Capítulo 22

EU ESTAVA praticamente com o rosto colado na tela do computador, debruçada sobre a mesa do escritório enquanto analisava pela milésima vez o vídeo em que eu aparecia saindo do bar e entrando naquela porcaria de carro.

Ver a minha imagem repetidamente começava a ficar mais bizarro do que eu queria admitir.

Era algo surreal pensar que aquele dia poderia ter sido completamente diferente se eu não tivesse cometido um erro tão estúpido quanto beber até perder a noção de tempo, espaço, porra, a noção de mim mesma.

Desde o dia em que praticamente fui arrastada para dormir no outro quarto junto com Viktor, me comprometi a investigar de verdade essa porcaria.

Eu precisava provar a minha inocência, mostrar para todos que eu não era aquela pessoa horrenda que deu seis tiros à queima roupa em Steven.

Ou foram nove? -Pensei comigo mesma.

De todas maneiras não fazia diferença nenhuma, já que independentemente do número, no final do dia, aos olhos da polícia e até mesmo dos meus colegas de trabalho, eu ainda continuava sendo uma assassina.

Viktor não parava de resmungar atrás de mim, sentado na sua cadeira e respirando profundamente sempre que eu movia um milímetro do meu corpo.

Eu lembrava muito bem o quão impaciente ele podia chegar a ser, só não pensava que fosse tanto assim.

— Parece um pneu furado suspirando desse jeito. -Resmunguei arrastando o cursor em cima da barra de vídeo para adiantar as imagens enquanto ele tentava me apalpar a qualquer custo para me tirar da frente da tela.

Não queria ter que obrigá-lo a ver como Josh segurava a minha cintura com intimidade ou como ele me encarava com aquele olhar apaixonado.

Por mais que fosse divertido provocar Viktor, eu tinha certeza de que não gostaria que ele fizesse o mesmo comigo.

— Alícia... -Seus dedos apertaram a minha cintura e foi a minha vez de soltar o ar lentamente.

— O que foi?

— Não faz a menor ideia de como...

Fomos interrompidos por Bertha que passou pela porta com o cenho franzido ao passo que encarava um pequeno envelope nas suas mãos.

Estava prestes a perguntar o que estava deixando-a nervosa, quando fui puxada para trás, caindo sentada no colo de Viktor sob o seu olhar curioso.

— Hum... desculpe a interrupção, mas acabaram de me entregar isso e disseram que era para você, querido. -Bertha estendeu o envelope para Viktor que o pegou com uma tranquilidade invejável, ao contrário de mim que só faltava desmaiar.

— Obrigado, schatz. Pensei que demoraria mais...

Ele refletiu rasgando o papel branco e retirando um CD novinho de dentro dele.

— O que é isso? -Consegui perguntar, embora minha voz ainda falhasse um pouco por conta da situação em que me encontrava.

— A gravação das câmeras de segurança da casa de Steven.

— Mas que porra! Como...?

Tentei me levantar, no entanto, Viktor me apertou contra o seu colo me deixando ainda mais irritada com a sua atitude.

— Bom, vou deixá-los tranquilos. Se precisar de algo, é só me chamar.

Bertha saiu do escritório fechando a porta pelo lado de fora e esperei alguns segundos para enfim me levantar com os braços cruzados e uma sobrancelha erguida em desconfiança.

— Pode me dizer o que diabos acabou de acontecer?

— Não precisa ficar brava, liebe.

— Não estou brava, é só que...

— É só que você está tão gostosa com esse ar de detetive, que se ficasse de pé, eu passaria vergonha na frente de Bertha. -Ele me interrompeu com um sorrisinho safado no rosto ao mesmo tempo em que apontou para a virilha.

Engoli em seco ao escutá-lo falando daquela maneira.

Foi impossível não olhar para o meio das suas pernas e constatar o que ele acabava de falar.

Estava tão concentrada ficando brava com ele, que nem mesmo notei a sua enorme ereção debaixo de mim.

— M-mas por quê?

Me encostei na mesa para não correr o risco de cair como uma tonta e Viktor ficou de pé se aproximando a passos lentos até parar bem na minha frente.

Ele levantou uma mão, colocando uma porção de cabelo atrás da minha orelha antes de responder.

Caramba, eu amava quando ele fazia aquilo.

Era como uma demonstração de afeto e ao mesmo tempo, de que ele não podia ficar sem me tocar.

— Porque você fica empinando essa bunda deliciosa para cima de mim, Alícia. Acha mesmo que consigo resistir? Ainda mais quando está vestida com essa saia...

Sua mão livre escorregou pela lateral do meu corpo, descendo até a minha barriga e parando em cima de uma nádega, apertando-a com uma força contida.

— Nossa, cara, você é insaciável...

Ofeguei quando ele espalmou minha coxa, subindo devagar até parar na barra da minha calcinha que provavelmente já estava encharcada a essa altura.

Minha pele inteira se arrepiou com o contato repentino e engoli em seco ao senti-lo cada vez mais perto do lugar que pedia a gritos pelo seu toque.

Porque meu corpo respondia a ele de uma maneira tão única, que era até difícil assimilar.

Meus batimentos se aceleravam apenas com ver seu rosto, os lábios carnudos e aqueles olhos azuis que me encaravam sempre com a mesma intensidade, me fazendo perder até mesmo a noção de tempo e espaço.

Era quase como se ele me puxasse para dentro da sua imensidão azul cada vez que me olhava.

E eu queria me afogar naquela tempestade. Me perder no seu brilho, nas palavras não ditas e nas promessas silenciosas que sempre me deixavam sem ar.

— Quando se trata de você, Alícia, tudo nunca será suficiente. -Recebi um beijo na bochecha ao mesmo tempo em que ele afastou as mãos do meu corpo e se sentou de volta na cadeira como se nada tivesse acontecido.

— Agora, vamos ver o que essa gravação tem de interessante.

Demorei alguns minutos para mastigar a frase que ele acabava de dizer.

Viktor era tão literal, tão desprendido do medo de ser sincero, que na maioria das vezes eu não sabia como reagir diante das palavras jogadas entre nós dois com uma naturalidade incrível.

Eram tantas coisas para assimilar ao mesmo tempo em que ele tratava de me proteger, me dar prazer e se certificar de me fazer entender que ele me queria.

Eu, Alícia Medina, era o objeto de desejo de alguém tão imponente como ele.

E não podia nem chegar a expressar como aquilo me fazia feliz.

— Se continuar me encarando desse jeito não sei se vou conseguir me concentrar em mais nada, Coelhinha.

Pisquei lentamente como se estivesse sob o efeito de alguma droga muito potente.

E talvez fosse isso mesmo.

Uma droga chamada Viktor Schultz.

— E-eu... ok.

Dei alguns passos para o lado tentando me situar e não derrubar nada no processo, quando fui puxada outra vez, caindo nas suas pernas como antes.

— Mas o quê...?

— A partir de hoje, em cima das minhas pernas vai ser o único lugar onde te permitirei sentar. -Seu nariz deslizou pelo meu pescoço e puxei uma longa respiração.

— Você não cansa de ser convencido? E quando estivermos longe um do outro, vou ter que ficar em pé? -Brinquei subindo alguns centímetros como se fosse me levantar.

— Engraçadinha. -Ele prendeu minha cintura com um braço e sorriu colocando o CD no computador que começou a reproduzir o vídeo em seguida.

Ambos ficamos sérios quando a imagem começou a se mover, o carro que à essa altura já me dava calafrios, estacionou na entrada da mansão de Steven e uma garota desceu cambaleante até o portão com a missão obscura de tirar a vida de um idiota.

Minha respiração ficou pesada conforme eu tentava desesperadamente achar alguma pista, algum indício de que não era eu ali.

O mais estranho é que ela vestia minha jaqueta, minhas calças e até mesmo meus sapatos.

Mas eu sabia que aquela pessoa não se tratava de mim.

Como se alguém tivesse colocado o meu rosto no corpo de outra garota usando um programa de edição.

Eu jamais teria coragem de matar alguém daquela maneira, por mais que ele merecesse.

Viktor não disse nada enquanto assistia atentamente a gravação, mas mesmo assim eu pude senti-lo tenso debaixo de mim.

Seus dedos apertavam minhas coxas como se ele quisesse se controlar para não sair correndo atrás do culpado e matá-lo com as suas próprias mãos.

Eu não gostava de colocá-lo naquela situação. Não queria que ele se sentisse responsável por mim, que se preocupasse com a minha segurança ao ponto de quase não conseguir dormir.

No entanto, o dano já estava feito e de uma certa forma era reconfortante saber que eu não estava sozinha, que havia alguém disposto a segurar a minha mão, a me ajudar sem julgamentos e muito menos desconfiar da minha palavra.

— Isso não faz nenhum sentido. -Murmurei para mim mesma ao ver como tudo apontava para uma única possibilidade: eu sendo presa.

—Também não entendo como conseguiram fazer isso. Parece você, mas eu sei que não é. -Viktor deslizou a palma da mão pela minha perna.

— Como pode ter tanta certeza? -Indaguei com a voz embargada começando a acreditar que talvez fosse eu.

Talvez eu tenha bebido tanto que tive uma perda de memória por conta do álcool.

É, talvez eu realmente seja culpada.

Os dedos longos seguraram meu queixo com carinho, virando meu rosto para que ele pudesse me encarar ao falar.

— Porque eu te conheço como a palma da minha mão e sei que a minha Alicia não seria capaz de fazer algo assim.

Balancei a cabeça devagar para cima e para baixo, uma lágrima escorrendo pela minha bochecha, queimando minha pele envergonhada.

— Ei, não precisa chorar. -Viktor secou meu rosto com o dedão. — Já disse que irei até o inferno atrás do verdadeiro culpado e sabe que eu jamais minto. -Acenei como uma criancinha.

Sua seriedade fez meu estômago se contorcer.

— E se você não conseguir chegar até ele a tempo?

— Isso não vai acontecer.

— É uma possibilidade, Vik.

Engoli em seco quando ele acariciou meu pescoço, o olhar preso no meu, as íris azuis cada vez mais escuras como um mar em meio a uma tormenta.

— Não há margem de erro quando se trata de te proteger, liebe. Eu mataria por você. Deus, eu morreria por você se fosse preciso.

— Viktor...

— Estou falando sério. Antes mesmo de dormirmos juntos eu faria qualquer coisa das quais mencionei sem uma gota de arrependimento. Você sempre esteve lá para mim quando precisei e eu sempre vou estar do seu lado, independentemente do que aconteça.

Eu não sabia o que responder.

Na verdade, eu sabia muito bem o que dizer.

Eu te amo, Viktor, obrigada por não me deixar desamparada mesmo depois de tanto tempo.

Mas eu não cometeria esse erro.

Não abriria meu coração para ele enquanto eu não tivesse certeza de que o sentimento era mútuo.

Porque uma coisa era nós dois transarmos e outra muito diferente, era que essas transas fossem profundamente significativas.

Por mais que não quisesse, eu ainda desconfiava dele.

Ainda sentia que ele desapareceria a qualquer momento, apesar de que ele tinha me garantido o contrário.

Palavras são só palavras. -Mamãe dizia sempre que alguém do colégio zombava de mim por alguma razão estúpida.

Elas podem significar tudo, mas ao mesmo tempo podem não valer nada.

Tudo depende da perspectiva e da motivação ao serem ditas.

— Não esquente a cabeça com nada disso, está bem? A verdade vai aparecer, vou me certificar de que assim seja. -Seus lábios pousaram sobre a minha bochecha ao mesmo tempo em que ele puxou uma longa respiração como se quisesse acreditar naquilo tanto quanto eu.

De todo o tempo que o conhecia, jamais tinha visto seu semblante tão sombrio.

Era como se ele estivesse realmente com medo de que algo acontecesse.

E isso me deixava um sabor agridoce na boca, como quando você não quer que a pessoa esteja preocupada, mas ao mesmo tempo gosta da sensação de saber que ela se importa.

Deus, eu era patética.

— Tudo bem. Acho melhor a gente focar em encontrar algo nessa porcaria. -apontei para a tela com a imagem ainda pausada. — Ficar se lamentando pelos cantos não vai servir de nada.

Eu me levantei do seu colo para poder me concentrar mais.

Dessa vez não fui impedida.

Ambos sabíamos que ficar naquela posição não estava nos ajudando.

Na verdade, só nos deixava mais quentes a cada minuto que passava.

Isso me fazia pensar no quão tórridos éramos por sentir tesão em uma situação como essas.

Talvez fosse o perigo iminente ou o fato de que finalmente pudéssemos nos tocar e ficar próximos sem nos preocuparmos com o que iriam pensar.

Eu nem mesmo sabia exatamente o que aquilo era, mas tinha que admitir que gostava.

Gostava muito.

Éramos como gasolina indo de encontro direto com uma fogueira.

Viktor me incendiava apenas com um toque.

Cada vez que ele se aproximava, eu virava uma enorme poça de lava.

E o mais perigoso, era que eu não tinha nenhum medo de me queimar.

Pelo contrário, eu lhe entregaria o isqueiro quantas vezes fosse preciso apenas para ver meu mundo explodir.

Eu faria qualquer coisa para sentir o seu toque, seu sabor e a pressão do seu membro dentro de mim.

Apoiei o braço em cima do encosto da sua cadeira enquanto observava atentamente cada imagem que aparecia, o desespero me invadindo cada vez que a gravação se reiniciava e eu não encontrava nada relevante.

E assim as horas foram passando conforme assistíamos a gravação uma e outra vez.

Não parei nem mesmo para ir ao banheiro e já estava com a bexiga estourando quando ouvimos batidinhas suaves na porta e eu já sabia quem era sem nem mesmo precisar olhar.

— Pode entrar, Bertha. -Eu disse antes de me jogar em uma das poltronas vazias.

Viktor me olhou com uma sobrancelha levantada, mas ficou em silêncio para o seu bem.

Bertha entrou segundos depois com uma bandeja em mãos e não consegui evitar um sorrisinho divertido.

— Passaram a tarde inteira enfiados aqui e não comeram nada. Minha mãe dizia que a gente não pensa bem de estômago vazio.

Cruzei um olhar com Viktor e sorrimos um para o outro entendendo perfeitamente o que queríamos dizer sem falar nada.

Bertha era praticamente uma mãe para todos naquela casa e amava nos alimentar.

Era como se essa fosse a sua maneira de agradecer o cara que a livrou de uma vida miserável sem cobrar nada em troca.

Esse era o seu chalé.

Peguei um dos bolinhos ainda quentes e soprei com cuidado antes de levá-lo até a boca quase gemendo ao sentir o sabor maravilhoso da iguaria.

— Quando fará berliners de novo, Schatz? Saiba que estou com ciúmes. -Viktor brincou se sentando ao meu lado, sua mão foi parar na minha perna quase me fazendo engasgar com o café.

— É só me pedir, querido. E não precisa ficar bravo, há Bertha para todos. -Ela piscou um olho e deixei escapar uma gargalhada ao ver a cara que Viktor fez, provavelmente agregando um sentido diferente para a frase.

— Acho que você acaba de perdê-la. -Zombei me divertindo com a sua reação.

Em um gesto inconsciente, coloquei a mão por cima da sua e enrosquei meus dedos nos seus, atraindo o seu olhar para onde nossas peles se tocavam, incendiando todo o meu corpo ao perceber o que acabava de fazer.

— Enquanto eu tiver você comigo, nada mais importa. -Viktor sussurrou contra o meu pescoço e engoli em seco quando um arrepio subiu pela minha nuca.

Odiava quando ele dizia aquelas coisas, porque isso só alimentava a minha ilusão de que ele poderia realmente sentir algo profundo por mim.

E eu sabia que quanto mais rápido as coisas aconteciam, mais duro seria o golpe quando eu batesse contra o inevitável muro chamado realidade.

— Pobre Bertha, jogada de escanteio tão fácil... -Sussurrei tentando desviar a sua atenção e a risadinha rouca reverberou na minha pele conforme seus lábios deixavam uma trilha de beijos castos entre meu ombro e orelha.

— Ela ficará bem. -Sorri sabendo que era a mais pura verdade. Viktor jamais seria capaz de deixá-la e eu o amava ainda mais por isso. — Termine de comer para que possamos voltar a ver o vídeo.

Acenei bebendo um gole do café que começava a esfriar.

Uma vez que terminei meu lanche, voltamos para a frente da tela e até mesmo Bertha se dispôs a ver a gravação para tentar encontrar algum detalhe que talvez nos tenha passado despercebido.

Ficamos mais de meia hora vendo tudo em silêncio.

Meu coração palpitava dentro do peito como se ele soubesse que não adiantava perder nosso tempo.

Estávamos andando em círculos e sempre chegaríamos no mesmo lugar: eu indo presa.

Quando eu já pensava em desistir de tudo, Bertha franziu o cenho e inclinou a cabeça pausando as imagens rapidamente.

— Que estranho... -Ela disse pensativa.

— O quê? -Indaguei sentindo meu corpo estremecer como quando você está prestes a ter um presságio.

— A mulher entrou na casa sem nenhum problema, seus passos pareciam meio desajeitados, porém ela sabia exatamente o caminho e até mesmo os cachorros nem se levantaram para atacá-la. É como se estivessem acostumados com a sua visita.

Retrocedi alguns minutos e coloquei para reproduzir novamente, dessa vez prestando mais atenção no que Bertha havia acabado de falar.

Viktor também ficou mais atento.

Sua mandíbula se apertou ao perceber que Bertha tinha razão.

Como não notamos isso antes?

Como eu não vi isso antes?

Porra, eu era uma maldita detetive!

Se bem que vários estudos apontam que quando alguém está nervoso ou estressado, não enxerga bem coisas que estão praticamente na ponta do nariz.

Como quando você está com o óculos na cabeça e mesmo assim o procura como um louco, ficando cada vez mais estressado ao não encontrá-lo

Devia ser isso que estava acontecendo.

Minhas habilidades funcionavam perfeitamente quando se tratava de criminosos reais e não de mim.

— Vejam, -Bertha apontou para o momento em que a mulher sai do carro e começa a andar até o portão da mansão de Steven — ela nem mesmo foi barrada pelos seguranças.

— Aquele nojento recebia muitas prostitutas na sua casa, então acho que não seria difícil se passar por uma. -Pensei comigo mesma.

— Pelo que eu entendi da investigação, Steven dormia quando levou os tiros, então ele não estava esperando ninguém naquele dia...- Viktor completou baixinho.

— Como diabos você tem acesso a esses documentos? Eles são confidenciais.

Encarei seu rosto com a cabeça inclinada.

— Isso não é importante no momento, Alícia.

— Não é importante? -Bufei. — O que está escondendo de mim, heim?

Seu olhar se prendeu ao de Bertha por um milésimo de segundo e eu franzi o cenho agora completamente desconfiada.

Me aproximei dos dois com os braços cruzados e olhei para o homem à minha frente com uma sobrancelha levantada.

Eu queria muito que ele se abrisse comigo, que me contasse a verdade, mas eu sabia que Viktor não diria nada.

Essa era a sua maneira de lidar com a pressão: ficando em silêncio ou fugindo.

E eu não estava com paciência para discutir.

Não quando havia uma corda se aperando cada vez mais no meu pescoço.

— Tudo bem. -Dei de ombros. — Você nunca admitiria de qualquer maneira. Sempre encontrará um desvio para perguntas como essa. Típico do Viktor de quinze anos atrás e do atual. -Brinquei com um sorrisinho e Bertha levou a mão até os lábios para cobrir a sua própria risadinha.

Viktor por sua vez não deixava de me olhar com as pálpebras tão arregaladas que eu poderia até mesmo tirar uma foto e emoldurá-la para vê-la sempre que quisesse me distrair.

— Ok. -Ele pigarreou depois de alguns minutos em um silêncio constrangedor. — Eu... eu tenho contatos dentro da polícia, liebe. É assim que consigo acesso a tudo relacionado com a sua investigação e foi assim também que soube quando estavam indo atrás de você. 

NOTA DO AUTOR

Helloooo amores da minha vida, 
demorei, mas voltei kkkkkk 
Só avisando que hoje teremos capítulo duplo então estejam 
atentas! 

Espero que tenham gostado,
não se esqueçam de votar e comentar.

Um agosto maravilhoso a todos!

Amo vcs🥰
Bjinhossss BF ❤️❤️❤️

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