BÔNUS_ LAURA E CAIO
LAURA
Estou caminhando pela vastidão de areia dourada. Está no fim da tarde, o sol se escondendo entre as nuvens. Respiro o ar, tentando mantê-lo em meus pulmões. Já faz alguns meses desde a véspera de ano novo, foi tão bom ver todos reunidos e felizes. Ver as duas pessoas que mais amo — Aurora e Melissa — ao meu lado, é muito mais do que eu sempre quis.
Resolvemos passar um tempo na praia, todos juntos. Hoje de manhã, vi Melissa. Mas não a vi mais, desde então. Ela não estava sozinha, não, estava com Matheus. Fico feliz que Melissa tenha encontrado alguém para amar e alguém que a ame também, mesmo, que, aparentemente, parece haver algo impeça esse amor.
Posso ver Aurora de longe, está em um lancha, navegando no mar, com Patrick, esse segundo com os braços ao redor da minha melhor amiga. Eles parecem mais feliz que nunca, isso faz com que me sinta assim também.
Viro meu rosto para encarar o lindo menino do meu lado. Na verdade, essa também é uma coisa que eu sempre quis. Conversamos sobre o futuro e decidi que daqui alguns anos vou abrir uma floricultura. Afinal, esse sempre foi meu sonho, apesar de Caio ser alérgico a flores — O que é muito irônico — ele vai me ajudar.
Já não estamos mais no ensino médio, agora somos adultos e temos que decidir qual caminho trilhar. A não ser Aurora e Patrick, que estão no segundo ano. Não sei o que será daqui para frente, mas sei de uma coisa: contanto que continue assim, estejamos juntos, tudo bem.
Caio segura minha mão e com passos lentos caminhamos pela praia. Passo a mão pelo colar em formato de sol em meu pescoço. Depois que eu dei o colar que eu havia comprado para Aurora, da minha falecida irmã, ela me retribuiu com um outro colar que ela mesma comprou. Ela disse que os dois colares se complementam. Eu achei lindo.
— Você pode passar o protetor na minha costa? — Caio pede — Ele está vestindo uma calça jeans, essa dobrada até o joelho, e está sem camisa. Parece mais bronzeado por causa do sol.
E que visão.
Assinto e pego o produto em minhas mãos. Nos sentamos enquanto ele se vira de costas para mim. Pego uma camada considerável do produto, logo em seguida, passando com movimentos suaves pelas suas costas. Caio solta um resmungo de agradecimento e continuo o movimento; demorado e sexy apenas para provocá-lo. Algo fervilha dentro de mim à medida que passo as mãos por toda a extensão das costas de Caio.
— Não faça isso comigo, Laurinha. — Ele ronrona e um segundo depois está em cima de mim. — Não me provoque desse jeito. Não consigo me conter.
Dou um meio sorriso ao encará-lo, envergonhada. Ele se aproxima e beija meu ombro, o que causa um arrepio em mim, depois beija minha clavícula. Lentamente e suavemente, beija minha bochecha, pescoço e testa. Até que seus lábios se contém em frente à minha boca, e posso encarar seu lindo rosto. Seu cabelo levemente bagunçado, sua bochecha rosada por causa do sol, ou qualquer outro motivo, sua boca se encontra entreaberta, e sinto uma enorme vontade de beijá-lo.
— O que você pediu para estrela cadente? No parque? — Ele sussurra, de repente, me fazendo encará-lo com surpresa.
Penso um pouco em sua pergunta. Já faz tanto tempo que isso aconteceu, mas me lembro de cada detalhe.
— Eu pedi para que você fosse feliz. Porque assim... eu seria feliz também.
Caio me encara por longos minutos. Ele parece refletir melhor sobre essas palavras à medida que me encara com voracidade.
— E você? — Pergunto quando ele não diz nada.
— Eu pedi para ficar com você. O tempo que for necessário, suficientemente bom — Ele me encara com profundidade — Pois, Laura, é você que me faz feliz. — Caio enrola uma mecha castanha do meu cabelo. Fico apenas observando-o. Ele é tão lindo, de perto mais ainda, e não falo só de beleza externa, mas de quem ele é.
— Não há outra coisa que me faça mais feliz que isso. Além da minha família, claro.
Passo o polegar pela sua bochecha. Caio, o menino que conheci no fundamente, o qual tinha tanta vergonha de falar comigo, que tive que puxar assunto com ele. O menino que eu sempre escolhia como dupla para fazer trabalhos da escola, pois além de ser inteligente, tem um áurea, uma personalidade, que todos querem permanecer ao seu lado. Depois, me vi me apaixonando pouco a pouco por ele, porque o amor é assim; chega de mansinho, sem você perceber, e te pega quando você está desprevenido.
Desde então, ele é o único para mim. Sempre será. Eu o amo, e com ele sinto que sou mais feliz. Ao se confessar para mim, quando estava em como, eu soube que era meu amor verdadeiro, que é com ele que eu quero passar cada momento da minha vida, até ficarmos velhinhos e a única coisa que nos sustentarmos, será o amor que sentimos um pelo outro
Caio para o que está fazendo e me encara, como se estivesse vendo minha alma. Seus olhos estão brilhantes, parece pensativo.
— Eu te amo. — Ele murmura perto da minha boca — Sempre vou te amar, Laura. Você não tem noção do quanto tenho medo do que isso possa significar. Sinto tanto medo... de te perder. Quando você estava em coma, cada mísero segundo, foi doloroso e lento, senti que fosse morrer. A única coisa que me sustentou foi saber que você voltaria, pois em meu coração a esperança de que você voltaria sempre permaneceu viva. — Ele suspira, como se lembrando desse momentos — E você voltou e eu pude respirar novamente, pude sentir você novamente, te encarar e conversar com você. — Lágrimas descem pelo rosto de Caio.
Vê-lo tão vulnerável assim, com tanta dor... E saber que eu fui o motivo disso. Nem imagino o que ele deve ter passado no período de um mês em que estive me coma...
Depois do acidente, quando estava em sono profundo, tudo estava escuro, vazio e silêncioso. Eu senti tanto medo, pois eu não podia fazer nada, lá, sentia que eu não era nada. Até que escutei a voz de Caio, que me guiou, me ajudou a não me perder. Acho que foi isso que me ajudou a não me quebrar, foi isso que permitiu que eu continuasse viva. Saber que ele me esperava do outro lado, me dava forças para voltar, pois não queria lhe causar dor e tristeza. Não queria deixar ele sofrendo pela espera ou por nunca voltar.
— Caio... — Me aproximo um pouco, apenas um pouco ao ponto de beijá-lo.
Ele se afasta, hesitante. Talvez com medo da minha resposta. Isso parte o meu coração. O que ele passou para senti-se assim tão inseguro?
— Eu te amo tanto que chega a doer. O meu coração bate no peito com tanto amor por você, que isso me assusta. Sempre estive apaixonada por você, mesmo que no começo não tive tanta noção disso. Não consigo imaginar uma vida sem você — Confesso, e sinto-o soltar o ar que estava prendendo – Dizem que existem dois tipos de amor. O amor da sua vida, aquele que será sempre seu ponto fraco, você ama porém as coisas não dão certo; e o amor para sua vida... é aquele que você ama e tudo dá certo. Você é o amor para minha vida.
Eu o amo. Sempre amei. Desde o fundamental.
Caio se aproxima mais de onde estou e me beija. Como se estivesse sedento disso, um beijo explorador e cheio de sentimento, como se saboreando cada parte da minha boca.
— Obrigada por estar aqui — Sussurro para ele — Comigo. — Encaro a praia, o céu e o mar. — Estar aqui com você... É perfeito. É muito mais do que sempre sonhei.
— Eu sempre vou estar aqui. Com você.— Caio sussurra de volta com convicção e amor. — Isso é uma promessa. Você se lembra?
— Para sempre?
— Para sempre.
Ele me beija de novo, de novo e de novo. Até que não haja mais ar em meus pulmões, até que estamos tão cansados, que nossa única opção é deitar-se na areia e encarar as estrelas que começam a aparecer no céu acima.
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