Capítulo 10 - Epifania

Eu jurava que tinha postado isso mais cedo, mas não postei como estamos percebendo e eu não quis deixar pra amanhã.

Esse capítulo aqui é um queridinho meu, nele acontece o que muitos safadinhos amam. Vou estar olhando os comentários, viu?

Tem conteúdo sensível como menção de relacionamento abusivo.

Aproveitem o fuc fuc

~^•^~

— É uma surpresa. — Sorriu misteriosamente na direção do ômega, parecendo verdadeiramente calmo.

— Vai mesmo me deixar curioso? — Fez bico, cruzando os braços.

— Sim, só vai saber o que é quando chegarmos lá. — Empinou o nariz e Jimin cerrou os olhos em sua direção, não podia acreditar que era a mesma pessoa que teve um surto uns minutos antes.

— Posso ao menos saber como devo me vestir?

— Bem, esse moletom está bom, mas eu trocaria para uma calça e não escolheria uma muito apertada. — ponderou, mordendo o lábio inferior após responder.

— Está bem, me dá cinco minutos.

Jungkook sorriu de forma ansiosa quando o loiro entrou no closet, ele se sentia muito elétrico e estava tentando conter o nervosismo, o lugar que tinha em mente era mais um que o lembrava dos tempos da faculdade, e, consequentemente, também era especial para si. Após o ômega estar pronto, dispensaram as empregadas mais cedo e entraram no carro. Jimin passou o caminho todo tentando reconhecer as ruas, queria saber onde estavam indo, mas o alfa dirigia para uma região que ele nunca tinha andado.

— Você não vai me matar e jogar meu corpo no meio do nada, não é? — perguntou um pouco paranoico.

— Como você descobriu? — Jungkook perguntou em um tom sério, franzindo as sobrancelhas, a expressão se fechando em surpresa.

— Jungkook... foi por isso que dispensou as meninas? — Arregalou os olhos.

— Pelo amor dos deuses, Jimin, você anda lendo o quê? — Gargalhou alto ao perceber que o outro tinha acreditado. — Eu não sou um assassino e nem um psicopata.

— É que estamos em um lugar deserto... não vejo ninguém por aqui. — Se defendeu. — Você surtou aquela hora, vai que tinha ficado com raiva de mim.

— É que estamos saindo da cidade, digamos que eu estou indo em um lugar em que era proibido de ir pela Yoona, na verdade ela não gostava que eu fosse a maioria dos lugares sem ela, então eu procurava fazer as minhas loucuras fora, assim seria mais difícil dela descobrir e brigar comigo.

— Que tipo de loucura? — Tombou a cabeça para o lado, temeroso sobre a resposta.

— Olha, garanto que nada que sonhe em chegar um centímetro da boate que nós fomos, na verdade são lugares bem tranquilos e eu digo loucura porque eu ia com aquele amigo que eu te falei que ela não gostava, foi na época em que eu ainda fazia faculdade. — negou com a cabeça. — Prometo que não é nada que me faça um mau caráter.

— Não duvido do seu caráter, só me incomoda um pouco o fato de ter que esconder algo assim dela... — Desviou o olhar para sua janela. — Espero que não seja o tipo de coisa que faça comigo.

— A única coisa que eu escondo de você, meu bem, são as surpresas, eu sei que posso te contar as coisas sem que você surte para cima de mim. — Se apressou em responder, recebendo um sorriso verdadeiro em resposta.

— É bom ouvir isso. — Umedeceu os lábios. — Quanto tempo até chegarmos?

— Acho que daqui há uns trinta e cinco minutos estamos lá.

Após a resposta, só não ficaram totalmente em silêncio, pois ligaram o rádio e a música ficou de fundo, mas saber que Jungkook tinha que esconder as coisas da esposa para poder se divertir era um sinal de alerta que mexeu consigo. Ele não era uma pessoa muito experiente em relacionamentos, Jungkook era a segunda pessoa com quem se envolvia e eles tinham simplesmente pulado para a fase do casamento. Entretanto, se recordava muito bem de como era o relacionamento com seu ex, Julien era um alfa carismático, gentil e sempre foi muito respeitoso quanto a vida individual do ômega, jamais teve que esconder algo do alfa, pois este lhe incentivou em tudo e se fosse uma situação desconfortável, não havia proibição e sim o bom senso de conversarem para haver um consenso. Ou era isso que na época, Julian fazia parecer.

Em contrapartida, Jungkook ficou casado por anos, mas Jimin foi deixado no altar mesmo que seu relacionamento fosse quase perfeito, não era atoa que no auge dos seus dezoito anos ele dizia que namorava um príncipe encantado.

Atualmente sua visão de mundo era completamente diferente, mas quando se tratava de relacionamentos ele ainda tinha claro em sua mente de que, sim, estava compartilhando parte de sua vida com alguém, mas isso não tirava seus momentos de individualidade e gostou de ouvir que Jungkook não precisaria mentir para ter os seus, estando assim, numa guerra interna de desconforto e suavidade.

Quando chegaram ao local, o anoitecer tinha tomado os céus, com muitas estrelas iluminando a noite. O carro foi estacionado em frente a um parque e antes que o ômega abrisse a porta para sair, Jungkook fez por si, como um verdadeiro cavalheiro.

— Você é um fofo. — declarou após esperar que ele trancasse o carro e tivesse suas mãos entrelaçadas. — É um parque de diversões, certo?

— Esse lugar é praticamente uma relíquia da era humana, esse terreno um dia foi um parque na época deles e quando foi descoberto, o próprio dono decidiu recriar tendo em base os destroços. — explicou de forma empolgada, sorrindo abertamente enquanto andavam. — Os brinquedos devem ter evoluído e daqui alguns anos vão ser ainda mais legais.

— Sabe o que eu penso toda vez que citamos os humanos? Como deve ser não ter um lobo? Sem meu ômega eu me sentiria vazio, não acha?

— Não sei, anjo, eu acredito que eles não tem como sentir falta do que não tiveram, no nosso caso, é parte vital da nossa sobrevivência. — Deu de ombros, parando em frente a bilheteria.

Pagou pela entrada mais cara, recebendo duas pulseiras VIP, posicionando uma no pulso do loiro e a outra no seu próprio. Passaram pelo arco da entrada, fazendo Jimin admirar todo lugar. Era um festival de cores e um local gigantesco, com inúmeras atrações à sua espera.

— Qual quer ir primeiro? Podemos entrar em qualquer um sem pegar fila. — Jungkook questionou perto de seu ouvido, fazendo-o arrepiar.

— Não faço ideia, qual você sugere? — respondeu com sinceridade, sentindo-se perdido.

— Eu amo a montanha russa, tudo bem se formos nela?

— Vamos à montanha russa! — Arrancou uma gargalhada do alfa ao responder e eles rumaram para o brinquedo. — Faz muitas curvas?

— É sempre uma sensação de quase morte!

Jungkook não poderia ter descrito melhor, era a primeira vez de Jimin em algo assim, ele não soube o que esperar. Apenas não esperava que fosse tão rápido e fizesse tantas curvas e giros, tinha ficado de cabeça baixa e suas cordas vocais quase tinham sumido. Quando saíram do brinquedo, suas pernas estavam bambas e a adrenalina pulsava em suas veias, Jungkook estava lhe segurando para ter certeza que ele não cairia.

— Espera só você tentar o barco viking! — Falou empolgado. — Gostou de ir no seu primeiro brinquedo?

— Senti que ia morrer, mas foi divertido! — Se recompôs. — Acho que poderia até mesmo ir de novo.

— Vamos no barco viking para aproveitar que você está elétrico. — Puxou o ômega em direção ao brinquedo.

Era um navio gigante, Jungkook lhe fez sentar na ponta e céus, sentiu que iria morrer o tempo inteiro enquanto ele balançava. Quase vomitou e se agarrou no maior com tanta força que Jungkook sentiu medo de ter um osso quebrado e dessa vez, Jimin não se recordava como saiu do brinquedo.

— Odiei, pelos deuses, eu nunca mais quero ir nisso de novo, pensei que fosse morrer, tanto caindo quanto por infarto! — Falou, ouvindo Jungkook rir alto. — Você não deveria rir de mim!

— Desculpa, mas é que é muito engraçado. — negou com a cabeça, acariciando o rosto do menor. — Quer comer alguma coisa?

— Acho que quero tomar um sorvete.

— Vou comprar, volto em alguns minutos, não se afaste daqui. — Informou se afastando assim que o loiro assentiu.

Jimin observou o alfa andar até uma barraca que estava alguns metros de distância, desviando sua atenção e olhou ao redor, notando uma outra barraquinha, porém ela não tinha nada comestível, era um jogo de tiro ao alvo com várias pelúcias penduradas, sendo elas os prêmios. Ponderou durante alguns segundos, sendo o único a querer jogar e a atendente estava de costas para si.

— Boa noite.

— Oh, boa noite, gostaria de acertar os alvos e ganhar um prêmio, senhor? — perguntou com um sorriso contagiante e por conta do cheiro forte e marcante, identificou ser uma alfa.

— Gostaria. — Sorriu mostrando o passe e ela assentiu, pegando uma das armas de brinquedo.

— Basta acertar cinco dos alvos em movimento, você tem sete chances. — Ficou de lado e apertou um botão, fazendo os alvos começarem a se mexer.

Jimin suspirou ansioso, concentrando-se e disparou contra os alvos, acertando os cinco de primeira, ousando atirar contra os dois que restavam. A alfa tinha um olhar surpreso e um sorriso grande nos lábios.

— Meus parabéns, senhor. — Bateu palminhas empolgada. — Você tem uma ótima mira. — elogiou e se debruçou na bancada, ficando mais próxima. — E então, me diga qual desses prêmios o senhor vai querer? — Apontou para cima, mostrando os ursinhos de pelúcia.

— Eu vou querer o... — Ficou pensativo, mas quando bateu o olho no coelho branco, não pensou duas vezes. — Eu quero o coelho.

— Todo seu. — Tirou do alto com facilidade, entregando para ele. — Se me permite ser curiosa, onde aprendeu a atirar? Tem uma mira boa demais para alguém que não tem o costume de treiná-la, tem muitos filhos, Senhor?

— Pode me chamar de Jimin, senhorita. Na verdade, tenho um irmão policial, eu aprendi com ele. — Justificou dando de ombros, recebendo um aceno compreensivo.

— Isso é muito interessante, Jimin. Gostaria de jogar mais uma vez?

— Acho que não faria-...

— Aqui está, amor. — Foi interrompido pela voz de Jungkook, este que estava atrás de si, estendendo um potinho colorido em sua direção com sorvete de morango com cobertura de chocolate. — Vamos? Temos muitos brinquedos para ir, é mais interessante do que essa alfa ficar se oferecendo para você. Acho melhor, antes que alguém veja e conte aos superiores dela.

Jimin arregalou os olhos, assim como a alfa. Jungkook estava enlouquecido? O ômega apenas negou com a cabeça, se desculpando rapidamente com a moça e saiu andando, Jungkook vinha atrás de si, com a cara fechada.

— Não acredito que você se desculpou com ela, não acredito mesmo. — Fez bico cruzando os braços.

— Eu que não acredito no que você disse para ela. — Jimin se virou rapidamente, indignado. — Sério, ela estava apenas fazendo o trabalho dela e sendo gentil. Em nenhum momento ela me faltou com respeito ou se insinuou para mim como você mesmo disse!

— Ah, você é cego? Ela se escorou no balcão, fazendo aquilo com os braços que dão mais volume aos seios e ficava sorrindo para você. — Bufou, fechando mais a expressão. — Seu olfato está prejudicado? Pois ela estava liberando uma enorme quantidade de feromônios.

— Aparentemente você que prestou atenção nos peitos dela. — Jimin revirou os olhos. — Jungkook pelo amor de Deus, você não tem ciúmes de mim, então o que diabos foi aquilo? Crise por ver uma mulher bonita? Saudade de ver seios?

A CPU do cérebro do alfa deu pane, como assim ele não sentia ciúmes do outro? Foi então que ele lembrou do dia do boate, do que ele tinha dito para o ômega e simplesmente ter se embaralhado e falado demais, não dando a entender o que realmente queria dizer por conta do nervosismo.

— Ok, desculpa... — suspirou audivelmente. — E quer saber, Jimin? Estou com ciúmes sim, porque você é um ômega maravilhoso que pode ter qualquer um aos seus pés somente por respirar. Me incomodou o fato dela estar liberando feromônios daquela maneira, você pode não ter notado, mas ela queria sim, jogar charme para você.

— Mas eu gosto de você, Jungkook. — respondeu automaticamente, fazendo o alfa o olhar surpreso e por um momento, o ômega entrou em pânico. — Bom, eu quero dizer... — Respirou fundo, resolvendo que não deveria tentar contornar a situação, não queria continuar discutindo. — Eu não me senti sendo paquerado, mas não precisa ficar inseguro, é com você que eu estou e não vou te deixar por ninguém.

Ao escutar a resposta, o alfa sorriu, se aproximando e envolveu o corpo menor que o seu em um abraço apertado, deixando um beijo sobre a testa do outro antes de se afastar para olhar nos olhos castanhos claros.

— Me desculpa, eu fui um idiota, não deveria ter tratado ela daquela maneira. Normalmente eu não sou esse tipo de alfa e espero que me perdoe, hoje eu me sinto como um verdadeiro adolescente fora de controle... — Mordeu o lábio inferior.

— Tudo bem, só tire essas paranóias da sua cabecinha, eu jamais vou trair você ou te deixar do nada, eu sei o quanto essa sensação é ruim... — negou com a cabeça, soltando o ar e deixando um beijo casto sobre o pescoço do maior. — Agora vamos em outros brinquedos, quero aproveitar antes que a fome venha.

— Você sabia que aqui tem um Lunna Mochi? O restaurante tem uma decoração havaiana, muito bonita, a gente pode comer lá.

— Você não perde a chance de comer nos restaurantes dela, não é?

— Como poderia? Ela é minha chefe favorita!

Eles continuaram conversando e ao terminar de tomar o sorvete, foram aproveitar os outros brinquedos. Passaram por vários deles, Jimin adorou andar no carrossel, parecia uma verdadeira criança, empolgado por dar voltas. Amou o escorregador enorme, que o fez ficar coladinho ao esposo. O brinquedo que subia como um elevador lhe deixou um pouco em pânico, mas Jungkook parecia amar a adrenalina e sequer segurava as proteções. O que mais repetiram foi a montanha russa, mas não ousou pisar no barco viking outra vez.

Ainda queriam ir na roda gigante, mas suas barrigas começaram a fazer barulhos constrangedores e o alfa achou que seria melhor comerem. Obviamente, ele não perderia a chance de entrar em um Lunna Mochi, sendo que o do parque não era tão disputado, além de quem pagava pelo VIP, era prioridade, o que facilitou a entrada.

O local era um pouco diferente dos outros estabelecimentos que Jimin visitou, o nome deste inclusive explicava tudo, era o famoso "Lunna Mochi no Hawái", seguindo a temática do parque, a decoração era totalmente inspirada nas representações dos países na Era Humana.

— Eu acho que vou morrer e não vou conseguir conhecer todos os restaurantes dela, eu frequentei por anos o café perto da minha casa e não fazia ideia que ela era esse fenômeno. — O ômega comentou, ao se acomodar em uma mesa quadrada, com bancos em "C", rodeando a madeira.

— Um dia espero conhecê-la, já tive vontade de fazer o curso dela, mas eu nunca tive tempo e agora que vou tentar voltar para o mercado da moda vai ser bem complicado. — Jungkook respondeu, agradecendo ao garçom que passou e lhes entregou o cardápio. — A rede de cafeterias dela é imensa, ela tem um foco muito grande na confeitaria e acho que é por isso que ela tem tantos cafés por aí e por isso que é menos disputada também.

— Sim, também acho que seja por isso que os locais mais diferentes lotam com mais facilidade. — Sorriu, se aproximando mais do alfa para conseguir olhar o menu.

— Por que será que ele só deu um cardápio? Está tão na cara assim que somos um casal? — Jungkook perguntou um pouco confuso e Jimin riu baixo ao seu lado. — O que foi?

— Ômegas não sabem ler, Jungkook. — Relembrou, ganhando um arregalar de olhos do outro assim que este compreendeu o que foi dito. — A sociedade entende que nós apenas sabemos assinar os nossos nomes. O garçom provavelmente é um alfa ou um beta que reparou bem nos nossos cheiros e entregou o cardápio pra você.

— Estou tão acostumado com você sendo diferente, que agora me soa estranho ômegas não serem alfabetizados, minha mãe é e antes essa questão não parecia me confundir. — Divagou em resposta.

— Provavelmente porque sua filha ômega recebeu outro tipo de criação. — Jimin pensou em uma maneira de não citar a falecida esposa do alfa, às vezes se sentia enjoado só de pensar nela e sequer a conheceu.

— Você tem um ponto...

Como entrada e sobremesa escolheram respectivamente um Poke e Salada de frutas, com sucos de morango para acompanhar e apesar do cardápio havaiano ter muitas opções, o prato principal escolhido era um tradicional boeuf bourguignon.

— As vezes penso que estou te extorquindo. — Pensou alto e Jungkook segurou a gargalhada.

— Qual a graça de se casar com um alfa rico se não for para abusar do dinheiro dele? — Jungkook perguntou de forma divertida, ouvindo uma risada do ômega. — Pode pedir o que quiser e o quanto quiser, eu pago com todo prazer se for pra te deixar feliz.

Jimin perdeu a fala por um momento, afetado pelo que tinha ouvido, mas quando pensou em uma resposta, o garçom se aproximou, chamando a atenção de Jungkook.

— Com licença senhor, mas aquele senhor do bar disse que gostaria de lhe pagar uma bebida. — Informou, fazendo instantemente o moreno olhar para o bar, recebendo um aceno de um possível beta, ele passou a mão no cabelo em seguida, sorrindo em sua direção.

— Diga a ele que eu agradeço, mas não estou interessado. — Jungkook foi rápido ao responder e o garçom assentiu, se retirando.

— Podia ter aceitado, uma bebida grátis não seria ruim. — Jimin falou em um tom divertido, ganhando um revirar de olhos em resposta.

— Ele não queria me pagar uma bebida só por pagar uma bebida, Jimin. — respondeu, fechando a expressão.

— Eu sei disso, sei o que isso significa. — Riu cobrindo a boca.

— Você não liga que outros dêem em cima de mim? Queria que eu correspondesse, por acaso? — indagou confuso.

— Não me incomoda saber que você é desejado, afinal, você é muito bonito, eu já te falei antes. E eu sou o grande sortudo que carrega o seu sobrenome, é uma conquista e tanto! — Sorriu se divertindo com a situação. — Não vou dar um chilique de ciúmes por conta do óbvio, ou ele é atirado e não respeita a si próprio, ou ele não percebeu que somos um casal.

— Sendo assim... — Se aproximou mais, abraçando o loiro pelos ombros, deixando um beijo rápido em seus lábios. — Espero que isso seja o suficiente para entenderem.

Jimin teve que rir, deitando a cabeça no ombro do outro. O tempo passou rápido durante o jantar e após terminarem de comer, andaram em direção a tradicional roda gigante. O ômega abraçava o coelho de pelúcia que tinha ganhado e o alfa estava ao seu lado, segurando em sua mão.

— Gostei muito daqui. — comentou baixinho quando a roda começou a girar. — Deveriam existir mais lugares como esse.

— Queria vir mais vezes. — O Alfa respondeu suspirando e olhando para o céu estrelado.

— Não veio muito? — O ômega indagou curioso.

— Como eu te disse no carro, esse lugar fazia parte das minhas loucuras. Nunca pude trazer as crianças, pois ela sempre achou perigoso demais. — suspirou um pouco entristecido. — Mas você sabia que Namjoon conheceu o Seokjin aqui?

— Sério? Tenho certeza que eles lembram disso com carinho. — Sorriu, mas ao receber apenas um aceno em resposta, não conseguiu ficar quieto. — Ela era muito odiosa, não te deixava fazer nada! E isso não tem graça, Jungkook!

— De um tempo para cá eu tenho pensado bastante sobre as atitudes que ela tinha... provavelmente é por isso que não gostavam dela, não tive apoio algum em questão da minha família e na verdade briguei muito com eles por conta dela. — suspirou, dando de ombros. — Eu e ela meio que já estávamos namorando quando a época de maturação do lobo chegou, não entendia muitas coisas sobre o meu corpo, eu desejava ela de uma forma insana, então teve o primeiro cio, o Junghyun veio e chegamos até aqui, entende?

— Foi mais rápido do que você conseguiu acompanhar. — Jimin compreendeu, resolvendo compartilhar sua experiência também: — Eu me apaixonei por um alfa que era gentil. Tratava a todos de uma maneira que encantava qualquer um. Me apaixonei pela forma como ele acreditava em mim, pela forma como ele me olhava e eu ouvi as mais belas poesias, as palavras que eu jurava serem verdadeiras. Eu vivi um conto de fadas, onde lágrimas e tristeza nunca existiram, eu tinha uma pessoa compreensiva e que me incentivou em tudo, até a sonhar e quando eu fui pedido em casamento, foi uma sensação de euforia sem igual. Eu sonhava com dia que ia entrar na igreja, quando fosse receber a marca e enfim ser de alguém da mesma proporção que eu já achava que o tinha. — Fungou sentindo uma lágrima descer pelo seu rosto, era sempre doloroso lembrar da ilusão que viveu. — E eu esperei dentro daquela igreja, esperei mesmo depois do cerimonialista ir embora, porque o meu conto de fadas era lindo demais para não ter um final feliz.

O alfa nunca viu o outro daquela forma, frágil e com uma cicatriz que não estava sobre sua pele e sim, em sua alma. Seu corpo tremia e foi instintivo o envolver em seus braços, afagando suas costas, na intenção de passar conforto.

— Eu já disse, esse ser não tinha noção do tesouro que tinha em mãos. O que de uma forma, foi algo bom, pois ele deixou este tesouro para mim.— Deixou um selar demorado sobre a testa do menor. — E eu sempre penso que quanto mais o tempo flui, mais complicadas ficam as coisas que estão no meu passado e nosso futuro, porém agora eu sou o seu presente e isso é o mais importante agora.

Jimin sentiu o coração parar em uma batida e acelerar pelas palavras que ouviu, olhou nos olhos do alfa, que sorria da maneira mais bela que já tinha visto e naquele momento, qualquer esperança que tinha dentro de si, sobre não estar apaixonado por Jungkook evaporou, pois aquele sorriso, aqueles olhos brilhantes, e principalmente a sensação de acolhimento que sentia, lhe deu a certeza. Tentou sorrir, mas o que fez foi apoiar a mão em seu rosto e o beijou em seguida. Jungkook não demorou muito para corresponder, aprofundando o ósculo e deixou suas línguas se entrelaçarem de maneira calma.

O contato teria durado bons segundos, se o barulho dos fogos estourando nos céus não chamassem sua atenção. Observaram por um tempo, até Jungkook contar para o esposo que aquilo significava o fechamento do parque. Eles andaram de mãos dadas até o carro depois de deixarem a roda e quando estavam dentro do veículo, não sabiam para onde ir.

— Vamos pra casa? — Jungkook perguntou, confuso sobre o sentimento que o tomava. Jimin negou com a cabeça, pois nem em seus sonhos queria voltar para aquela casa naquele momento, estava bom demais para ser consumido pela negatividade. — Onde quer ir?

— Um lugar com água, eu acho. — Sugeriu e o moreno arqueou as sobrancelhas em sua direção. — Não é uma boa ideia?

— Na verdade, achei perfeito! — Deu partida no carro, sorrindo maldosamente e acelerando sem dó, ouvindo Jimin praguejar por conta do susto.

Jungkook dirigiu até a praia mais próxima, demorando cerca de duas horas até chegarem em seu destino, dando tempo para conversas desconexas e cantoria de músicas da rádio local. Ao estacionar, ambos saíram do carro e Jimin sorriu instantemente ao conseguir ver dali as ondas quebrando. A maré estava alta e a areia fria, não demorou para tirar os sapatos e sorrir com a sensação gostosa que era pisar sobre ela. Olhou para Jungkook, estendendo a mão para que ele e após seus dedos serem entrelaçados, passaram a caminhar.

— Aqui tem água suficiente, meu bem? — indagou de forma humorada, ouvindo uma risada gostosa em resposta.

— Sim, diria que a quantidade é a ideal! — Tornou a falar enquanto olhava para o céu, com somente a lua sendo testemunha daquele momento. — Acredito que não devemos desperdiçar a chance de um mergulho. O que acha?

Mesmo não se afeiçoando com a proposta, o moreno concordou, tirando as roupas pesadas junto do ômega, entrando juntos na água. Sentiu o corpo inteiro gelar, estava fria e se agarrou ao corpo alheio para se esquentar um pouco.

— Isso aqui tá um gelo.

— Sou acostumado com a temperatura fria.

Por conta da evolução de espécies, os ômegas naturalmente tinham o corpo mais frio, durante o inverno era comum ficarem mais sensíveis e precisarem do calor dos alfas. Em contrapartida, os alfas eram mais quentes e sofriam com as altas temperaturas do verão.

— Eu não sei porque estou com tanto frio. — Jungkook fez bico.

— Logo você se acostuma. — Jogou um pouco de água na direção do outro ao falar. — Posso confessar uma coisa? Também estou me sentindo como um adolescente hoje.

— Então vamos ser duas crianças no corpo de dois adultos por algumas horas! — declarou, puxando novamente o ômega contra si, fazendo-o envolver as pernas ao redor de sua cintura e o beijou, deixando se levar pelo momento.

Era engraçado como pareciam leves ali, tanto o corpo, quanto suas almas pareciam completas. Brincaram bastante, intercalando as risadas com os beijos e só pararam, pois em determinado momento seus corpos não aguentaram mais. Voltaram para a estrada a contragosto e Jimin adormeceu em poucos minutos. Despertou brevemente quando percebeu que o carro tinha parado, não precisou de muito raciocínio, pois logo Jungkook estava de volta com várias sacolas sendo posicionadas no banco de trás.

— Roupas para usarmos depois de tomarmos banho. — explicou após dar partida novamente e Jimin não questionou, apenas assentiu voltando a dormir, mesmo que por pouco tempo, pois logo o moreno estava lhe balançando. — Jimin, acorda meu anjo.

— Onde estamos? — perguntou desorientado, espreguiçando e saindo do carro.

— Em um hotel, vamos pro quarto. Já acertei tudo na recepção, deixei você dormir uns minutinhos a mais. — Sorriu para o esposo, que retribuiu ainda um pouco sonolento.

Subiram até o quarto e ao entrar, Jimin se sentiu mais desperto, rapidamente Retirou as roupas molhadas e foi o primeiro a entrar no banheiro, tomando um banho rápido, somente para tirar o sal do corpo e Jungkook fez a mesma coisa após o ômega deixar o banheiro.

Vasculhou as sacolas para saber o que o outro tinha comprado e encontrou pijamas, usou somente a parte de cima de seu conjunto e a peça íntima, se sentindo confortável desta forma. Olhou para o ambiente, notando os tons pastéis que deixavam tudo bem harmônico. Haviam quadros e flores como decoração, os móveis eram de madeira clara e a cama era grande e lhe chamou bastante a atenção, dava vontade de se jogar nela e não se levantar nunca mais. Possuía uma varanda muito bonita e mesmo que estivesse frio, quis ir para o lado de fora e observar as estrelas e as ruas. Dava pra ver o mar mais a frente e a brisa passava de modo gostoso, fazendo os fios loiros e úmidos voarem.

Pouco tempo depois sentiu os braços do alfa ao redor de sua cintura, o puxando para juntar seus troncos. Jungkook suspirou perto do pescoço do ômega, sentindo-se leve pela sensação de calmaria que a fragrância de pêssegos lhe trazia e praticamente se derreteu por dentro ao ver um sorriso formar nos lábios carnudos, enquanto Jimin correspondeu o abraço ao deitar a cabeça em seu ombro esquerdo e colocou os braços sobre os seus, deixando suas mãos unidas.

— Eu fiquei com preguiça de dirigir... — Jungkook quebrou o silêncio, sentindo o ômega respirar profundamente.

— Eu também teria, não é atoa que eu dormi um pouco no carro. — Riu baixinho, sentindo-se feliz por aquele dia. — Mas eu não deveria, meu sono sumiu... você deve estar cansado, foi uma semana de trabalho intensa.

— Realmente não foi fácil, mas eu não quero dormir agora, meu desejo é outro. — Teve que usar todo o estoque de coragem em seu ser para falar e completou: — Gostaria de conversar sobre nós.

— No que para ser específico? — Beijou a bochecha do alfa, fechando os olhos e se aproveitou do calor de seu corpo.

— É meio complicado, porque eu não sei por onde começar.

— Hum, é algo muito delicado?

— Depende. — Respirou fundo, tentando manter a calma. — Sabe, eu quero... euquerotetocartiponãonosentidoliteraldacoisaafinaleujáestoutocando, mas você me entendeu, não é?

— Primeiro se acalme que você está se atropelando nas palavras e tá difícil de entender. Está falando mais rápido do que a sua boca consegue acompanhar. — Se virou de frente para o moreno, rindo ao ver que ele estava sem jeito. — Pode falar abertamente comigo sobre qualquer coisa, sabe disso.

— Desculpa. — Ficou um tanto envergonhado, ouvindo Jimin dizer "fofo" baixinho como resposta. — É que eu me sinto como um adolescente de 16 anos de novo, que não tem controle sobre o próprio corpo! E eu quero te tocar de outra forma, uma forma mais íntima e eu acho que tô enlouquecendo. Eu simplesmente não sei se você quer também, se não vai ser rápido demais, ou coisa do tipo.

O ômega ficou encarando as orbes castanhas, subindo com as mãos até estarem em volta do pescoço do alfa e ficou na ponta dos pés para lhe beijar. Um sorriso involuntário surgiu nos lábios do moreno, que se inclinou um pouco para frente, transformando o selar em um beijo de verdade. Suas línguas se encontraram de maneira calma e sem pressa. Repetiram o movimento da praia, mas desta vez Jungkook estava despreparado, teve que dar alguns passos para trás recuperando o equilíbrio, ao mesmo tempo que suas mãos agarravam as coxas do outro, as deixando bem posicionadas ao redor de sua cintura. Seus rostos viraram uma vez ou outra, respirando brevemente no meio delas.

O alfa se locomoveu, sentindo o menor apertar mais os braços ao redor de seus ombros, o fazendo rir em meio aos beijos. Andou devagar até a cama, deitando-se nela, por cima do ômega, encostando suas testas ao separar suas bocas, ofegantes e com sorrisos nos lábios.

— Eu tenho que confessar uma coisa... — Jungkook falou, sentindo-se envergonhado. — Eu quero, mas eu não sei como fazer. Eu só fiz isso com o sexo oposto ao meu.

Jimin não conseguiu conter o riso baixo que saiu de seus lábios, selando os do outro rapidamente, fazendo carinho nos cabelos morenos, antes de o responder:

— É basicamente o mesmo, só muda que eu tenho as mesmas coisas que você. — disse rente aos lábios do outro. — Dizem que é até mais fácil, só... siga seus instintos.

Jungkook ficou hipnotizado pela forma como o esposo lhe olhava e a calma com que pronunciava as palavras, pois o alfa não estava calmo, sentia o nervosismo navegar por seu sangue, ele tinha uma responsabilidade grande, poderia não ser o primeiro a partilhar um momento como aquele com o ômega, mas seria o primeiro em cinco anos, desejava que fosse especial. Aparentemente o de cabelos loiros não pensava muito sobre isso, mas para seu cônjuge sim. Jungkook sempre viu como uma troca mútua e não queria que a primeira vez deles fosse uma recordação ruim.

Para si, Jimin era um berilo vermelho e deveria ser tratado com cuidado, e tudo ficava pior quando se encaravam daquela forma, era como se o ar no planeta não fosse o suficiente para lidar com a intensidade do que sentia naquele instante, por isso, antes que entrasse em pânico, respirou fundo, fazendo exatamente o que ômega disse, seguiu seus instintos e deixou fluir ao iniciar um novo ósculo. Desta vez não sendo calmo como os anteriores, mas tão intenso quanto.

As mãos do ômega deslizaram para o peitoral do alfa empurrando-o até vira-lo na cama, sendo sua vez de ficar por cima. Separou seus lábios em um estalo rápido, recebendo um olhar surpreso em sua direção, arqueou as sobrancelhas e sorriu de lado, passando a mão direita pelo cabelo, colocando a franja para trás e por fim, mordeu o lábio inferior, gostando muito de ser admirado pelo alfa daquele ângulo. Abaixou um pouco o tronco, se apoiando com os antebraços e sugou de leve os lábios finos, descendo beijos pelo maxilar do alfa, seguindo vagarosamente para o pescoço, até chegar no pomo-de-Adão e sugou levemente aquela região.

Um som baixinho vibrou na garganta do moreno, dando um incentivo a mais para Jimin começar a mexer o quadril na intenção de ouvir mais daquele som, recebendo um arfar alto e sentiu as mãos de Jungkook apertarem sua cintura, demonstrando que queria que ele continuasse e assim o fez, continuando sua missão de distribuir beijos por toda a pele. As unhas curtas de Jungkook apertavam sua cintura por cima da blusa, e usou desses pequenos sinais para saber se ele estava curtindo, mesmo que a prova explícita disso estivesse na ereção marcada do outro abaixo de si.

— Jimin... — chamou-o baixinho, atraindo sua atenção, passando a se focar no rosto de Jungkook.

Ele estava com os olhos fechados e a boca entreaberta, inebriado pelo momento. Não resistiu em sorrir, voltando a beijar seus lábios, pois estava viciado no beijo do esposo. Jungkook retribuiu, subindo as mãos pelas costas do ômega, por dentro da blusa, puxando-o para perto, e consequentemente seus membros friccionaram.

— Ahn... — Jimin soltou entre o beijo e resmungou quando Jungkook se afastou, mas se conformou ao sentir a boca dele rente a seu pescoço.

O loiro lhe deu espaço para brincar com a região o quanto quisesse, tombando a cabeça para o lado, suspirando pesadamente e se arrepiando por tê-lo maltratando sua derme. Dos ombros, Jimin desceu as mãos pelo corpo de Jungkook até chegar na peça íntima e tocar em seu membro por cima do pano, deslizando devagar pela extensão, sentindo uma mordida ser depositada em seu pescoço com um pouco mais de força. Entrou com a mão dentro da boxer, circundando o pênis e começou a fazer movimentos de vai e vem, de baixo para cima.

Jungkook se afastou de seu pescoço, se deleitando com a sensação de ser masturbado. Jimin o olhava provocativo, mantendo um ritmo lento. Sons controlados e baixos eram emitidos por suas cordas vocais e simplesmente relaxou o corpo. O ômega tinha tomado o controle e jamais reclamaria, principalmente depois de vê-lo retornar o objetivo de beijar todo seu corpo, descendo os lábios por sua derme, parando ao chegar na virilha e o encarou por debaixo dos cílios. A excitação cresceu em seu corpo ansioso pelo que viria à medida que ele se afastou de seu membro e posicionou a mão no cós do pano, deslizando sobre suas coxas torneadas e definidas. Cada movimento feito em uma calma sem igual, fazendo-o morder o lábio em expectativa.

Jimin separou as pernas do alfa, se encaixando no meio delas e engatinhou até estar com seus rostos próximos.

— Faz tempo que eu não faço isso, então se eu fizer algo que te machuque, me avise. — comunicou, ganhando um aceno positivo em resposta e antes de se afastar, beijou demoradamente o alfa.

Suspirou, tentando entrar no estágio de plena calma ao se posicionar novamente entre as pernas do alfa. Fazia muito tempo desde a última vez que realizou um oral em alguém, mas ainda se lembrava como deveria fazer e apenas pedia para ter sido um aprendizado que não foi apagado de sua memória.

Novamente masturbou Jungkook com as mãos, assistindo ele fechar os olhos ao sentir sua respiração rente ao seu pênis. O moreno se arrepiou por inteiro, sentindo como se fosse sua primeira vez, tamanha era a ansiedade que sentia pelos movimentos do ômega. Ainda de olhos fechados, sentiu a língua do outro deslizar por toda a sua extensão, seguido por um selar sendo depositado em sua glande para em seguida finalmente ter a boca do ômega em seu membro. Jimin apertava suas coxas, enquanto subia e descia com a cabeça, o barulho da sucção sendo ecoado junto de seus arfares e gemidos pelo quarto. Levou as mãos até os cabelos loiros, agarrando devagar, sentindo o loiro colocar o que conseguia dentro da boca e o resto lhe masturbava com as mãos, hora focando em sua glande, hora focando em sua extensão e dando uma atenção especial aos testículos com a mão, vez ou outra.

Sentia que o orgasmo estava próximo, enquanto descontava todo prazer apertando o lençol. Jimin estava o levando para fora de órbita, mas antes de se entregar totalmente para o que viria, afastou o ômega e o puxou novamente para cima, lhe beijando com paixão antes que ele perguntasse algo.

Achou injusto estar recebendo toda a atenção do momento, era Jimin que deveria estar recebendo o tratamento de um príncipe.

— Eu te machuquei? — O mais velho perguntou ofegante e o olhar carregava uma preocupação genuína.

O moreno apenas negou, desabotoando a camisa do pijama que Jimin usava, empurrando-a pelos braços, até retirá-la. Sorriu perverso ao ver a pele alva sem sequer uma marca e como todo bom artista, estava empolgado para pintar aquela tela em branco com desenhos abstratos. Olhou nos olhos castanhos e roçou seus narizes ao aproximar seus rostos, acariciando a cintura delineada e gravou cada detalhe presente em seu campo de visão.

— Você é muito lindo. — Observou encantando e em resposta, o loiro sorriu de forma nasalada. — Muito lindo mesmo.

Deixou um selar casto nos lábios carnudos antes de descer até a clavícula, marcando aquela região, virando o outro na cama e voltando a ficar por cima. Foi seguindo o que achava que agradaria. Arrumou a posição de forma que fosse confortável para ambos e novamente sentiu as pernas do ômega ao redor de seu quadril. Esquadrilhou beijos até chegar nos mamilos eriçados, não demorando para atacar a região com a boca. Ouvia murmúrios de aprovação e sentia suas costas serem arranhadas de leve, ao mesmo tempo que algumas mechas de seu cabelo eram puxadas pelo ômega. Sem dó alguma, beijou, lambeu, chupou e mordeu os pontos sensíveis do esposo, querendo levá-lo até às estrelas somente com àquilo.

O cheiro de Jimin estava ficando cada vez mais presente no ambiente em consequência da sua lubrificação, o que aumentava toda vez que respirava fundo e sentia o cheiro de hortelã que seu companheiro possuía.

Quando o alfa se deu por satisfeito, repetiu os movimentos do ômega no momento em que ele o despiu, vislumbrando o excesso de lubrificação ao descer a peça pelas coxas fartas e bonitas que o esposo tinha. Mordeu os lábios, sorrindo orgulhoso antes de mergulhar entre o espaço interno das coxas do loiro, subindo gradativamente enquanto beijava e deixava mordidas mais fortes pela derme, até sua atenção decair sobre a entrada, não hesitando em beijar a região.

Jimin gemeu surpreso, ofegante e sentindo seu corpo contrair ao ter o alfa o invadindo com a língua e uma de suas mãos envolveu seu membro, começando a lhe masturbar.

Jungkook separou os lábios daquela região, ouvindo um resmungo insatisfeito. Riu se aproximando novamente do rosto do ômega, o beijando mais uma vez, deslizando a mão esquerda pelas curvas do corpo menor que o seu, penetrou delicadamente um dedo no interior de Jimin, observando as feições e não deixando de lhe masturbar.

O ômega não parecia sentir incômodo, então começou o movimento de vai e vem, até colocar mais um dedo e então recomeçar os movimentos, ouvia os arfares baixinhos e satisfatórios e não demorou muito para juntar o terceiro dedo, tomando todo o cuidado para não fazê-lo sentir dor.

Jimin sentia um leve desconforto, mas nada que ele já não esperasse. Se permitiu ser beijado com afinco e cravou as unhas nas costas do alfa quando este quase acertou sua próstata. Sentiu os dígitos saírem de seu interior, recebendo uma pergunta muda do alfa se queria ir em frente e sem dúvidas, assentiu. O moreno se afastou, andando até a cadeira onde estavam as sacolas de compras e se surpreendeu ao ver uma diferente das outras, não tinha visto ela antes e se surpreendeu pois se lembrava de ter averiguado tudo. Quando Jungkook voltou, ele tinha uma cartela de preservativos em mãos, apesar de seu cio ter passado e não existir riscos de gravidez naquele momento, ficou feliz pelo gesto de cuidado. Observou ele ficar entre suas pernas e tomou a iniciativa de pegar o preservativo, abrindo com cuidado, colocando em volta do pênis do moreno. Entrelaçou os braços ao redor do pescoço deste, começando um ósculo e eles se aconchegaram na cama.

Separaram os lábios após Jungkook levantar um pouco suas pernas, antes de enfim lhe penetrar. Teve novamente todo cuidado, indo devagarinho e observando as reações e feições do ômega. Depositou vários beijos por seu rosto, tentando o distrair da dor que possivelmente estaria sentindo.

Estava sim desconfortável mas nada comparado a sua primeira vez, o ômega inclusive achou que fosse doer mais, acariciou o rosto do alfa, sorrindo. Naquela calmaria muito estranha para um momento como aquele, Jungkook de repente sentiu algo em seu interior, até então tentava controlar a vontade de ir logo e esperar o tempo de Jimin, mas ao focar nas orbes na cor de mel, ficou hipnotizado e sentiu algo dentro de si aflorar, era diferente e parecia crescer conforme os segundos se passavam.

— Já pode se mexer, Kookie. — Jimin sussurrou, como se fosse um segredo e beijou novamente os lábios finos que tanto gostava de ter junto aos seus.

Jungkook saiu e entrou novamente, começando com um ritmo lento, que aos poucos ia aumentando com o outro lhe ajudando a descobrir qual seria a melhor para ambos. No fim ficou entre o médio e o quase rápido.

— Jungkook... — Jimin gemia sôfrego em seu ouvido, lhe puxando cada vez mais perto, como se quisesse fundir seus corpos.

Não sabiam exatamente o que estavam sentindo naquele momento, mas aquela sensação que crescia dentro do alfa, era algo insanamente bom. Cada resposta vinda em forma de som, aperto ou gesto de Jimin, fazia seu espírito sentir-se renovado. Era estranho, pois o lobo em seu interior queria assumir o controle, ser ele a estocar o ômega, porém isso não aconteceria pois Jungkook queria ir até o final da experiência com Jimin sendo somente ele.

Trocaram de posição, Jungkook agora tinha Jimin em seu colo e céus, ver os cabelos claros grudados na testa do ômega, às pequenas lágrimas nos cantos dos olhos, a boca sendo maltratada pelos dentes em forma de descontar o prazer que sentia, dava a impressão que estava corrompendo um verdadeiro anjo e isso trazia uma estranha realização para o alfa.

De um ângulo diferente, acabou por atingir a próstata do loiro, lhe fazendo dar um gritinho agudo. Jimin parecia estar sentindo coisas intensas demais, pelas expressões que fazia e não parecia ter estabilidade no corpo, por isso, com cuidado o deitou novamente, voltando com os movimentos e começando a masturbar o membro do ômega.

— Minnie... — Jungkook soltou após ter uma mordida sendo depositada no seu ombro.

Era difícil olharem um para o outro, mas toda vez que acontecia, sentiam-se eufóricos. Jimin sentiu que estava perto do ápice e já estava simplesmente quase mole nos braços do outro e não foi uma surpresa tão grande para si, gozar no mesmo instante em que o nó ocorreu.

— Já vai passar. — Jungkook sussurrou contra o ouvido do ômega, por sua expressão estar em uma mistura de êxtase e incômodo.

Fazia muito tempo desde a última vez que tinha recebido o nó de um alfa e confessava que não se lembrava de sentir tanta falta disso, mas sabia que a maior parte de toda aquela sensação era por estar apaixonado e consequentemente seu lobo querer mais que qualquer coisa Jeon Jungkook para si.

Já Jungkook se controlava para não deixar seu lobo dominar e marcar o ômega como estava querendo fazer, permaneceu com a respiração pesada, sentindo um estado espiritual novo, era uma epifania, se sentia simplesmente completo. Sentia-se profundamente vivo e era novo, era estranho, mas era maravilhoso e indescritível. Tinha a respiração pesada, enquanto esperava o nó desfazer com um sorriso besta no rosto, tentava de toda forma entender o que era aquilo, não se lembrava de já ter sentido.

Era a primeira relação sexual que fazia em meses e tinha sido simplesmente indescritível e sendo sincero consigo mesmo, foi a melhor em anos. Aquilo soou em sua cabeça e apertou o corpo do outro, deixando vários selares por sua bochecha, pois estava feliz. Feliz de verdade, era como se o lúpus dentro de si tivesse pegado todos os caquinhos no chão e se renovado.

O nó se desfez, podendo sair de dentro do outro, se levantou indo até o banheiro para poder jogar o preservativo no lixo, quando voltou para cama, se deitou ao lado do loiro lhe abraçando fortemente.

— Tá tudo bem? — Jimin perguntou, olhando para a feição do outro e apesar de ainda estar ofegante e sentir as pernas trêmulas, parecia melhor que o companheiro.

— Tá tudo maravilhoso. Se ficar meses sem fazer sexo resulta nisso, eu quero fazer mais vezes. — Brincou, apertando o ômega em seus braços, querendo transmitir para ele o que sentia. — Você é incrível, incrível, eu estimo muito você, Jimin!

— Jungkook, você... — Foi calado, com um beijo e o alfa não se contentou até literalmente lhe tirar o fôlego.

— Temos que tomar banho de novo agora... — Falou após separar sua boca da do outro. — Vai ser nosso primeiro banho juntos!

Jimin sentia-se assustado, pois nunca viu o alfa de tal forma, era estranho demais. Estava muito confuso, pois sentia o mais puro carinho ao pensar em tudo que fizeram, mas as palavras do esposo não parecia condizer com as sensações. Para ele tinha sido um prazer simplesmente carnal? Mas antes de pensar em tentar perguntar, foi carregado até o banheiro, sendo cuidadosamente sentado na bancada do banheiro e observou o moreno ligar a água para encher a banheira, voltando ao seu encontro.

— Vou cuidar de você agora, tudo bem? — perguntou abraçando o tronco do ômega, com um sorriso de orelha a orelha disposto em seus lábios. — Eu não te machuquei, certo?

— Não, eu estou bem, amor. — Sorriu acariciando as bochechas ainda coradas.

— Você me chamou de amor... — Jungkook piscou algumas vezes, o abraçando mais apertado. — Eu amei como a palavra soa vinda dos seus lábios, com a sua voz.

— Fico feliz, Jungkook. — Sorriu verdadeiramente recebendo um beijo simples e prolongado.

Você me faz feliz, amor. — respondeu, ganhando um olhar bobo do ômega. — Agora vem, vamos entrar naquela água quentinha e ajudar nossos músculos sedentários a não pedirem socorro amanhã!

Jimin gargalhou da graça do outro e se permitiu ser levado até a tina. Apesar dele não saber, Jungkook sentia uma sensação tão gostosa em o ter por perto, que por ele, se fundiriram em um só. Trocaram mais alguns toques enquanto se lavavam e acabaram se entregando um ao outro mais uma vez, o que fez o banho demorar mais.

O banheiro sofreu um pequeno alagamento enquanto Jimin terminou de se secar e vestir de volta, o alfa rapidamente secou a água do banheiro e depois se deitou ao lado do loiro.

Jimin automaticamente se aconchegou no tronco do maior e suas respirações eram a única coisa que podia se ouvir por um tempo. Conseguia sentir os batimentos cardíacos do alfa e isso o trazia paz, enquanto o esposo afundava o nariz sobre seus fios de cabelo, fazendo-o sorrir pelo ato.

— Não teria sido assim se nós tivéssemos feito no dia em que nos casamos. — Ouviu o alfa comentar e olhou para cima, encontrando o outro de olhos fechados.

— Não mesmo. — Começou a brincar, desenhando círculos imaginários no peitoral nu a sua frente. — Não tínhamos um pingo de intimidade, éramos dois completos desconhecidos.

— Sim, mas confesso que fiquei curioso para saber como seria. Seria algo mais "robótico"? — perguntou com o tom sonolento e bocejou, mais um pouquinho e o sono lhe dominaria.

— Acho que sim. — respondeu, voltando a se aconchegar contra o peitoral quentinho. — Está confortável assim? A gente não costuma dormir desse jeito.

— Até gostei mais que de conchinha. — respondeu em um sussurro, depositando um beijo sobre a testa do menor. — Mas se você estiver desconfortável a gente muda.

— Não, eu só queria saber se para você estava ruim, mas para mim está perfeito. — respondeu no mesmo tom, fechando os olhos, rodeado pelo cheiro de hortelã.

Se entregaram ao reino dos sonhos ao mesmo tempo. Jimin não poderia ter dormido tão bem, sentiu-se leve durante toda a noite. Acordou, espreguiçando o corpo, se enrolando no lençol e abriu os olhos, a visão se acostumando aos poucos com a luz. Deu falta de seu marido na cama assim que sua visão se focou e foi quando sua audição voltou a funcionar devidamente que soube onde ele estava, mas o som que ouviu não lhe parecia ser coisa boa.

Se levantou, passando as mãos pelo rosto e andou até o banheiro, encontrando esposo em uma situação horrível. Ele estava sentado no chão, com a tampa do vaso sanitário abaixada e podia se ouvir o barulho da descarga recém sido usada. Jungkook estava pálido e parecia ter dificuldade para respirar.

— Não aconselho ficar aqui. — Avisou baixinho, soltando o ar de forma prolongada. Se levantou com cuidado e com muito esforço se sentou no vaso. — Pega uma coberta para mim? Estou com frio.

— Não fiz um juramento ainda, mas a gente tem que pôr em prática antes mesmo de jurar. Na saúde e na doença, amor. — Tocou a testa do alfa, depois as bochechas e desceu para o pescoço, arregalando os olhos. — Você está ardendo em frente...

— Impressão sua... — O alfa protestou. — Alfas são mais quentes por natureza e eu ainda sou um lupus, é da minha natureza.

— Não, não. Você está suando, pálido, muito quente e com frio, sua temperatura está longe do normal. — Retorquiu de forma séria. — Precisamos ir ao médico.

— Não, eu não quero ir para um hospital, estou bem, eu juro, Jimin. — Tentou sorrir — Não tenho boas lembranças de hospitais...

— Realmente, está ótimo. — Revirou os olhos pela ironia, saindo do banheiro pegando roupas da sacola que o moreno havia comprado na noite anterior e voltou ao banheiro. — Vamos lá, levanta os braços.

— Jimin, não quero ir. — Protestou, mas ainda sim, obedeceu ao pedido, deixando a blusa ser colocada.

— Mas você precisa ir, Jungkook. — declarou irredutível. — Isso não está aberto a discussões.

— E você vai me obrigar? Como vai me tirar daqui? — perguntou puxando o cônjuge pela cintura, podendo sentir o cheiro de pêssegos misturado com o seu de hortelã e sorriu da forma que pode com esse fato.

— Olha, você tem um carro, eu sei onde está a chave e como você já sabe, eu não sou um ômega que costuma seguir o que a sociedade diz sobre a minha classificação. — Recapitulou acariciando os fios castanhos. — Você tá mal e vai sim pro hospital. Para de fazer manha...

— Você me dá um beijinho?

— Se você escovar os dentes e vestir a calça, sim.

— Golpe baixíssimo. — negou com a cabeça, mas atendeu o pedido, mesmo de forma lenta, pois sentia-se realmente fraco.

Jimin se arrumou, guardando todas as coisas bem arrumadas de volta na sacola, voltando ao estacionamento, colocando as coisas no porta-malas e depois passou na recepção, conferindo se Jungkook realmente tinha deixado tudo certo. Voltou ao encontro do alfa, encontrando-o um pouco pior do que antes.

Se apressou em levá-lo para o carro e conseguiu o endereço do hospital. Entregou uma sacolinha para o moreno para ele vomitar se sentisse vontade. Entrou do lado do motorista, ligou o veículo e olhou para outro, encontrando mais pálido que antes.

Suspirou na tentativa de se acalmar, fazia muito tempo que não dirigia e estava fazendo algo que era proibido, mas Jungkook estava com zero condições de dirigir, então foi devagar no começo, mas ao ver as expressões do outro e notar que ele começou a tremer, simplesmente pisou no acelerador sem medo algum, ainda era bem cedo, sete e vinte da manhã e as ruas do lugar estavam desertas, não que fosse um lugar tão movimentado por si só. Graças aos Deuses, existia um hospital próximo.

Demorou mais ou menos vinte e cinco minutos para chegar e o alfa parecia piorar conforme o tempo passava. Foi simplesmente o tempo de entrar no prédio, pois assim que o alfa pisou no local, começou a sentir uma dor alastrante por todo seu corpo. Naquele momento o desespero bateu e Jimin não soube o que fazer quando vários médicos vieram socorrer o alfa e ele foi levado às pressas para a sala de emergência.

Uma enfermeira ficou ali com Jimin, ela estava preparando a ficha dos pacientes e no momento tentava lhe acalmar.

— O senhor quer um copo d'água? — A enfermeira perguntou, ao ver que Jimin se segurava para não chorar, com o rosto todo vermelho e o olhar tomado em preocupação.— Qual o nome do-...

— Jeon Jungkook, 26 anos. — Falou com a voz um tanto embargada, enquanto a enfermeira fazia a ficha.

— Tipo sanguíneo? Ele tem alergia a algum medicamento?

— A+ e não, não tem alergia.

— Certo, último detalhe antes de assinar, vocês são amigos ou parentes?

— Sou esposo dele. — respondeu e a beta assentiu, compreensiva, lhe dando o papel para assinar. Quase assinou somente com o nome da sua família, mas se lembrou a tempo e assinou como "Jeon Jimin".

— Aguarde na sala de espera e se estiver se sentindo muito mal, não hesite em pedir ajuda. — Instruiu e o guiou até a salinha onde muitas pessoas estavam. — Trarei notícias do seu marido assim que tiver alguma atualização, senhor Jeon.

Hospital do Campo

11/06 - 9:56

Jungkook abriu os olhos e se encontrou em um ambiente totalmente branco, deixando-o um pouco assustado. Se lembrava vagamente do que tinha acontecido e sentia-se incomodado com algo estranho que estava em suas vias nasais. Algo estava em seu indicador esquerdo e tinha certeza que na mesma mão havia um acesso venoso.

— Você acordou...— A voz de Jimin chamou a sua atenção, ele olhou para o lado, vendo o ômega se aproximar e seus olhos estavam brilhantes, como se segurasse as lágrimas com muito esforço. O ômega lhe abraçou rápido da maneira que conseguiu. — Não faz isso de novo, por favor, não faz.

— O que aconteceu? — perguntou com a voz fraca e se culpou internamente por ouvir a voz do ômega embargada daquela forma.

— Você chegou aqui e o seu corpo começou a queimar. Os médicos te medicaram e você ficou duas horas desacordado e agora estão esperando os resultados dos exames. — explicou e selou a bochecha do alfa, sentindo puro alívio de vê-lo acordado. — Que susto você me deu, Jungkook...

— Me desculpa. — pediu, sentindo seu coração despedaçar por inteiro ao ver a forma como o outro se encontrava. — Que horas são?

— Vai dar dez horas daqui a pouco. — respondeu ao se afastar um pouco, limpando as lágrimas que tinham caído. — Liguei para sua mãe, mas não se preocupe, ela não vai vir para cá.

— As crianças, elas...

— Não sabem, fica tranquilo. — Tirou a franja dos olhos escuros. — Me disseram que você poderia levar horas e horas para acordar, eu fiquei realmente com muito medo. Você estava ótimo de madrugada e aí hoje de manhã...

— Na verdade eu comecei a passar mal eram quatro horas da manhã, mas eu pensei que fosse só um um mal estar. — explicou, sorrindo amarelo na direção do ômega. — Não pensei que fosse chegar a esse estágio e-...

A porta abriu, impedindo-o de terminar de explicar. O médico havia entrado e estava com uma prancheta e um envelope em mãos. Ele pareceu feliz em ver Jungkook acordado.

— Bom dia, eu sou o Dr. Wanger. Como está se sentindo, Sr. Jeon?

— Confuso, mas acho que fisicamente estou ótimo. — respondeu com sinceridade.

— Muito bom, seus exames estão ótimos em comparação às minhas suspeitas. Preciso fazer algumas perguntas para fechar o diagnóstico, tudo bem?

— Certo.

— Anda se estressando muito, se alimentando mal ou descansando pouco?

— Sendo sincero, essa última semana foi corrida, porém minha alimentação segue as instruções de um nutricionista. — Contou e o doutor assentiu, anotando.

— Doutor, não faz muito tempo que ele perdeu a esposa, ela era marcada. — Jimin achou válido comentar e tudo fez sentido na cabeça do médico.

— Quanto tempo faz desde o ocorrido?

— Cinco meses e meio. — O lupus respondeu, mordendo o lábio.

— Sentiu algo parecido nos meses anteriores?

— Não.

— Estranho, você e a sua esposa já tinham perdido contato espiritualmente falando? — Franziu o cenho, confuso.

— Como assim?

— Seus lobos já não estavam mais unidos como um só, já não era a mesma coisa de quando ela foi marcada? — A pergunta do doutor fez o alfa ficar confuso e negar. — Isso é estranho, era para o senhor já ter sofrido ataques como esse.

— Então eu vou continuar tendo isso? — Concluiu aflito, pois se lembrou de como seu corpo inteiro queimava quando chegou ali.

— Até que marque outro ômega e este aceite a marca sim. Mas não se preocupe, irei receitar alguns remédios e eles irão ajudar a controlar. Porém uma hora eles vão parar de fazer efeito. — O médico lhe tranquilizou. — Você ficará em observação por hoje, voltarei mais vezes para conferir como está, tudo bem?

— Obrigado, doutor. — Jimin agradeceu e o médico apenas sorriu saindo da sala.

— Então tudo isso foi por conta do meu lobo? Tá acontecendo o que você me disse que ia começar a acontecer? Isso significa que eu vou morrer? — Começou a questionar assustado.

— Não, não! Se acalme, por favor. — pediu pegando em sua mão. — Eu estou aqui e eu não vou deixar nada te acontecer, você não está sozinho, amor.

— Eu tô com medo Jimin, eu tô com muito medo. — Jungkook confessou, puxando o outro para mais perto e Jimin teve a iniciativa de deitar ao seu lado.

— Não precisa ter, eu prometo que vai ficar tudo bem. — Acariciou seu rosto, tentando passar confiança. — Você só precisa me marcar, não falta tanto para o dia do nosso casamento.

— Eu não posso fazer isso agora?

— Não recomendo. — O ômega falou continuando com o carinho em seu rosto. — Seu lobo no momento, está... está...

— Está?

— Está expulsando o último ligamento que você tinha com a Yoona e eu não sei te explicar o porquê disso. Com a minha mãe foi diferente, quando o pai dos meus irmãos morreu, a mamãe ficou doente após um mês e então ela se casou com o meu pai, mas digamos que ela já sentia algo além do atrativo por ele. — explicou sentindo-se perdido em toda a situação. — Então foi mais fácil.

— Tudo bem, eu entendi. — Tentou se acalmar. — Eu sentia coisas estranhas com o meu lobo quando ela ainda estava viva, mas nosso relacionamento era bom...

— Não sei te explicar, Kookie. — Jimin declarou, mas no fundo sabia sim e a situação já era uma confirmação, porém ainda sim não apontaria o que tinha em mente. — Descansa, eu vou ficar aqui com você.

— Eu sinto uma coisa muito boa quando você está perto de mim. — confessou fazendo o loiro sorrir. — Então fica mesmo.

— Não vou sair, fica tranquilo.

No fim os dois acabaram dormindo, não era recomendado que o ômega dormisse com o outro, mas a cama era espaçosa e Jungkook dormiu se sentindo mais confortável por conta do loiro estar tão pertinho de si e seu lupus pedir a presença do ômega. Jimin acordou somente quando as enfermeiras passavam para trocar o soro do ou dar o medicamento que o médico tinha prescrito. Não disseram nada sobre estarem deitados juntos e suspeitou ser pelo que indicava no prontuário.

Na hora do almoço, Jungkook não queria comer a comida do hospital, porém o esposo lhe fez comer, dando em sua boca e até que não estava ruim, não sabia se era pelo fato de ver a expressão séria do ômega, por estar literalmente o forçando a comer, ou se era porque era gostosa mesmo, talvez os dois.

— Eu preciso ser liberado logo, estamos longe de casa e amanhã é a festa surpresa das meninas. — suspirou frustrado.

— A festa é amanhã às seis horas da tarde, temos tempo. — Consolou deixando um beijo no pescoço livre de manchas. — Sabe, ainda bem que não deixei o seu corpo cheio de marcas.

— Não me lembra da nossa madrugada não, foi bom demais e eu não quero ficar excitado de novo. Você me deixa assim com facilidade. — Jungkook pediu ouvindo Jimin rir alto. — É sério, eu vou ficar duro aqui e você não vai querer resolver.

— Eu resolvi muito bem antes, posso resolver de novo. — Brincou e o alfa fez uma expressão sôfrega.

— Ah não, não vou me lembrar de você me chupando... — Jungkook tentou afastar as lembranças.

— Eu fico contente que tenha gostado, porque faziam anos que eu não fazia. — Jimin falou após olhar para os lados. — Mas não vamos mais falar disso, estamos em um hospital como você mesmo lembrou!

~^•^~

To morrendo de vergonha... meu deus, eu gosto de ler uma putaria românica (por isso eu só escrevo assim, foi mal turma do hot pesadão, eu gosto de glicose, me perdoem) mas vou confessar que eu viro hipócrita na hora de escrever, pq eu queimo de vergonha, dá pra assar um bolo nas minhas bochechas, vou até aproveitar pq o gás tá caro.

Esse capítulo é importante demais na história, ele marca ambos os nossos protagonistas.

Agora eu não tô lembrada quantos encontros eles tem depois desse (me dá um desconto, eu terminei de escrever em Agosto) mas garanto que purpurina não falta no próximo capítulo.

Não tivemos pulguinhas nesse capítulo, olha só, olha que lindo, o Wonho e a Angie não conseguiram salvar o Jimin do lobo do Jungkook, seduzindo ele para a arte de copular.

Enfim, tô falando demais aqui.

Obrigada pelos comentários do capítulo passado e até segunda que vem ❤️

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