Único

▪︎10/10/2020

《》

Tudo começa quando algo acaba. É um ciclo interminável. O conhecimento foi Byun Baekhyun quem passou a Park Chanyeol. O livro que Baekhyun começava a ler era terminado quando as palavras do autor para sua obra acabavam, e começava um novo ciclo que ele nunca deixava incompleto; mas, com aquele livro que havia recebido há uns meses, foi diferente — nem tanto, pois Baekhyun já havia lido e relido muitas vezes, porém Chanyeol não desapontaria o comprometimento dele. Mesmo que soubesse que não iria ser Byun quem concluiria novamente a leitura do livro e que o ciclo estaria tecnicamente incompleto, Chanyeol sentiu que devia fazer aquilo. Não só por Baekhyun, mas por si mesmo.

A tarde não seria melancólica e ele não iria parar no seu sofá com bebidas alcoólicas. Tudo que Chanyeol queria fazer era ler o livro que costumava ser o preferido da pessoa que o ensinou a criação de mundos imaginários, dos quais ele não se interessava nem um pouco antes de sua chegada. Tirou a conclusão de que era seu preferido porque era o que ele mais lia, e nem era um livro grande. Inimaginável que estaria ali, sentado no chão gélido, encarando a capa colorida com título grande: A Minha Arte do Amor.

Em manhãs mais quentes, acostumou a passar o tempo longe do álcool e qualquer coisa que fosse mais adocicada que as pastilhas de uva que adorava. Ser diabético não foi o que Chanyeol pediu às estrelas cadentes quando tinha seus oito anos.

Um dos desejos se realizou: ter uma casa própria.

Um outro também: conseguir um amigo que não fosse como seus vizinhos.

Seu melhor amigo foi por tanto tempo um cavalo de pelúcia chamado Philip, um nome que ouviu falar na televisão e adorou, que se perguntassem-o quem era seu melhor amigo, ele não deixaria de citá-lo, por mais que Philip já estivesse destruído em algum lugar do mundo. Foram quase doze anos de companhia, até que encontrasse seu novo melhor amigo.

Perder Philip doeu, mas não tanto quanto perder alguém que recitava poemas para que ele dormisse em paz. Poemas que, muitas vezes, ele não entendia, mas sabia que seu recitante dominava uma ampla inteligência e que devia estar dizendo algo sábio. Às vezes não prestava tanta atenção nas palavras, o carinho que recebia na nuca pelas mãos finas do seu companheiro deixava-o sonolento. Os sussurros eram a base do seu sono.

Não que estar em frente a um túmulo fosse desequilibrar a postura estável que Park Chanyeol mantinha em qualquer situação, mas era diferente. Porque quem estava ali era diferente. Não era algo que não tinha sentimentos, como Philip, o bicho de pelúcia. Park não era uma criança de oito anos. Vinte e sete. Lidar com perdas não era algo que ele estava experimentando pela primeira ou segunda vez, mas seria a primeira que o deixaria solitário, vazio.

A manhã não foi diferente das outras. Um amigo ligou para saber se ele estava bem, respondeu que sim. Mas não sabia se realmente estava bem. O dia anterior foi muito difícil.

Não estava acostumado a ambientes melancólicos como a do cemitério que ficava a uma hora de carro da sua casa. Para chegar lá não aguentou ir dirigindo, chamou um carro pelo aplicativo do celular, omitiu a informação aos conhecidos no encontro para que não se preocupassem. Algumas lágrimas foram derramadas no banco de trás, encostou a cabeça no vidro e fechou os olhos enquanto respirava fundo, tentando pensar em coisas boas, porém só conseguia imaginar a solidão que se transformaria a sua vida sem ele. Não queria que vissem suas gotas de dor quando chegasse ao local.

Passou parte do velório no banheiro. Lavou o rosto. Era a primeira vez em anos que chorava tanto, sentiu o rosto queimar. Por ali não tinha espelho, então usou a câmera do celular para verificar seu estado: o rosto molhado e vermelho demonstrava as ruínas escondidas no peito, que nem ele mesmo queria ver ou sentir. A maioria das vezes conseguia se segurar, mas aquilo era demais. Agoniante. Não adiantaria se sentir culpado, teria que voltar para ver seu companheiro dormindo serenamente no caixote.

Ninguém comentou sobre as condições de Chanyeol, como do cabelo desarrumado e a camiseta social amassada e desabotoada, das escleras vermelhas, ou dos rastros de lágrimas que eram notados de perto. Todos desviaram o olhar quando Chanyeol se aproximou do caixão de cor escura, ninguém viu a mão de Chanyeol segurar a do morto, nem o beijo que ele deixou em sua testa fria. Não se importou em estar encostando os lábios em um corpo sem vida, porque aquele era o seu companheiro. O seu melhor amigo. O seu recitante de poemas das madrugadas. O admirador de arte. Tantos títulos.

Mais tarde, observou a cova recém-coberta de terra, esperando que alguém dissesse qual era o próximo passo. Iria para casa beber e passar o tempo lendo notícias pelo celular, também decidiu honrar todo o repertório de Baekhyun e suas promessas de concluir a leitura de todos os livros que iniciasse, mas que não teve tempo com aquele último. Mesmo que ele já tivesse lido e relido e Chanyeol sabia, a última vez que releu não terminou. Chanyeol tentou quando acordou naquela seguinte manhã nublada.

Encontrou o livro de Baekhyun na gaveta da cômoda, um post-it estava colado na capa.

"Park Chanyeol, não se esqueça de lê-lo e me contar o que achou. Eu sou a estrela mais brilhante do seu céu."

E agora, com o livro em mãos, respirou fundo. Olhou ao redor do cômodo, estava tudo tão igual a como sempre. Fechou os olhos e encostou a cabeça na parede, psicologicamente exausto. Dedicou um tempinho às lembranças que decidiram tomar conta de seus pensamentos.

Um dia que ele se lembrava muito bem era o que havia comprado pastilhas de limão ao invés de uva. A primeira vez que havia inovado. Foi frustrante perceber que perdia tempo comprando só pastilhas de uva quando as de limão eram docinhas e viciantes. Mas fez como todos os dias: chupou uma pastilha naquela tarde e chuparia outra mais de noite. Byun Baekhyun estava sentado no chão do quarto, com a blusa de mangas compridas e a calça de moletom que sempre vestia em dias nublados. Lia um livro de capa colorida, parecia algo divertido. Baekhyun quase nunca desviava a atenção de seus livros para que pudesse reparar no que acontecia ao redor, mas olhou para Chanyeol e sorriu.

Era realmente bonito o jeito que ele sorria naturalmente quando via Chanyeol. Até que era bonito o sorriso fino dele em resposta aos sorrisos expressivos de Baekhyun, mas belo mesmo era seu olhar, que brilhava ao esbarrar em Byun. Era assim que as pessoas de fora conseguiam identificar o tanto de carinho que sentiam um pelo outro. Todos sabiam. Ninguém falava nada, porque todos sabiam o quão difícil era conquistar Park Chanyeol daquela forma.

Ainda calado, ofereceu uma pastilha ao leitor. A bala se dissolvia facilmente na boca de Baekhyun, enquanto ele folheava o livro após marcar a página que havia parado.

— Nunca pensei que mudaria. — Ele apontou com o queixo para a caixinha de pastilhas na mão de Chanyeol.

— Não tinha de uva na lojinha. Entre limão e morango, penso que escolhi o melhor.

— É bom mudar às vezes.

Baekhyun fechou o livro e virou a cabeça em direção à janela, que era tampada pelas cortinas longas.

— Como vai o admirador de arte? — Chanyeol perguntou.

— Como admirador, tirei a conclusão de que a melancolia é a minha forma de arte. Você sabe, eu sinto isso. Sou uma dinamite prestes a explodir.

Muitas vezes Chanyeol não entendia as comparações de Baekhyun, mas naquela vez, ele havia entendido. Não só por mesclar ao que sempre vinha dizendo para Chanyeol, mas também por considerar que o clima estava mudando para ele. A piora do estado de saúde de sua mãe o preocupava, ela era bem próxima de ambos. Ele se entristecia a cada notícia ruim. Mais tarde, estaria em um caixão, sendo velada por Baekhyun e Chanyeol, já que não tinha mais ninguém, mas eles não imaginavam que as coisas iam correr tão rápidas. A mãe de Baekhyun se foi e ele só tinha Chanyeol e uns livros.

Outro dia que Park se lembrava foi de uma tarde ensolarada, dois dias depois da senhora Byun se ir. Havia acordado cedo, aberto todas as janelas e arrancado as cortinas para mandar para a lavagem. No trajeto à área de serviço, passou pelo quarto. Baekhyun estava tomando sol sentado na cama, em frente a janela. No canto do quarto, o cavalete sustentava uma tela com uma linda pintura de sua mãe; inacabada, mas muito linda. O aerógrafo e as tintas estavam jogados pelo chão, elas sujavam o piso. Chanyeol colocou a bacia com as cortinas no chão e se sentou ao lado dele.

— Ela gostava de sol — Byun sorriu.

Chanyeol não soube o que dizer. Sentia-se menos desenvolvido que ele em tudo. Baekhyun era um tipo de pessoa livre de imperfeições e ele o admirava no silêncio por isso. Baekhyun sabia. A força e inteligência que ele transparecia eram os pontos que Chanyeol mais prestava atenção, culpava-o por roubar todas as qualidades das quais nunca poderia se gabar de ter. O jeito que permaneceu firme ao ver sua mãe no dia do sepultamento impressionou o homem. "Melhor que viver nas ruínas, é descansar sem preocupações. Mamãe me disse anteontem, e eu concordo com ela", Baekhyun falou enquanto olhava o túmulo ainda sem lápide. "Foi bom conhecê-la. Tem um filho adotivo vivo e crescido, os outros passaram a vagar por aí sem se importar com ela. Rudes. Eu gostaria de ter livrado-a desse castigo, mas se era a hora, não há problema. Ela precisa dormir agora."

Chanyeol não sabia se sua fala havia sido sábia ou não, mas nunca se esqueceria da dor contida nela.

— Também gostava da chuva. Ela me disse — Chanyeol revelou.

O silêncio moldou o semblante de Baekhyun. Ele queria chorar. Em seis anos naquele relacionamento inrotulável, Park Chanyeol nunca havia visto seu companheiro chorar. Não queria vê-lo triste. Lembrou-se de algo que Baekhyun havia falado em alguma tarde nublada: "Park Chanyeol, nunca me ache triste. Sempre me leve no estado de melancolia, é uma forma de arte que eu aprecio e navego desde que entendi meu propósito." Foi então que pensou que todas as pessoas precisavam passar pela dor para que evoluíssem. A tristeza era inevitável, chegaria para ele também.

— Fale alguma coisa sobre a sua mãe — Chanyeol pediu.

— Ela foi uma boa pessoa.

Balançou a cabeça e segurou a mão de Baekhyun.

— Não, por favor, seja melancólico. Fale a sua arte!

Encarou os grandes olhos de Chanyeol, que brilhavam daquele jeitinho de sempre. A escuridão das pupilas pedia para que ele falasse algo bonito. Ou recitasse alguma coisa. Baekhyun nunca resistiu aos esforços dele em muitas das coisas que o pedia. Como quando Chanyeol não estava a fim de almoçar e pedia para pular essa parte, arrastava o admirador até a janela do quarto para que pudessem ver o céu juntos. As nuvens. Os pássaros. Tudo era arte para Chanyeol. E Byun Baekhyun era a obra de arte mais complexa que Park Chanyeol já havia encontrado. Esperaria o tempo que fosse para que o outro pudesse falar, porque tudo o que saía da boca de Baekhyun se transformava naquilo que ele admirava: arte.

Ele já tinha gravado uns versos na mente desde o dia do sepultamento, mas não teve coragem de dizer antes, achando que não suportaria. Não queria chorar no velório de sua mãe, porque ela estaria feliz em algum lugar por aí.

"E quem diria que ela partiria; dona da sabedoria e das melhores refeições do café da manhã. Admiradora do céu e de seres vivos; amparava os sofridos, eu fui o acolhido por seus braços de mãe."

A primeira gota derramada chamou a atenção de Chanyeol, que olhava para o poeta esperando pacientemente por uma continuação. Nunca havia visto Baekhyun perder o controle, escutar seus soluços era perturbadoramente diferente das palavras que estava acostumado a ouvir. Ainda assim, esperou que Baekhyun se acalmasse um pouco enquanto movia a mão por suas costas, um estímulo para que melhorasse. Abraçou-o de lado.

"Dona do cheiro doce, que mostrava a bela mulher que era", Baekhyun continuou, enxugando as lágrimas. "Eu sabia que o dia chegaria, me adiantaria para dizer o que sentia. Não tive tempo, ela não me esperou."

Entre algumas lágrimas que ainda desciam vagarosamente, ele sorriu. Um sorriso incógnito que Chanyeol tentou decifrar, parecia uma forma de desviar a atenção da sua tristeza. Talvez ele quisesse a melancolia, sua forma de distanciamento do restante da realidade, mas só encontrava a tristeza, porque era a primeira vez que perdia alguém tão importante. E se antes já estava cansado do mundo que vivia, agora ele só queria ir embora.

"E aqueles que criou, um não te abandonou; fui eu quem te velou, agradecido pelos seus beijos cheios de amor dados no passado. Querida mamãe: adeus."

Naquele dia, foi a primeira vez que Park Chanyeol beijou os lábios de Byun Baekhyun, salgados e macios, pele quente e lisa. Eles passaram o resto do dia abraçados na cama. Dia da maior demonstração de afeto que Baekhyun havia permitido passar para Chanyeol. Não que ele já não soubesse da enorme consideração que Byun sentia por si, e não que se importasse com beijos, mas aquele foi o melhor dia que eles haviam passado juntos.

Park Chanyeol beijou Byun Baekhyun pela terceira e última vez naquela noite. Alguns dias depois, quando recebeu a informação do óbito, pensou que poderia ter aproveitado melhor naquela noite. Não havia sido o suficiente e nunca mais poderia acontecer.

Não tinha ninguém mais para beijá‐lo.

Nem que recitasse poemas.

Nem que fizesse ou pensasse como Byun Baekhyun. Agora ele só existia num caixão, vivo somente em Park Chanyeol.

Não foi a falta de beijos, a de abraços, a de afeto. Foi a falta de Byun Baekhyun que doeu. Baekhyun nunca lhe beijava e Chanyeol não sabia seus motivos. Talvez o principal deles era que Baekhyun preferia passar o tempo apreciando a obra de arte que era Park Chanyeol do que o beijando, já que fecharia os olhos para que o fizesse. Tinha diversos motivos escondidos, mas não deixava passar as oportunidades. As horas de sono que perdia por observá-lo dormindo, eram compensadas por roubar um beijo sempre que se ajeitava na cama para dormir. Chanyeol nunca saberia das centenas de selinhos que Baekhyun já havia dado em si. Informação guardada pela lua que sempre pousava na janela aberta do quarto em que dormiam.

Perdido em devaneios, volveu ao ouvir o despertador soar irritantemente na cômoda ao lado da cama. Levantou-se somente para livrar-se da irritante melodia e se sentou novamente no chão, agora abrindo o livro.

Seus olhos se arregalaram ao ler a primeira frase da segunda página.

"De Byun Baekhyun, um apaixonado por laços simbólicos, para seu maior admirador. Para que não se esqueça de mim, Park Chanyeol."

Aquilo foi como um soco no estômago que o fez perder todo o ar. Então era naquilo que Baekhyun estava trabalhando nos dias que só aparecia em casa tarde da noite. Estava trabalhando para presentear Park Chanyeol com uma história inteiramente para si.

A Minha Arte do amor.

Cinco capítulos. Ele parou no segundo e não tinha palavras para expressar tudo o que havia lido até a página 46. Incrivelmente exclusivo para si. Detalhes que nem Chanyeol havia percebido sobre si mesmo descritos com leveza e sabedoria, carregados de verdades emocionantes que não deixaram que Chanyeol passasse todas as vinte e três paginas de sua história sem chorar.

Levou um dia para que chegasse à página 79, a que Baekhyun havia marcado. Dali até a penúltima página, a de número 128, levou mais algumas horas. Naquela tarde estava tomando suco de uva e escutando uma música do Sam Smith, porque Baekhyun disse no livro que Sam era o cantor pop que mais gostava. Sentado no chão do quarto, passava para as últimas páginas que contavam a história deles.

Levantou o olhar. O gatinho recém-adotado dormia em cima da cama. O cavalinho de pelúcia estava em cima da cômoda, olhando para Chanyeol. Seus olhos escuros e falsos brilhavam com a luz que vinha da janela, fez com que se lembrasse do olhar brilhante de Baekhyun. Uma terrível comparação que lhe fez rir e secar o rosto salgado. Sentou-se ao lado do gato, que abriu os olhos, fez nele o mesmo carinho que Byun costumava fazer em sua nuca nas noites frias que dormiam abraçados, observando as pálpebras se fecharem devagarzinho.

Alguns dos poemas que Baekhyun havia composto para si estavam escritos nas cinco últimas páginas, Chanyeol relia um a um, mesmo que já houvesse visto no dia anterior. No livro dizia onde estariam os outros poemas escritos à mão; na caixa de papelão dentro da gaveta da cozinha, bem no fundo, mas Chanyeol ainda não havia ido pegá-la. Queria terminar de ler aquele livro primeiro.

Na última página tinha uma foto de Park Chanyeol sorrindo. E embaixo dela, um poema. Uma adaptação.

Confissão

À espera da morte
como um gato
que saltará sobre a
cama

Sinto terrivelmente por
meu amado

Ele verá este
corpo
duro e
branco

Vai sacudi-lo uma vez, depois
quem sabe
outra:

"Baekhyun!"

Baekhyun não
responderá.

Não é minha morte o que
me preocupa, é meu homem
abandonado com este
monte de
nada.

Quero
no entanto
que ele saiba
que todas as noites
dormindo
ao seu lado

Que mesmo as discussões
inúteis
sempre foram
esplêndidas

E que as palavras
difíceis
que sempre temi
dizer
podem agora ser
ditas:
Eu te
amo.

por Charles Bukowski.

Mais tarde, naquela noite, Chanyeol se debruçou na janela aberta do quarto e procurou a estrela mais brilhante no céu. Segurava o livro aberto na última página, havia destacado a última frase do poema com um marcador de texto. O post-it estava colado no livro, ele o pegou e dobrou em formato de avião. Aquela estrela que estava distante da lua parecia piscar para si. Ele jogou o bilhetinho pela janela, vendo a folhinha voar para longe, e foi para aquela brilhante estrela que ele sussurrou, contando seu nem tão segredo:

— Eu também te amo, Byun Baekhyun.

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