Capítulo 23 - Revelações e Repulsa
Jungkook estava puto!
Nunca esteve com tanta raiva em sua vida, amava a criatividade de Lalisa e como ela era uma ótima parceira, mas marcar uma reunião do nada quando ele já tinha planos era o cúmulo. Ele passou semanas avisando a ela que naquele dia em específico, ele só trabalharia de manhã. Seus planos eram cumprir o turno, ir buscar Angie e ir encontrar Jimin, mas a última parte foi impossível, pois após pegar a pequena na escola, foi arrastado de volta até a empresa e agora estava preso em uma reunião interminável, com a alfa detalhando cada uma de suas ideias em uma explosão de criatividade.
A preocupação aumentava a cada segundo, pois estava com um incômodo em seu interior, já eram duas horas de atraso e Jimin ficaria profundamente chateado. Angie nem para fazer um escândalo e chorar sem parar para ele poder sair correndo com ela dali, muito pelo contrário, a pequena ômega admirava a alfa a sua frente, prestando total atenção em suas palavras, totalmente encantada por aquele mundo. Por um lado, Jungkook se sentia orgulhoso de sua pulguinha, era legal saber que ao menos um de seus filhos iria querer seguir o seu legado.
O problema é que não havia concentração, olhava o relógio a cada segundo e o tempo parecia estar voando. Seu desconforto aumentou ao sentir uma pontada em seu interior, ele não conseguiu identificar o local e por um momento sua vista ficou turva, deixando seu lobo assumir. Piscou voltando a si, sabendo que tinha algo de errado.
Se levantou imediatamente, arrumando Angie em seus braços.
— Eu preciso mesmo ir, chega por hoje.
— Mas Jungkook, eu não terminei e-...
Deixou a alfa falando sozinha e saiu da sala. Pegou o elevador e apertou o botão do estacionamento. Angie o olhava de confusa, mas não questionou nada, sequer estranhou quando ele entrou pelo lado do motorista, jogou a pasta sem cuidado algum no banco de trás e lhe colocou com cuidado no banco do passageiro, na mesma hora que fechou a porta e em seguida ligou o carro, enquanto puxava o sinto dela e depois o seu próprio enquanto estava com o veículo em movimento.
— Pai, não estamos indo muito rápido, não? — A ômega perguntou, quando tinham saído da empresa e estavam nas ruas.
— Tem chocolate dentro do porta luvas, come, começa a cantar e finge que o papai não tá sendo inconsequente em estar dirigindo nesta velocidade, tudo bem? — Pediu e a loira assentiu, pegando o chocolate e começando a cantar as musiquinhas que sabia. — Muito bem.
Acelerou ainda mais, tinha que chegar em casa logo, faria uma hora se transformar em meia, porque diabos ele morava tão longe mesmo? Ah sim, ele tinha se mudado. Angie estava bem tranquila, confiava muito no pai, sabia que Jungkook não faria nada que pudesse lhes machucar. Secretamente estava adorando a sensação que sentia ao carro andar naquela velocidade.
A sensação lhe consumia, era certo de que o destino lhe ajudou naquele momento. Quando chegou em casa, não demorou para tirar Angie do carro e entrar com a menina no colo, sem olhar para trás.
— Junghyun, Somin, Junghwa, Dawon, Jiho e Wonho estão bem? — Entrou já perguntando de todas as outras seis pulguinhas e estranhou aquele tanto de gente na sua sala.
— Jimin está com você, não é Jungkook? — Yoongi perguntou, o alfa estava totalmente aflito.
— Não. Ele deveria estar com você. — Respondeu colocando Angie no chão, estranhando aquele tipo de pergunta.
— Meu Deus... — O alfa dos cabelos negros se sentou no sofá. Yoongi estava pra chorar e então o lúpus teve uma luz sobre o que estava acontecendo.
— Jungkook, olha... é melhor você se sentar. — Hoseok pediu, tentando se acalmar e não deixar o outro surtar. — Talvez ele esteja com o Tae...
Jungkook sentia a sensação dentro de si ficar pior, sua respiração ficou desregulada e Angie que estava ouvindo tudo quietinha, tentou entender o que se passava.
— Senhor, eu liguei para o senhor Taehyung e ele disse que não vê o senhor Jimin desde ontem, quando se falaram pela última vez. — Evangeline deu a notícia, um tanto cabisbaixa e preocupada.
— Cadê meu filho? — Sunhyun entrou ao lado de Jihyun, o ômega estava apavorado. — Me digam que acharam ele.
— Por Deus, onde mais ele pode ter ido? — Jihyun perguntou aflita. — Na casa de Jiwon ele não está, nem na médica...
Depois de ver tantos rostos aflitos e ninguém saber do paradeiro de Jimin, ficou fácil raciocinar qual membro de sua matilha estava com problemas e o porquê de seu lobo estar em alerta. Perdeu as forças nas pernas e se não fosse pelo reflexo de Evangeline em lhe segurar, teria ido ao chão.
— Senhor! — A beta segurou fortemente em si, lhe conduzindo até o sofá. Se encontrava petrificado, não conseguia compreender o que se passava e o medo estava lhe dominando.
— Eu vou comunicar às autoridades. — Hoseok declarou, tentando manter a calma pois todos ali estavam à beira do desespero.
Armazém
01/08 - 17:50
A tontura que sentiu ao abrir os olhos, era algo de outro mundo de tão ruim que estava sendo. Jimin recobrou a consciência aos poucos, se sentindo levemente enjoado. Seu lobo estava assustado, em estado de alerta e isso o fez se lembrar do que tinha acontecido. Se levantou de súbito e se xingou mentalmente por não ter tido cuidado nenhum, suas costas doeram na hora.
— Onde eu estou? — Olhou ao redor e parecia ser um antigo armazém, porém tinham móveis, estava sentado no lugar que parecia ser o quarto. Andou em direção aos três degraus que o separava da cozinha.
— Vejo que você acordou. — Olhou para sua direita, vendo o alfa estar com uma feição feliz e animada. — Senti falta de te observar dormindo, seu corpo mudou bastante, mas a gravidez te deixou muito lindo.
— Você... — Piscou de forma surpresa, desacreditado por toda situação.
— Sim, eu mesmo, docinho. Ao vivo e em cores. — Dongha sorriu de lado, abrindo os braços. — Sentiu saudades?
— Eu acho melhor você ter uma boa explicação para tudo isso, eu posso te denunciar por sequestro e-...
— Você não tem como me denunciar sem sair daqui. Não pretendo ser preso e você não vai sair daqui antes que me pergunte.
— Vai me manter em cárcere privado? Acha mesmo que ninguém vai vir atrás de mim, que a minha família vai aceitar numa boa que eu sumi? — Apesar do nervosismo, seu tom saiu até bem calmo. — Você era mais inteligente antes.
— Justamente por eu ser inteligente que não vão nos achar, escolhi com muito cuidado esse local. Jamais vão te tirar de mim, passarei por cima de qualquer um. — Começou a se aproximar e Jimin recuou. — Sua família pode te procurar no inferno que não fará diferença.
— Se afasta, não quero que me toque. — Se colocou atrás das bancadas.
— Ah, qual é, Jimin? Sou eu. — Revirou os olhos para a atitude do ômega. — Você não era assim comigo antes, bem pelo contrário, sempre foi um amor.
— É sério mesmo que você quer que eu seja pacífico quando além de ter me abandonado a oito anos atrás, literalmente me sequestrou agora? Acha que eu sou uma pedra? Eu odeio você, seu desgraçado. — Segurou um rosnado.
— Você me ama e sabe disso. — Sorriu confiante. — Não existe uma realidade onde Park Jimin não me ame.
— Olha, você está certo. — Jimin respondeu a princípio parecendo se render, ganhando um olhar terno. — Park Jimin te queria, mas veja bem, eu não sou ele, ele você deixou no dia que era para ser o mais feliz de sua vida, no dia em que ele fantasiou por meses e meses. Entretanto, agora você fala com Jeon Jimin e acredite, o único sentimento que ele sente por você é repulsa.
— Repulsa? — Dongha teve que rir. — Ainda me lembro dos seus olhos revirando e da sua doce voz me chamando.
— Pelos Deuses, você é um museu por acaso? Pretérito perfeito, passado que foi totalmente terminado. — Relembrou quase gritando de ódio. — Estou avisando, é melhor me deixar sair daqui!
— E você vai fazer o que se eu não deixar? Que eu saiba ainda tem um bebê aí dentro e tenho certeza que você não vai fazer nenhuma loucura que o coloque em risco. Nosso bebê tem que ficar bem.
— Acho que você realmente perdeu a lucidez, não ouse querer se intitular pai dele, nunca vai ser. — Dessa vez rosnou, sentindo que a qualquer momento seu lobo iria entrar em modo de ataque.
— Ah claro, geneticamente é do corno com o qual você se casou. — Gargalhou alto. — Doce, você e o meu algodão sempre mereceram coisa melhor.
Por um momento Jimin pensou em uma réplica, mas sua mente prestou atenção em uma palavra, lembrando de algo em sua mente.
— Algodão?
— Ah, é uma história longa e acho melhor você se sentar para ouvir. — Avisou, após soltar um suspiro.
— Não quero senta-...
— Senta logo ali, ou eu vou ser obrigado a ser ruim com você e eu não quero ser ruim contigo, se tirar muito minha paciência... talvez você fique sem o bebê que está aí dentro. — Avisou, tocando sua cintura e foi então que o ômega notou que ele estava armado.
Ponderando por alguns segundos, Jimin achou melhor cooperar de alguma forma por enquanto. A arma a princípio lhe assustou, mas ele só tinha que achar uma maneira de pegá-la. Respirando fundo, andou devagar e se sentou na cadeira, por enquanto precisava manter a calma.
— Sabe, já que você mencionou nosso casamento, antes de tudo eu gostaria de te pedir desculpas, eu deveria ter escolhido você. — Confessou, parecendo até mesmo se sentindo frustrado. — Você e eu éramos um lindo casal, eu sonhava com nossos pequenos andando pela nossa casa, em te ver cuidando deles, brincando quando eu chegasse do trabalho. Entretanto, exatamente um ano antes do nosso casamento, eu conheci uma moça. Ela estava passando com uma bebê em seus braços, era uma verdadeira gracinha, você deve conhecer ela, Angie fica mais lindinha a cada dia.
— Você-...
— Shiu, Doce! Você sabe que eu perco facilmente o raciocínio. — Balançou a cabeça voltando onde tinha parado. — Bem, eu conheci Jeon Yoona, ela era uma ômega simplesmente adorável, como você. Meu Algodão era simplesmente apaixonante... o problema, era que ela era casada com um nojento aí, um tal de Jeon Jungkook-...
— Eu sugiro que você tenha muita cautela com a forma que vai se referir ao Jungkook perto de mim. — Os olhos de Jimin brilhavam em um azul intenso, seu ômega estava irritado, primeiro ameaça seus filhotes e depois seu alfa? Ah, mas ele estava brincando com a morte.
— Ui, ele tem garrinhas. — Dongha revirou os olhos. — Estou morrendo de medo. Mas como eu ia dizendo, ela era casada e a gente começou a se envolver... eu sei, pode me xingar, você não merecia o chifre, não mereceu nada que eu fiz com você... — Suspirou, mostrando um arrependimento verdadeiro em seus olhos. — Eu cuidei de Yoona, amei seu corpo e principalmente sua alma. Ela provocava coisas loucas ao meu lobo, coisas que eu nunca sonhei sentir, que você nunca me provou.
— Ah, agora vocês dois não possuem caráter é culpa minha e do Jungkook?
— Voltando a história, isso se você me deixar contar... — Ignorou, soltando um suspiro, o olhar focado para qualquer coisa que não fosse Jimin. — Yoona e eu estávamos completamente apaixonados vivendo um romance proibido. Na véspera do nosso casamento, ela teve um surto e disse que queria ficar comigo, ser a minha ômega, se casar e tudo bonitinho e eu... ah, eu fui ingênuo, Doce. Eu acreditei que ela fosse deixar o Jeon, que teríamos a nossa família... — As lágrimas desciam pelo rosto do alfa. — E eu tive que escolher, entre você e ela. A escolha você já sabe qual foi, não estou certo? Porém, Yoona não conseguiu tirar os filhos de Jungkook e nem deixá-lo. Pelo menos não naquele momento, eu tentei... pedi tanto para que ela ficasse somente comigo, conforme os anos iam se passando e ela tentou... mas não conseguiu, quando engravidou do Wonho, foi o auge para ela.
— Que história comovente! — Jimin respondeu irônico. — Você é um desgraçado, você foi uma desgraça na minha vida, Dongha! Você não teve respeito algum por mim, pelo que eu mais te pedia, a sua sinceridade! Quantas vezes você disse que me amava? Quantas vezes me jurou que eu era o amor da sua vida? Você simplesmente não sabe o que significa amor!
— Do-...
— Não me chama dessa porcaria, porque eu não sou nada seu. Eu um dia posso ter sido, mas hoje eu te odeio! Eu odeio você tanto quanto odeio ela. Eu achei que não conseguiria sentir mais nojo de você, entretanto eu estava tremendamente enganado... Mas obrigado.
— Obrigado? — Se surpreendeu com o que ouviu.
— Muito obrigado por ter escolhido ela. Obrigado por ter me deixado naquele altar, porque eu aprendi a ser bem menos ingênuo em sete anos, eu aprendi a não ser bobinho, a não ficar abanando rabinho por palavras vazias e a me valorizar. No nosso relacionamento só parecia que você me dava direito de liberdade, mas você sempre mudava a jogada para o que você queria, não é? Eu te via como um príncipe encantado e era novo demais para perceber o quão nojento você era. E muito obrigado por ter feito isso, ou talvez eu nunca tivesse conhecido Jeon Jungkook o alfa que eu verdadeiramente amo e que diferente de você, é digno do meu amor! Yoona e você se mereciam, uma pena ela ter morrido, vocês deveriam ter apodrecido juntos.
— Já chega, Jimin! — Usou a voz de alfa, entretanto o ômega sequer se moveu, ficou parado, rindo em deboche.
— Se a sua voz de alfa funcionava com a Yoona, era porque a marca dela era praticamente nula, não sei se você sabe, mas eu sou marcado por um alfa lúpus, e a não ser que você tenha faltado a aula de biologia, eles são uma categoria acima de um alfa comum, sua voz não vai funcionar comigo. — Continuou com o sorriso, enquanto seus olhos brilhavam de raiva. — Mas eu te interrompi de novo, não é? Me perdoe, prossiga... ah espera, eu já sei o final da sua trágica história. Na verdade ela nunca quis te dar um filho, porque pelo menos ela teve a decência de saber que um louco como você não saberia cuidar bem de uma criança. Esse é o motivo dela nunca ter ousado pegar as crianças e fugir com você, ele sempre vai ser melhor que você!
— Não é isso que ela dizia quando-...
— Quando estavam transando? — Riu revirando os olhos. — Eu não vou ser hipócrita e dizer que você não sabia fazer, mas acho que a Yoona se contentava com pouco tigrão, você nunca conseguiu me fazer chegar a um orgasmo mais que duas vezes em uma noite e para não ferir o seu ego, eu prefiro não citar quantas vezes o Jungkook conseguiu. — Sorriu provocativo. Sua sanidade estava sendo consumida pela raiva, de forma que mal se moveu quando Dongha jogou os utensílios da pia no chão, bufando de raiva.
— Eu vou esga-... — Parou ao ver um movimento presente na barriga do ômega e então lembrou de Yoona, conseguindo se acalmar. — Melhor você acalmar os ânimos!
Residência Jeon
01/08 - 21:40
Nada estava bem, tudo parecia um caos, não tinham notícias e Jungkook teria uma síncope a qualquer instante. Sua mãe tinha vindo pegar as pulguinhas, nas palavras de Jiwon, seu filho não estava apto para lidar com a sua preocupação e a preocupação dos filhos. As pulguinhas estavam devastadas e quase em pânico, não era para eles saberem, mas como Angie ouviu tudo a pequena contou para os irmãos, Junghyun nunca chorou tanto e os outros simplesmente começaram a chorar também, nem a conexão que tinham com o lobo do pai lhes deixou calmo.
Jihyun tinha comunicado ao seu primogênito, Jihyon pegaria o primeiro voo até Paris e jurou que encontraria o irmão e já tinha comunicado o serviço especial, a agente Thuany já estava trabalhando no caso. Hyosun estava procurando pelas ruas após saber, revirariam toda a França, mas acharia seu irmão. Yoongi estava à base de calmantes e Hoseok era a pessoa que no momento trazia lucidez para todo mundo, pois alguém precisava estar calmo. Taehyung não parou de tremer desde que soube do sumiço de seu melhor amigo e era quem estava tentando fazer Jungkook não desmaiar de nervosismo.
Chovia forte do lado de fora e molhando a casa toda, quando Seokjin adentrou ao lado de Namjoon da mansão. O ômega trazia uma maleta gigante, esta que foi deixada ao lado do sofá enquanto começou a retirar a roupa pesada do corpo, agradecendo por Evangeline pegar para si.
— Olá para todo mundo, vamos lá, vou pedir para que se acalmem, eu tive uma ideia, mas pode ou não dar certo. Existem estudos experimentais a respeito, mas ainda não é totalmente comprovado. — Avisou, mordendo os lábios.
— Eu confio que você consegue. — Jungkook declarou esperançoso.
— É que na verdade não depende dele e sim de você... — Namjoon colocou as mãos atrás das costas.
— Alguém me explica? — Taehyung pediu.
— Bem, sabemos que os nossos lobos são a nossa parte espiritual, o lobo do Jungkook tem uma ligação muito forte com o lobo do Jimin e essa ligação é impulsionada pela gravidez, se o Jungkook conseguir que o lobo dele tome sua forma mais intensa, pode ser que pela ligação que eles têm, ele consiga nos levar até onde o Jimin está. Mas assim, das pessoas que estão tentando realizar essa técnica, só três por cento foi efetivo.
— Mas três por cento é maior que nada, então tem chance, mesmo pequena ela existe. Eu acredito que ele consegue. — Namjoon se apressou em dizer.
— Ok, mesmo que ele consiga, como ele vai nos dizer onde é?
— Ele só precisa achar o Jimin uma vez, lobos são predadores, eles sabem caçar. Uma vez encontrado seu alvo, ele vai saber como chegar até ele. — Seokjin pegou a maleta. — Podemos tentar?
— Vamos tentar! — Jungkook respondeu decidido.
Seokjin assentiu e eles subiram para o quarto. O tapete foi afastado e Seokjin tirou uma vela da mala, ela é aromatizada de pêssego, a posicionou na frente de Jungkook e ao seu redor foi colocado vários vasos com incenso.
— Feche os olhos, deixe o seu lobo vir e em meio as fragrâncias se concentre na de pêssego e tente sentir apenas ela, seu foco é nela. Se entregue ao seu alfa, só ele tem acesso ao lado espiritual do Jimin. Pode demorar, então não imagine que vai conseguir de cara.
Jungkook confirmou com a cabeça, soltando o ar pela boca e puxando o ar pelo nariz. As fragrâncias dos incensos deixavam quase imperceptível o cheiro da vela, mas ele daria tudo de si para conseguir fazer dar certo. Fechou os olhos, sentindo seu alfa sair do alerta dentro de si e se concentrar na tarefa. Ele já teve uma conexão espiritual com Yoona, então sentia que tinha um norte. Sentiu os minutos passarem e nada vinha ainda e por mais que estivesse impaciente, teria que ter calma, já tinha sido avisado de que não seria simples.
Jimin estava acordado naquela noite, fazia horas desde que Dongha tinha saído, não sabia quando ele voltaria, mas não ficaria ali parado. Passou na cozinha e pegou uma faca pequena, não poderia dar na cara que tinha pego algo e uma arma branca não tinha o poder de uma arma de fogo, tinha que ser cauteloso. As poucas janelas do armazém não permitiam alguma fuga, pois além de lacradas, eram pequenas demais para tentar passar com aquele barrigão. Inclusive as bebês estavam muito quietinhas, isso estava lhe preocupando, estava sentindo bastante contrações de treinamento, o problema é que já tinha passado das trinta e oito semanas, elas podiam nascer a qualquer momento.
— Estão ritmadas demais... — Se apoiou na cama, apertando os olhos por conta da onda de dor mais forte. — Hoje não... fiquem aí mais um pouquinho, não tenho como proteger vocês aqui... — Respirou fundo. — Mas se vocês quiserem vir... bom, eu vou dar um jeito, só que gostaria muito de pedir um pouco de paciência, Jungkook vai nos achar...
As lágrimas começaram a deslizar pelo seu rosto, estava tremendo e sentia muito medo. Estava apavorado, se entrasse em trabalho de parto as coisas iriam piorar, não podia ficar ali, sem auxílio médico, desde o começo da gravidez seu maior medo era o momento em que teria as gêmeas, como faria isso com um lunático por perto, como faria sozinho?
— Jungkook, eu to com medo... — Sussurrou, mordendo os lábios trêmulos. — Me ajuda, por favor...
Tentou respirar fundo e por um momento foi tomado por seu lobo, sentiu um forte impulso e estranhou a sensação, olhando ao redor e fixando o olhar na janela. Jurou com todas as forças que sentiu a presença do alfa ali ao seu lado e quase conseguiu visualizá-lo, mas ele estava embaçado e não parecia humano. Voltou a consciência e não entendeu o que aconteceu, mas queria voltar a senti-lo, pois aquela sensação tinha substituído seu medo.
— Achei! — Jungkook gritou, abrindo os olhos que brilhavam em um amarelo intenso. — Ele está num armazém.
— Você conseguiu? — Seokjin questionou assustado assim como os outros, Jungkook estava todo suado e ofegante. — Conseguiu visualizar ele?
— Não exatamente, acho que consegui ver através dele, senti o ômega dele e ainda sinto na verdade.
— Então vamos colocar o pé na estrada, já são quatro da manhã. — Taehyung se levantou. — Eu dirijo e você me fala o caminho!
— Não sei se é uma boa ideia você ir amor, a bebê-...
— Eu vou Hoseok, tem mais sete semanas para ela nascer ainda!
Por não estar aberto a discussões, Taehyung assumiu o volante de um dos carros e Jungkook foi no banco do passageiro, com Hoseok e Yoongi no banco de trás. Seokjin e Namjoon foram em outro carro e de alguma forma, o lúpus sabia exatamente onde mandar o ômega ir.
Armazém
02/01 -07:50
A barriga de Jimin endurecia com frequência e não foi uma noite fácil, teve dor o tempo inteiro e tinha certeza que aquelas não eram as contrações de treinamento. Elas ficaram realmente ritmadas e ele estava em trabalho de parto, tinha certeza disso, ficou em diversas posições para tentar aliviar a dor que sentia e felizmente conseguiu pequenas pausas de descanso.
— Você deveria comer algo. — Dongha declarou, enquanto estava sentado do outro lado. — Se aproveitar da minha bondade. Eu fiz o café com todo amor e carinho para você.
Aquela praga, como Jimin gostou de chamar, voltou às seis da manhã, cheio de sacolas e começou a cozinhar como se não estivesse fazendo nada de errado, assobiando pleno e ficou animado quando descobriu o estado do ômega.
— Pelo amor de Deus, bondade? Que bondade é essa? — Suspirou ao ver que a contração tinha passado e então arrumou a posição que estava. — Se você ficar quietinho, me ajuda bem mais. Se você nunca mais aparecer na minha frente também.
— Logo eu poderei ver o rostinho do meu filho e eu estou tão empolgado com isso. — Ignorou o que o ômega disse começando a fantasiar. — Vou poder ensiná-lo a andar, a falar, brincar... será que será um alfa?
— Você está delirando se acha que vai tocar no meu filho. — O ômega declarou, respirando fundo, aproveitando enquanto a dor não vinha.
— Nosso filho, Doce! Você no passado queria muito me dar filhos, me lembro bem de você dizendo que queria engravidar logo após o nosso casamento.
— Graças a Deus você me deixou no altar. — Jimin declarou, mudando de posição novamente, sentindo mais uma vez aquela dor, que parecia aumentar cada vez mais. — É só respirar Jimin... respira...
— Você não pensa assim, tenho certeza. — Dongha declarou, se perguntando se ia ou ajudar o outro. — Sabe, Yoona pedia para que eu fizesse alguns exercícios com ela, eles ajudavam no parto. Posso te ajudar.
— Eu consigo sozinho, suas mãos em mim é a última coisa que eu quero. — Respondeu após a contração ter passado.
— Sabe, eu não sei porque você resiste tanto. Algodão era tão mais fácil de lidar, ela aceitava o meu carinho, o meu amor... — Deixou um suspiro triste sair por seus lábios. — Você já me amou um dia Jimin, me deu todo o seu carinho. Se lembra de quando nos conhecemos, você estava andando pelo parque, era inverno e eu estava cheio de livros da escola em mãos e cai com tudo por não ter te visto e desequilibrado quando nossos corpos se chocaram. Foi tão bonitinho ver você preocupado, achando que eu tinha me machucado. — Sorriu nostálgico. — Nosso primeiro beijo foi na minha casa, no dia em que você conheceu os meus pais.
— Praga, veja bem, eu não sou mais aquele Jimin que você conheceu e diz que amou. Eu era ingênuo, achando que príncipes encantados existiam e tá, o Jungkook existe, mas não vem ao caso. Eu fazia todas as coisas possíveis pra te agradar, pra ser um bom namorado, mas isso é passado! — Declarou um tanto irritado, pois ele estava sentindo que a contração viria mais uma vez.
— Eu te chamo de doce por conta disso, sabia? A sua personalidade gentil, meiga e fofa. Sempre ajudando quem precisava, sempre pronto para um abraço, você é simplesmente um doce. E a Yoona foi meu algodão, acho que secretamente eu sempre quis os dois. — Confessou. — Já pensou eu falar Algodão-Doce e os dois podiam vir na minha direção?
— Meu Deus, agora eu sei porque você aceitava que ela te chamasse de tigrão. — Suspirou após a contração ter passado. — Dongha, se você diz que me ama, então me leva pro hospital.
— De forma alguma, quando não se tinham hospitais vocês ômegas faziam como?! Você é capaz Doce, eu estou aqui, pronto para ver o nascimento do nosso filho. Sempre quis presenciar um momento tão lindo.
— Eu definitivamente odeio você, espero que você queime no inferno com a sua amada. — Jimin declarou se arrumando na cama.
A verdade era que o ômega queria muito gritar toda vez que uma contração vinha, mas sabia que isso ia piorar e que ele ficaria fraco. Tentava pensar positivo, em sua cabeça mentalizava que todas aquelas horas com dor, não tinha dilatado nada. Pedia para que as bebês estivessem bem e principalmente pedia para que Jungkook o encontrasse. O pavor que sentia era algo intenso, mesmo que tentasse manter a calma, mesmo que respondesse o outro com todo ódio em seu ser, ainda estava morrendo de medo.
— Inferno... — O tom do alfa mudou de repente, e ele analisava o corpo do ômega, na posição em que este estava. — É um lugar quente e eu estou me sentindo estranhamente quente agora, Doce.
— Pega a faca e passa no pescoço, vai te ajudar a se sentir mais quente ainda quando sua alma for para o lugar o qual ela pertence. — Os olhos do ômega voltaram a brilhar em um azul intenso. Aquele tom era suspeito e a defensiva ligou na mesma hora.
— Eu já te disse que você está muito bonito assim, não é? — Perguntou se levantando e indo na direção do loiro. — Sabe eu estou a meses sem tocar em alguém ou ser tocado e eu me lembro muito bem do quão bom é ter você na cama.
— Dongha se afasta. — Jimin vociferou, se movendo pela cama, o pavor dentro de si começando a aumentar.
— Meu bem, fazer sexo ajuda a adiantar o trabalho de parto, eu vou apenas lhe ajudar. — Ficou por cima do ômega, este que se debatida.
— Sai de cima de mim! — Gritou, sentindo desconforto por conta daquela posição, não conseguia respirar direito e pra piorar a situação, teve que contrair o corpo todo assim que a contração veio. — Desgraçado! Sai de... cima!
— Doce se acalme, você sabe que vai gostar! — Segurou os ombros do ômega, subindo para o pescoço e apertando dos lados e começou a beijar o rosto de Jimin.
— Me solta! — Mal conseguiu falar, o ar não entrava e ele estava ficando desesperado.
— Shiu, calma... vai tudo dar certo! — Lhe olhou com malícia. — Você vai amar o que eu vou fazer com você.
Seu lobo entrou em estado de fúria e se lembrou da faca que tinha guardado na calça, fingiu deslizar as mãos pelas costas do alfa, sentindo-o sorrir contra sua derme ao achar que tinha cedido. Com a mão direita retirou a faca de seu bolso, conseguiu ter coordenação suficiente para retirar a faca de seu próprio bolso e ergueu o joelho direito rápidamente, batendo com força nas bolas de Dongha e cravou a faca em suas costas com a mão direita, enquanto a esquerda puxou o revólver de sua cintura.
Surpreso o alfa se afastou de súbito e Jimin lhe empurrou com as pernas, pelo visto ter feito fisioterapia durante a gestação tinha tido mais de um benefício.
— Filho da puta! — Dongha tinha caído no chão, mas se levantou rapidamente, urrando de dor.
E em quesito da dor, Jimin estava cego, seu corpo estava consumido pela adrenalina e ele nem entendeu como conseguiu se levantar da cama e desviar do alfa, mas destravou o revólver e apontou para ele.
— Não vai atirar em mim, Doce. — Sorriu sádico, sabendo que ele não teria coragem. — E se atirar, duvido que acerte.
Os olhos do ômega brilharam em um azul intenso ao mesmo tempo que um estrondo alto se fez ao ele soltar um disparo na direção da coxa, fazendo Dongha gritar e cair no chão por conta da dor.
— Mais uma coisa que você não sabe sobre mim, sou o queridinho dos meus irmãos! — Respirou fundo. — Acredite em mim, se você se mover, eu vou acertar a sua cabeça!
Um barulho alto foi ouvido e ele apontou a arma para a porta do armazém, esta que foi derrubada e vários agentes vestidos com proteções adentraram o local, apontando suas armas para os dois presentes no local.
— Maninho! — Jihyon fez um gesto para os soldados e correu em direção ao irmão, retirando a pistola de suas mãos, ao mesmo tempo em que os outros oficiais, imobilizaram Dongha e o retiraram do local.— Bem a tempo, ficamos com medo do disparo ter sido em você.
Jimin abraçou o irmão mais velho de forma apertada, tremendo da cabeça aos pés, enquanto chorava alto, recebendo um afago em seu couro cabeludo.
— Dá licença, eu vou entrar sim, senhorita Thuany! — Jungkook passou pela alfa que tentava lhe segurar e assim que Jimin ouviu sua voz, se afastou do irmão. — Jimin!
— Jungkook! — Mal pode acreditar quando o lúpus correu em sua direção e lhe abraçou. — Jungkook... você veio...
— Claro que eu vim... — Ele respondeu trêmulo, deixando vários beijos pelo rosto molhado do ômega. — Se acalma tá bem, nós-...
Jimin lhe apertou mais forte, gemendo de dor e isso assustou o alfa. Jungkook se afastou e procurou rapidamente se em algum lugar havia sangue.
— Nossas bebês vão nascer... — Jimin avisou com muito custo, respirando fundo para tentar controlar a dor.
A adrenalina pareceu baixar e as contrações voltaram com força. Jungkook pensou rápido e lhe pegou no colo, andando com pressa até o lado de fora, não tinha nem sinal dos policiais com Dongha, mas uma das ambulâncias não estava mais ali, o que explicava que ele tinha ido para o hospital. Não deu tempo para os outros falarem com Jimin e o único que entrou na ambulância além deles, foi Seokjin.
— O que está acontecendo? — O paramédico perguntou confuso.
— Vou ganhar neném, moço. — Jimin respondeu, respirando fundo.
— A bolsa já estourou? — Seokjin perguntou, vendo o paramédico começar a aferir a pressão do ômega e a ambulância andar.
Sua pergunta não foi respondida em palavras, um pequeno barulho foi ouvido e Jimin sentiu um líquido umedecer suas calças. O ômega trocou um olhar com Jungkook e o alfa segurou em sua mão.
— Vai ficar tudo bem, respira fundo e nada de ruim vai acontecer. — Afirmou, beijando a mão do ômega, tentando passar segurança.
O paramédico e Seokjin checaram os sinais vitais e Jimin não queria deixar o médico verificar sua dilatação, mas quando estava no hospital, sendo transferido para uma maca, teve que começar a tirar as calças, apesar de ele não estar fazendo força, seu corpo parecia fazer por si, pois sentia uma imensa vontade de empurrar e sua barriga contrair. Sufocou os gritos na garganta por conta das contrações intensas, enquanto era transportado.
— Jimin! — Mal pode acreditar quando olhou no rosto da doutora Soyeon. — Que bom que você-... — Ela parou de falar e olhou no meio das suas pernas, ao ver a bebê ali. As coisas seriam muito intensas. — Preciso levar ela, chamem o pediatra! — Pegou o pano e o instrumento de corte da mão da enfermeira e, após cortar o cordão, entregou a bebê para ela. — Seokjin leva o senhor Jeon para sala de espera.
— Como assim? Minha filha, doutora... — Jimin protestou quando saíram do corredor, uma das nenéns foi levada pela enfermeira e Jungkook era carregado por Seokjin para longe. — Doutora!
— Se acalma, eu preciso que você se acalme! — Subiu na maca enquanto era levado para a sala de parto. — Respira fundo agora! Nós vamos trazer a Hyerin pro mundo, depois nós vamos conversar!
Tentou se acalmar e durante as contrações a doutora foi lhe auxiliando, mal percebeu quando chegou até a sala e sentia a necessidade de empurrar novamente, seu corpo simplesmente fazia o trabalho sozinho.
— Muito bem, ela tá vindo! — Avisou e após mais duas contrações, a pequena nasceu. Mas assim como a outra bebê, não pode vê-la, as enfermeiras se afastaram com ela. — Não tivemos laceração! Você foi ótimo, Jimin.
— Doutora, minhas filhas... por que elas não choraram? Por que não posso ver elas? — Perguntou em pânico, estava totalmente confuso sobre o que tinha acontecido. Elas tinham nascido e não estavam em seus braços.
— Calma, a Myerin estava roxa quando nasceu, mas estava viva. O pediatra vai cuidar dela e a Hyosun... — Antes que a doutora pudesse terminar, o ômega ouviu um chorinho alto ecoar pela sala, as enfermeiras trouxeram a pequena para ele. — Ela está ótima.
Jimin pegou a pequena no colo e olhou para seu rostinho inchado. Seus olhinhos castanhos ficaram laranja rapidamente, procurando pelo pai. Jimin sorriu para ela, mostrando seu ômega, acariciando seu rostinho e ela parou de chorar.
— Então, o que ela é? — A doutora perguntou com um sorriso.
— É ômega, uma ômegazinha... — Sentiu o nariz arder e lágrimas deslizaram por seu rosto. Durante tanto tempo teve medo de não conseguir sentir a tão famosa sensação, mas agora que tinha a pequena em seu braços, sabia que ela era tudo.
Jimin teve que entregar a bebê para fazerem os procedimentos e após alguns minutos, deixaram Jungkook entrar e com ele trouxeram Myerin, a pequena estava com os olhinhos bem abertos e curiosos, mal viu o pai e já se mostrou para ele.
— É engraçado como eles só se mostram para o pai. — O pediatra falou após entrar na sala e ir olhar Hyerin.
— Ela é alfa, Jungkook. — Jimin contou com um sorriso. — Hyerin é uma ômega e Myerin uma alfa!
— Elas são perfeitas, meu amor. — Jungkook olhava encantado para as bebês embaladinhas.
Demorou bastante tempo até serem levados para o quarto oficial, a doutora e o pediatra auxiliaram Jimin na amamentação e no começo foi um pouco difícil e dolorido, mas assim que conseguia encaixar certinho, aliviava. Estavam sem nada ali, mas o salvador da pátria foram os pais do ômega, Jihyun trouxe as malas das bebês e veio abraçar o filho, ela e Sunhyun nunca lhe deram tantos beijos. Ao anoitecer o ômega estava bem cansado, não tinha dormido nada e passou o dia elétrico por conta das visitas e das bebês.
— Agora que terminou de jantar, precisa dormir! — Jungkook falou, colocando Myerin em seu bercinho, após ela arrotar.
— Não posso dormir, tenho que olhar elas. — Jimin fez bico, cruzando os braços.
— Eu vou estar aqui, cuidando delas, não vou tirar o olho, fica tranquilo e dorme, amor. Você precisa... — Sorriu se aproximando e deixando um beijo em sua testa. — Eu sei que falhei ontem, mas não vou falhar de novo.
— Do que você está falando? — Bocejou, colocando a mão na boca, se incomodando um pouco por conta do soro intravenoso.
— Se eu tivesse mandado a Lalisa pro inferno e ido até você, nada disso teria acontecido... — Suspirou desviando o olhar. — Já pensou se algo tivesse acontecido com elas? Se algo tivesse acontecido com você?
— Não foi você que me sequestrou, Jungkook. Dongha teria dado um jeito de fazer isso mais cedo ou mais tarde, agora ele pelo menos está preso e nossas filhas estão bem, eu estou com você, então tá tudo bem dentro do possível. Não se culpe, você não tem responsabilidade sobre os atos de um louco. — Segurou na mão do esposo, o puxando para perto. — Vem, deita aqui.
Jungkook acabou cedendo e se aconchegou ao lado de Jimin, suspirando ao conseguir senti-lo em seus braços, seguro e longe de ex-namorados malucos. Seu coração estava aliviado, seu lobo finalmente estava em paz, feliz por saber que agora poderia proteger e vigiar o ômega. Infelizmente não seriam as palavras de Jimin que acabariam com a sensação de culpa, mesmo que agora pudesse aninhar o esposo contra seu corpo, ainda sentia que podia ter evitado aquele estresse.
Por sorte tudo ficou bem e agora podia assistir o ômega ressoar baixinho em um sono tranquilo, enquanto suas filhas estavam no bercinho perto dele, também adormecidas. Jungkook sabia que não tinha acabado por ali, por mais que Dongha estivesse preso, as ações dele deixaram uma marca e não seria estalando os dedos que ela sumiria.
Ele teve que respirar fundo, pois não seria fácil passar por cima disso e agora era a sua vez de ser o pilar de Jimin.
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