Capítulo 72

AURORA

A luz do sol entra como ondas pelo meu quarto. Me aninho confortavelmente no corpo ao meu lado e sinto a parede sólida de músculos se mexendo suavemente. Um pequeno sorriso brota em meus lábios.

— Bom dia — Patrick diz com a voz sonolenta. Dou um sorriso preguiçoso para ele, não quero sair daqui tão cedo.

— Bom dia — Murmuro com um bocejo ao apreciar a imagem de Patrick pela manhã. Seus cabelos escuros estão levemente bagunçados, os olhos suavizados e a boca entreaberta. Ele está sem camisa, e o lençol cobre o restante do corpo.

— Linda — Patrick murmura ao se aconchegar mais em mim. Ele prende uma mecha do meu cabelo por detrás da minha orelha, e consigo sentir seu hálito quente de menta roçar minhas bochechas. Respiro profundamente, apenas para que esse cheiro não se extingue dos meus pulmões.

Levanto meu olhar para encará-lo melhor.

— Lindo — Sussurro de volta, perto da sua boca. Patrick retribui com um lindo sorriso que faz meu coração se agitar. Ele acaricia a palma da minha mão com carícias suaves.

Fico contando as respirações do menino ao meu lado. Minha mão ainda se encontra descansando em seu peito nu. Não consigo parar de encará-lo.

Patrick se remexe na cama e se levanta apenas um pouco. Ele me encara por um momento antes de se aproximar e dar um beijo suave em meus lábios. Ele segura meu punho de modo suave. A outra mão se encontra em minha nuca.

Escuro um barulho vindo do outro lado do quarto. Me separo do beijo apenas para ver o que é. A confusão estampa meus olhos.

— O que foi isso? — Pergunto em sussurro.

Patrick dá de ombros, tão confuso quanto eu. Decido, então, eu mesma ver. Abro a porta e olho de um lado para o outro, mas não tem nada e nem ninguém.

Não deve ser nada demais.

Fecho a porta novamente. Patrick já está sentado na beirada da cama, ainda sem camisa. Ele passa a mão pelo cabelo levemente bagunçado. Depois disso, se levanta e se aproxima mais de onde estou parada no meio do quarto. O lindo menino à minha frente segura minha mão.

— Aceita uma dança, minha donzela? — Patrick sussurra, com uma voz cortês, como nos filmes.

Levanto as sobrancelhas de modo zombeteiro, mas decido entrar no jogo, mesmo no tempo em que me contenho para não rir.

— Sim, cavalheiro. Eu adoraria.

Patrick coloca uma mão na minha cintura e a outra continua na minha palma. Nos movemos em uma valsa lenta e romântica; como se tivéssemos feito isso diversas vezes  Ficamos assim por longos minutos, nos olhando e sorrindo diante da cena. É divertido, pois tentamos não tropeçar na bagunça que Star deixou no meu quarto.

Por fim, o menino de cabelo negros faz uma reverência e me rodopia. Um riso sai de mim pelo o que acabamos de fazer. Apenas Patrick para fazer com que eu dance uma valsa no meio do meu quarto sem música nenhuma em plena manhã de segunda-feira.

Patrick me encara com uma cara que conheço bem. Cara de quem vai aprontar.

— Hm... O que você vai fazer? — Questiono desconfiada, e sinto minhas sobrancelhas se arqueiam — Não! — Digo, em meio as risadas, já me afastando, sabendo o que pode ser.

Mas ele me segue conforme me afasto.

— Sim! — Ele diz com um sorriso divertido — Patrick passa os braços pela extensão do meu tronco. Um instante depois estou em seus braços.

Ele segura minhas pernas enquanto minha cabeça descansa em seus ombros. Tudo está rodopiando devido a subida repentina. Agora, não há nada entre mim e o chão, a não ser Patrick que me segura.

— Patrick! Me coloca no chão agora! — Digo com gargalhadas ao dar leves tapas em seus ombros e costas — O que você tá fazendo?

Patrick vira seu lindo rosto apenas para que eu possa encarar, um sorriso sincero em seus lábios. Também sinto que meus lábios arqueiam em um sorriso, enquanto  encaro-o. Patrick aperta as suas mãos ainda em meu corpo, ainda me encarando com profundidade. Ele beija minha bochecha em um gesto carinhoso e lento.

— Aurora... Eu — Patrick murmura com a voz rouca — Eu te a...

Meus olhos se arregalam e sinto que minha boca se entreabre enquanto meu coração tropeça no peito. Coloco os braços ao redor do pescoço de Patrick.

— Você o o quê? — Pergunto, realmente curiosa para saber o que ele quer me dizer

— Eu disse... — Patrick sussurra de um jeito desajeitado ao me puxar mais para perto de si — Que precisamos de um banho. Encaro-o com desconfiança. Não é isso que parece querer dizer, mas antes que eu possa protestar, ainda em seus braços, me leva para o banheiro.

— Patrick! — Grito com susto conforme dou uma gargalhada, ainda em movimento — Me solta! Eu vou cair assim! — Sorrio mais ainda. Mesmo não querendo que ele me solte, quero explicação para o que ele iria dizer.

Ele me coloca no chão e quando vejo estamos no banheiro. Ele me encara com carinho, profundidade e desejo. Com rapidez, esqueço do que eu dizer ou perguntar.

Uma memória vem a minha mente, da última vez em que estivemos aqui, logo depois que confessei meus sentimentos para ele. Faz tanto tempo desde então... Contudo, meu sentimento pelo lindo menino a minha frente só aumenta.

Patrick me encara com olhos brilhantes, talves se lembrando também da memória. Ele cola nossos labios em um beijo profundo à medida que rodeia seus braços ao redor da minha cintura. Retribuo o beijo enquanto passo as minhas mãos extensão dos seus fios negros, que é macio por entre meus dedos.

CAIO

Me remexo na cama e quase me esbarro em um corpo. Eu dormi incrivelmente bem, deve ser pela presença de Laura que me inspira conforto e segurança. Já faz meses desde que a pedi em namoro, e todas as noites ficamos assim.

Meu braço está dolorido pelo abraço com Laura. Passo a mão pela sua bochecha, enquanto seguro uma mecha enrolada do seu cabelo. Laura se mexe na cama por causa do meu toque. Ela abre os olhos e vejo aqueles globos verdes me encarando. Há brilho e carinho neles.

— Bom dia — Laura ao se espreguiçar com um bocejo.

— Bom dia, meu amor — Me aprixomo dela apenas para roçar seus lábios macios aos meus, enquanto me levanto. Laura dá um bocejo. Não me preocupo em colocar camisa, fico apenas com a calça jeans surrada. Laura não parece se importar. Na verdade, ela parece gostar muito da visão.

Passamos pelo corredor e descemos pela escada, o pé de Laura totalmente curado agora. Mas, antes disso, sem querer acabo caindo, faço um estrondo que se reverbera pelo local. Laura dá uma gargalhada o que me faz encara-lá com raiva.

— Você vai acabar acordando minha melhor amiga. — Ela diz simplesmente, como se não se importasse que o namorado dela caiu e pode ter quebrado um osso.

— Nossa. Obrigado pela preocupação! — Digo, fingindo mágoa.

— Você está bem? Se machucou? — Laura pergunta. Ela dá mão para eu levantar.Assinto com a cabeça em concordância.

— Sim... Só machuquei aqui. — Aponto para o lado direito minha boca.

Laura me encara com divertimento.

— Então vou dar um beijinho. Dizem que beijos curam — Ela se aproxima e beija o canto direito da minha boca. Eu retribuo puxando-a para mais perto de mim.

— Que tal panquecas? — Questiono, quando estamos na cozinha — É minha especialidade.

Laura faz que sim com a cabeça. Ela está com um short de cor branca e uma camiseta minha de cor azul escura. Eu adoro vê-la com minhas roupas.

Sinto o olhar de Laura por toda minha costa conforme faço as panquecas. Algo me diz que ela está tendo pensamentos obscenos com meu corpinho lindo. Apenas esse pensamento me faz sorrir.

Tento afastar esses pensamentos à medida que os minutos se passam. Deixo a paqueca no forno e me viro para ela.

— Por quanto tempo vai ficar me secando, Laurinha? — Ronrono quando estou a centímetros de seu rosto. A menina de cabelos cacheados engole em seco conforme arregala os olhos verdes. Acho que ela não está esperando por isso, mas ela não me afasta. Nem diz nada.

Com lentidão e precisão dou um leve beijo em um determinado ponto do seu pescoço, em resposta Laura solta um pequeno suspiro entreocortado. Quando me dá permissão para continuar, mordo o lóbulo da sua orelha, e com um único movimento a coloco em cima bancada. Seu short subindo juntamente com minha camisa que se alinha muito bem em seu corpo.

Laura se encontra com um pequeno sorriso timido nos lábios. Com um olhar profundo, seguro seu queixo à medida que colo nossos lábios novamente em um beijo suave, carinhoso e lento. No processo, seguro sua cintura e passo a mão pela curvatora das suas costas, qualquer barreira entre nós chega ao fim.

Laura prende as pernas envolta da minha cintura e passa as mãos pelo meu cabelo, conforme aprofundamos mais o beijo. Sinto que meu coração está preste a explodir.

— Que cheiro de queimado é esse? — Escuto uma voz soando de modo debochado.

Levanto meu olhar e encontro quem disse aquilo, Aurora me encara com diversão nos olhos. Patrick ao seu lado nos encara com uma expressão negra, talvez um pouco desconfortável por ter interrompido um momento tão íntimo.

Os dois estão lado a lado, a primeira com um sorriso malicioso nos lábios. Levanto a sobrancelha, e encaro os dois recém-molhados. Procuro não pensar no fato dos dois estarem molhados e corados.

Passo as mãos pelo meu cabelo em um gesto tímido. Laura desce da bancada. Ela passa as mãos nervosamente pela roupa, a bochecha corando no processo. Ela parece com dificuldade de encará-los nos olhos, então se concentra em encarar o chão.

Fungo e percebo que — realmente — o local está com cheiro de queimado. Me viro rapidamente para desligar o fogão. Com um pequeno bufo extasiado me aproximo mais do forno.

Não tem o que fazer; as panquecas estão queimadas. Com um suspiro que diz "Sinto muito", puxo a cintura da minha namorada, trazendo-a para mais perto de mim. Aurora e Patrick parecem felizes. Laura parece pensar o mesmo, enquanto se encosta mais em mim.

— Parece que vocês vão ter panquecas queimadas de café da manhã — Digo ao cruzar os braços de modo brincalhão em frente ao corpo. Escuto risadas soar pelo local e consigo sentir meus lábios se repuxando em um sorriso também.

Não se esqueçam de deixar sua estrelinha.

Qual casal vocês preferem??

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