Capítulo 52
MELISSA
Já se passaram algumas semanas desde o encontro, eu e Matheus nos encontramos com frequência no campo vibrante de Floriana. Nossa amizade, por assim dizer, tem evoluído muito. Na maioria das vezes, ele está jogando futebol. Eu apenas fico assistindo ele jogar.
Hoje é um dia desses.
Como se Matheus sentisse minha presença, o menino de cabelo ruivo para no meio do campo e vira a cabeça para me encarar. Ele lança um pequeno sorriso quando seus olhos encontram o meu.
— Essa é pra você, Melissa! — Matheus diz alto o suficiente conforme se prepara para chutar a bola.
Dou um revirar de olhos e mordo um pedaço do bolinho que comprei no caminho.
Matheus chuta a bola com precisão acertando em cheio o gol. O que faz seu time vibrar com cânticos de torcida. Dou um sorriso de lado ao cruzar as pernas, o que faz a minha saia subir um pouco.
Ele parece perceber, pois não para de me encarar.
Para facilitar seu processo me levanto e vou em sua direção também. Quando ficamos frente a frente, Matheus tira sua camisa. Ele está suado o que faz eu dar-lhe uma careta. Contudo, ainda não consigo desviar o olhar de seu abdômen sarado.
Pela mãe.
Sinto vontade de levar as mão para os musculos, para ter certeza de que são reais, mas me contenho. Não quero parecer uma pervertida. Matheus dá um sorriso malicioso ao perceber que estou encarando seu abdômen.
Tusso, voltando minha atenção ao seu rosto.
— Seu amigo não para de me encarar. — Digo com presunção ao virar o rosto para o outro lado, querendo mudar de assunto. Encontro o menino de cabelos platinados nos encarando com curiosidade. Nunca falei com ele, mas ele sempre parece estar ao lado de Matheus.
Os ruivo ri, como se eu tivesse contado uma piada. No entantoN logo ele se aproxima e coloca as mãos na minha cintura.
— Com razão — Diz por fim, ao se aproximar de onde estou, com aquele sorrisinho nos lábios — Você é linda.
Algo dentro de meu peito se agita diante do comentário, mas tento não demonstrar.
— É o que todos dizem — Dou mais uma mordida no bolinho de chocolate. Abaixo o mesmo quando satisfeita.
— O quê? — Pergunto mais como afirmação quando vejo que ele ainda me encara, como se apenas isso bastasse — Sei que sou linda mas...
Não consigo terminar de falar, pois Matheus se aproxima mais de onde estou, o que faz qualquer barreira entre nós chegar ao fim. Ele cola nossos lábios em um beijo suave. Nada mais que um leve roçar de bocas.
Surpresa, encaro-o com olhos arregalados quando se afasta. Abro a boca em um som mudo, para protestar. Mas nenhuma palavra sai da minha boca.
— Estava sujo. — ele aponta. — Mas delicioso.
Fico em dúvida se ele está falando do bolinho ou do beijo, mas procuro não pensar muito nisso. Não sei o que dizer. Pelo visto, ele também não. Fico apenas encarando-o com profundidade, o que faz algo dentro de mim se esquentar.
— Eu sempre quis fazer isso isso. — Ele diz, com um sorriso cheio de um sentimento. Ele parece entre envergonhado e animado.
— Vocês meninos não perdem uma oportunidade — Dou uma cotovelada nele, com um sorriso em meus lábios.
Não quero pensar nas consequências desse beijo. Não agora.
Tento parecer casual devido ao beijo, mas ainda consigo sentir meu corpo reverberar de desejo. Já beijei muitos garotos, é claro, Matheus certamente também, pois ele é o típico popular que todas meninas se apaixonam e no final acabam com o coração partido. Mas, a maioria dos caras que me envolvi não me conheciam e era apenas por prrazer. Achei que seria o mesmo com Matheus. Mas com ele sinto que é diferente.
MATHEUS
— Você viu o cabelo do Cris com aquele corte de cabelo? — Felipe pergunta.
— Não faz muito meu tipo. — Respondo, neutro.
— Claro que não. Seu tipo é ruivas.
Estamos no campo, como sempre, jogando futebol. Eu sou o capitão do time então sempre tento motivar os outros e isso implica chegar cedo e estar constantemente presente, mas isso não é um problema para mim, pois eu amo fazer isso.
— Então, qual o nome dela? — Felipe pergunta.
Não respondo sua pergunta.
— Por favor, não faça nada com seu cabelo que vá se arrepender depois — Digo ao me lembrar do corte de cabelo do Cris.
— Eu sei que você me ama e no fundo só quer me proteger. Mesmo que seus comentários sejam maldosos. Ele faz um "Cryuff", um movimento específico que fazemos com a bola no futebol.
— Talvez. — Murmuro sabendo que sim.
Felipe da um belo sorriso como se entendesse.
Meu corpo ainda anestesiado de desejo devido ao pequeno beijo que dei em Melissa com o intuito de "tirar a migalha". Sei que não foi uma boa desculpa, mas eu queria tanto beijá-la que não consegui me conter. Acho que desde a primeira vez que a vi, senti um enorme desejo em provar aqueles lábios macio como rosas.
E o gosto é tão bom quanto imaginei.
Ainda bem que Melissa não reagiu negativamente. A ruiva, deve estar acostumada a beijar outros garotos, suponho. Isso faz com que eu tenha ciumes, mesmo sem sentido.
Resolvemos ir para meu apartamento. Não para ter algum tipo de relação sexual, não que eu não queira... Não quero estragar o que temos construído nessas últimas semanas.
Eu conto sobre Felipe, que ele mora comigo nesse pequeno apartamento e sobre sua sexualidade.
Melissa fica boquiaberta e sem palavras, ainda mais pelo comentário que fez hoje cedo.
— Vocês já tiveram um caso? — Ela pergunta.
— Não. Mas se você quiser podemos ser um trisal.
Ela ri e como resposta taca um travesseiro na minha cara.
— Se bem que não seria uma má ideia.
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