de subir no Jabberwocky que bocejou.
— Então tirarei uma soneca da qual eles não ousem me levantar. — gritou o dragão; Hare, ao ouvi-lo falar pela primeira vez, emitiu um som agudo e caiu para trás, parecendo ter sofrido um ataque cardíaco de medo e surpresa.
— Ele ainda não se acostumou. — esclareceu Gabriella ao dragão.
— Isso mostra. — Teo deu uma risadinha.
— Oh não! — o Coelho checou os bolsos, até olhar para Teo — Esqueci meu relógio! — começou a respirar pesadamente, nervoso.
— Onde? — sua filha olhou para ele.
— Na cafeteria! —ele avançou até subir, desajeitadamente atrás de Teo.
— Ei, não vá embora sem mim! — a esposa dele subiu atrás dele. Téo riu novamente.
— Vou trazer para você, Gabi. — a garota riu, balançando a cabeça. Ela se virou, pulando até chegar onde o sorriso do professor Cheshire estava girando.
O homem castanho segurou o chapéu antes que fosse levado pelo vento e agarrou-se às escamas da fera, que voou rapidamente até pousar atrás da casa de chá.
— Já venho! — o Coelho Branco desceu, correndo para dentro.
— Não vá. — a Lebre apontou para Teo, abaixando-se e indo atrás do Coelho Branco.
Teo desceu suspirando feliz ao ver o pássaro JubJub se aproximando para receber seus carinhos. Ele estava prestes a falar quando viu o Jabberwocky levantar a cabeça, apertar as nadadeiras atrás do rosto e olhar para os lados.
— Está bem? — ele perguntou ao animal.
— Minhas escamas detectam um perigo que irá colocá-lo em risco, senhor. — disse ele com sua voz profunda. O moreno franziu as sobrancelhas e se virou ao ouvir um som.
Audrey apareceu, cercada por uma fumaça rosa, ele abriu os olhos surpreso ao ver que ela tinha a coroa e o cetro roubados do museu, junto com um olhar de vilã que não era nada característico dela.
— Teo. — ela cumprimentou, se aproximando, o Jabberwocky sibilou, sua língua de cobra passando entre os dentes afiados e a garota freou.
— Audrey! O que você está fazendo com isso? —perguntou o menino assustado. — MaliMalita e Ben estão procurando por eles, Heart não está feliz. Não ficarei feliz se Heart não estiver feliz. — disse ele, aproximando-se. Audrey rosnou irritada. — Eu te contei que estávamos noivos? — ele sorriu ao ver a garota, mas Audrey apenas bufou e revirou os olhos.
— Ah, Teo. — negou, estalando a língua repetidas vezes. — Aquele vilã te manipulou muito, você não tem cura...
— Heart não me manipulou. — Teo franziu as sobrancelhas, observando-a com os olhos semicerrados.
— Claro que sim, você é louco demais para perceber. — Teo olhou para ela, começando a desconfiar da amiga de infância. O Jabberwocky sibilou, irritado com a forma como ela se referiu a Heart, e o cetro de Audrey brilhou quando ela olhou para o dragão.
— Audrey, você deveria largar isso, colocá-lo de volta, não está certo e está brilhando muito e não é um brilho muito brilhante. — ele apontou, assustado.
Mas ela apontou com seu cajado para o dragão que gritava enquanto ela ria maldosamente, um vapor rosa o rodeava, que ao ser apagado, mostrou um pequeno lagarto preto de olhos vermelhos.
— Audrey! O que você fez? — Teo se abaixou para pegar o lagarto, o pássaro JubJub gorjeou, irritado.
O pássaro voou até Audrey, querendo picá-la e tirar o cetro, ela reclamou, o cetro voltou a brilhar e dele saiu um raio de luz até bater no peito do pássaro, que encolheu até virar um filhote cinza.
— Audrey, pare com isso! — o menino implorou, abaixando-se para pegar o dragão, olhou assustado para a menina. — O que há de errado com você? Heart não vai ficar feliz.
— Heart, Heart, Heart. — ela gritou, irritada. Teo franziu a testa, não gostou daquela versão da Audrey. — É sempre Heart! Ela tirou tudo de mim, ela merece o mesmo. Junte-se a mim, Teo, posso te ajudar. Antes que cometam o erro de ter uma rainha vermelha no trono novamente.
— Não! Você ficou louca? De jeito nenhum! Não é do tipo bom... Tenho que ligar para Ben. — ele deu um passo, mas Audrey o deteve. — Audrey...
— Talvez a loucura combine com você, mas vamos ver até onde ela vai. — ela sorriu maliciosamente, antes que a luz do cetro brilhasse.
Teo gemeu de dor, se contorcendo, mas sem querer soltar os animais para que não recebessem mais danos de Audrey. Ele caiu de joelhos no chão, o lagarto subiu em seu ombro e a galinha ficou em suas mãos.
— Ah, oh... — o Coelho Branco cobriu a boca da Lebre que havia começado falado, mas já era tarde, Audrey já havia se virado para ver os dois.
Mais uma vez, ela apontou o bastão para os dois e deixou a mágica funcionar. Ela riu maliciosamente, fazendo uma cara de nojo para a casa de chá de Heart e usando sua magia, uma última vez, para arruiná-la e depois desaparecer.
★
Estacionaram os veículos, Heart tirou o capacete, ajeitou os cabelos ruivos e olhou para os lados, desceu e ajeitou as roupas. Causava-lhe uma certa ironia ter passado dezesseis anos trancada ali para que agora pudesse ir e vir quando quisesse, como se não fosse nada.
— Ei! — Heart olhou para Mal que olhava suas mãos. — Sou eu de novo.
— É claro, a magia maligna não funciona aqui e esse é o ponto. — Celia repreendeu, sarcástica, fazendo Heart sorrir.
— Ugh, bem-vinda. — Evie colocou um braço sobre os ombros de Mal.
— Você era uma velha horrível, tenho que admitir. — Heart mostrou seu sorriso perfeito, Mal assentiu.
— Sim, eu imaginei isso. — Mal riu suavemente. Ela começou a andar com Evie e Heart sentiu Carlos pegar a mão dela, então eles foram atrás das duas vilãs.
Eles seguiram Celia até chegarem em frente a uma porta, ela bateu na porta com uma melodia enquanto os cinco vilões observavam enquanto ela era atendida. A porta se abriu e eles entraram no grande salão de Facilier. Sua grande sala de jogos. A menina correu para cumprimentar o pai.
— Teria sido útil para mim saber da existência deste lugar antes. — Heart falou, admirando o lugar colorido.
— Mas agora sabemos. — Carlos, puxou-lhe a mão, para que os dois pudessem ir ver televisão. — Será que daria certo?
— Ele tem algumas moedas. — murmurou a ruiva, pegando-as e colocando-as como se fossem um cofrinho, a televisão ligou e Carlos estendeu a mão, ela deu um tapinha nele. Os dois voltaram para se sentar na frente da máquina.
— Continuam chegando alertas sobre um período de sono que se espalha por Auradon. — eles viram a imagem em preto e branco do jornalista na entrada da escola.
— Ahm, pessoal. — Carlos, ele os chamou. Heart tirou um pirulito de coração do casaco, tirou a embalagem e colocou na boca olhando a imagem. — Vocês deveriam ver isso.
— O boato é que a filha da Bela Adormecida, Audrey, fez o feitiço. Tentamos descobrir o culpado dessas mentiras e qual vilão perpetrou esse mal. — Heart ergueu as sobrancelhas, indignada.
— Eles são tão ignorantes. — reclamou a ruiva, suas amigas assentiram.
— O mal pode vir de qualquer pessoa. — concordou Carlos. Mal olhou para eles e percebeu que ambos estavam certos. Eles eram bons e eram vilões, Audrey se tornou má e ela era uma vilã. O que os tornava diferentes? A garota de cabelo roxo se perguntou.
— Ela está vindo para cá! — ele gritou, em meio à neblina. Heart olhou para Celia atrás dela, preocupada, mas a garota lhe mostrou a chave.
— Ok, vamos lá. — Heart se levantou e bateu palmas, chamando a atenção deles. Eles assentiram.
Eles saíram atrás da vilã, voltando de seus passos, até que saíram do local, o gemido de Carlos chamou sua atenção.
— Uau, erro de novato. — ele apontou seu grande erro de deixar as motos em paz.
Os piratas de Harry estavam em cima deles, Heart sentiu seu rosto ficar vermelho e tentou contar até dez dentro dela, não querendo gritar "perca a cabeça" ou todo o seu esforço seria em vão.
— Muito tempo sem ver vocês! — a voz de Harry fez Heart revirar os olhos.
— Deixe minha moto, Hook! — Jay apontou para ele, ameaçadoramente enquanto avançava.
— Se você puder, me pegue, Jay... — Harry acelerou a moto, rindo. Os outros foram antes dele. Eles correram até vê-los ir embora.
— Por cima dos telhados, vamos! — Jay disse a eles. Eles começaram a correr, exceto Heart, que parou Celia e Mal.
— Não temos tempo para isso. — ela ergueu as mãos e olhou para elas. — Vão buscar a brasa, eu irei com eles. — elas assentiram, resignadas.
Heart começou a andar, pegando um atalho. Sendo que ela não ia correr pelas ruas sujas da ilha e sujar os saltos que Teo lhe deu. Ela pensou no noivo, ela estava atrasada para o aniversário de Gabriella e ele deveria ir procurá-la, ela rezou para não ter lhe dado um bolo...
Mesmo que Teo nunca tenha vindo procurá-la.
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