Capítulo 21 - Um misto de sentimentos

Hello, sim eu por aqui.
Amas não estávamos de Hiatus? Sim, estávamos, mas... Lendo os comentários tristonhos de vocês eu não consegui seguir com a ideia de deixar vocês sem atualização, pois de forma alguma eu iria deixar de escrever. O que eu resolvi foi postar o que falta, já que depois desse são só mais quatro que restam, então boa leitura meus amores e nos vemos nas notas finais!
Ps. Cometem por favor

O tempo que levou até o dia da cerimônia passou tão devagar, entretanto após esse evento tão importante, o tempo passou mais rápido, bem mais rápido. Claro que isso se devia a ausência da ansiedade, agora que a principal insegurança tinha ido embora, Jimin e Jungkook se encontravam em um relacionamento bem estável.

Ainda brigavam? Sim, assim como todos os casais. Pequenas intrigas surgiam ao longo dos dias, mas dessa vez o diálogo era muito bem usado.

Jungkook de fato se considerava muito mimado por Jimin e não tinha a mínima vergonha de ser o mais manhoso da relação, pois era fato que amava os carinhos que recebia, adorava ter a atenção de seu cônjuge pra si, era bom, renovador, ele havia começado de novo, do jeito certo agora. Bom, ele não poderia ser injusto e dizer que desde o começo seu relacionamento era errado, tinha um certo palpite que ao menos no começo, não levava chifres.

Apesar da velocidade que passaram os meses, muitas coisas aconteceram e muitas estavam para acontecer. Jimin ainda tinha alguns detalhes para ajustar em seu livro, já que enfim seria publicado. Já Jungkook, não quis voltar ao cargo de CEO da Magic Shop, assim como seu pai não queria abdicar de tal, o lúpus aos poucos estava voltando a ter confiança no que fazia. Isso se deve ao fato do começo da terapia que estava fazendo, tinha que consultar Seokjin uma vez ao mês, seu amigo estava exagerando, pois atualmente estava muito bem e sequer um resfriado estava pegando. Já seu terapeuta estava lhe ajudando com toda a situação antiga e com a atual.

Era fato que notar estar em um relacionamento abusivo não é fácil, muito menos lidar com a perda de uma pessoa que você amava muito e que ela não era como você achava, era um misto bem grande. Reconquistar a confiança estava sendo um processo demorado, mas no fim valeria a pena, sentir-se melhor consigo mesmo.

Wonho já tinha completado um aninho e ainda estava preguiçoso em relação a andar. Jimin tinha tentado de tudo para incentivar, mas o pequeno não queria nem saber de se pôr de pé e sair correndo, não! Para si era mais legal engatinhar ou se pendurar nas coisas. Tinha sim o corpinho forte, mas parecia não querer arriscar e bem, era esperar o tempinho dele, mesmo que atualmente ele não estivesse no seu estado mais saudável.

As outras pulguinhas estavam bem arteiras, Junghyun estava mais solto, se dava muito bem com o ômega agora, mesmo que ainda fosse bem difícil para si. Era esperar e ter paciência.

Falando em paciência, Jungkook estava tendo bastante consigo mesmo, mudava de ideia a cada segundo sobre a nova coleção que estava planejando, chegava a se zangar. Tinha exagerado naquele dia, não iria negar, pois sim, tinha ficado até tarde planejando e criando um único modelo, já deviam ser umas três da manhã. Estranhou ao entrar em casa e ver que as luzes da sala ainda estavam acesas, Jimin a essa hora deveria estar dormindo.

Andou até a sala, notando Wonho sentando no chiqueirinho, brincando com os brinquedos e olhou para o sofá, vendo Jimin no décimo quinto sono. Era estranho demais vê-lo dormindo com Wonho acordado, mas o pequeno estava doente e sua carinha de sono estava bem notável.

— Uh, você deu trabalho pro papai até ele dormir de tanto cansaço? — Pegou o bebê do chiqueirinho. — Tá morrendo de sono, vem vamos pra caminha.

Levou o bebê até o quarto, trocando a fralda e colocando no berço que tinha ali. Junghyun e os gêmeos dormiam em suas devidas camas, ao menos deram um sinal de acordar quando o alfa ligou a luz. Wonho não demorou a dormir, Jungkook agradeceu por isso, ajeitando as cobertas nas outras crianças e saindo do quarto, indo diretamente para o seu próprio para que tomasse um banho. Depois de já ter se vestido, foi ao andar debaixo encontrando o ômega ainda dormindo.  

Sua expressão estava serena e havia um livro aberto caído no chão. Jimin estava nitidamente cansado, ou não teria dormido e deixando Wonho ali, jamais que o ômega seria irresponsável daquela forma. Com calma andou até o loiro, o pegando no colo. Foi bem devagar até chegar ao quarto e com o dobro de cuidado colocou o loiro na cama já feita. Observou seu amado se ajeitar e sorriu com a cena fofa que se deparou.

Após fechar as cortinas e apagar as luzes, enfim de deitou. Sua cabeça não estava legal, era dia 12 de janeiro, tinha se passado um ano. Apenas um ano, para muitos pode parecer muita coisa, mas céus, foi tão rápido. Claro, não estava sentindo nada que sentiu no ano anterior, era só difícil ainda. Era complexo demais assimilar tudo, todas as informações.

Wonho nasceu; Yoona morreu; passou três meses como um zumbi; sua mãe lhe fez casar com um desconhecido; lidou com várias idas e vindas ao hospital; lidou com as crianças tendo várias reações diferentes; sentimentos e adaptações; descobriu ser traído e que talvez uma de suas pulguinhas não era biologicamente sua.

Muitas coisas para um ano só.

Não tinha como lidar como uma data em branco, atualmente amava sim Jimin em uma proporção que ele sequer conseguia por em palavras, mas passou anos ao lado de alguém que amou muito, mesmo com toda a mágoa e a saudade ter se extinguido, ainda tinha aquele sentimento de que ela tinha ido embora. Claro que as coisas que Yoona fez em sua maioria não deveriam sequer cogitar ter perdão, entretanto Jungkook pensava em como ele poderia culpá-la por ter se apaixonado por outro? Não foi certo, jamais será, mas eles tinham sete filhos e como tirar a convivência de anos de um relacionamento aparentemente perfeito do nada?

Se virou na cama, olhando para o alto. Tinha perdoado ela e esperava que no fim, sua alma pudesse descansar em paz e que de alguma forma ela cuidasse dos filhos que tanto amava de onde estivesse.

Se virou mais uma vez, suspirando fortemente, queria afastar certos pensamentos de si, seria difícil dormir aquela noite.

— Jungkook-ah, tem algum bicho te mordendo? — A voz rouca e sonolenta de Jimin soou e Jungkook se repreendeu por o ter acordado.

— Desculpa. — Pediu, se aproximando do outro e abraçando seu corpo quentinho debaixo das cobertas, sentindo Jimin se aconchegar a si. — Volte a dormir.

— Wonho...

— Tá dormindo. Pode descansar, meu bem. — Deixou um beijinho nas madeixas claras, aproveitando para sentir o cheiro de pêssegos em calda do outro. Deus, como amava aquele cheiro. Lhe trazia uma calmaria sem outra igual.

— No trabalho-...

— Shiiii! Realmente pode dormir, amor. — Sabia que o outro estava sentindo que não estava bem, mas Jimin necessitava descansar. — De manhã conversamos.

O ômega então desistiu de lutar contra o sono, apenas grudou seu marido, sentindo o corpo naturalmente mais quente que o dele e principalmente o cheiro cítrico maravilhoso que o alfa tinha. Sentia a mão dele lhe fazendo carinho nas costas e foi então que assim embarcou no mundo dos sonhos, mesmo que estivesse sentindo aquela pequena angústia vindo de seu parceiro.

~*~

Acordou muito cedo, ainda não tinha amanhecido, era inverno afinal. Porém ao olhar no relógio, e constatar que ainda eram cinco horas da manhã, suspirou, ao menos sabia que tinha dormido o necessário. Olhou para a pessoa ao qual estava agarrado, Jungkook tinha olheiras embaixo dos olhos e não parecia estar em um sono tranquilo, sabia disso, mesmo que não tivesse a marca para mostrar, saberia só por já conhecer muito bem seu marido.

— Kookie. — Chamou um tanto sem coragem de o acordar, mas ele estava franzindo muito a expressão. — Amor, acorda.

Jungkook deu um leve solavanco, apertando o ômega em seus braços por reflexo.

— Jimin... — Suspirou olhando ao redor, tentando recompor os sentidos. — Bom dia, amor. — Bocejou, escondendo o rosto no pescoço alheio, deixando um selar na pele exposta do lado esquerdo.

— Com o que estava sonhando?

— Coisas ruins. — Respondeu, tentando recuperar o sono e voltar a dormir. — Não vou trabalhar hoje, vou ficar agarradinho à você.

— Eu, você e o Wonho, vai ser bem legal. — O loiro riu, ao sentir o alfa resmungar. — Paternidade é isso.

— Não gostei. — Respondeu deixando vários beijinhos pelo pescoço de seu amado, virando aos poucos ficando por cima dele. — Vamos voltar no tempo e impedir que eu seja pai.

— Acho meio impossível, mas podemos tentar. — Riu divertido, entrando na brincadeira. — Por que está se sentindo assim?

— Hoje é dia 12 de janeiro, meu bem. — Lembrou. — Faz um ano... não queria estar assim, também não quero que você pense besteira do tipo-...

— Eu entendo, eu sei que não é fácil. — Sorriu de forma compreensiva, lhe olhando nos olhos. — Vai ao cemitério?

— Tenho que levar as crianças, Junghyun quer ir. — Explicou. — Te pedir pra ir comigo é errado?

— Não, não é. — Respondeu com sinceridade. — Talvez se eu não soubesse que você me ama, eu me sentisse inseguro, mas eu sou o amor da sua vida, então tá tudo certo. — Fingiu se gabar, ganhando um riso nasalado em resposta. — Vou pra te dar apoio, por mim eu colocava fogo no túmulo.

— Meu Deus, quanto ódio.

— Não mandei ela fazer quem eu mais amo nesse mundo sofrer, problema é dela.

— Eu sou o que você mais ama nesse mundo? — Jungkook perguntou, com um sorriso de orelha a orelha.

— Claro que é. — Colocou ambas as mãos no rosto do alfa, selando seus lábios demoradamente. — Quem mais seria?

— Sei lá, Wonho?

— Seria injusto, afinal eu tenho sete filhos, se esqueceu? — Justificou. — Fora que são coisas diferentes, você é o meu maior amor.

— Eu vou chorar.

— Sinta como eu me senti no dia do nosso casamento! — Relembrou. — Mas eu tô falando muito sério, eu amo você como nunca amei ninguém antes.

— Amo você. — Se abaixou beijando novamente os lábios cheinhos de maneira suave repetidas vezes. —  Você é tão gostoso...

— Já se olhou no espelho? — Sussurrou contra os lábios alheios, passando os braços pelo pescoço do alfa e juntando seus lábios para um beijo verdadeiro agora, deixando com que suas línguas brincassem de forma que matassem a saudade que estavam sentindo um do outro.

Trocaram alguns beijos lentos, até o ômega deslizar as mãos pelas costas do alfa, até chegar na barra de sua blusa puxando para cima. Jungkook não pode deixar de sorrir contra o ato, o ajudando a tirar a peça com agilidade, para então, voltarem a se beijar.

Já estavam começando a ficar animados, quando ouviram um choro bem estridente e se separaram, suspirando.

— Paternidade... — Sussurram em uníssono.

Ambos se levantaram e foram até o quarto das crianças, Dawon e Jiho estavam capotados, porém Junghyun estava perto do atual berço de Wonho, tentando acalmar o bebê que estava de pé, apoiado nas grades.

— Eu juro que ele que acordou. — Falou antes que fosse acusado de algo.

Jimin sorriu, negando com a cabeça, como quem dizia um "tudo bem" e foi até o berço pegando Wonho, saindo do quarto e deixando Jungkook ali com o alfinha.

— Acordou por conta dele ou já estava acordado? — Perguntou, não hesitando em pegar o menino nos braços e levar até a cama. Observou Junghyun se aconchegar entre as cobertas. — Tá tudo bem?

— Eu acordei e não estava conseguindo dormir. — Explicou. — Hoje é o dia em que a mamãe morreu, não é?

— É sim, meu bem. — Se deitou ao lado do pequeno. — Sei que não é fácil e que sente falta dela.

— Por que as pessoas morrem, pai? — Perguntou abraçando Jungkook, procurando algum conforto, não demorando para se sentir abrigado pelos braços do pai.

— Porque a vida é feita de ciclos, um dia eu também vou morrer, todos nós vamos. — Contou. — E daremos lugar para que outras pessoas possam viver, para que outras histórias sejam criadas.

— Morrer dói? Eu não quero morrer.

— Não sei como responder isso, mas eu não acho que morrer doa, deve ser como dormir, só que sem acordar. — Suspirou. — Sua mãe está em paz, ela está olhando por você e por seus irmãos lá de cima. E você ainda vai demorar a morrer pequeno, tem muita coisa pra viver, desde que você cuide da sua saúde física e mental, vai dar tudo certo.

Junghyun ficou um tempo em silêncio, após assentir mostrando seu entendimento pelas palavras do pai, antes de tornar a perguntar: — Você não irá se matar não é papai? Ouvi você dizer que graças ao psicólogo você não iria se matar.

— Ei não pense nessas coisas, sim? Você tem ido ao psicólogo e está tudo bem. Eu estou bem e não, você não vai me perder. — Sentia o medo vindo do outro. — Papai tá aqui, amor.

Sentiu as lágrimas do pequeno caírem contra seu peito desnudo e suspirou, não podia impedi-lo de chorar, de desabafar, mesmo que fosse uma tortura para si ver o seu bebê chorando.

— Tá tudo bem. — Reforçou acariciando levemente as costas do filho. — Vamos ir visitar o túmulo de sua mãe hoje, você poderá levar flores pra ela se quiser.

A resposta veio num sinal positivo com um sacudir de cabeça. Jungkook ficou alguns minutos ali, ouvindo o filho chorar baixinho e fungar algumas vezes, até que não ouviu mais nada e ao olhar para o rostinho enterrado em seu peito, notou o pequeno dormindo, sorriu com a ação, deixando um selar nos cabelos escuros e se afastando devagar. E antes de sair do quarto, lhe arrumou a coberta.

Encontrou Jimin sentando no chão, vendo Wonho brincando com as formas, entre suas pernas. O ômega olhou para si, quando sentou longe desse, de frente para Wonho.

— Vem com o papai. — Jungkook chamou com os braços, atraindo a atenção do pequeno, que lhe olhou curioso e quando ia engatinhar o alfa falou: — Não, não. Vem de pé.

Wonho olhou para Jimin, que riu da cara de confusão do pequeno. Colocou as mãos na cintura do bebê, lhe colocando de pé e segurando em suas mãos.

— Vamos ver se sai esses passinhos! — Brincou o ômega, ajudando Wonho a andar só até onde seu braço alcançava e nisso Jungkook lhe chamava com os braços. — Vai sem medo, pode ir. — Sorriu olhando as íris meio acinzentadas que tomaram lugar das Jabuticabas do pequeno, piscou então, mostrando o seu ômega para o bebê. — Vá até o papai.

— Pode vir, não vou te deixar cair. — As orbes do lúpus estavam amarelas e Wonho sorriu, parando de hesitar e soltando o dedo do ômega, quase caindo no processo, mas já estava perto o suficiente de Jungkook para o alfa lhe segurar. — Aish, coisa linda! — Balançou o bebê no ar devagar, ganhando uma gargalhada. — Pelo menos está sorrindo, fala: tô doente, mas tô feliz, papai! — Colocou o bebê de volta no chão, de pé novamente. — Agora vai até o Appa Jiminie, vai.

— Vem, com papai, vem! — Estendeu os braços e Wonho sorriu, indo até o outro com certa pressa pelo medo de cair e chegando até o loiro. — Uhu! Conseguiu! Viu como não é tão difícil, meu bem?

— Papa! — Exclamou ao se virar sozinho em seu próprio eixo e olhar para Jungkook.

— Meu Deus... meu Deus... — Jungkook colocou a mão no peito de forma dramática. — Ele me chamou, Jimin eu ganhei! Eu sempre soube que ele preferia a mim. — Brincou feliz e um tanto emocionado, pois era meio que a primeira palavra compreensível que Wonho falava. — Primeiros passinhos e evolução na fala, aí eu não aguento de amor!

— Jungkook! — Jimin riu, mas ele próprio estava emocionado. — Você é um traidorzinho mesmo, eu quem cuido de você 24 horas e você prefere ele na cara dura? Magoou! — Wonho lhe olhou como se estivesse confuso.

Como se o pensasse: "Não entendi, papai!"

E foi rindo da expressão do bebê que continuaram a estimular Wonho a continuar a andar, tentando distrair o bebê.

~*~

Cemitérios não são nem de longe um lugar agradável para se visitar, principalmente com sete crianças, mas era importante trazer. Os mais novos não entendiam bem o que se passava, mas ainda sim estavam tristes pois sentiam que tinham que ficar. Já os mais velhos como as trigêmeas e Junghyun pareciam entender bem que ali embaixo estava o corpo de sua mãe. Olhavam para o túmulo a alguns minutos, Jimin estava com Wonho no colo, o pequeno sequer sabia aonde estava, então estava babando em seu ombro, bem quietinho, olhando para Jungkook que tinha o olhar fixado na lápide.

— Eu espero que você esteja bem aí, Omma. — Angie se pronunciou, arrumando as flores que estavam ali. — Sentimos sua falta, mas estamos bem.

— Papai está dando conta de cuidar da gente. — Somin completou, disse abraçando a ômega de lado.

— Então por favor, descanse em paz. A gente ainda briga de vez em quando, mas estamos aprendendo a resolver as coisas sozinhos. Jimin tem ajudado bastante nisso, você não o conheceu, mas ele é uma ótima pessoa. — Jungwa abraçou as irmãs.

— Omma, eu prometo dar o meu melhor para ser um bom irmão mais velho. Acho que a senhora não aprovaria o meu comportamento de uns meses atrás, mas eu vou melhorar! Eu...

Jungkook parou de prestar atenção no que o filho dizia, quando olhou para trás em um momento e viu algo que lhe deixou surpreso, mas feliz. As crianças ficariam felizes quando notassem. Com cautela, saiu de lá e andou na direção da Ômega que estava a algumas lápides de distância. Os cabelos da mulher ainda eram grandes e escuros, seu rosto era delicado mesmo que as expressões da idade já pudessem ser notadas. Era como olhar para uma réplica, uma irmã gêmea, todavia era apenas a mãe de Yoona.

— Senhora Lee. — Jungkook se curvou brevemente diante da moça. — Eu não vejo a senhora já tem muito tempo.

— É bom revê-lo querido. — Ela sorriu docemente. — Da última vez que te vi, faz exatamente um ano. Você se casou de novo, pelo que eu vejo.

— Ah sim. — Jungkook respondeu um tanto desconfortável.

— Não fique assim, eu não estou te acusando, querido. — Suspirou ao dizer. — Eu na verdade tenho que te pedir desculpas, por talvez um mal que minha filha tenha lhe causado... acho que por isso não consegui visitar meus netos nos últimos meses. Eu queria conversar com você antes, mas a coragem me faltou.

— A coragem ou o-...

— Ele já não está mais na minha vida, agora vive na cadeia, onde sempre foi o lugar dele e agora eu sou uma ômega livre. — Ela tinha um pesar na fala e Jungkook assentiu, compreensivo. — Quando minha filha partiu, eu não encontrei mais forças para continuar. Como sabe, eu sempre continuei por ela, afinal quem daria alguma garantia a ela se por acaso vocês acabassem? E eu preferia, o que ela fez com alguém tão bom quanto você... é verdadeiramente imperdoável.

— Eu não tenho raiva dela, senhora Lee. Eu acabei refletindo muito e talvez se eu conhecesse o Jimin por obra do destino e ela estivesse viva... eu cheguei a conclusão que provavelmente iria me apaixonar por ele e foi o caso dela, ela se apaixonou por outro, claro não justifica, mas fazemos loucuras por amor. — Informou.

— Ela não lhe fez só esse mal, querido. Você sempre foi alguém tão bom para ela, totalmente diferente do que o pai dela foi para mim. — Suspirou desviando o olhar. — Sinto que errei com ela, eu poderia ter feito coisas para evitar tudo isso, para evitar que ela se tornasse como ele, acho que dê tudo... ela apenas não te batia. Eu me ceguei, eu tive medo... não queria que ela voltasse para casa com as crianças, com você estavam seguros. — Voltou a olhar para o alfa. — Apesar de eu mesma ter errado nisso, você não é obrigado a me ouvir, mas coloque a Angie para estudar, ela merece ter uma cabeça diferente da minha, diferente da mãe dela.

— Jungkook... — O alfa se virou para trás, vendo Jimin lhe olhando curioso.

— Amor, essa é a Angel, ou senhora Lee, mãe da Yoona. — Apresentou. — E Sra.Lee esse é  Jimin, meu marido.

— É um prazer. — Os dois faltam em uníssono.

— Jungkook... este é o Wonho? — Perguntou olhando para o bebê já grandinho no colo do ômega.

— É sim. — Foi Jimin quem respondeu, de forma simpática.

— Posso pegar? — Pediu com os olhos ternos, Jungkook assentiu e Jimin se aproximou, passando o bebê para os braços da ômega. — Oi meu bem, você cresceu tanto... é a segunda vez que eu te vejo, céus... como o tempo passa. — Estava emocionada por ver o neném ali, fortinho em seus braços. — Tenho uma raiva de todos parecem com o seu pai, injusto! — Brincou com o bebê e ele riu, pela careta que ela fazia. — Está tão lindo, meu bem. Pelo menos com vocês ela não errou tanto.

A mulher parecia se culpar pelo que aconteceu e não podiam fazer nada quanto a isso, ela era a mãe de Yoona e não seria Jungkook que conseguiria tirar isso da cabeça da mais velha.

— Vovó! — Jiho correu até a mesma, abraçando sua perna de forma animada. — Que saudade da senhora!

Não demorou muito para as outras pulguinhas irem até si de forma animada e Angel apertar cada um deles em seus braços, ficando muito feliz em rever seus netinhos. As pulguinhas tinham ficado eufóricas, afinal era mais uma vovó que gostavam muito, ela era muito carinhosa com todos os sete.

Foi um reencontro demorado, porém logo se encontravam em casa; Jimin, após dar banho em Wonho, estava lhe trocando. Jungkook entrou no quarto, se jogando na cama e fechando o caderno de desenhos.

— Entediado? — Jimin perguntou, terminando de fechar os botões da roupa do bebê, lhe colocando em cima da cama, fazendo o bebê pegar os brinquedinhos que tinham ali e começar a se distrair.

— Estressado, meu pai quer que eu faça uma contribuição com a linha da Lalisa e eu tô só o pó para isso. — Falou massageando as têmporas. — Eu ainda não voltei a ser como antes e ele me coloca essa responsabilidade.

— Você está pronto sim, apenas está inseguro. É normal, como acha que eu estou faltando tão pouco tempo? — Perguntou ao alfa, se deitando e limitando a passagem de Wonho.

— Uma pilha de nervos. — Jungkook respondeu, olhando para o bebê que estava distraído, quase se deitando e dormindo. Já tinham até perguntando ao pediatra se era normal ele dormir assim, mas ele disse que era apenas uma característica do bebê. Ele gostava de dormir. — Mas você vai ser considerado um ícone para a literatura, amor.

— Que Deus te ouça. — Sorriu para o outro. — Jungkook posso te fazer uma pergunta?

— Pode me perguntar qualquer coisa.

— Sabe, quem escolheu o nome da Angie? — Perguntou curioso.

— Yoona, a gente tinha combinado no começo da gravidez se viesse um ômega ela escolheria, se viesse alfa eu escolheria, no fim nós dois escolhemos. — Explicou. — Está perguntando isso pelo nome da minha ex-sogra?

— É... ela chama Angel, eu achei coincidência. — Se justificou. — Ela parece ser uma pessoa muito querida.

—  Ela é. — Jungkook sorriu. — Minha mãe gosta dela.

— É, realmente ela é uma pessoa querida. — Sorriu pois era irônico, já que Jiwon parecia sempre estar certa sobre o caráter de cada um.

~*~

Dois dias tinham se passado e Jimin tinha saído da sala do pediatra com Wonho a uns minutinhos, estava agora esperando a doutora entrar na sala e lhe dar os resultados do seus exames de rotina. O médico  tinha pedido um hemograma para o bebê, já que ele estava doente, às vezes era algo mais grave que uma gripe, resolveu se prevenir, foi então que Jimin aproveitou para pedir exames para Minhyoon, afinal era sempre bom saber se estava tudo certo em seu organismo.

— Me perdoe te chamar e sair da sala, tive que resolver uma coisa rapidinho. — Se desculpou, sentando em sua cadeira, pegando o envelope com os resultados. — E então Jiminie, algum motivo para ter pedido os exames? Ou só rotina mesmo?

— Graças às forças divinas só rotina. — Respondeu olhando para Wonho, brincando com o mesmo enquanto a doutora olhava os resultados.

— Triglicérides normal, colesterol ok... — Minhyoon resmungava para si mesma, até que bateu o olho em algo que lhe fez arregalar os olhos brevemente.

— Aí meu Deus, eu tô com câncer? Diabetes? — Olhou preocupado para a alfa. — Minhyoon...

— Você realmente não sentiu nada? — Ela olhou para ele, surpresa. — Nada, de nada? Dores de cabeça? Sono? Náuseas? Ganho de peso?

— É... não, tá tudo bem normal. — Suspirou dando de ombros. — Por que? — Tombou a cabeça para o lado.

— Seus níveis de Beta HCG estão bem altos. — Jogou a notícia no ar calmamente e o ômega riu, como assim?

— Está me dizendo que eu estou esperando um bebê? Isso é impossível. — Declarou rindo e negando, mas a expressão da médica não mudou. — Você me assustou.

— Meus parabéns papai. — Declarou se levantando. — Venha minha graça, vamos iniciar o Pré-natal.

— Minhyoon... eu tô esperando um bebê? — Perguntou se levantando e à seguindo.

— Cadê a Soyeon? — Se perguntou enquanto olhava para os lados, a alfa tinha comentado que queria ir para casa e só voltar mais tarde, pois a neonatologista não tinha mais pacientes no dia de hoje e só iria preencher mais uns relatórios. — A achei. — Sorriu contente, indo até a morena. — Mulher!

— Nossa, você foi rápida na consulta. — Soyeon falou um tanto surpresa.

— Na verdade, meu paciente agora é seu paciente. — Explicou saindo da frente e mostrando o ômega atrás de si.

Soyeon arqueou a sobrancelha, mas fechou a prontuário e chamando ambos com a mão, indo parar em sua sala.

— Minhyoon pega o bebê, inclusive ele é uma graça. — A alfa pediu e logo teve seu pedido atendido, entregando os exames para olhar rapidamente. — Pode de deitar, senhor Jeon.

Jimin atendeu, ainda processando a informação. Ele não estava esperando um bebê, estava? Bom esperou Soyeon escrever algo no que deveria ser um novo prontuário ou algo relacionado ao pré-natal.

— É o seu segundo bebê? — Perguntou passando o gel na barriga do ômega, era bem geladinho.

— Primeiro... — Respondeu num sussurro.

— Pode ficar tranquilo. — Sorriu compreensiva. — Deixa eu ver... cadê você? Uh, olha só que lindinho. — Sorriu ao olhar no monitor. — Você não teve nenhum sintoma?

— Não... eu nem sequer engordei... — Suspirou.

— Isso é mais em relação ao líquido amniótico, fica tranquilo. É que eu tenho duas bombas para você. — Soyeon declarou, já tinha entendido o que estava acontecendo ali.

— Duas?

— A primeira delas é que você já está no quarto mês de gestação e a segunda, acho melhor você ouvir. — Sorriu ao ver a reação do outro, quando pode ouvir os batimentos bem altos. — Sim, tem dois batimentos aqui.

Okay, Jimin tinha que processar muita coisa de uma única vez. Era a hora de sentar e respirar fundo, pois ele tinha ganhado uma bela bomba em cima de si, não estava grávido de um bebê, mas sim de dois.

Sabe quando alguém te dá uma notícia que você sai da Terra até outra galáxia de tão reflexivo que fica? Pois bem, era o estado do ômega naquele momento. Por Deus, estava grávido e de gêmeos, seria errado xingar seu marido na frente das doutoras?

— Já dá pra saber o sexo? — Minhyoon perguntou, vendo o estado antônimo de Jimin.

— Não, estão com vergonha. — Ela respondeu de forma calma. — Mas logo logo vai dar.

Jimin agradeceu, pois pelo amor de Deus era muita informação, muita coisa jogada em cima de si. Céus, ele foi ali verificar seus exames de rotina, não fazer um teste de gravidez, sua cabeça estava a mil. Sentia-se tenso, muito tenso.

Soyeon lhe explicou os detalhes do pré-natal, os cuidados que deveria ter, as vacinas que tinha que tomar e coisas com as quais não deveria se preocupar. O loiro não conseguiu evitar de perguntar para a doutora sobre como era possível estar esperando um bebê, se mesmo casado, ele tomava os supressores, – claro que ele não contou para a mesma, que antes ele não tinha relações com nenhum alfa– e a mesma lhe explicou que poderia acontecer, como antes do cio o processo de ovulação era rápido, podia ter sido uns dias antes ou depois, variava muito.

Ele não ia mentir que saiu do Hospital, com Wonho querendo brincar e ele apenas segurou o bebê em seus braços ignorando um pouco o que ele tentava fazer. Não, ele não estava fazendo por rejeição e sim porque, pelo amor de Deus, ia ter dois bebês! Dois! D-O-I-S!

Sabia que sua família também tinha tendência a gêmeos e Jungkook também tinha, o que esperava não é mesmo? Ainda bem que veio com o motorista e não brincou com a sorte e ele mesmo veio dirigindo.

— Pra casa senhor? — O motorista perguntou e Jimin negou com a cabeça.

— Vamos para casa do Taehyung.

Não era novidade para o moço ir até a casa do amigo do ômega, já que Jimin vivia indo para lá. Notou que o loiro estava estranho, mas não tinha porque perguntar, seria invasivo demais. Yoona tinha lhe dito uma vez "não pergunte da vida de seus patrões, não é da sua conta!", desde então ele nunca perguntou novamente.

Chegaram a mansão em que Taehyung morava, já que o ômega tinha todo um luxo devido a riqueza de seus lindos alfas. Era conhecido por ali, então entrar com Wonho sem precisar de autorização era fácil. Encontrou seu amigo jogado no sofá, parecendo pensativo.

— Tae! — Chamou animado, como se não estivesse fora da Terra em relação a seus pensamentos. — Onde estão meus sobrinhos?

— Jiminie! — Taehyung sorriu ao ver o ômega ali. — Estão bem com os pais deles, passa essa coisinha gostosa pra cá!

Jimin riu, se sentando no espaço que agora disponível e deu o bebê para o ômega, que brincou com Wonho por uns minutos. Taehyung parecia lhe querer falar algo e ele também queria falar, mas o silêncio prevalecia por ali, era estranho.

— Eu tô grávido! — Falaram ao mesmo tempo e arregalaram os olhos assim que notaram a notícia vindo um do outro.

— Como? — Jimin perguntou. — Mas Hoseok ou Yoongi entraram em um acordo?

— Meu Deus, como assim você tá grávido? Quando? Jimin... — Taehyung estava em choque e Jimin lhe olhou e mandou falar primeiro. — Não, meses atrás eu disse que não ia mais ter bebê nenhum por aqui. Daí eles pararam de brigar, mais ainda ficou aquele clima, estavam bem, mas não estavam. Eu não passei o cio com nenhum dos dois, mas... eu transei com os dois em dias diferentes. Tipo um dia chegou o Hoseok aqui, todo trabalhado no fogo e no outro o Yoongi, eu desconfiei que estavam aprontando alguma, mas eu não podia simplesmente xingar ele sem provas e agora, estou eu aqui, grávido de quatro semanas.

— Eu tô de quatro meses mesmo. — Jimin respondeu meio sem pensar e recebeu um olhar incrédulo. — Eu soube hoje, aliás não tem nem uma hora que eu descobri. Eu  vou ter dois bebês, dois Taehyung!

— Porra, gêmeos? — O ômega colocou a mão na boca. — Olha...

— Eu não tive sintoma algum, eu tava sempre bem disposto, só de noite que ficava um pouco mais cansado, mas eu cuido de sete crianças durante o dia, então eu achei que era isso e era isso. — Suspirou. — Eu vou ser pai, digo... já sou, mas você me entendeu. E pelo amor de Deus, como você vai contar para eles?

— Tô cogitando tirar ele. — Taehyung respondeu, sincero. — Eu não quero mais motivos para brigas, Hoseok e Yoongi já não estão tão bem e se for do Yoongi, Hoseok surta, se for do Hoseok, Yoongi infarta! — Suspirou derrotado. — Mas eu não sei se consigo, é uma vidinha dentro de mim, tá crescendo e amo tanto as minhas três jóias... não sei se tenho coragem de matar a quarta.

— Taehyung, ele não tem culpa de nada. — Jimin relembrou. — Seu bebê não tem culpa de nada que os pais dele fazem. Hoseok e Yoongi que se resolvam, qualquer coisa, você vai morar comigo!

— Vou arrumar minhas coisas! — Taehyung falou de imediato arrancando um sorriso do ômega. — E você?

— Eu não tenho muita opção, é ter ou ter. — Suspirou. — Mas eu tô com medo, tô com muito medo, Tae. Eu não sei como é encarar uma gestação, tudo bem que eu sei como cuidar de um bebê, afinal eu sempre ajudei você e eu quem cuidei do Wonho desde os três meses de idade dele. Além de lidar com duas crianças de cinco, três de oito e uma de quase dez. — Olhou um tanto perdido para o outro. — Mas eu tenho medo, nenhum deles saiu de mim, tipo... quando for pra nascer, a dor que eu vou sentir... e se der algo errado? E se eu por acaso sofrer alguma complicação e-...

— Jimin se acalma. — O acastanhado pediu. — Não fica pensando nos riscos, vai dar certo, tá bom? Fica calmo. Você vai conseguir, o parto? Relaxa, ainda tem tempo e acredite, uma gestação parece demorar uma eternidade, depois que nasce passa voando, mas durante a gestação? Pelo amor de Deus, o tempo para. Então fica tranquilo, você vai ter tempo para se preparar, vai ficar tudo bem.

— Taehyung, as pessoas ficam felizes quando descobrem uma gestação, porque eu não sinto essa felicidade? — Perguntou um tanto choroso. — É errado eu não querer isso?

— Oh meu amor, vem cá. — Colocou Wonho sentadinho no chão e puxou Jimin para seus braços. — Tá tudo bem, nem sempre estamos prontos para isso, na gravidez da Cristal eu demorei para amar ela, eu só senti o amor que falam por aí, quando eu vi o rostinho dela e senti ela nos meus braços. Claro, eu me sentia feliz porque ia ter um bebê, mas isso é de pessoa para pessoa, não fique tenso quanto a isso. Tudo no seu tempo, meu bebê!

— Aish Tae, eu te amo! — Apertou o acastanhado em seus braços. E foi quando sentiu a mão do outro em sua barriga.

— Então, vai começar a crescer disparado... só pra avisar mesmo. — Sorriu sapeca quando Jimin arregalou os olhos. — Depois é muito exercício físico para recuperar esse corpinho.

— Taehyung não me deixa mais paranóico do que eu já estou! — Jimin suspirou. — E eu falei sério em você ir morar lá em casa se necessário.

— Pode deixar, qualquer coisa eu jogo eles da escada. — Gargalhou. — Mas e aí, você não deveria ter contado pro Jungkook primeiro?

— Então, eu só espero que ele não surte. — Respondeu sincero.

~*~

Quando o ômega entrou em casa, Evangeline estava terminando de tirar a mesa do jantar. É talvez ele tivesse demorado bastante na casa do outro ômega.

— Senhor! — Ela sorriu ao lhe ver. — Que bom que voltou, Sr. Jungkook estava preocupado com vocês. — Avisou. — Gostaria de comer algo?

— Não precisa Evangeline, fico agradecido, mas eu já jantei. — Explicou e a beta assentiu. — As crianças não estão por aqui?

— Foram dormir, eles tem um projeto muito importante e brincaram bastante o dia todo. — Contou. — Céus, fizeram uma bagunça no jardim, senhor.

— Eu imagino. — Andou em direção às escadas. — Evangeline, você pode ir descansar.

— Ainda tenho que tirar o pó de alguns livros da biblioteca, senhor.

— Você pode deixar isso para depois, descanse por favor. E amanhã quero conversar com você sobre um aumento, você trabalha tanto que às vezes eu me sinto incomodado. — Declarou enquanto subia as escadas com cuidado, afinal estava com Wonho nos braços.

— Mas o Sr. Jeon me paga muito bem. — Ela tombou a cabeça para o lado.

— Sei que sim, mas você é quem sempre socorre a gente. Então vou retribuir de alguma forma. — Foi a última coisa que o ômega disse antes de sumir pelos corredores.

— Ele é tão gentil. — Comentou a empregada sorrindo contente. — Não que a senhora Yoona não fosse, mas não chega nem aos pés do senhor Jimin.

— Falando sozinha, Evangeline? — Sua colega perguntou, tirando os pratos sujos de sua mão.

— Apenas pensei alto...

Jimin passou rapidamente pelo quarto dos meninos apenas para deixar Wonho no berço e aproveitou para arrumar a coberta nos três pestinhas adormecidos ali. Fechou a porta com cuidado e passou no quarto das trigêmeas, observando se estavam todas dormindo e sorriu ao realizar que sim.

Quando entrou em seu quarto, não encontrou Jungkook, deveria estar no ateliê, afinal já era tarde para estar trabalhando. Suspirou passando no closet pegando a roupa de dormir, aproveitando para tirar os brincos e pulseiras que usava. Quando estava na porta do banheiro começou a se despir e ao invés de ir tomar um banho de banheira como sempre preferiu, optou pelo chuveiro.

Tentava ignorar o fato de saber que estava grávido, pois era estranho saber que estava de quatro meses, principalmente quando saiu do banho e se olhou no espelho, se virando de lado e vendo um volume pequeno demais, como tinham dois seres ali? Céus, era estranho demais pensar que dois seres estavam se desenvolvendo dentro de si.

Passou a vida toda querendo ter filhos e era fato que quando ficou noivo, imaginava engravidar uns seis meses depois do casamento, tinha imaginado uns dois filhos com Dongha, o alfa também sempre conversava consigo sobre filhos e demonstrava indícios de que seria um bom pai.

Só que agora Jimin estava confuso, pois não se sentia feliz com aquela gravidez e não estava sendo como o imaginado, pois não teve aquele amor incondicional quando soube. Era deveras estranho, pois meio que já era acostumado a cuidar de crianças como se fossem seus filhos, se era capaz de amar quem não gerou como seu, por que logo os que se desenvolviam em si, não lhe despertavam isso?

Não era como se pensasse em tirar, até porque agora os bebês já tinham o sistema nervoso, estaria matando seus filhos. Pensar que foram quatro meses os quais não teve indício nenhum, nenhuma desconfiança. Fazia exercícios, cuidava de crianças, esforço e até mesmo bebia! Aquelas crianças definitivamente eram guerreiras, afinal é comum na primeira gravidez perder o bebê, por isso o primeiro trimestre é o mais complicado.

Pensando por um lado, queria sim ter filhos com Jungkook, no caso, queria sim passar por uma gestação e dar essa alegria para o alfa, afinal Jungkook vivia dizendo que queria ter cinco filhos consigo e Jimin não gostava da hipótese de passar por cinco gestações, mas não negava o desejo do outro. Céus, são suas pulguinhas, talvez fosse um desejo um tanto egoísta, mais como uma competição dentro do relacionamento a última esposa do alfa.

O balde de água fria que tomou quando não sentiu aquela sensação de amor intenso por seus bebês, mesmo depois de ouvir aquele lindo som dos coraçõezinhos, não sentiu. Talvez fosse um monstro, talvez estivesse sendo um sem coração e estava se julgando tanto por isso. Hyosun ficará tão animada e eufórica quando descobriu a gravidez... por que com ele era diferente?

Pensava nessa criança daqui a um tempo, Wonho mais grandinho e poder ter um tempo sem bebês para se preocupar e aproveitar com o alfa, mas agora isso já não seria mais possível e restava aceitar que teria dois bebês.

Estava terminando de abotoar a blusa do pijama, quando sentiu sua cintura ser envolvida com cuidado e beijos serem depositados em sua nuca com carinho.

— Fiquei preocupado... — Jungkook confessou baixinho, migrando os beijinhos para o pescoço do ômega, o fazendo tombar a cabeça para o lado e dar mais espaço para o carinho que recebia. — Aconteceu algo?

— Acabei passando a tarde com o Taehyung, perdi meio que a noção do tempo enquanto conversamos. — Explicou, deixando um suspiro de prazer sair dos seus lábios quando o alfa beijou sua marca. Sentiu o outro sorrir contra sua derme, quando levou a sua destra até os cabelos escuros e deu um leve aperto. — Me desculpe por não ter avisado.

— Que isso, eu só realmente fiquei preocupado já que você foi levar o Wonho no médico e não voltou. — Puxou devagar o lóbulo da orelha do loiro, após terminar a fala. — Sabia que eu amo seu cheiro?

— Sabia sim. — Sorriu todo bobo apaixonado. Jungkook era um manipulador, isso sim! Lhe deixava mole em seus braços facilmente. — Mas você pode falar o quanto quiser, da mesma forma que pode ficar falando que me ama, eu não vou reclamar.

— Tudo bem, minha preciosidade. — Virou o outro de frente para si. — Veja bem, você vai ser todinho meu agora.

— Quando é que eu não sou todinho seu? — Indagou em um sussurro contra os lábios do alfa, após passar os braços ao redor do pescoço deste.

— Quando eu tenho que te dividir com as crianças e principalmente lutar pela sua atenção com o Wonho. — Jungkook respondeu, selando os lábios cheinhos demoradamente. — Só preciso saber se está cansado.

Jimin tencionou o corpo, não conseguiria transar com o alfa sem contar para ele da gravidez antes. Seria estranho para si, não sabia como planejar uma surpresa bonitinha, até porque ele não estava animado com a ideia.

— Kookie... eu... tenho uma coisa para te contar.

— O que seria? — Perguntou, fazendo uma expressão doce, prestando atenção.

— Você vai ser pai de novo. — Jimin soltou a bomba, de uma vez na lata, fazendo o alfa dar uma leve arregalada nos olhos.

~^•^~
Aposto um beijo que ninguém aqui esperava por isso!
Jiminie tá gravindinho sim, finalmente, uhuuuuuu!
Bom gêmeos de novo, Jungkook gosta de multiplicar muitos por vez né?
E então, casal, 2 meninas ou dois meninos?
Alfas ou ômegas?
(Descartei o beta pq o Jungkook é um lúpus e o Jimin não tem nenhum beta na família)

A fearlxss me marcou um dia nessa foto e disse que era o Wonho, quem sou eu pra discordar irmãos?

Bom, eu quero muito agradecer vocês por todos os comentários de apoio, por todas as lindas mensagens que eu recebi vinda de vocês. Eu sou realmente grata pelo carinho que vocês me dão e eu vou me lembrar de cada uma das vossas palavras, viu?

Gracias por quem se voluntariou a betar as minhas histórias.
Se tiver algum erro nesse capítulo foi porque ele tava escondido, ele foi revisado quatro vezes. A primeira por mim, a segunda pela pessoa que lê os capítulos antes de qualquer um, o bebê @Rafis, a terceira bela beta a neném da Darkgraywolf (deixo aqui um agradecimento mais que especial a essas duas nenéns!) E a última por mim também.

Aprontando o momento, gente queria dizer, na verdade pedir que se você se incomoda com certos erros, por favor tenta evitar ficar falando, pois as vezes (muitas da vezes no meu caso) o corretor altera sem eu sequer perceber. Eu estudo de manhã e eu atualizo geralmente a noite, como vocês sabem, as vezes eu tô com sono e reviso mais por cima sabe? Escrever toma muita coisa da gente e por mais que seja algo que me dê um prazer gigantesco ainda cansa sim.
Pensar em diálogos não é fácil, pensar no que por nós parágrafos e desenrolar um capítulo não é algo que eu digite em uma hora.
Fora que alguns comentários podem fazer a gente se sentir bem mal, tomem cuidado pela forma com a qual vocês falam, pq se não eu vou ser xingada de mau educada de novo pq eu respondi com ironia um comentário. Eu não tenho sangue de barata gente.

De toda forma eu amo vocês e o capítulo 22 já tem 3k de palavras, ele não demora a sair, eu acho... Mas bem, agora não depende só mais de mim, então talvez demore mais do que antes, espero que consigam me compreender.

Tão Recém Casados que chega meu coração falha.
Não tenho Sapoiler pro próximo, amo vocês e fui!

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