Capítulo 25
POR ALÍCIA
BERTHA e Ty não conseguiam nem mesmo olhar para a minha direção e isso só me fazia sentir ainda mais vergonha pelo que eles haviam presenciado.
Tudo aquilo era demais para mim.
Viktor não podia simplesmente gritar comigo daquela maneira, me tratar como se eu não passasse de uma criança e sair pisando firme como se fosse o detentor da razão.
E por mais que eu estivesse evitando conflitos, não era justo que eu deixasse passar esse evento como se eu fosse a única culpada.
Meu corpo inteiro tremia e meu coração martelava dentro do peito me fazendo respirar fundo várias vezes.
Todos os guardas pareciam ter se evaporado como se não quisessem participar da atração e eu me sentia ainda mais estúpida por parecer uma garotinha qualquer que é repreendida por um adulto.
— M-me desculpem por isso... eu... -Gaguejei com os olhos ardendo pelas lágrimas não derramadas. — Eu vou só... sinto muito.
Meus pés se moveram para dentro da mansão deixando os dois únicos amigos que eu tinha ali, parados como duas estátuas sem saber como reagir.
Eles também não mereciam presenciar aquela cena ridícula, o que me fazia ficar ainda mais furiosa com Viktor e a cada passo que eu dava, o calor se espalhava pelo meu corpo da ponta dos dedos até cada fio de cabelo.
Eu tinha me cansado disso.
Se ele pensava que escaparia desse confronto, estava muito enganado.
Eu estava farta de ter que lidar com toda a sua merda sozinha e que ele ficasse apenas com o fardo da ausência para si então dessa vez eu iria fazer as coisas do jeito certo.
Do meu jeito.
Como se meu corpo soubesse exatamente onde Viktor estaria, rumei até o nosso quarto balançando a cabeça para os lados ao mesmo tempo em que soltava uma respiração pesada ao vê-lo servindo uma taça de vinho quase até a borda.
Esfreguei o rosto com as duas mãos em uma tentativa falha de me acalmar.
Eu tremia tanto, que não sabia nem como tinha conseguido chegar até ali.
— Vai ser sempre assim? -Entrei fechando a porta atrás de mim. — Cada vez que a gente discutir, você vai escapar e voltar horas depois como se nada tivesse acontecido?
Viktor não se moveu.
Ele não parecia nem mesmo estar respirando.
Seu corpo se manteve inerte enquanto bebia o líquido avermelhado como se no fundo da taça houvesse uma resposta para todas as suas perguntas.
— Estou falando com você. -Me aproximei virando seu ombro para que ele me olhasse.
— Já disse que não quero conversar agora, Medina.
Uma risadinha escapou pelos meus lábios incrédulos.
— Mas que ótimo, por enquanto não sou nem Alícia, nem coelhinha, nem porra nenhuma pelo visto.
Minha voz saiu ameaçadoramente baixa e isso foi o suficiente para fazer com que Viktor desse a volta na mesa, caminhando até parar na minha frente, seu hálito adocicado pelo vinho me embriagando enquanto ele falava.
— Eu estou tão... tão irritado com você no momento, que tenho quase certeza de que se a gente continuar essa discussão eu vou acabar dizendo coisas que não devo e, porra, eu não quero isso, liebe. -Seus dedos acariciaram meu ombro, subindo até o meu pescoço apertando-o de leve. — Então só me deixe sozinho, será que você consegue seguir pelo menos essa ordem?
O ar escapou dos meus pulmões ao perceber que ele estava se controlando.
Mas eu não queria aquilo.
Droga, eu queria que ele explodisse.
Queria que Viktor reagisse, que gritasse comigo, que demonstrasse que ele estava ali.
Eu era uma sádica e sabia muito bem disso, mas uma pessoa começa a recorrer a saídas um tanto alternativas quando se obtém apenas o silêncio durante tanto tempo.
Afastei sua mão da minha pele com um tapa seco sob o som da sua risadinha que só conseguiu me deixar ainda mais furiosa.
— Não, eu não sei seguir ordens, porque você não manda em mim, caralho! -Me afastei alguns metros. — Eu não entendo, sabe? Você está agindo como um completo idiota, me tratando como se eu fosse uma das suas funcionárias que não seguiu o seu comando. -Seu nariz se dilatava conforme ele respirava com dificuldades provavelmente perdendo toda a compostura. — Eu saí sim, Viktor, e não me arrependo. E se quiser saber, eu sairia de novo se fosse preciso.
— Se fizer isso, não precisa mais voltar. -Meu corpo ricocheteou para trás como se eu tivesse levado um golpe com as suas palavras tão contundentes que quase podia senti-las perfurando meu coração.
Engoli o sabor amargo que se dissolveu na minha boca, meus olhos se enchendo de lágrimas tão rápido que não fui capaz nem mesmo de controlá-las.
— Se eu soubesse que iria jogar toda essa merda na minha cara, não teria sequer vindo em primeiro lugar. Eu sou uma policial, sei me defender!
— É mesmo? -Ele franziu o cenho em fúria. — Porque se bem me lembro, quando Tyron chegou no seu apartamento você estava a ponto de ser levada sabe Deus para onde!
— Eu não precisava da sua ajuda! Minha vida estava indo muito bem até você aparecer de novo! É engraçado como não conseguiu fazer bem a única coisa para a qual se propôs: ficar longe de mim! -As lágrimas escorriam como cachoeiras pelas minhas bochechas, no entanto, eu não podia mais parar. As comportas haviam sido abertas e Viktor que se ferrasse.
— Eu deveria mesmo ter te deixado sozinha para que você aprenda a ser menos inconsequente! Vê se cresce de uma bendita vez, Alícia! Você não é mais aquela criancinha de quinze anos atrás, porra! Há pessoas aí fora que querem te ver morta e mesmo assim, parece que não tem uma gota de juízo nessa sua cabeça.
Dei um passo para trás apertando meu pescoço como se alguém tivesse tirado todo o ar dos meus pulmões.
O que diabos estava acontecendo?
Por que Viktor não parava de me dizer aquelas coisas tão horríveis?
— Eu não deveria ter saído sem te avisar, estou consciente de que ir até a casa da Penélope não foi a ideia mais inteligente, mas eu precisava agir. Já estou cansada de ficar sentada esperando que as coisas se solucionem sozinhas, caramba!
— Você fez o quê? -O rosnado quase me fez sentar em uma das cadeiras vazias, no entanto, me limitei apenas a inclinar a cabeça com meus lábios apertados em uma linha fina.
— Fui atrás da esposa do idiota do Steven. Foi isso o que eu fiz.
Viktor puxou uma longa e furiosa respiração antes de colocar a taça com tanta força em cima da mesa que ela trincou por inteiro, o resto do vinho escorrendo pelas rachaduras e molhando a madeira antiga gota a gota, mas ele pareceu não se importar com os danos que aquele líquido causaria no móvel caro.
— Era isso que eu temia! Não deveria ter te dado tanta liberdade com aquelas motos. -Ele gritou me fazendo dar um passo para trás. — Como você pode ser tão ingênua, Alícia? Como pôde se colocar em risco dessa maneira?
— Em risco? -Gritei de volta. — Eu estou aqui, não estou? Fui e voltei sem nenhum arranhão!
— Mas e se isso não fosse assim? E se alguém tivesse te visto e te levado consigo? Abra a merda dos olhos e enxergue a realidade de uma vez! Você é uma fugitiva, caralho! Uma suposta assassina cuja foto está estampada em cada maldita página de jornal!
Ele se aproximou até parar a apenas centímetros do meu corpo.
— Não grite assim comigo, você não tem esse direito! -Empurrei seu peitoral com tanta força que Viktor cambaleou para trás com o rosto banhado em surpresa.
As íris azuis ficaram cada vez mais escuras e eu sabia muito bem o que isso significava.
O pior estava por vir.
— Não tenho esse direito? Mas que porra, Alícia, eu te trouxe até aqui, estou te protegendo e livrando a sua bunda daqueles idiotas da Red Demons! Acha mesmo que eles não irão ficar sabendo da sua visitinha naquelas bandas da cidade? Chega até a ser engraçado como você é a porcaria de uma detetive e às vezes parece não enxergar o óbvio!
Minha risada de escárnio ressoou pelo quarto ecoando no mais profundo do meu ser.
— Eu não pedi por nada disso! Não sei nem mesmo porquê você enviou Ty atrás de mim! Pensei que já até tinha esquecido da minha existência.
Porra, eu estava sendo uma mal agradecida, mas minha paciência tinha acabado de atingir o seu limite e mesmo eu não querendo dizer aquelas coisas, foi como se elas precisassem sair.
Eu estava fodidamente ferrada.
Perdida em mim mesma e nesse orgulho destrutivo.
Porque eu queria acabar com tudo de uma vez.
Deveria ser eu a pessoa que encontrasse o culpado de toda aquela merda e fazê-lo pagar por isso.
Aquele sentimento de vingança estava enraizado no meu peito, envenenando tudo dentro de mim e me cegando para o que quer que estivesse acontecendo ao meu redor.
Eu só queria ser livre outra vez.
Só queria minha inocência de volta.
— Sabe por quê eu enviei os meus caras atrás de você? -Viktor rosnou e senti minha pele inteira se arrepiar. — Porque eu te amo, Alícia.
— O-o quê?
— Eu te amo. -Seus dedos seguraram meu queixo enquanto ele olhava profundamente dentro dos meus olhos. — E quando Tyron me ligou mais cedo dizendo que não conseguia te encontrar em lugar nenhum, eu estive a apenas isso -ele juntou o dedo indicador com o polegar da mão livre — de ir te procurar em cada centímetro quadrado dessa cidade. Na verdade, estávamos nos preparando para sair, mas não foi preciso, pois minutos antes você apareceu por aquele portão como se fosse a dona do lugar.
Minha boca se abria e fechava como um peixinho fora d'água.
— Eu sei que não deveria ter saído assim sem avisar, mas isso não justifica essa sua atitude para cima de mim, cara.
Foi a vez dele soltar uma gargalhada em um misto de raiva e diversão.
— Eu fiquei maluco ao saber que você poderia estar correndo perigo, Alícia. E bravo, muito bravo.-Seu olhar agora estava carregado de medo contido e então como se uma lâmpada tivesse sido acesa em cima da minha cabeça, eu finalmente compreendi o que ele estava tentando desesperadamente me dizer.
Droga.
Como eu pude ser tão estúpida? Tão inconsequente?
Como pude permitir que a emoção dominasse a minha razão me fazendo ficar tão vulnerável para ser levada por literalmente qualquer membro da RD.
Apertei o punho da sua mão que ainda tocava minha pele fervente pela adrenalina e aproximei meu rosto do seu, colando nossas testas de maneira desajeitada.
— Me desculpe, ok? Eu estava tão exasperada e queria respostas, eu... eu não pensei antes de sair. Eu sou tão burra. -As lágrimas escorriam livremente pela minha bochecha e Viktor limpou cada uma delas com o dedão, nossas respirações sincronizadas, os peitorais subindo e descendo pesadamente.
— Você não é burra, liebe. Só um pouco maluca. -Ele deu de ombros e deixei escapar uma risadinha. — Uma maluca que eu amo loucamente. Por favor, não faça mais isso. Não consigo te proteger se não souber onde você está!
Acenei em concordância.
— Prometo que não vou sair sozinha e sem te avisar, a não ser que seja extremamente necessário. -Meus braços apertaram a sua cintura contra o meu corpo e me senti péssima ao escutar as batidas aceleradas do seu coração.
— Se isso chegar a acontecer, quero que saiba que qualquer um dos meus seguranças está orientado a te obedecer sem questionar. -Suas palavras abafadas pelos meus cabelos me chamaram a atenção e levantei a cabeça com curiosidade.
— Engraçado ouvir isso, já que você sempre fez questão de me dizer que eles não estão à minha disposição...
— Eu estava com ciúmes, Alícia. Não queria que ficasse de conversa com nenhum deles, principalmente com Ty.
Caí na risada contra o seu peitoral ao notar como, apesar de ser um cara intimidante e que parece saído de um filme de máfia, Viktor conseguia ser tão fofo.
Se ele soubesse como o seu segurança só falta latir para a garota que ama, nem mesmo cogitaria a possibilidade de eu ter algum interesse no meu amigo.
— Ty tem uma noiva, amor, e deve saber que ele só tem olhos para ela. -Afirmei sem parar de sorrir e ao contrário da reação que pensei que ele teria, seu olhar arregalado e a respiração acelerada fizeram meu coração parar por um milésimo de segundos.
— O que foi? -Eu disse com medo de ter revelado algo que não devia.
Será que Ty estava em problemas? Oh não.
Eu tinha que aprender a manter a minha maldita boca fechada.
— Nada... é só que você me chamou de amor. -Engoli em seco.
— Eu chamei? Não percebi... me desculpe.
— Por que caralhos está se desculpando? -Meus lábios se curvaram em um sorrisinho tímido.
— Não sei... acho que entrei em pânico.
Viktor respondeu com um gesto de cabeça que me lembrava aquele adolescente de quinze anos atrás.
Deus, ele era tão lindo.
Mesmo com aquela cicatriz no rosto, o cara conseguia parecer um modelo de revista.
O nariz levemente torto por conta das brigas no colégio, o queixo angulado coberto pela barba perfeitamente aparada, os olhos azuis que me encaravam com um fogo diferente de tudo o que eu tinha visto durante a minha vida.
Era uma cena surreal e ao mesmo tempo minha.
Só minha.
Deslizei as pontas dos dedos por baixo da sua camisa, contornando cada músculo, delineando as cicatrizes nas suas costas e respirando fundo ao finalmente admitir que eu tinha sonhado durante anos com aquilo.
Tantas vezes que não podia nem mesmo chegar a contar.
Sua risadinha rouca fez meu corpo inteiro tremer e me senti uma tonta por ficar tão exposta assim.
— Está rindo do quê, heim? -Brinquei para tentar espantar a vergonha que me dominava naquele instante.
— Do fato de que eu venho te chamando de amor há um tempão e você nem mesmo notou... -Suas mãos apertaram a minha bunda me levantando até que eu ficasse com o rosto na altura do seu.
Enrosquei minhas pernas na sua cintura, ofegando levemente ao sentir a sua ereção por baixo da calça de linho.
— C-como?
Pressionei as pálpebras com força para não me deixar levar pela sensação maravilhosa que ameaçava levar qualquer vestígio de sanidade que eu possuía com ela.
— Isso mesmo que ouviu, liebe.
Ele sussurrou no meu ouvido e de repente tudo fez sentido.
— Maldito mentiroso. -Mordi seu ombro como punição. — Bertha vai se ver comigo por te acobertar.
— Deixe-a fora disso. Eu praticamente a obriguei a dar aquela resposta caso você perguntasse. Não queria que pensasse que eu fosse um louco pegajoso. -Ele explicou ao mesmo tempo em que nossos corpos começaram a se mover e rodei os olhos fingindo estar brava.
— Para onde pensa que está me levando? -Perguntei entre uma risada e outra.
Viktor não respondeu.
Ele apenas continuou andando parando apenas ao chegar dentro do banheiro, me colocando no chão com cuidado.
Ainda sem dizer nada, ele me ajudou a tirar a roupa que vestia antes de se despir e me puxar para debaixo do chuveiro com uma concentração digna de um prêmio.
Suas mãos escorregaram por toda a minha pele, lavando-a carinhosamente, dedicando cada segundo em me fazer entender que ali era exatamente onde eu pertencia, embora naquela altura já não fosse mais necessário.
Também fiz questão de ajudá-lo dando uma atenção especial para o seu membro latejante que me fazia salivar.
Ali dentro pareciamos ter voltado no tempo, a uma época onde só nós dois existíamos.
Onde não havia Steven, Penélope, Harvey e muito menos Josh.
Éramos só eu e ele.
E conforme Viktor me limpava, me cuidava como se eu fosse a pedra mais preciosa que ele possuía, um sentimento puro e quase tangente que borbulhava dentro de mim pedia a gritos para ser liberado.
— Eu também te amo, Viktor. -Soltei de repente com as mãos tremendo tanto que não fui capaz nem mesmo de acabar a minha tarefa. — Eu também te amo. -Repeti baixinho com o cenho franzido sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.
Eu acabava de dizer em voz alta o sentimento que vinha reprimindo durante mais de quinze anos.
E porra, era a coisa mais maravilhosa do mundo.
Um peso tirado dos meus ombros e colocado em outra parte bem mais... interessante.
— Por Deus, Alícia, você quer me matar mesmo do coração...
— Me d-desculpe, é que eu realmente não conseguia mais segurar. -Seus lábios se colaram nos meus, me impedindo de continuar falando.
— Já te disse para não se desculpar, amor. -Sorri ao escutá-lo falar a palavra no nosso idioma pela primeira vez. — Agora, se não se importar, eu estou desesperado para te fazer minha na nossa cama, então o que acha de terminarmos logo esse banho?
Concordei rapidamente sabendo muito bem que eu estava tão sedenta quanto ele.
Uma vez que ambos estávamos limpos, secos e enrolados em uma toalha, saímos do banheiro lado a lado entre sorrisinhos bobos e toques indecentes como dois adolescentes que acabavam de descobrir o amor.
Ao chegar quase na metade do caminho, Viktor se aproximou por trás de mim, retirando a toalha e jogando-a no chão sem nenhuma cerimônia.
— Você é tão linda que me deixa sem ar, coelhinha. -Seus lábios pousaram no meu ombro direito deixando um caminho de beijos até a minha cintura. — Esperei tanto tempo para poder dizer isso.
Os dedos longos e ásperos desceram até a minha entrada encharcada abrindo passagem até o meu interior entre gemidos lânguidos e choramingos ansiosos por mais.
— Me diz que você é minha, Alícia. Por favor.
Me virei ficando de frente para o homem que podia fazer o que quisesse comigo e eu ainda pediria por mais com um enorme sorriso no rosto.
Por mais que meu orgulho me tentasse a dizer outra coisa, a resposta estava mais do que óbvia até mesmo na minha maneira de olhar para ele.
— Eu sou sua, Viktor. Sempre fui.
O alívio no seu rosto foi o suficiente para que eu entendesse que ele também era meu e em questão de segundos minhas pernas foram abertas ao mesmo tempo em que ele se sentou na cama se posicionando na altura da minha virilha.
Me apoiei no seu ombro para não cair quando sua língua deslizou na minha fenda prendendo meu clitóris entre os dentes com cuidado enquanto ele enfiava dois dedos dentro mim.
Conforme ele me chupava e me penetrava ao mesmo tempo, eu sentia que estava prestes a explodir.
Cada terminação nervosa do meu corpo estava sensível, cada poro pedia por mais, mas simples palavras pareciam não ser suficientes.
Eu queria tudo dele.
Queria me fundir no seu corpo, sentir o que ele estava sentindo.
Porra, eu o desejava tanto que nada mais fazia sentido.
— Por favor, Vik... -Ofeguei ao sentir uma fisgada na minha intimidade.
— O que você quer, meu amor? Não tenha medo de pedir...
— Eu preciso ter você dentro de mim. -Grunhi.
Viktor brincava com meu clitóris e com a minha sanidade enquanto me levava à loucura.
Conforme ele me dava mais prazer do que eu conseguia assimilar, a lembrança daquele dia anos atrás fez todo o meu corpo se contorcer.
Nosso primeiro beijo.
Um momento que me atormentava desde que tinha acontecido.
Se era um sinal, uma premonição de que nós voltaríamos a nos encontrar eu não sabia.
A única certeza que me rondava a cada noite quando eu me tocava gemendo o seu nome como um mantra sagrado, era que de uma maneira ou de outra, Viktor me possuía.
E aquele sentimento de culpa, de raiva por saber que eu jamais poderia sentir de novo o sabor dos seus lábios sobre os meus, o toque dos seus dedos na minha pele e os batimentos acelerados do meu coração foi lentamente sendo substituído pela felicidade pura.
Nós finalmente estávamos ali.
Finalmente estávamos juntos, apesar das circunstâncias.
E eu faria qualquer coisa para que aquele momento não acabasse nunca.
Quando Viktor decidiu que já era tortura suficiente, ele se afastou limpando a boca com o dedão antes de chupá-lo sensualmente e se levantou segurando a minha mão para me guiar até o colchão macio me colocando de quatro com destreza fazendo meu estômago se contorcer em antecipação.
— Hoje eu vou te dar aquilo que você tanto deseja, liebe. Já cansei de esperar e sei que você também. -O barulhinho úmido a seguir fez cada fio de cabelo no meu corpo arrepiar.
Apertei as pálpebras ao sentir seus dedos rondando a minha outra entrada e um sorrisinho involuntário se formou nos meus lábios ao assimilar o que estava prestes a acontecer.
Por mais que minha paciência já não fosse das maiores, eu precisava me acalmar ou acabaria estragando tudo.
Então eu esperei.
Minha respiração ficava cada vez mais acelerada conforme os minutos passavam e Viktor apenas massageava minhas nádegas com uma boa quantidade de lubrificante.
— Não faça isso comigo, Vik. Já me castigou o bastante por hoje... -Supliquei quando ele substituiu os dedos pelo membro rijo, mas sem ir mais além, apenas subindo e descendo pela minha fenda, me provocando sem dó nem piedade.
— Eu até poderia continuar te punindo, mas não consigo resistir a essa sua bunda deliciosa. -O barulho da embalagem do preservativo se rasgando me fez ofegar e engasguei ao sentir uma pressão leve seguida da sensação maravilhosa de preenchimento que me fez gemer baixinho.
— Oh, puta que pariu. -Apertei meus lábios com os dentes, o gosto metálico do sangue deixando tudo ainda mais sórdido e intenso.
— Você gosta disso, não é? De ser fodida com força por trás.
Sorri abertamente.
— Me conhece tão bem... mas deve saber que eu amo ainda mais que seja você quem está me fodendo, Viktor.
Seus dedos apertaram a minha cintura e segundos depois meu corpo foi impulsionado para frente com o golpe da palma da sua mão sobre a minha bunda.
— Minha.
Ele entrou e saiu de novo com força suficiente para me fazer sentir a dor gostosa do golpe.
— Só minha.
— Desde quando? Eu não sou de ninguém, amor. Sou uma alma livre e toda essa merda barata. -Provoquei mesmo sabendo que ele não mentia.
Qualquer um em um raio de cem quilômetros conseguiria enxergar a verdade.
Viktor saiu de dentro de mim em segundos e meus lábios se curvaram em um sorrisinho lateral.
Era realmente muito fácil tirá-lo do sério.
O farfalhar dos lençóis fez meu coração bater mais acelerado e não consegui conter minha curiosidade, então me sentei na cama para ver o que diabos ele fazia.
— O que está fazendo? -Indaguei enquanto o observava retirar o preservativo usado e em seguida colocar outro novinho. — Só para que saiba, eu estava brincando, não precisa ficar bravo... -Fui interrompida pelo beijo molhado e antes mesmo que pudesse entender o que estava acontecendo, ele espremeu uma boa quantidade de lubrificante nas mãos, distribuindo de maneira uniformemente no seu membro duro como pedra antes de me empalar, dessa vez na minha vagina que gotejava de prazer.
— Quero olhar nos seus olhos quando você gozar, coelhinha. Eles não mentem, assim como eu.
— Desde quando ficou tão poético? - Eu perguntei com a voz trêmula por conta dos movimentos lentos para frente e para trás conforme ele falava.
— Desde que entendi que não preciso mais ter medo desse sentimento. Aqui dentro -ele apontou para o próprio peitoral — só há lugar para você e eu estou bem com isso.
Por mais que aquele momento fosse puramente sexual, meus olhos se encheram de lágrimas ao escutar suas palavras tão sinceras.
— Só você. -Viktor reiterou sem parar de entrar e sair de dentro de mim.
— Sabe o que é mais engraçado? - Puxei seu rosto para perto até que eu conseguisse capturar seus lábios com os meus. — Eu sinto exatamente o mesmo.
A risadinha rouca fez meu corpo inteiro tremer e em um instinto quase análogo, ficamos em silêncio apenas aproveitando a sensação de finalmente sermos um só.
Nossas peles brilhavam pelo suor conforme Viktor me penetrava incansavelmente.
Eu estava tão excitada que sabia que não duraria muito, mas ao mesmo tempo queria que aquilo fosse eterno.
No entanto, contra a minha vontade, meus dedos foram parar onde nossas intimidades se uniam e comecei a massagear meu clitóris em busca da tão sonhada liberação.
E quando os primeiros espasmos começaram a me atingir, apertei as pálpebras preguiçosamente.
Caramba, aquilo era tão bom...
— Olhe para mim, amor. -A voz de Viktor ecoou como um trovão dentro do quarto escuro e obedeci ao seu comando imediatamente, nossas íris se encontrando em segundos, o azul se prendendo ao marrom se transformando em algo tão íntimo, tão etéreo que me custava acreditar que estava realmente acontecendo.
Não desviamos nossos olhares por um segundo sequer até o momento em que explodimos de prazer e então eu entendi perfeitamente o que ele queria.
Foi como se eu estivesse me vendo no espelho azul que me encarava de volta.
Uma paixão avassaladora e ao mesmo tempo tão pura que conseguia abalar todas as minhas estruturas.
Ali eu via o verdadeiro Viktor.
O meu amigo de infância, meu primeiro amor.
— Te amo, Vik. -Sorri pela milésima vez.
— Te amo, Alicia. -Seus dentes brancos e perfeitamente alinhados ficaram à mostra e acariciei o rosto suado com um carinho sincero.
Ele entrou e saiu uma última vez selando nossas palavras com um orgasmo potente e extraordinário.
Algo diferente de tudo o que eu havia experimentado.
Conforme fomos parando de nos mover gradualmente, os espasmos foram diminuindo e nossas respirações se normalizando.
Viktor se deixou cair sobre o meu corpo e o abracei beijando seu ombro tatuado, depois o pescoço e a bochecha.
Ele era bem mais alto do que eu, mas eu gostava de sentir o seu peso.
Eu amava sentir que pertencia a ele.
— O que acha de outro banho? -Sugeri depois de alguns minutos na mesma posição.
— Eu acho que é uma ótima ideia.
Nos separamos com cuidado e ele se levantou me puxando para cima em um movimento rápido.
Sem perder tempo, fomos direto para debaixo do chuveiro não demorando muito, já que estávamos apenas suados.
Depois de nos secarmos, voltamos para o quarto lado a lado, sem deixar de sorrir.
Olhei para a cama rindo ainda mais ao ver a bagunça que tínhamos feito.
— Eu vou me vestir e já te ajudo a arrumar tudo. -Suspirei pegando o roupão de seda para ir buscar alguma roupa no outro quarto.
— Já te disse para deixar suas coisas aqui, não vejo motivos para ficar indo e voltando. -Viktor enlaçou minha cintura colocando uma porção de cabelo atrás da minha orelha.
— Não queria invadir ainda mais a sua privacidade e... -Fui interrompida pelo toque do meu celular e procurei o aparelho pelo quarto.
O barulho incessante pelo menos servia para que eu tentasse encontrá-lo, mas foi Viktor quem o achou me entregando com uma expressão desconfiada.
— É a sua amiga.
O tempo pareceu parar quando eu vi as várias chamadas perdidas e desejei do mais profundo do meu se que tudo estivesse bem com Susanna.
No momento em que ele voltou a tocar, atendi rapidamente respirando fundo para manter a calma.
— Alô? -Eu disse nervosa antes de citarmos toda aquela frase de segurança.
— Quer me matar de susto, Alícia? -Susanna ralhou me fazendo sentir a pior pessoa do mundo.
— Eu estava no banho, Suzy, me desculpe. -Esfreguei a testa, mas minha vontade era dar uns tabefes em mim mesma.
Viktor observava a nossa conversa em silêncio enquanto vestia uma calça de moletom e uma blusa de algodão.
— Vou deixar vocês falarem tranquilas. -Ele sussurrou rumando até a porta, no entanto, antes mesmo que ele pudesse sair, segurei seu pulso formulando a seguinte frase apenas mexendo os lábios sem emitir nenhum som.
— Fica por favor...
NOTA DO AUTOR
Helloooo amores!
Demorei, mas cheguei kkkkk
Sorry pela demora, mas aqui está essa delicinha de
cap pra vcs surtarem junto comigo!
Espero que tenham gostado,
Não se esqueçam de votar e comentar!
Amo vcs 🥰
Bjinhossss BF ❤️❤️❤️
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