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˖࣪ ❛ MAL VOLTOU PARA A ILHA
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AS FLORES OBSERVARAM Heart caminhar com uma xícara de chá na mão. Eles conversavam entre si, no começo nem conseguiam vê-la, mas agora estavam começando a tolerá-la e com um pouco de medo. Já que Heart às vezes não controlava o olhar e flanqueava as flores. Dar-lhes arrepios nos caules. Ela ainda tinha o visual herdado de Iracebeth, que tentava esconder.

Saiu para o jardim, numa das entradas do labirinto, onde havia uma fonte e as roseiras mais altas do local. Ela se aproximou de um banco de pedra para deixar suas coisas e se virou para ver o Jabberwocky que estava deitado, mexendo apenas a cauda gigantesca. Ao lado dele estava o Bandersnatch adormecido.

O filho de Damian, de quem ela cuidava desde que Alice estava viajando e Damian estava em Auradon.

Dizer que o coelho branco e a lebre de março desmaiaram ao mesmo tempo ao ver o Jabberwocky pela primeira vez, o pai de Teo quase ficou sem ar e a rainha branca ficou chocada é um eufemismo. Mas quando viram que era muito mais calmo, e até divertido, que o de Iracebeth, se acalmaram.

— Olá, bebê da mamãe. — ela se sentou ao lado dele, acariciando sua enorme cabeça.

— Oh! — ela se virou e viu o chapeleiro maluco que queria se virar, ainda não se acostumando com Jabberwocky, mas o gato sorridente apareceu. Interrompendo seu caminho. — Oh... — ele sussurrou novamente ao ver Heart que sorria divertido. —Nora!

— Ele diz nora e eu não sou. Eu não estou com seu filho. — Heart voltou sua atenção para o Jabberwocky.

— É o mesmo! — ele fez um gesto com a mão, se aproximando. — Aqui está minha nora, estou indo embora. — disse para o gato antes de pular para longe. Sorrindo, flutuo na frente da ruiva.

— Por que ele te guiou até mim? — ela o viu erguendo as sobrancelhas delineadas.

— Trago uma mensagem. — um papel branco apareceu na frente dos dois. — Vocês receberam uma carta da Evie, parece importante já que ela usou batom vermelho para selar e não azul.

— E você brincou de pombo-correio? — ela pegou o envelope para comprovar isso, o batom vermelho era realmente perceptível e lhe dava uma leve sensação de insegurança.

— Ela me pediu severamente para vir, ela me disse que é para vocês dois, mas depois ela me disse que estava nas suas mãos se você quisesse contar para o Teo. É confidencial, foram as palavras que ela usou. Ela nem me deixou ler. — ele queria ver como ela abria para ler, mas Heart empurrou o papel para longe, olhando para ele de forma acusatória. — E eu também não quis fazer isso. — seu corpo desapareceu, deixando apenas seu sorriso no ar.

Ela o observou se afastar. Ela sentou-se apoiada no dragão, abriu-o com as unhas para poder retirá-lo e tirou a página que estava escrita até a metade, assinada com a marca de Evie.

— Heart? — Teo apareceu, vindo sentar ao lado dela. — O que você está lendo?

— Uh, uma carta de Evie. — ela começou a ler em voz alta para os dois. — 'Querida Heart. Eu odeio ter que arruinar sua amada lua de mel'. — ela ouviu Teo rir e revirou os olhos. — 'Mas algo desastroso aconteceu. Não quero me alongar, não dá tempo. Preciso que você venha o mais rápido possível.' — ela baixou a voz. Ela compartilhou um olhar preocupado com Teo para ler as últimas. — 'Mal escapou, ela voltou para a ilha.'

A ruiva abriu os olhos preocupada. Isso não poderia ser. Ela não poderia voltar sabendo que eles correriam o risco de ir procurá-la. Heart não queria voltar, só de pensar em fazê-lo a fazia querer chorar. Ela estava apavorada com a ideia de ir ver as pessoas que a odiavam por cortar a cabeça de seus parentes e depois traí-los e deixar a ilha.

Muito pior, cruzar com a mulher que lhe causou grandes dores emocionais, psicológicas e até físicas. Não, ela não conseguia ver Iracebeth, não conseguia ver a mãe. Se o fizesse, Heart perderia a cabeça.

— Você não precisa voltar para aquele lugar. — Teo negou antecipadamente. — Eles podem resolver sozinhos, você não precisa voltar, estamos bem, você está bem. Você não tem mais pesadelos, melhoramos muito, demais para falar a verdade. Mal é sua amiga e eu entendo isso, mas se você pisar naquele lugar você pode voltar a ser como era antes, ou pior, você poderia... — ele ficou sem fôlego, tentando explicar.

— Precisamos ir. — Heart interrompeu. Teo respirou fundo. — Vamos e voltamos antes que a mídia perceba e estrague a nossa imagem. — ela negou, pensando que por causa do retorno de Mal eles acreditam que os vilões não mudam e querem devolvê-los. Não suportava que Carlos voltasse para a ilha.

— Como iremos? Devemos sair do submundo, pegar um avião e depois um carro, chegar até Auradon... —Teo tentou explicar mas o Jabberwocky bocejou, conseguindo lhe dar uma rajada de ar que o silenciou.

Heart sorriu ao ver o dragão.

— Hum. — Mirana se virou para olhar para Tweedledum e Tweedledee. O primeiro falou. — Teo e Heart deixaram isso. — deu-lhe um bilhete.

— 'Fomos para Auradon, ocorreu uma emergência. Nos veremos em uma semana.' — ela leu. Ela olhou para aqueles que estavam lá piscando em estado de choque. Mais do que tudo para Cherishe, que brincava indiferentemente com uma xícara de chá.

Eles olharam para cima quando ouviram um rugido.

Heart e Teo estavam em cima do Jabberwocky que voava fortemente, batendo as asas ferozmente. Eles ficaram surpresos ao ver como os dois partiram montados no dragão.

— Não gosto de alturas muito altas! — Teo abraçou a cintura de Heart, que sorriu.

— Você prefere ir para a água? — Teo negou assustado. — Ele disse que sim! — ela mentiu maliciosamente para o Jabberwocky.

— Eu não disse não!

O dragão avançou até uma das cachoeiras mais altas e extensas do País das Maravilhas. Teo se agarrou com mais força à ruiva. O jabberwocky atravessou a cachoeira, entrando na água e encharcando-os completamente. Normalmente deveria haver uma curva do outro lado, e havia, mas também era uma saída do submundo.

Teo gritou enquanto atravessavam a água, ouvindo Heart rir, a caverna era um túnel colocado na diagonal. Fazendo com que se segurem com força para não cair. Havia pianos ou móveis flutuantes que os jabberwocky evitavam até emergirem do buraco em uma montanha para o mundo normal.

Foi como quando Alice entrou, mas ela o fez pela raiz de uma árvore. Eles saíram e passaram por uma cachoeira até uma caverna na montanha.

Até o jabberwocky estava rindo do Teo que estava com os olhos arregalado de medo.

— Em cerca de três horas chegaremos e nossas roupas vão secar. — Heart sorriu zombeteiramente para o moreno.

— Duas horas. — corrigiu o Jabberwocky antes de começar a ir mais rápido.

Teo não gostou que o dragão e a garota que ele gostava voassem ao extremo. Mas ele não tinha escolha, se Heart pulasse em um vulcão, ele iria atrás dela... E com certeza Carlos com Gabriella atrás dos dois.

O Jabberwocky pousou, conseguindo fazer o chão tremer. Os vilões e Ben correram para fora, surpresos por eles terem chegado tão rapidamente.

— Eu não corto cabeças há seis meses então fale ou...

Heart foi interrompido por Carlos que correu feliz para abraçá-la.

Ela olhou de soslaio para o menino de cabelos brancos e sorriu um pouco antes de abraçar o garoto em seus braços pálidos. Ambos se abraçaram com força, conseguindo comover os presentes. Afinal, foi a primeira vez que os dois ficaram separados por tanto tempo.

— Você está um pouco molhada. — Carlos murmurou, separando-se e rindo. Ela revirou os olhos divertida. — Choveu no caminho?

— Algo assim. —Teo desceu do dragão desajeitadamente. Pegando o chapéu para colocá-lo.

— Obrigada por terem vindo. — Evie também foi abraçar Heart, que aceitou o gesto enquanto Ben abraçava Teo.

Jay foi o próximo a abraçar brevemente a ruiva. Heart caminhou para abraçar Ben que estava grato por poder ver sua melhor amiga novamente.

— Eu preciso de você esses dias — eles se afastaram, pegando as mãos dela. — Eu... Foi tudo culpa minha, Heart. Não tive tempo para nada, não queria incomodá-los mas precisava da ajuda dos dois. Mais de você, seu conselho teria me ajudado...

— Ei, calma. — ela negou, colocando a mão na bochecha. — Vamos conversar lá dentro, você vai me contar tudo detalhadamente. Nós resolveremos isso. — ela beijou sua bochecha antes de estender a mão para entrelaçá-la com a de Teo e caminhar até o escritório de Ben.

Jay foi quem abriu a porta para deixá-los entrar, Evie começou a contar o que aconteceu.

— Mal tem sido estranha, ela usava muito o livro de feitiços e eu não podia culpá-la. Todos nós tentamos nos adaptar de maneiras diferentes, mas ela parecia querer forçar e fazer isso mais rápido. — Evie arrumou o cabelo com estresse.

— A culpa foi minha, eu pressionei ela... — Ben gaguejou.

— Não, não foi, amigo. — negou Jay, cruzando os braços.

— Foi de todos. — Carlos apoiou. — Foi fácil para Evie porque ela teve muitas oportunidades com a moda. Jay fez o mesmo porque tinha o equipamento. Foi difícil para mim, mas eu tinha Heart até ela partir e ela não conseguia adivinhar o que estava acontecendo aqui.

— Você não precisa se culpar pelo que foi ou não, você tem que ver o que acontecerá no futuro se não fizermos algo agora. — Teo apontou enquanto observava Heart brincar nervosamente com seu anel.

— Ok. — Evie suspirou para continuar. — Tanto faz. Mal estranhou e até me perguntou se eu sentia falta da ilha, neguei, mas deveria ter prestado mais atenção. A próxima coisa que aconteceu foi que só encontrei um bilhete dela dizendo que foi para a ilha.

— Ela tem que voltar antes que alguém descubra. Isso deve ficar entre nós,. — Heart ordenou, removendo uma mecha de cabelo de seu rosto. — Vamos procurá-la.

— Temos as roupas da ilha na gaveta do armário. — avisou Jay. Suas roupas mudaram um pouco desde que partiram, mas não muito.

— Arrumei uma jaqueta para Ben e algumas calças para Jay para que ele possa se camuflar na ilha. — afirmou Evie.

— E Teo? — Ben apontou para o chapeleiro.

— Teo fica. — Heart levantou a mão antes que Teo reclamasse. — Você fica. Você não pode ir lá, tudo pode acontecer. Além disso, você deve manter tudo calmo aqui. Se eles perguntarem sobre nós, você terá que nos cobrir, especialmente Ben. — ela ressaltou. Teo fez uma careta para ela, mas Heart ainda tinha aquele olhar exigente que ninguém poderia recusar. — Não está em debate. Partiremos assim que escurecer e tentaremos voltar antes do anoitecer de amanhã.

Eles não se opuseram às suas ordens e começaram a preparar as coisas para partir. Heart olhou para Ben, que sorriu brevemente para ela. Ela notou o anel que havia dado para Mal na mão do loiro e acariciou o braço dele com tristeza.

Heart desceu as escadas arrumando sua velha jaqueta vermelha que não usava há meses. Ela gostaria de poder ver Gabriella, Isla ou Damian antes de fugir com os vilões para tentar salvar Mal, mas não deu tempo. Eles tinham que agir agora.

— Jay! Chaves. —Ben jogou os objetos para o menino, que os pegou facilmente. Ben estendeu a mão para Heart para ajudá-la a descer as outras escadas.

— Esperem... — eles se viraram para olhar para Evie. — Algo está errado.

— O que está acontecendo? — Heart franziu a testa para ela. Mas Evie avançou para ajustar o chapéu que Jay havia emprestado a Ben.

— Ah, uhm. — Ben olhou para ela suspirando. Ele estava quase com medo.

— Pronto. — ela sorriu ao ver Heart que olhava para ela repreendendo. — O que?

— Eu vou na frente! — eles se viraram para a escada quando ouviram uma voz desconhecida, abrindo os olhos surpresos ao ver o cachorro.

— Não, menino! Fique, a ilha é perigosa. — Carlos apontou, fazendo-o reclamar.

— Ele...? — Jay apontou para o cachorro incrédulo.

— Fala? Sim, vou contar a vocês. — ele rosnou, parecia cansado do cachorro falando.

— Não sei por que estou surpresa, venho de onde as flores falam como coelhos, gatos, lebres e cachorros. Hoje em dia qualquer um fala. — reclamou Heart, avançando até o carro que os levaria até a ilha. — Vamos!

— Ok... — Ben a seguiu, assim como os outros.

— Quando atravessarmos a ponte, estacione embaixo do cais, na velha garagem. — disse Evie a Ben.

— Entendido? — Heart perguntou impaciente.

— Entendido. — todos disseram em uníssono.

— Não me veja assim, estou chateada e não é do seu interesse que eu fique seriamente irritada. Eu não quero voltar, então não deve haver o menor erro se quisermos voltar vivos para Auradon. — reclamou ela, cruzando uma perna sobre a outra e tirando um pirulito de coração da jaqueta.

Os vilões e Ben simplesmente permaneceram em silêncio, salvando-se da raiva de Heart. Ela olhou para as mangas de sua jaqueta de couro vermelha e ficou perdida em pensamentos. Pensando em como ela sentia frio, ela se lembrou de que estava mais confortável.

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