Capítulo 16 - Fotografia
Às vezes o tempo parecia ser o nosso maior
inimigo, porém parecia ter parado naquela semana. Uma semana se passou desde que Jungkook tinha saído do hospital e tudo tinha voltado a rotina normal, o alfa estava trabalhando na Magic Shop, Jimin ficava com as crianças e escrevia seus livros feliz da vida. Estavam acertando os detalhes sobre a mudança, ainda não tinham escolhido nenhuma casa por hora e também não tinham comunicado a ninguém sobre a decisão do alfa.
As pulguinhas estavam descansando depois de um período de provas e Angie parecia cada vez mais focada em aprender, era lindo ver como a loirinha aprendia rápido. Falando em Angie, a pequena se revirava na cama, não estava conseguindo dormir. Seus irmãos estavam todos no décimo quinto sono, a ômega então desceu na cama, andando em passos lentos até o quarto onde seus pais dormiam. Girou a maçaneta, notando que Jimin estava sozinho no quarto, Wonho dormia no Moisés. Foi em direção ao ômega, este que dormia de forma serena e suspirou, não sabendo se deveria ou não fazer algo assim.
- Jiminie... - Mexeu em seu braço tentando lhe acordar. - Papai, acorda.
- Que foi Angie? - Jimin perguntou sonolento, ainda de olhos fechados.
- Eu estou sem sono, vê desenhos comigo? - Pediu tímida.
Jimin resmungou, às vezes queria não ter casado com ninguém e poder dormir uma noite sem alguma interrupções. Abriu os olhos se espreguiçando, se levantando com calma. Sorriu para Angie, passando a mão pelos olhos. Quando se levantou, foi até Wonho ajeitando a coberta e olhando o bebê resmungar um pouquinho pela chupeta ter caído de sua boca, posicionou com calma vendo ele se acalmar e suavizar a expressão.
- Vem. - Estendeu os braços para Angie, pegando a ômega no colo, pegou também uma cobertura da cama, levando até o andar de baixo, ligando a televisão em um dos canais infantis. Se sentou no sofá, em forma de índio e Angie sentou em seu colo, sendo envolta pelas cobertas e sorrindo contente. - Só um pouquinho, pois era pra senhora estar na cama.
- Eu sei, me desculpe te acordar. - Sorriu simples. - Mas eu gosto muito da sua companhia Jiminie e eu estava com medo.
- Tudo bem. - Bocejou, fazendo carinho nos cabelos loiros não prestando atenção no que o desenho mostrava.
- Jiminie, como sabemos tantas coisas da Era humana?
- Livros que foram enterrados e estudos em cima desses livros, tem fósseis, modificações demais no planeta que mostram mais ou menos como foi. - Explicou.
- Entendi, os humanos eram bem evoluídos, não?
- Em muitos aspectos, já em outros não.
- Humanos beijavam seus amigos também?
- Como assim?
- É que passou um desenho hoje de manhã e o moço beijou a amiga dele. É normal beijar amigos não é, tipo você beijaria o tio Tae? - Indagou, parecendo se lembrar de algo.
- Não meu benzinho, a gente só beija quem a gente gosta, por exemplo, eu não poderia beijar o Taehyung, porque gosto do seu pai. Eu tenho um relacionamento com ele, seria errado beijar o tio Tae. - Explicou e a menina olhou pra cima de olhos arregalados.
- Então a mamãe fazia coisas erradas? - Angie perguntou, fazendo Jimin ficar duplamente confuso.
- Angie, me explica. Eu não estou te entendo. - Jimin pediu, a cabeça quase explodindo.
- É que eu me lembrei que a um tempo atrás, bem antes do Wonho nascer, a vovó me deixou aqui em casa e eu não encontrei a mamãe me esperando aqui, então eu subi pro quarto e escutei uns barulhos estranhos. - Tombou a cabeça para o lado. - Tipo um "HM, mais, mais, mais! Vai tigrão!" e ai, eu bati na porta, a mamãe abriu a porta, com os olhos arregalados e ela vestia tipo roupa íntima, cheio de rendinha. Tinha um moço na cama. - Explicou tentando se lembrar dos detalhes. - Daí ela disse que eu não deveria estar ali e eu perguntei quem era o moço, ela disse que era um amigo dela e porque ele tava sem roupa na cama do Papai, e ela respondeu que eles eram amigos. Hoje eu vi no desenho e me lembrei disso, e como você fala coisas diferentes das que a mamãe me dizia, então eu queria saber sobre isso. Então a mamãe fazia coisas erradas?
- É... não, não sei te responder isso meu anjo, desculpe. - Abraçou mais o corpinho pequeno, Angie disse que estava tudo bem e voltou a olhar para a televisão um pouquinho confusa.
Os minutos se passavam e as palavras ecoavam pela cabeça do ômega, ao menos sentiu a presença de outro alguém.
- Uh, estão acordados? - Jungkook estranhou, assim que entrou na sala.
- Eu já estava indo dormir. - Angie respondeu descendo do sofá indo até o pai, lhe abraçando as pernas e depois foi em direção as escadas. - Boa noite. - Sorriu indo em direção ao quarto. Jimin estranhou a pequena querer subir tão rapidamente.
- Aconteceu algo? - Jungkook perguntou se sentando no sofá.
- Não, nada. Ela só não estava conseguindo dormir e bem, eu fiquei fazendo companhia pra ela. - O ômega respondeu, tentando ser imparcial devido a informação que tinha tido. - Você demorou...
- Desculpa é que eu me empolguei um pouquinho na criação de um modelo, não queria sair antes de terminar. - Explicou, chegando perto do rosto do outro e depositando um selar em seus lábios. - Eu senti sua falta hoje.
- Eu também senti a sua. - Jimin sentiu as bochechas esquentarem. Levou as mãos até a gravata do alfa, desfazendo o nó da mesma somente para tentar pensar em outra coisa que não fosse o que Angie tinha lhe contado. - Está satisfeito com o resultado?
- Estou feliz demais com ele. - Jungkook estava transbordando em felicidade. - Eu fiquei tanto tempo sem criar Jimin, que isso é simplesmente libertador. - Passou os braços ao redor da cintura do ômega, lhe abraçando fortemente. - Obrigada, amor.
Jimin acariciou os cabelos da nuca do alfa, sentindo uma dor em seu peito.
- Eu fico muito contente. - Falou com a voz embargada, Jungkook arregalou os olhos e se afastou um pouco. - Eu fico muito feliz em saber que você voltou a criar, porque você não merecia que isso fosse arrancado de você...
- Mas hey, por que você está chorando? Qual é o problema meu bem? - Secou as lágrimas do ômega. - Está tudo certo agora, não está? Você me ajudou nisso e eu sou muito, muito grato a ti por isso. - Deixou vários selares pela bochecha do ômega. - Mas você me parece triste, mesmo que diga estar feliz. Me conta o que se passa, Junghyun voltou a implicar contigo? As crianças te falaram algo?
Jimin negou em resposta a todas suposições, apertando Jungkook em seus braços.
- Eu só odeio do fundo do meu coração a sua falecida esposa, me perdoe, mas eu odeio ela. Ela nunca mereceu você, nunca! - Jungkook tinha ficado realmente preocupado naquele instante, o que tinha acontecido?
- Tudo bem, mas ela já morreu, certo? Agora ela não está mais aqui, está em outro lugar e meu marido agora é você. Daqui dois meses e três semanas vamos ter o nosso elo findado, então ela é meu passado e você é o meu presente e futuro. - Jungkook ainda se sentia mal ao pensar em Yoona quando se lembrava das palavras de Seokjin para si, mas tentava superar aos poucos. - Toma banho comigo? Eu não vou trabalhar amanhã e nem depois, então a gente pode passar o dia juntos. Amanhã vamos ter a sessão de fotos para as fotos que vão ficar expostas no salão de festas e depois ficamos só nós dois, sim?
Jimin assentiu, ainda abraçado ao alfa. Não conseguia crer no que Yoona fazia com Jungkook, não tinha porque fazer aquilo com ele. O alfa ficou colado a si até o caminho do banheiro, via a expressão preocupada do moreno, mas tentou se acalmar enquanto tiravam as roupas. Jimin já tinha tomado banho, porém não negaria contato algum com o outro.
- Você é lindo sabia? - Jungkook perguntou quando ambos já estavam dentro do box, debaixo do chuveiro.
O ômega então sorriu abraçando o tronco do alfa. Tentou se focar somente no homem a sua frente e usou a raiva que estava sentindo da megera a seu favor. Retribuia todos os toques do alfa da forma mais intensa possível. As mãos passeavam de forma afobada pelos corpos, enquanto as línguas brincavam juntas. O som dos toques, beijos, gemidos e nomes citados eram todos abafados pelo som da água caindo pelo chão.
Não estava nos planos de Jungkook transar com o outro no banho, Jimin deveria estar cansado assim como ele próprio, porém tinha sido maravilhoso se enterrar dentro do ômega, enquanto tinha a cabeça bem seu pescoço, ouvindo os gemidos baixinhos serem pronunciados contra seu ouvido, se deliciando em apertar as pernas bonitas e gostosas que se encontravam entrelaçadas ao redor de sua cintura.
Com certeza chegar ao clímax no foi a melhor parte, Jungkook sentiu seu lobo uivar dentro de si e céus, queria demais que o dia do casamento chegasse logo e pudesse marcar o ômega, pois já sentia que Jimin era seu ômega, assim como era o alfa dele.
Saiu do banheiro junto do outro, ambos já vestidos com as roupas de dormir. Jimin apenas olhou Wonho no berço, antes de se deitar tendo o alfa se aconchegando em si.
- Bom saber que podemos usar a madrugada para transar. - Jungkook se sentia muito feliz, era como se seu lobo nunca tivesse entrado em crise anteriormente.- Amo fazer amor contigo.
- Eu também amo. - Jimin acariciava os cabelos molhados do alfa. - Amo muito. - As palavras do ômega também eram para o alfa em si, mas Jimin não se sentia pronto para se declarar ainda.
- Me deixa fazer mais uma roupa pra você? Um modelo só pra você? - Jungkook perguntou e Jimin riu.
- Pode sim, pode fazer quantos você quiser. - O ômega respondeu sorrindo. - Eu amo suas criações, lembra?
- Você fica me fazendo sentir coisas no estômago, maldade! - Jungkook declarou risonho.
- Não é maldade. - Se aconchegou no outro. - Eu só falei a verdade.
- Três meses Jimin, céus como eu sobrevivo a três meses? - Perguntou. - Três meses de ansiedade pura.
- Desconta a ansiedade em algo. - Deu de ombros fechando os olhos.
- Já estou descontando, desconto te enchendo de beijos. - Declarou antes de deixar vários beijinhos pelo rosto do outro.
~*~
A casa estava uma bagunça, pela manhã às crianças não queriam ir para a escola, por motivos de preguiça extrema. Jungkook literalmente lhes forçou a ir, enquanto Jimin arrumava Angie e Wonho, eles iriam a sessão de fotos com os dois noivos, pois Jiwon estava resolvendo algumas pendências e não poderia ficar de babá.
Saíram de casa, por volta das nove, prontos para irem até o sítio onde a sessão seria realizada, Angie cantava musiquinhas distraindo Wonho no banco de trás, enquanto Jimin observava os dois no banco da frente. Pararam no ponto de encontro o qual combinaram com Taehyung, o loiro tinha pedido ao amigo que fosse consigo para ajudar a cuidar das suas crianças.
Após uma hora dentro do carro, chegaram ao destino. A equipe de fotógrafos já estava toda lá, organizando os melhores lugares para as fotos.
- Yug, que saudade! - Jungkook abraçou o amigo, que correspondeu rapidamente.
- Não pude fotografar o aniversário das trigêmeas, mas jamais que eu falharia no seu casamento. - Declarou quando se afastaram.
- Tio Yugyeom! - Angie correu na direção do alfa, estendendo os braços e pulando em si. Yugyeom riu, pegando a pequena nos braços e dando um abraço apertado.
- Aí que saudade da Ômega mais linda desse mundo! - Angie gargalhou, feliz em ver Yugyeom.
- Você não foi mais nos visitar, tio. - Fez uma expressão emburrada.
- Sua mãe disse que não me queria mais lá, pois eu levava seu pai para o mal caminho.
- Ah tio, depois que eu conheci o Jiminie, não dá pra levar as coisas que a minha mãe falava a sério. - Deu de ombros, arrancando gargalhadas do alfa e fazendo Jungkook olhar na direção do ômega, que apenas as virou para Taehyung, brincando com Wonho que estava no colo do outro ômega.
- Ah sim, o Jiminie. - Yugyeom andou até ômega. - Muito prazer em conhecê-los. Kim Yugyeom.
- É um prazer te conhecer, sou Kim Taehyung. - Sorriu balançando Wonho que riu animado da brincadeira.
- Par- Jeon Jimin. - Sorriu, quase saiu o Park por questão de costume, mesmo. - Jungkook nunca me falou de você.
- É que ele é um ingrato. - Respondeu bem humorado, colocando Angie no chão. - Vão se aprontar que temos várias e várias fotos pra fazer.
Andaram até dentro da casa que havia ali, as maquiadoras já estavam a postos, Jungkook foi o primeiro a se sentar e se deixar ser maquiado, enquanto Angie ocupou a outra moça porque estava animadinha e queria tirar fotos também, Jimin riu pegando Wonho no colo, fazendo Taehyung tomar a liberdade de arrumar seu cabelo.
- Uh, lugar estranho papai. - Jimin olhava para o bebê que fazia careta. - Fazer careta dá ruga mocinho!
Wonho deu um gritinho descontente, fazendo os presentes na sala rir.
- Birrento que nem o pai. - Jimin alfinetou Jungkook.
- Exatamente, como você. - Jungkook lhe olhou travesso e Jimin quase pegou a primeira escova que viu e atirou contra o alfa, porém tinha um bebê nos braços e não iria correr o risco de machucar o pequeno.
- Um casal completo já. - Yugyeom comentou enquanto arrumava as configurações de sua câmera. - Se bem que se fosse a mecreteia, o Jungkook nunca na vida ia rebater a provocação.
- Mamãe era mecreteia? O que é mecreteia? - Angie ficou confusa em relação palavra usada.
- Olha é ruim, bebê. - Yugyeom nem ligava que estava falando da mãe da garota. - Sua mãe era moça abusiva.
- Yugyeom, você está falando da mãe dela. - Jungkook lembrou. Tudo bem falar mal de Yoona na sua frente, mas Angie ainda era uma criança e amou sim muito a mãe que teve. - Por favor!
- Ah Jungkook, quando estava viva eu não podia falar, agora eu não vou segurar a língua não. - Declarou. - Eu ainda não me esqueci que você parou de falar comigo por que a víbora mandou.
- Eu não parei de falar com você.
- Uhum, claro. Então me ignorava nos eventos, não foi a nenhuma festa que eu te convidei, não foi mais na minha casa e muito menos saiu comigo quando eu mais precisei de você, por o que? Três anos? Aquela mulher era um encosto na sua vida.
- Então foi a mamãe que fez você não ir me visitar mais? - Angie perguntou, com uma cara de quem iria chorar. - Então a mamãe era tão ruim assim?
- Sua mãe era outra pessoa longe de você, bebê. - Chegou perto da ômega pegando em sua mãozinha. - Ela pode ter sido boa pra você, mas foi um monstro na vida do seu pai.
- Yugyeom, por Deus! - Jungkook estava ficando nervoso, principalmente depois que a loira começou a chorar. - Não podia falar essas coisas depois?
- Não, ela tem que saber que tipo de pessoa a mãe dela era.
- Ela tem oito anos! - O lúpus praticamente rosnou, se levantando e pegando a menina no colo, indo para um lugar afastado, se sentando com a pequena em seu colo. - Não liga pra ele neném.
- Appa... a vovó estava certa então? - Perguntou tristonha. - Mamãe era uma ômega ruim... e pessoas ruins não merecem ser amadas, elas fazem mal a outras pessoas... eu não deveria amar ela.
- Sua mãe já foi ruim pra você? - Indagou em um tom calmo e a pequena pareceu pensar.
- Mamãe não me deixava estudar, Appa... - Apontou.
- Sua mãe foi criada em costumes antigos, neném.
- O Jiminie também foi... - Lembrou, se encolhendo no colo alheio.
- Sim, mas a família do Jimin sempre foi mais aberta quanto a essas questões, sabe? Mas além disso, a sua mãe já foi realmente ruim para ti? Te maltratou? Ela te amava muito, independente da pessoa que ela era. - Sorriu para a loirinha, que pareceu murchar.
- Mamãe parecia não gostar mais tanto de mim quando estava esperando o Wonho, Appa. - Se encolheu mais.
- Não, não! Sua mãe te amava Angie, sempre te amou. Você sempre foi a menininha dela, a única ômega no meio de seis alfas, a mais fofa, mais compressiva, mais cheia de energia, mais carinhosa, ela sempre foi grudada em você. Gravidez é complicado, mexe muito com o nosso interior, Wonho não foi nem um pouco planejado, não esperávamos outro bebê depois de cinco anos, mexeu muito com a sua mãe. Yoona pode ser o pior ser humano do mundo, mas entenda que se tem algo que ela sempre, sempre amou foi você e seus irmãos. - Explicou, mesmo sentindo como se uma faca atravessasse seu peito naquele instante. - Não está errada por amá-la, ela é sua mãe e te amou muito, seja lá onde ela estiver ela ainda te ama princesa. Você saiu de dentro dela, ela acompanhou o seu desenvolvimento, sentiu o seu chutinho e eu vi ela chorar de emoção por isso.
- Mas o Jiminie também me ama, Appa. E ele não me teve dentro da barriga dele.
- Mas amar não tem rótulo ou fórmula, meu bem. Você considera o Jimin como seu pai?
- Claro que sim, Jiminie é meu Appa também, eu amo ele, principalmente porque ele te faz feliz, ele te faz sorrir Appa. - Confessou com um brilho nos olhos. - E você não sorria como um coelhinho já tinha muito tempo, mamãe não te fazia sorrir assim mais...
- E você odeia a sua mãe por isso?
- Não sei dizer, Appa. Eu odeio pessoas ruins e se a mamãe foi uma pessoa ruim, como todo mundo diz, então eu deveria odiar ela, não?
- Nem tudo é preto no branco, Angie. - Explicou. - Como eu disse, ela te amou e cuidou de você, você ama ela e eu vejo isso, está apenas chateada por conhecer um outro lado dela. Você ainda é uma pulguinha novinha demais pra entender certas coisas, por hora mantenha a imagem da mãe amorosa que você teve, deixe para se preocupar sobre ela ser ruim ou boa para mais tarde, está bem?
- Tudo bem, Appa. - Sorriu. - Eu acredito no que o senhor me diz, mamãe e eu nos amávamos... mas você também amava ela?
- O que você acha?
- Eu não sei mais, não depois de ouvir tantas coisas ruins sobre ela. - Confessou. - Acho que a minha concepção de amor estava errada.
- Onde aprendeu a falar assim? - Jungkook riu surpreso.
- É que eu escuto muito o Jiminie falar com a mãe pelo telefone, vovó Jihyun parece ser uma alfa bem formal. - Sorriu travessa e ouviu uma gargalhada do alfa.
- Eu amei muito, muito mesmo a sua mãe, Angie. - Respondeu. - Mas não me pergunte se ela me amava, pois eu já não sei responder a isso.
- Uh, certo. - Pareceu um tanto confusa. - Desculpa ter chorado appa.
- Não tem problema algum chorar. - Declarou e a ômega lhe abraçou apertado. - Eu amo você pequena.
- Eu também te amo, papai. - Respondeu se soltando e saltando do colo do alfa, voltando pra dentro da casa, mas não sem antes sorrir para o ômega parado no batente da porta. - Vai falar com ele, Appa Jiminie.
Jungkook olhou pra trás, encontrando o de cabelos loiros com os braços cruzados, sorriu simples e então o ômega andou calmamente até se sentar ao seu lado.
- Você ouviu tudo?
- Nos últimos meses normalmente sou eu quem tenho essas conversas com a Angie, mas dessa vez eu não saberia o que dizer a ela. Você é um pai incrível, sabia?
- Não sou não, amor. - Olhou nos olhos castanhos do outro. - Tenho muito o que melhorar ainda.
- Jungkook, eu posso não tocar no assunto, mas eu sei que ou o Jin te falou algo ou algo aconteceu na sua viagem para Londres, pra você literalmente mudar totalmente em relação a Yoona. - Suspirou. - Não quero te forçar a me contar nada, nem se abrir comigo, você pode fazer quando estiver pronto, mas em relação a ela você mudou drasticamente, você mandou tirar todas as fotos dela de casa, antes se eu falasse algo você dava um jeito de fingir que não ouviu. E agora você falou dela pra sua filha como "Se tem alguém que a sua amou, foi você". Se passar por cima da sua própria mágoa e não deixar a sua filha ser influenciada por ela, não é ser o melhor pai do mundo, então o que é?
- Assim que a minha cabeça estiver 100% certa, eu explico tudo pra você, mas eu mesmo ainda não sei muito o que tá acontecendo, sabe? - Ganhou um sinal positivo como resposta. - Mas você também é um pai incrível, já fez isso tantas vezes com ela.
- Eu ainda sou um bebê na paternidade, eu entro em desespero interno muitas vezes, mas preciso manter a calma pra não desesperar as crianças, eu apenas tento, mas aprendo muito com você.
- Comigo?
- Uhum, você às vezes é um pouco mais rígido, em outras mais flexível e principalmente é sempre pensando com carinho em cada uma das suas pulguinhas. - Contou e Jungkook mordeu o lábio, todo bobo com o que estava ouvindo.
- Aí Jimin, as vezes eu quero te matar de tanto amor! - Passou os braços ao redor do corpo do ômega, lhe apertando fortemente. - Bendita seja minha mãe. Jimin, quero ter mais cinco filhos com você.
- Jungkook eu não aguento parir tanta criança não. - Gargalhou ganhando beijinhos no maxilar, dados pelo outro.
- Mas quer ter filhos comigo? Biologicamente falando?
- Quero. - Respondeu. - Mas não por agora.
- Ah poxa, ia dizer que podíamos providenciar a fabricação de um, nesse momento. - Brincou.
- Ah não, não dá. Eu tenho que estar na melhor forma, me caso daqui três meses.
- Ia ser muito lindo você grávido na cerimônia. - Comentou. - Mas Wonho é um neném ainda, nossa vida tá uma bagunça, não tô pronto pra encarnar mais hormônios loucos.
- E eu muito menos. - Declarou fechando os olhos, e aproveitando dos beijos alheios contra a sua pele. - Vamos entrar, vai. Temos uma sessão de fotos para fazer.
~*~
Passar o dia tirando fotos é cansativo, principalmente quando o fotógrafo era perfeccionista, céus Yugyeom tomava cuidado com cada detalhe e tinha ideias malucas, malucas. A ideia maluca do alfa, aconteceu um pouco antes do pôr do sol, onde usaram o andar de cima da casa para fotografar, basicamente foi algo que o alfa sempre quis fazer, faziam anos e anos que tivera essa ideia, Jungkook tinha concordado, mas Yoona não, pois dessa vez Jimin concordou numa boa. Fazer fotos de casal, nus em uma cama, em várias posições diferentes, com os lençóis tampando suas intimidades. E teve uma delas que Jungkook faria um quadro gigante, pois achou a foto maravilhosamente linda.
Era basicamente ambos trocando olhares, com os corpos perfeitamente encaixados e os narizes se tocando em um beijo de esquimó.
Taehyung não aguentavam mais distrair Angie, a menina era curiosa demais, queria ver, mas não lhe deixavam, então o acastanhado tinha que cuidar de Wonho e distrair a loirinha. Quando tudo finalmente acabou e todos estavam em suas devidas casas, Jimin se jogou no sofá e Jungkook se jogou em cima de si, após deixar Angie adormecida no outro sofá e Wonho no bebê conforto, acordado brincando com um mordedor.
- Foi cansativo... - Jungkook comentou, com os olhos fechados, suspirando longamente, ganhando um cafuné gostoso do ômega. - Eu vou dormir assim.
- Pode dormir. - Falou em um tom doce. - Você precisa descansar, não faz muito tempo que o senhor se recuperou de uma pneumonia.
- Eu já tô bem, você me faz bem. - Jungkook estava relaxado, tinha uma das mãos acariciando a coxa direita do ômega, com a mão esquerda. - Sem roupa é mais gostoso de tocar.
- Não estamos sozinhos pra você estar falando dessas coisas. - Falou deixando um beijo no topo da cabeleira escura.
- Sabe Jimin, quando escolhermos nossa casa, a primeira coisa que eu quero fazer é fazer amor com você em todos os cômodos. - Confessou com tom baixo e malicioso.
- Nem escolhemos a casa ainda e você já tem desejos em relação a ela? - Perguntou quando o alfa levantou a cabeça para lhe olhar nos olhos.
- Uhum, em relação a você eu não preciso de muito, uma fagulha já vira um incêndio. - Selou os lábios cheios de forma demorada. - Acho que quero uma casa mais afastada, com a natureza mais a nossa volta.
- Não tendo cinza, por mim tá ótimo. - Sorriu fechando os olhos, pronto para beijar o outro, sentindo seus lábios se roçarem nos do outro.
- Como assim mudar de casa?
Se afastaram rapidamente, após ouvir a voz de Junghyun, Jungkook saiu de cima do ômega e Jimin ficou em pé ao seu lado.
- A memória da mamãe está aqui, o senhor não pode querer tirar isso da gente. - Protestou.
- Junghyun, eu...
- Tirou os quadros dela, não fala mais dela... o senhor dizia que ela era o amor da sua vida e agora fica se engraçando com esse aí, como se ele fosse ela. Como se ele fosse parte da nossa família e agora quer tirar o que me lembra dela? As memórias da minha mãe? Como você pode mudar tanto? Como pode trair ela?
- Já chega! - Surpreendentemente, não tinha sido Jungkook quem gritara e sim o próprio ômega. - Cala a merda da sua boca. Cansei, cansei de você me tratar como se eu fosse nada, como se eu não tivesse sentimentos, ou como se estivesse fazendo algum mal pro seu pai. É bom você lavar bem essa sua boca antes de falar alguma coisa de mim, ou insinuar que seu pai trai a sua mãe, você não sabe de nada, você sequer sabe o que é traição de verdade, é uma criança mimada, que só pensa em si mesmo! Eu fico muito feliz em saber que você não se sente deslocado dentro desta casa, mas seu pai está se sentindo sufocado. Você não tem ideia de merda nenhuma que acontece na vida dele, porque está mais preocupado com uma defunta do que com o fato do seu pai ter ido parar no hospital e quase ter morrido! Fui eu quem vi médicos contendo as dores dele, fui eu quem vi ele chorar, que testemunhei ele sentir medo e dores que ele nem sequer consegue descrever. Você pode me odiar o quanto quiser, mas diferente de você, eu vejo o quanto Jungkook está quebrado por dentro e não, eu jamais vou ser Yoona, sequer quero isso, como eu poderia querer ser alguém que fez tanto mal pro meu marido? Eu cansei de ver você tratando seu pai dessa forma por minha causa, você não é obrigado a me aceitar, mas é obrigado a pensar no bem dele tanto quanto ele pensa no seu. - Despejou todas as palavras, deixando todos ali chocados, as lágrimas já desciam por seu rosto, estava ofegante e o sangue parecia começar a esfriar depois do surto.
Angie acordou no susto, totalmente chocada com o que acontecia, seu irmão estava em choque, Wonho estava fazendo cara de choro, Jimin chorava e Jungkook parecia não saber ao certo o que fazer. A pequena então se levantou, deu um pequeno balanço no bebê conforto de Wonho, fazendo os brinquedinhos fazerem barulho e em seguida andou até o irmão mais velho, lhe dando um abraço.
Já Jungkook abraçou Jimin por trás, fazendo carinho em seus braços. Céus, o ômega tremia da cabeça aos pés, o nervoso literalmente lhe dominou naquele momento.
- Angie, sobe com seu irmão pro quarto. - Jungkook mandou e pequena assentiu, guiando o irmão para o segundo andar.
- Desculpa. - O loiro pediu quando os outros dois tinham sumido pelos corredores. - Eu não devia, eu... me desculpa, ele é uma criança, meu Deus, que tipo de pessoa grita assim com uma criança.
- Tá tudo bem, acontece. Eu teria gritado e ia ser feio o que estava passando na minha cabeça, Angie e você iam ficar em estado de choque junto, pois eu não ia gritar num tom recomendável. Tá tudo bem amor, fica tranquilo. - Tentava acalmar Jimin, lhe virando de frente para si e lhe abraçando com carinho. - Sei que isso estava preso aí dentro a muito tempo, tá tudo bem. Acontece!
~^•^~
Bicho dessa vez eu peguei pesado, mas isso tava preso dentro do Jimin já tinha muito tempo, ele explodiu e todo mundo faz isso uma vez na vida, não foi certo ele gritar com uma criança de nove anos, mas a gente compreende.
Bem a cena do JK e da Angie foi de longe mais complicada que eu já escrevi.
Mas eu vou deixar algo bem claro aqui, todos nós odiamos a Yoona, mas jamais vou permitir que vocês falem que ela não amava os sete filhos dela, pq sim, ela amou demais essas sete crianças, pelo menos no quesito de amor materno ela nunca falhou.
Assim que eu imaginei a cena final ↑
E o cabelo do Jiminie tava assim na sessão de fotos ↓
Até domingo se der.
Bjs bbs
Valeu Rafis, te amo BB
Amo todos vocês e fui!
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