Capítulo 5 - Entre conversas e Desabafos

A situação estava cada dia mais tensa, Jungkook gostaria de não sair da Magic Shop naquela noite. Já estava simplesmente tudo resolvido, tinha somente as questões diárias de administração, mas nada que precisasse ser feito naquele momento. Fora que o alfa também estaria dando um tiro no próprio pé, Jiwon lhe proibiu de algo assim.

Suspirou saindo do escritório.

Quando chegou até a recepção, se surpreendeu ao ver Jimin ali, com o bebê conforto nas mãos. Estranhou bastante ao ver o loiro ali, ele deveria estar em casa bonitinho longe da chuva que caía do lado de fora.

— Oh, senhor Jeon eu tentei avisar para esse senhor que você não recebia visitas tão tarde. — A secretaria informou com medo de levar alguma bronca do chefe.

— Está tudo bem Kim, Jimin não precisa de autorização para entrar. — O alfa falou chegando mais perto do ômega e olhando Wonho dormindo todo encolhido. — Vem.

Pegou na mão do ômega, voltando para dentro de sua sala, pegando o transporte do bebê e colocando em cima da mesa, virando para o loiro rapidamente.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou suspirando, estava cansando até pra lembrar que o clima entre os dois ainda não estava bom.

— Eu cansei dessa situação toda. — Jimin respondeu se sentando no sofá que havia ali. Jungkook gelou dos pés a cabeça ao ouvir a sentença do outro. — E antes que me chame de irresponsável, a sua mãe foi buscar as crianças e vai trazer de volta amanhã depois da escola. Deixou só o Wonho sob minha responsabilidade.

— Cansou em que sentido? — Cumpriu os lábios, nervoso.

— No sentido de que a gente brigou por algo besta. — Jimin respondeu rapidamente. — Brigamos por uma cor, por algo que talvez tenha sido influenciado por outra coisa e,... A gente já é bem grandinho pra brigar feito adolescente.  Senta aqui. — Pediu.

Jungkook mesmo estranhando tudo, sentou no local indicado pelo ômega, este que era bem próximo de si.

— Eu não quero cinza no nosso casamento, porque é algo que lembra a sua falecida esposa. — Olhou nos olhos do alfa. — Não tenho nada contra a cor, mas eu me sinto meio intruso na sua casa. Tudo é cinza, não é uma cor que me desagrade, mas não me faz sentir bem, você foi casado com outra pessoa por tanto tempo e não vai dar certo se você ficar se prendendo ao sentimento de que está traindo ela.

Jungkook arregalou os olhos após ouvir a última frase dita pelo o outro. Como ele tinha notado aquilo? Era tão óbvio assim?

— Eu não me importo em cuidar das crianças, gosto bastante inclusive. E a Angie me faz tantas perguntas Jungkook, é tão difícil ficar mentindo para ela, falando que tá tudo bem, quando eu sei que ela sabe que não está. — Suspirou. — Acho que essa situação toda começou por conta do beijo. Eu não parei porque você beija mal ou algo assim, e sim por sentir que você estava se obrigando aquilo, mas você não precisa fazer essas coisas forçadamente... Tem algo bem sério que eu preciso saber se você sabe.

— O que? — O corpo todo de Jungkook estava tenso naquele momento, estava pensando em como faria pra ganhar um processo na justiça e não perder seus filhos.

— Você sabe quais os riscos são de me marcar na cerimônia religiosa? — Jimin perguntou, mas reformulou a pergunta logo em seguida. — Perdão, você tem noção da gravidade deles?

— Em partes, eu nunca parei para pesquisar sobre isso. — Desviou o olhar.

— Você sabe que normalmente para marcar alguém é fundamental ter algo além do atrativo, porém as coisas tem que ser muito mais intensas quando você se casa novamente e uma nova marca é feita. — Jimin começou a explicar, transmitia toda a calma possível ao outro. — E eu estou preocupado com isso. Você já marcou alguém e esse alguém morreu, a conexão com o lobo dessa pessoa ainda existe, então para marcar outro ômega, você precisa no mínimo gostar dele ou dela, ter sentimentos reais sobre ele ou ela. Eu não vou sofrer nada, mas você pode ficar doente, enlouquecer e matar o seu próprio lobo, parece loucura mas é o que acontece. — Suspirou, pegando nas mãos do alfa. — Não quero ver você se perdendo por uma obrigação, muito menos me perdoaria se você fizesse isso e eu não te dissesse os riscos, você tem sete crianças para cuidar.

Jungkook olhou nos olhos do ômega refletindo sobre o que havia sido lhe dito, estava um pouco em choque pelas palavras do outro.

— Eu não quero o seu mal, longe disso. Não quero que me veja como obrigação, mas também não quero que me veja como uma babá, porque eu não sou. Amo cuidar das crianças, mas não foi por isso que me casei com você, isso veio incluso. — Tombou a cabeça para o lado. — Eu aceitei isso tudo, então eu quero que dê certo. Nós podemos fazer coisas que casais fazem, desde que não seja algo forçado. Eu sei que dói ai dentro por você não ter mais ela, porém você não está traindo alguém que já morreu e ela iria querer te ver feliz, Jungkook. Assim como eu sei que seria o seu desejo, se fosse ao contrário.

O alfa sentiu vontade de chorar, chorar mais que o bebê presente ali na sala, pois sentia tudo muito sufocado ali dentro de si. Sentia todo o peso da situação nas suas costas e Jimin tentando resolver as coisas como uma pessoa madura e ainda se preocupando com seu bem estar, fez o alfa desabar. Simplesmente começou a chorar ali, na frente do outro totalmente vulnerável.

Jimin não disse nada para tentar fazer o outro para de chorar, porque via que o alfa precisava daquilo, então ao menos ousou negar amparo quando Jungkook pendeu o corpo para o lado, deitando a cabeça em seu ombro, apenas abraçou o corpo alheios.

Jungkook chorou mais do que no dia em que perdeu Yoona. Foram quase uma hora sem parar de chorar e continuaram na mesma posição, é claro Wonho, como sempre vivia no décimo quinto sono, como todo recém nascido, então ao menos se moveu com os barulhos vindos do pai.

Com o passar dos minutos Jungkook foi se aclamando, bem aos poucos e Jimin achou que o alfa tinha dormido quando por um momento tudo ficou quieto, mas concluiu que não quando os soluços não estavam dando intervalo.

— Se sente melhor? — Perguntou baixinho.

Jungkook assentiu, se afastando do abraço e suspirou se levantando e indo até a mesinha de canto, pegando um copo d'água e tomando de uma maneira rápida. Respirou fundo algumas vezes antes de voltar a se sentar ao lado do outro.

— Me desculpa, me desculpa por ter dito aquilo para você. Eu estava mal por termos discutidos pela manhã, você não é irresponsável. Eu que sou hipócrita, deixei as crianças a Deus dará por meses e procurei qualquer falha sua, me perdoe por isso. — Pediu sinceramente, já cansado e com a voz fraca. — Realmente não é uma boa ideia por cinza no nosso casamento, então o que acha de azul?

— É a minha cor favorita, mas você também tem que gostar. — Jimin falou sorrindo fraco.

— É uma cor que me agrada muito, porém eu acho que combina bastante dourado e branco. — Jungkook olhou para Wonho, verificando se o pequeno ainda dormia. — Você gosta?

Jimin sorriu, passando a mão pelo cabelo. Sim, gostava até demais de dourado.

— Gosto. É uma cor que me agrada muito. — Sorriu, estava aliviado por aquilo ter sido resolvido.

— Ótimo já resolvemos um ponto, falta o outro. — Jungkook sorriu junto ao loiro. — O que acha de sairmos?

— Hoje? — Jimin arqueou as sobrancelhas.

— Não necessariamente, eu digo sair para nos conhecermos melhor, sabe? — Jungkook respondeu. — Ter encontros.

— É uma ótima ideia.

~*~*~*~*

W

onho acordou assim que chegaram em casa e Jimin ficou cuidando do pequeno enquanto Jungkook tomava banho, brincou com o bebê que estava bem disperso. Jungkook saiu do banho e mesmo cansado, tomou conta do bebê junto ao outro, afinal era sua responsabilidade como pai. Wonho somente pegou no sono novamente as duas e meia da manhã.

E foi a hora que Jungkook e Jimin se deitaram para dormir, estava uma noite um pouco fria e Jimin agradeceu mentalmente quando Jungkook lhe abraçou por trás, alfas tinham algo no organismo que lhes faziam sentir menos frio, isso era algo que o ômega sentia bastante inveja, mas ao menos pode desfrutar desse calor.

Eram cerca de oito horas quando o ômega despertou e estava sozinho na cama, enrolou um pouco, adorando o fato de Wonho ainda estar dormindo. Bom foi isso que pensou até resolver se levantar e ir até o Moisés do seu lado da cama e não ter bebê algum ali.

Estranhou, saindo do quarto e indo diretamente para sala, notando que Jungkook estava em casa e que Wonho estava ao seu lado, acordado e olhando tudo curioso, balançando as mãozinhas, estava entre o monte almofadas, entretido com a musiquinha que o rádio tocava.

— Vai mais tarde para a Magic Shop? — Jimin perguntou, ao estar perto dos dois e sentar do outro lado do alfa.

— Não, eu não vou trabalhar hoje. Vou ficar em casa. — Jungkook respondeu calmamente, enquanto olhava o papel em branco. — Estou sem inspiração... — Suspirou, fechando o caderno de desenho.

— Você desenha? — Jimin perguntou curioso.

— Eu sou estilista... ou eu era. — Desviou o olhar um pouco triste. — Faz tempo que não desenho nada.

— Talvez seja só o trauma da-...

— Não, isso não tem nada a ver com a morte da Yoona, Jiminie. — Jungkook tomou o corpo para o lado, fazendo Jimin se suspender um pouco, mas deixou o alfa aconchegar as costas em seu tronco, passando os braços ao redor do corpo do alfa. — Eu não desenho já tem uns dois anos, desde que meus modelos pareciam não agradar mais a quem eu queria. Não sei dizer, mas acho que eu não tenho mais jeito para isso, ela parou de gostar e ela adorava.

— Isso não é motivo para que você parasse, Jungkook. — Jimin falou calmamente, olhando para Wonho. — Jamais devemos parar de fazer algo que gostamos, porque alguém diz que está ruim. Ou porque não gosta, as pessoas tem gosto diferente e se você gosta de criar roupas, não deveria pensar que não leva jeito, tenho certeza que faz modelos lindos.

— Eu posso te mostrar alguns se quiser. — Respondeu pensativo. — Aí você me diz a sua opinião.

— Então me mostre.

— Aqui. — Pegou de volta o caderno e abriu mãe páginas anteriores. — Esses foram os últimos.

— Mas são lindos. — Jimin falou encantado. — Vai ter me perdoar por dizer isso, mas a sua falecida esposa tinha um mau gosto horrível. Como que não tem jeito, olha isso! Se em desenho fica assim, imagina na realidade!

— Gostou mesmo? — Olhou para cima, ganhando uma confirmação afobada. — Obrigada. E eu te perdôo. Não quer tomar café? A Evangeline prepara qualquer coisa.

— Estou com uma estranha vontade de comer panquecas...

— Jimin, pelo amor de Deus, a gente nem transou ainda e você já engravidou? Eu tenho um filho de três meses, tenha dó da minha alma! — Jungkook brincou, arrancando uma risada do outro. — Vou assumir um filho que nem é meu? Por favor, tenha pena de mim!

— Estou grávido sim, do divino espírito santo. — Revirou os olhos. — Só tem como ser dele, visto que eu não faço sexo a uns bons anos.

— Como? — Jungkook levantou rapidamente, virando na direção do ômega. — Como assim? Meu Deus, isso não faz sentido!

— Ue, eu não me deitei com muitas pessoas na minha vida, duas para ser mais exato. O cara que me deixou no altar e um beta com quem me envolvi dois anos depois do ocorrido, mas foi coisa de uma noite. — Explicou e Jungkook lhe olhava desacreditado. — O que foi?

— Você só pode estar de brincadeira! E seus cios? — Perguntou descrente. — Você é bonito e tem um cheiro bom demais para algo assim.

— Eu tomo uns remédios para não deixar os sintomas do cio virem, inclusive eu tô nesse período e tá tudo bem normal. — Deu de ombros. — Você sendo um lúpus não percebeu. E obrigada pelo elogio.

— Você tá no cio? — Jungkook olhou para todos os lados. — Meu Deus, não! Eu até entendo que tem um mês pro meu cio e eu planejava passar ele sozinho, isso claro, até me casar com você.

— Pretendia passar comigo?

— Na verdade, eu pretendo. Claro se você quiser. — Jungkook apertou as mãos do outro. — Mas pelo visto eu vou ter que adiar, podia ter me falado.

— Não acho que transar por agora seja algo necessário, até porque para você é tudo muito recente.

— Jimin, não dá! Como assim cinco anos sem sexo? — Jungkook ainda lhe olhava descrente. — Sei que dá pra viver sem, mas é bom!

— É maravilhoso, mas eu não era casado. — Deu de ombros.

— Mas agora é.

— E a gente vai transar? Só por que eu to no cio?

— Já era pra termos feito se você pensar por um lado. — Jungkook ponderou.

— Jungkook, não precisa se forçar a isso. Eu não tô com dor nenhuma, fica tranquilo. A não ser que você queira mesmo fazer. — Jimin tentava segurar o riso. Se perguntava o quão dualista aquele lupus era. — Eu estou bem, os remédios anulam quase totalmente os efeitos do cio. Eu sinto meu lobo pedindo por alguém, mas não é algo que eu já não esteja acostumado a suportar.

Jungkook sentiu o seu próprio lobo ficar para baixo. Passar o período do cio com alguém era simplesmente incrível, pois os lobos ficavam imensamente necessitados,  então quando tinham um companheiro era como se fogos de artifício fossem soltos em seu interior. Se sentiu mal por Jimin ter que tomar remédios para controlar os efeitos que deveriam ser saciados e não retraídos. E de repente, lhe veio a mente que daqui a algumas semanas seria a sua vez é então duas coisas se passavam em sua cabeça, uma delas é que não teria mais sua esposa e o outro era que não tinha a marca mais, não tinha a ligação de almas e só então notou o quão destruído seu lobo estava.

Seu interior estava em pedaços e as outras coisas em sua cabeça, a tristeza psicológica não lhe deixava ver isso. As palavras do outro começaram a rondar a sua mente, lobos costumam ficar doentes após perderem seus parceiros. Era comum pessoas procurarem outro par o mais rápido possível, pois seus lobos iam morrendo pouco a pouco.

Tinha sete crianças para criar, se seu lobo chegasse num estágio muito avançado, iria lhe levar a morte. Perder a mãe e logo em seguida o pai? Céus, então sua mãe não estava pensando somente nos netos? Estava pensando em si também?  

— Jungkook? — Jimin chamou preocupado. — Hey, o que foi? Você tá tremendo.  

O alfa lhe olhou nos olhos, abraçando o corpo do ômega em seguida, estava com medo, estava com muito medo. Amava sim muito Yoona, mas também amava suas Pulguinhas. O que Yoona diria para si se deixasse aqueles seres tão indefesos órfãos?  

— O que aconteceu? O que eu te disse te assustou? Não precisa se preocupar comigo. — Acariciou as costas do alfa, arregalando os olhos ao sentir a blusa do pijama ficar úmida.

— Eu não quero deixar eles sozinhos. Eu sou um pai horrível... mas eu amo eles, eu não quero deixar eles sozinhos.

— Jungkook, fica calmo. Como assim? Do que está falando? — O ômega estava tentando entender como de uma conversa sobre cio, o outro começou a chorar e falar coisas sem nexo.

— Eu não quero deixar meus filhos sem pai, não quero que eles fiquem se perguntando porque perderam os pais. — Declarou, virando o rosto e enterrando o rosto no pescoço do loiro, fazendo os pelinhos de Jimin se arrepiarem pela respiração quente.

Jimin então tentou ligar os pontos: falar de cio, mencionar lobo e morte? Seria o fato dos lobos morrerem pouco a pouco se não encontrarem outro companheiro?

— Entendi. — Falou subindo a mão até a nuca do outro e acariciando os cabelos daquela região. — Eu prometo fazer o possível para não deixar isso acontecer, mas você tem que me ajudar. Tem que se permitir sentir, Jungkook.

O alfa se afastou de si, com os olhos um tanto vermelhos, intercalando o olhar entre os olhos castanhos e a boca rosada. Se aproximou de forma calma, hesitando um pouco, estava com medo de ser novamente rejeitado, era constrangedor quando acontecia. Porém resolveu tentar, findando a distância entre os seus lábios e os do ômega, pressionado sem pressa.

"Se permita sentir..."  

A frase ecoava em sua cabeça, fazendo-o esquecer todo o resto naquela sala, enquanto tinha uma das mãos sobre o queixo do loiro, fazendo uma pequena pressão indicando o que queria fazer e ficou feliz quando Jimin entendeu, lhe dando a passagem que queria para deixar suas línguas se entrelaçassem.

Sentiu os braços de Jimin lhe puxarem para mais perto, inclinado a cabeça um pouco para trás e as suas mãos deslizaram até chegar na cintura e se ficarem ali.

Dessa vez Jimin não estava se afastando, ou tentando se afastar, inclusive estava adorando bagunçar os cabelos do alfa e sabia que se continuasse assim, os remédios de nada iriam adiantar, mas naquele momento não estava nem aí para esse tal fato, estava mais concentrado e aproveitar a sensação de Jungkook mordendo seu lado inferior e puxar levemente, para depois voltar a lhe beijar novamente.

Para Jungkook estava sendo diferente, a sensação era totalmente outra em relação a primeira vez que se beijaram, estava gostando e não era tão difícil assim não pensar em sua esposa, para falar a verdade naquele momento, ele ao menos pensou naquele hipótese, não pensou nem que tinha um bebê atrás de si, vendo tudo sem entender nada do que estava acontecendo.

— Vovó, eles fizeram as pazes. — Se separaram rapidamente ao ouvir a voz de Angie, olhando para o lado e vendo Jiwon de mãos dadas com a pequena ômega. — Eu acho que atrapalhamos o momento.

— Bom dia Omma. — Jungkook falou, sorrindo quando Jimin escondeu o rosto em seu peitoral.

— Olá Sra. Jeon... — Falou com a voz abafada.

— Nunca fiquei tão feliz de chegar nessa casa. — A ômega mais velha respondeu. — Angie, quer voltar para a casa da vovó e deixar seus papais aproveitarem a reconciliação?

— Eu quero.

— Mas não vai. — Jungkook falou em um tom calmo. — Eu vou ficar em casa hoje, não quer ficar comigo?

— Vai ficar em casa? — A pequena arregalou os olhos, soltando a mão da avó e correndo até o sofá, onde os dois estavam. — Você fala sério, Appa? Não vai trabalhar?

— Hoje não, meu amor. — Sorriu para a pequena, sentindo Jimin se afastar um pouco, ainda um pouco envergonhado. — Vem cá.

— Eu não acredito, isso só pode ser um sonho! — Se colocou no meio dos dois, abraçando o trono de Jungkook. — Papai Jimin faz milagres vovó!

— Você falando assim me faz sentir mal, Angie. — Jungkook falou, acariciando os cabelos claros.

— Eu vou indo, qualquer coisa podem deixar ela e outros lá em casa, inclusive... Junghyon pediu para ficar lá de novo essa noite e convenceu os outros quatro a ficarem de birra também. Só a Angie quis voltar, ela não me ama o suficiente. — Brincou na última parte para descontrair o peso da informação.

— Não! Vovó, eu amo muito a senhora. — Falou rápido. — Amo muito, muito, muito! Porém eu sinto falta de ficar aqui, o Jiminie precisa de companhia, eu cuido do Wonho quando ele fala que vai no banheiro, ou quando ele precisa pegar alguma coisa rapidinho.

— Eu estou apenas brincando meu amor, eu sei que ama. — Sorriu. — Eu trago eles amanhã Jungkook.

— Preciso conversar seriamente com o Junghyon. — Jungkook suspirou. — Obrigada Omma, nos vemos amanhã.

— Podem continuar, viu? A Angie não liga. — Brincou antes de sair.

— Não ligo mesmo, nos desenhos da raiva pelas princesas não darem beijinho no príncipe delas. — Falou negando com a cabeça e saindo do meio dos dois. — Wonho, eu senti sua falta! Appa Jiminie cuidou bem de você que nem deve ter sentido a minha falta.

— Angie, por que seu irmão não quis voltar para casa? — Jungkook perguntou, acariciando as costas do ômega, que de repente ficou um pouco cabisbaixo.

— Ele não gosta do Jimin porque acha que ele está pegando o lugar da mamãe e eu já disse que ele é burro. Porque mãe é feminino, vovó já explicou que é usado para mulheres e o Jimin é menino, então é Appa assim como o senhor, então como ele poderia estar ocupando o lugar da mamãe? Ele é um novo membro na família como o Wonho. Não é Wonho? — Brincava com as mãozinhas do irmão. — Meu Deus, como você baba, isso é ser mal educado, sabia?

— Acho que só a Angie e o Wonho gostam de mim mesmo. — Jimin mordeu o lábio inferior.

— Eu vou conversar com ele. — Jungkook sabia que parte da culpa era sua.

— Conversa, mas não briga. Ele é criança, é normal ele ficar revoltado pelo pai dele ter se casado novamente. — Ainda brincava com os cabelos escuros do outro. — Angie, ele é um bebê e bebês babam bastante.

— Uh, verdade. — Sorriu. — Pai, eu posso pegar ele no colo?

— Ele é um pouco pesado, meu amor. — Jungkook respondeu. — Senta, que eu coloco ele no seu colo.

— Ah assim eu não quero. Queria pegar que nem vocês, mas tudo bem. — Se afastou, tirando casaco fino. — Eu ainda vou poder segurar meus outros irmãozinhos quando for mais velha.

— Outros? — Jimin tombou a cabeça para o lado confuso.

— É os que você vai ter com o papai, serão meus irmãos também, não? — Questionou.

— Ah... sim...? — Respondeu olhando para o alfa,  como se questionasse se a resposta estava certa.

— Se tivermos filhos, sim Angie. — Jungkook respondeu soltando Jimin, e voltando a posição inicial, com as costas contra o corpo do ômega.

— Eu quero mais irmãos, quem sabe não vem outro ômega para me fazer companhia? — Falou animada. — Vocês podiam encomendar um com a tia cegonha, tipo hoje.... Onde será que pede as sementes para por na barriga do Chim?

— A gente pode fazer uma encomenda? — Olhou para cima, vendo Jimin arquear as sobrancelhas.

— Estou no período fértil, mas Wonho é um bebê de três meses e eu não dou conta de ter que cuidar de um recém nascido e um bebê de um ano. Não me pergunte esse tipo de coisa no cio, principalmente depois de me atiçar. — Jimin respondeu baixinho, contra o ouvido do alfa.

— Qual o segredo que eu não posso saber?— Angie perguntou, indo até a estante de jogos, pegando outro quebra-cabeça.

— Coisas de adulto, neném. — Jungkook respondeu, rindo em seguida da expressão que a pequena fez. — Vai entender quando for mais velha.

— Adultos são estranhos...

~^•^~
Tive uns problemas, desculpem pela demora.
Espero que tenham gostado e espero voltar domingo.

Gente, Moisés é um tipo de berço que é usado para recém nascidos, fica ao lado da cama dos pais, normalmente do lada da cama da Mãe.

Bem assim gente, então não tem nada a ver com o tio do Egito que abriu o mar, beleza?

O quanto eu não me seguirei pra não fazer eles transarem? Com tanto tiro Jikook tá sendo impossível fazer um romance demorado. Não que essa fic tenha um romance demorado, but cês entenderam, né?

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top