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˖࣪ ❛ JABBERWOCKY
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O PESSOAL GRITOU POR causa da fumaça verde e daquela risada estrondosa, caindo no meio dos vilões e da fada madrinha. Assim que pousou, a imagem de Malévola foi mostrada.

— Surpresa! — ela gritou animadamente.

— Não pode ser... Eu não quero você aqui, mãe. — Mal olhou para ela com tristeza.

— Que engraçado. — ela rio. — É muito engraçado... Agora. — ela ficou séria. — Dê-me a varinha. Rápido.

— Não! — Ben gritou suplicante, Mal a jogou nas mãos da fada madrinha que a pegou.

Bibidi, Babidi...! — ela queria lançar um feitiço, mas foi interrompida.

— Bub! — finalizou Malévola zombeteiramente antes de erguer o cetro e petrificar a todos.

Heart se virou ao ver as expressões assustadas em que os convidados haviam congelado. Ben estava protegendo sua mãe e prestes a gritar, a fada madrinha lançando seu feitiço. Teo ao lado do Rei Fera.

— O que? — Malévola perguntou e depois riu. Heart notou Chad abraçando Doug, assustado e revirou os olhos. Malévola estava indo tirar os óculos do Rei Fera. — Ah, em outros tempos, em outros tempos... — ela murmurou coquetemente.

— Eça. — Heart fez uma cara de nojo. Malévola colocou os óculos de volta.

— Ah?

Malévola a olhou cinicamente enquanto ela se aproximava de Teo, Carlos e Jay seguravam Heart para que ela não avançasse chateada.

— Vê-los chegar juntos e sua mãe gritando de aborrecimento, isso é uma coisa. — jogou fora o chapéu de Téo, depois pegou a varinha da fada madrinha. — Ah, não, não, alguém tem que cortar os pelos do nariz. — enfiou a varinha no nariz da fada. — Por onde vou começar? — Malévola ficou na frente dela. — Entendi. Por que não começamos nos livrando disso. — com magia ela tirou o anel de Ben de Mal. — Perfeito! VERDADEIRO? Ah, me perdoe, os chifres, os chifres. — ela passou debaixo do braço da fada madrinha.

Heart não entendia como ela era a imperatriz do mal quando sua mãe era muito pior.

— Por que vocês se apaixonam? — Malévola mexeu na coroa de Ben. — É ridículo. Não é o que você quer.

— Você não sabe o que eu quero! — Mal se defendeu. — Mãe, você já me perguntou o que eu queria? Nós somos diferentes.

— É evidente que tive anos, anos, anos e anos de práticas malignas. Você vai conseguir...

— Não, eu não quero fazer isso. — insistiu a garota de cabelos roxos. — E eu queria que você nunca tivesse conseguido ser tão ruim... O amor não é fraco, nem ridículo, na verdade é algo incrível!

— Eu sei de uma coisa, mocinha. — ela falou sério. — Não deveria haver lugar para o amor em sua vida! — ela apontou a varinha para Mal.

Eu te ordeno, eu te ordeno, varinha na mão! — Mal tentou, lançando um feitiço no objeto que com dificuldade escapou da força de Malévola e voou até ela. Surpreendendo-os em grande escala. — Leve-a embora!

— Acho que não... Isso já é tedioso, imatura. —divagou sua mãe irritada. — A varinha, me dá a varinha! — Malévola gritou.

— Resista, Mal, o bem pode ser mais poderoso que o mal. — Carlos se aproximou para encorajá-la. Malévola riu.

— Que engraçado. Você está falando sério? — ela latiu para assustá-lo, mas isso só irritou Chico que correu até ela. Malévola pegou mas reclamou, largando. — Ahg, ah, você fede. — ela jogou no chão.

Jay se aproximou, pronto para tirar dela o cetro com a pedra verde, mas Malévola sorriu zombeteiramente, aproximando-se dele e tocando seu braço.

— Uh, Gaston teria inveja de você. — ela elogiou antes de beliscar a testa, o que o fez jogar fora. — Todo mundo vai se arrepender disso. — ela começou a se envolver na fumaça verde novamente.

Heart suspirou, sabendo que se Chico não foi afetado pelo feitiço, seu Jabberwocky também não.

— Nunca me arrependerei. — Heart deu dois passos antes de respirar fundo e gritar com o rosto vermelho de raiva. — Jabberwocky!

Ela respirou pesadamente, mas recuou com medo, vendo Malévola que havia se transformado em um enorme dragão. Ela olhou para a ruiva que queria recuar, mas ela cuspiu fogo e Jay pulou para afastá-la. Rolando no chão.

Eles se entreolharam assustados.

— É a sua vez de correr. — ele murmurou, olhando para a amiga.

— Isso não significa que eu odeio fazer isso. — Heart reclamou antes que o menino se levantasse e a ajudasse a se levantar para puxar sua mão e correr.

Eles foram juntos para o lado, ficando entre os convidados, mas Malévola apareceu, interrompendo a fuga.

— Vamos, corram, pessoal! — Carlos gritou com eles.

Jay puxou novamente a mão da ruiva, que em algum momento havia perdido os saltos. Eles se viraram, ouvindo o rugido de Malévola. Eles refizeram os passos, de volta ao tapete azul, querendo correr para as escadas e subi-las.

Quando chegaram ao fim, Malévola os encurralou novamente.

— Rápido!

— Pessoal, corram!

— Heart, Jay!

Eles se viraram, com medo de morrer por causa dos enormes dentes de Malévola. Eles correram de volta, com o dragão atrás deles e seus amigos gritando desesperadamente.

Assim que Heart e Jay gritaram, eles ouviram vidro quebrar e cair no chão que tremeu.

Heart conseguiu colocar as mãos na frente dela para amortecer a queda, ela olhou para Jay que reclamava de dores. Eles se entreolharam para guiar os olhos atrás deles.

O Jabberwocky havia entrado e pousado atrás deles, abriu suas asas protegendo-os e rugindo alto para Malévola que recuou até colidir com um muro alto do local.

Evie e Mal ficaram surpresas quando puderam admirar o Jabberwocky que Iracebeth uma vez contou com tanto entusiasmo.

Ele tinha corpo alado de dragão, bigode comprido, cabeça que parecia de peixe, antenas de inseto e um par de garras parecidas com mãos em seus dois braços grandes e em suas asas gigantescas, que ele mostrava também serviam de patas dianteiras... Quando ele caiu no tapete azulado.

— Sim! — Evie gritou feliz enquanto Mal suspirava feliz. — Espera... O quê?

— Ela gritou Jabberwocky. — Mal murmurou confusa. Elas viram Carlos que sorriu inocentemente.

Heart rapidamente se levantou e pegou a mão de Jay para levantá-lo. A ruiva correu até ficar na frente de seu dragão que se agachou.

Minha dona. — ele falou com uma voz intimidadora, Heart sorriu, acariciando o rosto da fera intimidadora que a cada poucos segundos soltava a língua como se fosse uma cobra.

— Meu bebê. — Heart sorriu com orgulho antes de se virar para Malévola, que rugiu pronta para atacar novamente. — Que valha a pena arriscar sua descoberta... — ela sussurrou antes que a cauda do Jabberwocky se enrolasse em torno dela para colocá-la em suas costas.

Heart agarrou-se às escamas do dragão de olhos vermelhos. A fera subiu no ar até ficar na altura de Malévola.

— Movam as pessoas! — ela gritou para os quatro vilões abaixo que começaram a obedecer sua ordem. Heart olhou para Malévola sorrindo. — Porque haverá um desastre aqui.

Malévola lançou seu fogo quando o Jabberwocky começou a ver eletricidade roxa saindo de sua boca, que cuspiu com um grande rugido. Ambos os elementos colidiram no meio, conseguindo emanar grande luz e vento que fez com que os únicos capazes de se mover se curvassem.

A princesa vermelha viu como aos poucos o elétrico roxo avançava, diminuindo o fogo que Malévola lançava. O Jabberwocky avançou enquanto o outro dragão recuou, perdendo força.

— Acabe com isso. — Heart sussurrou para o animal de escamas pretas, pouco pelo e garras afiadas.

O Jabberwocky intensificou seu rugido e Malévola caiu no chão, sendo eletrocutada. Heart desceu com seu dragão, até que ela voou lentamente e pousou atrás do arco de Malévola. O Jabberwocky levantou uma de suas pernas e pressionou-a contra Malévola para impedi-la de se levantar, fazendo uma reclamação sair dela.

Heart desceu, sendo ajudada por Jay e Carlos. Eles se aproximaram das duas vilãs.

— Essa luta não é minha. — Heart sorriu para Mal, que agradeceu ao passar por ela, ficando na frente de sua mãe, que ainda estava presa no chão.

— Eu não quero que você envolva meus amigos nisso. — Mal apontou, agachando-se, seus olhos ficando verdes elétricos. Malévola, mesmo sendo fraca, não quis se deixar intimidar pela filha e imitou sua ação. — Não há força do mal que eu pudesse vencer se cinco corações se unissem para lutar... —ela sussurrou, começando a se levantar a voz dela. — Não há força do mal que eu pudesse vencer se cinco corações se unissem para lutar... Não há força do mal que eu pudesse vencer se cinco corações se unissem para lutar!

Heart pegou a mão de Carlos, Evie estendeu a mão para pegar a mão da ruiva e depois a de Jay. Os quatro atrás de Mal que tentava vencer o duelo com sua mãe, verde mágico contra verde mágico.

Até que Malévola rugiu e desapareceu na mesma fumaça em que havia chegado. A enorme perna do Jabberwocky caiu no chão, perdendo o controle do dragão. Mal olhou surpresa para os amigos.

— Ah... — viram a fada madrinha acordar, ela olhou para cima e se assustou. — Ah! — gritou ao ver o Jabberwocky.

— Pare! — eles gritaram juntos, ficando na frente do dragão e se viram rindo. Heart deu um passo à frente. — Sei que provavelmente vão me levar de volta para a ilha para isso, mas fada madrinha, roubei o ovo do museu porque você sabe... Já nos ferramos antes, queríamos governar o mundo e blá, blá, blá. Mas juro que é bom! Eu mantive ele escondido e mostrando coisas. — Heart explicou, acalmando a adrenalina em seu corpo.

— Se vocês vão devolvê-la à ilha por isso, eu também vou. Eu enganei a censura do museu e também cuidei do Jabberwocky. — Carlos deu um passo à frente, Heart olhou para ele acusadoramente mas, pela primeira vez, Carlos não quis se intimidar por ela.

Se ela fosse embora, ele também iria.

— Eu mantive o dragão no meu quarto e o ensinei a falar fluentemente, então estou envolvido nisso também. — Jay ficou ao lado de seus dois amigos. —Mas ei, enquanto você estava... Petrificado, esse dragão enfrentou Malévola para salvar a todos.

A fada madrinha viu os três vilões cuidando e protegendo o enorme dragão que estava em silêncio. Evie e Mal também os apoiaram, mostrando que concordavam com eles. A mulher suspirou com um sorriso.

— Eu acredito em vocês. — ela acenou com a cabeça, aliviando-os, antes que pudessem dizer mais alguma coisa, eles viram o Jabberwocky abaixar o rosto e rir. Eles olharam para ele confusos, até perceberem que um lagarto emergia de entre suas garras.

— Esta é minha mãe? — eles se apressaram em se aproximar.

— Calma, calma. — disse a Fada para Mal. — Sua mãe fez isso, ela encolheu até o tamanho do amor que tem no coração. Então é muito... Minúsculo.

— Não pise nisso. — Heart pediu ao enorme dragão que deu um passo para trás.

— Ela será tão pequena para sempre? — Mal se abaixou para ver a mãe.

— Bem, para sempre é muito tempo. — a Fada sorriu carinhosamente para ela. — Você já sabe como amar, ela saberá. — Mal riu suavemente.

— Evidentemente, isto é seu. — Mal entregou a varinha que ela aceitou. A fada pegou o anel de Ben do chão.

— E obviamente isso pertence a você. — a Fada entregou a ela. As duas se levantaram. — Todos passaram na aula de gentileza com nota dez. — parabenizou-os, fazendo-os rir. Ela logo ficou séria. — Mas vocês três terão uma semana de punição por roubarem do museu. — eles achataram os lábios, trocando um olhar.

— Melhor, eu não queria voltar para a ilha. — Carlos os fez rir.

— Bem, tenho que acordá-los. Mas eles vão se assustar se virem... — ela viu o enorme dragão.

— Jabberwocky, vá para o lago. Então irei te procurar. — Heart se virou para acariciar seu rosto. — Não escape...

— Minha alma não permitiria isso. — negou a criatura.

Eles foram afastados pelo forte bater das asas do dragão enquanto ele subia para sair pelo vidro que havia quebrado ao entrar. Eles se voltaram para a fada madrinha que suspirou ao ver o estrago, olhou para eles e sorriram como anjos que não cometeram nenhum crime. Ela sorriu também antes de erguer a varinha.

Bibidi, Babidi, buh!

Eles viram todos acordarem, Ben gritou correndo de aborrecimento no momento em que seu pai rosnava como uma fera. Mal parou Ben.

— Ok, ok, é isso. — Mal deu um tapinha nele, rindo. — Não se preocupe, nós resolvemos isso. — Ben sorriu antes de levantá-la no ar e girar Mal, que estava rindo.

— Da próxima vez eu te resgato, ok? — ele perguntou alegremente.

— Sim... E se não houver próxima vez, ok? — Mal perguntou, pegando o rosto do menino para abraçá-lo e também reorganizando sua coroa novamente. — Já volto, você está me esperando?

Heart se virou, procurando por Teo que procurava seu chapéu. A ruiva foi pegá-lo, sabendo onde Malévola o havia jogado. Ela se aproximou do moreno que colidiu com ela, ele a olhou soltando uma risada nervosa. Aquelas risadas que ela começou a adorar.

— Eu... — Heart queria conversar, brincando com o chapéu do Teo.

— Você não precisa explicar, você já se desculpou. — ele negou, encolhendo os ombros. Heart não conseguia entender como ele era tão compreensivo.

— Mas Teo...

— O que? Não é difícil, você veio com um plano maligno com seus amigos por ordem de seus pais, vocês queriam pegar a varinha e libertá-los mas se apegaram. — ele começou a falar, ficando sem fôlego. — Apesar de Mal ter dito que você conseguiu se apegar a nós e isso me faz acreditar que você também se apegou a mim, o que me deixa feliz já que te contei o que sentia...

Heart o interrompeu colocando a mão em sua nuca e fazendo-o esmagar os lábios dela com os dele. Ela o beijou.

Com a outra mão coloco o chapéu na cabeça dele, baixando-o e colocando a mão em sua bochecha. Dando um beijo suave e carinhoso no moreno que fechou os olhos por inércia, sentindo seu coração bater tão forte que ouviu claramente. Ele colocou as mãos na cintura dela, com muita suavidade e cuidado, com medo de machucá-la como se ela fosse de vidro.

— Você pode calar a boca agora, chapeuzinhos? — Heart perguntou se afastando, com um enorme sorriso. Teo suspirou, sorrindo ainda mais que ela.

— Não... — ele negou, agora erguendo a mão até a bochecha de Heart para atraí-la novamente e provar aqueles lábios que eram a melhor sensação, com sabor de chá de morango.

— Ei, ei, é isso. — Carlos puxou Teo para longe, fazendo rir quem assistia a cena. A ruiva pegou a mão do garoto de cabelos brancos para ir com os amigos, Teo os seguiu com a testa franzida como uma criança. Irritado com Carlos.

Heart abraçou Mal, que sorriu e piscou para ela. Gabriella abraçou Carlos e Teo, enquanto Damián agarrou a cintura de Evie, que segurava Ben. No meio deles, entre Mal e Damian, estava Jay que gritava divertido.

— Que a festa comece agora! — eles riram e começaram a cantar juntos. — Ah, eh, ah, eh!

Heart olhou para o chapeleiro que estava a poucos centímetros de distância, ele olhou para ela sorrindo com as sobrancelhas levantadas e perceberam que aquele era o início de sua grande história. Mas muitos obstáculos tiveram que ser superados para que o filho do chapeleiro maluco e a rainha vermelha tivessem seu próprio final feliz.

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