Capítulo 19
— O-O QUÊ?
— Isso mesmo que escutou. O que deu na sua cabeça em entrar em um carro desconhecido naquele estado, heim?
Franzi o cenho, seus dedos ainda seguravam os meus e eu podia notar a preocupação genuína no seu olhar gelado.
— Não parou para pensar que ele poderia ter abusado de você? -Viktor continuou ao perceber que eu permaneci em silêncio.
Eu não sabia o que dizer.
A vergonha me banhou meu corpo retesado como a água do chuveiro e meu estômago se embrulhou ao perceber que ele tinha razão.
Se Viktor não estivesse me segurando, eu com certeza teria caído no chão.
— Ele não... -Minha voz falhou por um instante. — Me diz que ele não...
— Em vez de apenas cortar um dedo, você teria me visto colocar uma bala na testa daquele idiota se ele tivesse se atrevido a fazer algo além de te deixar na sua cama.
Soltei lentamente a respiração.
Eu não lembrava de ter sentido alguma dor ou desconforto no dia seguinte, na verdade, eu não me lembrava de nada. Era como se as memórias tivessem sido apagadas da minha mente pela grande quantidade de álcool que consumi naquela noite.
E agora que parava para pensar, eu realmente fui tão irresponsável que não conseguia nem acreditar no perigo que corri.
Logo eu que tratava com pessoas que literalmente sequestravam garotas nas mesmas condições que eu.
Me soltei do seu aperto e esfreguei o rosto com as mãos molhadas.
— Agora entende o motivo de eu ter ficado furioso com ele? -Viktor sussurrou me fazendo levantar a vista outra vez.
Seus dedos foram parar no meu queixo e por mais que estivesse debaixo do jato de água morna, tremi por inteiro ao sentir o seu toque sobre minha pele.
— Eu faria qualquer coisa para te proteger, Alícia. -Fechei os olhos respirando com dificuldade. — Seria capaz de matar quantas pessoas fosse necessário para que você não precisasse mais se preocupar com toda essa merda, eu... eu sei que deve estar pensando que sou um criminoso como os que está acostumada a lidar, só que me irrita o fato de que não enxerga o quão louco eu sou por você.
Ele concluiu encostando sua testa na minha e por um milésimo de segundo meu coração errou uma batida.
— Viktor eu não...
— Eu passei todos esses dias tentando descobrir quem está detrás dessa armação e não aguento mais fingir que não me importo com a sua segurança. Que não consigo nem mesmo dormir pensando que a qualquer momento vão te afastar de mim outra vez. -Fui interrompida subitamente. — E embora te ouvir gemer meu nome enquanto tomava banho tenha sido deliciosamente torturante, aquela pequena chama de esperança que se acendeu naquele momento, se apagou completamente quando você começou a me tratar com frieza.
— Você estava me espiando? -Minha voz saiu em um tom agudo e seus lábios se curvaram em uma risadinha brincalhona.
— De tudo o que eu te disse, só prestou atenção nessa parte? -Balancei a cabeça para cima e para baixo sem saber o que responder. — Não, linda, eu jamais faria isso. Te ouvi quando fui deixar os remédios para cólica, não fazia ideia de que você estava tomando banho, mas confesso que minha vontade foi de entrar no banheiro e te fazer minha ali mesmo.
Seus dedos escorregaram do meu queixo até o pescoço, indo de encontro lentamente aos meus mamilos que estavam mais do que preparados para recebê-los.
— Nós não... -apertei as pálpebras em uma tentativa inútil de controlar o fogo que crescia dentro de mim. — Nós não deveríamos...
— Por quê? -Seus lábios molhados tocaram meu pescoço, beijando minha pele com delicadeza.
— Porque se cruzarmos essa linha, não haverá volta atrás, Viktor. Nossa amizade não será a mesma e eu não sei se estou preparada para perder um amigo, mesmo depois de tantos anos longe. -Confessei ofegante. — Está disposto a colocar tudo em jogo por uma transa? -Sua resposta foi outro beijo quente como o inferno e contive um sorrisinho aliviado desejando secretamente que ele me dissesse que sim, que nossa amizade poderia ir se foder.
Deus, eu era patética.
— Você sabe perfeitamente que nunca fomos apenas amigos. -Assenti,me lembrando de todos os sinais que eu me recusei a reconhecer durante tantos anos. — E eu estou disposto a correr qualquer risco para ter você só para mim. Não é só uma transa, Alícia. É tudo o que eu sempre quis.
Ele segurou minha mão, levando-a até a sua cintura e então a posicionou em cima do seu membro ereto me arrancando um arquejo agitado.
— Está sentindo? Você me causa isso. Só de lembrar como minha blusa fica perfeita no seu corpo maravilhoso, fico duro igual pedra. E sem falar de como estou me contendo para não arrancar suas roupas e beijar cada centímetro da sua pele.
Apertei as pálpebras enquanto envolvia seu pênis com meus dedos me maneira instintiva, bombeando-o para cima e para baixo ao som dos seus gemidos roucos.
— Olhe para mim, Coelhinha. Quero que veja como me deixa maluco.
Obedeci de imediato e quase gozei ali mesmo ao dar de cara com o fogo nas suas íris azuis.
Eu não parava de tocá-lo, era viciante, era... porra era Viktor.
E a visão que tinha? Deus, eu pagaria uma quantidade milionária para vê-lo nu uma e outra vez.
Na verdade, eu pagaria para queimarem todas as suas roupas.
Viktor era perfeito.
A pele macia que latejava conforme eu descia e subia, seu corpo definido coberto pelas tatuagens, as coxas grossas e mal podia esperar para ver o seu traseiro que tinha quase certeza de que era tão durinho quanto todo o resto.
Eu não podia acreditar que finalmente estava realizando uma das minhas maiores fantasias desde que havia chegado na sua casa.
Desde que éramos adolescentes e eu passei a ter consciência da sua beleza graças aos hormônios borbulhantes da puberdade.
Mordi o lábio inferior sem parar de olhar para o lugar onde minha mão trabalhava incansavelmente e no momento em que o senti ficando cada vez mais duro e grosso, eu soube o que estava prestes a acontecer.
Segundos depois, o jato quente e espesso foi liberado entre nós dois e eu sorri com a sensação de dever cumprido.
Tinha feito Viktor gozar e estava orgulhosa por isso.
Sua risadinha satisfeita me tirou do estupor no qual eu me encontrava e olhei para cima encontrando seu olhar novamente.
— O que acha de nos livrarmos dessa roupa molhada, hum?
Concordei em um aceno e levantei os braços para que ele me ajudasse de maneira desajeitada.
Eu geralmente não ligava para o fato de que o tecido gruda no corpo quando se molha, mas naquele momento eu estava angustiada.
Não aguentava mais esperar e sabia que ele sentia o mesmo por conta dos praguejos e insultos em alemão que me faziam soltar risadinhas nervosas.
Quando finalmente conseguimos nos livrar das peças pesadas pela água, Viktor deu um passo para trás com os lábios entreabertos e seu rosto empalideceu como se ele tivesse visto um fantasma.
A insegurança me invadiu ao observar sua reação e tentei me cobrir rapidamente com os braços sendo impedida pelos seus dedos ágeis.
— Não se atreva... -Sua voz estava mais rouca do que nunca. — Porra, você é... incrível.
Engoli em seco pela milésima vez.
— Até parece. -Zombei sentindo minhas bochechas queimando.
— É sério, Alícia. -Suas mãos de repente seguraram minha cintura, me atraindo para perto de si e ofeguei ao sentir como ele ficava duro outra vez. — Eu te tomaria aqui mesmo, mas quero te mostrar como te desejo em várias posições e para isso precisaremos de uma cama. -Assenti abraçando seu corpo quase me engasgando com a deliciosa sensação de pele contra pele.
Aproveitei o momento para tocar sua bunda confirmando minha teoria e subi pelas suas costas, franzindo o cenho ao notar alguns relevos como se fossem cicatrizes.
Viktor ficou tenso ao sentir meus dedos delineando as pequenas elevações na pele rígida e inclinei minha cabeça fazendo uma pergunta silenciosa que ele compreendeu perfeitamente.
— Agora não, por favor.
— Tudo bem.
Se ele não queria falar sobre isso por enquanto, eu não o obrigaria.
Só queria aliviar aquela dor que sentia entre as pernas, portanto não correria o risco de acabar com o clima.
Teríamos bastante tempo para isso.
Peguei a esponja pendurada no suporte e despejei uma boa quantidade do sabonete líquido antes de lhe entregar.
— Pode me ajudar? -Pedi manhosa sabendo que ele não perderia tempo ao segurá-la com uma expressão sedenta.
Viktor então embarcou em uma missão árdua de deslizar a esponja pelo meu corpo, limpando cada vestígio de sujeira da minha pele com cuidado.
Eu estava cheia de terra por conta do tombo que levei ao fugir e apenas depois de tirar a calça, foi que notei uma ferida no meu joelho.
— Sinto muito por isso. -Ele sussurrou se abaixando até ficar na altura da minha perna, beijando-a com delicadeza.
— Foi só um arranhão. -Afirmei em um gemido levando minhas mãos até a parede para não escorregar conforme ele subia distribuindo beijos pela minha coxa até parar bem em cima do meu ponto mais sensível que ansiava pelos seus lábios.
Apertei as pálpebras esperando pelo contato, no entanto, ele não se moveu, ao contrário disso, recebi um olhar travesso e soube no mesmo instante qual era a sua intenção.
— Maldito. -Meu sorriso de orelha a orelha contrastava totalmente o xingamento e ele se levantou terminando de me enxaguar por mais alguns minutos dando bastante atenção aos meus seios pesados por conta da excitação.
— Não demoro, vou pegar algo para você se secar. -Viktor avisou antes de me beijar com uma serenidade que há anos não via nele e sair do box me presenteando com a visão das suas costas tatuadas que acompanhavam as cicatrizes como se quisessem camuflá-las e das nádegas duras enquanto ele caminhava para fora enrolando uma toalha na cintura de uma maneira tão sensual que não seria nada raro se eu começasse a salivar ali mesmo.
Desliguei o chuveiro e esperei que ele voltasse segundos depois com um roupão branco nas mãos.
— Venha aqui. -O pedido foi feito sem nenhum vestígio de arrogância e me aproximei passo por passo parando na sua frente enquanto ele me envolvia com a peça felpuda apertando o laço na minha cintura.
Seus dedos subiram pela lateral do meu corpo, passando pelos ombros e pescoço até parar no meu rosto, arrumando meus cabelos molhados atrás das minhas orelhas.
— É incrível como você consegue ficar ainda mais linda depois de um banho.
— Está me dizendo que sou feia quando estou toda suja e cheia de terra? -Brinquei puxando-o pela toalha.
— Sabe muito bem que não foi isso que quis... -O interrompi com um beijo entre risadinhas ansiosas e toques descarados.
Seus lábios pareciam ter sido feitos sob medida para se encaixar nos meus e suas mãos brincavam com meus mamilos por baixo do roupão que em segundos já estava aberto outra vez.
Tropeçamos até a sua cama sem nos separarmos e deixei cair o roupão no chão antes de me deitar no colchão esperando que ele fizesse o mesmo.
Viktor tomou o seu tempo para me observar novamente como se eu fosse uma obra de arte exposta somente para ele.
Minha pele fervia de desejo e eu estava prestes a implorar por mais um toque, quando ele se ajoelhou entre minhas pernas, distribuindo beijos incandescentes pela minha coxa até chegar na minha virilha me fazendo ansiar por mais.
Minha cabeça afundou no travesseiro quando ele deslizou a língua na minha fenda gotejante, enquanto enfiava dois dedos dentro de mim me penetrando sem parar.
— Porra, isso... não ouse parar! -Rosnei conforme ele me devorava, mordendo, lambendo e até mesmo soprando a área latejante para me fazer enlouquecer.
Meus olhos só faltavam saltar das órbitas conforme Viktor desfrutava do meu sabor e mordi minha boca me controlando para não gemer tão alto que seria possível me escutar da portaria.
Eu beliscava meus mamilos intumescidos enviando uma corrente elétrica até o meu clitóris enquanto cavalgava na boca de Viktor e quando ele percebeu o que eu estava fazendo, se afastou com um sorriso convencido, se levantando e caminhando até a mesinha de cabeceira.
O som das gavetas se abrindo fizeram minha respiração se acelerar.
Eu sabia o que viria a seguir.
E estava mais do que pronta para isso.
— Você é tão deliciosa que eu poderia passar o dia todo com a cabeça entre as suas pernas. -Viktor sussurrou no meu ouvido me fazendo ofegar de tesão. — Mas eu sei que você quer mais. Posso sentir sua excitação. -Ele abriu o pacote prateado com as mãos e desenrolou o látex com agilidade pelo membro rijo, meus olhos seguindo cada movimento seu.
Caramba, Viktor era bem dotado.
Mordi novamente os lábios observando a cena com luxúria.
Ele tinha razão.
Eu precisava de mais.
Eu precisava dele por inteiro.
— O que você quer, Alícia? Me diga, quero ouvir você pedir... -Ele prendeu o lóbulo da minha orelha entre seus dentes ao mesmo tempo em que massageava meus seios, beliscando os pequenos botões rosados.
— Eu quero que você se enterre fundo dentro de mim, Viktor. -Gemi ao sentir a pontinha do seu pênis me provocando, me pedindo passagem como se estivesse apenas esperando minha ordem para começar a me dar prazer.
E foi exatamente isso o que aconteceu.
Viktor me penetrou lentamente, me preenchendo centímetro a centímetro me arrancando um gemido rouco ao senti-lo completamente.
Ficamos parados alguns segundos para que eu pudesse me acostumar ao seu tamanho e não demorou muito para que eu movesse minha cintura com impaciência.
Nós não iríamos perder tempo com todo aquele papo pré-transa.
Havíamos esperado por anos pela chegada desse momento e iríamos direto ao ponto.
E eu amava isso.
Amava essa nossa conexão instantânea.
Amava a forma como seu corpo cobria o meu cada vez que ele entrava e saia de dentro de mim.
Amava como seus gemidos roucos provocavam cócegas no meu pescoço ou como sua língua sugava meu mamilo me levando à loucura ao mesmo tempo em que sua mão esquerda apertava meu pescoço na medida certa para me fazer delirar.
Viktor parecia conhecer tudo sobre o meu corpo.
Era como se ele soubesse exatamente como acender cada terminação nervosa e eu tinha quase certeza de que o mesmo valia para mim.
Afundei meus dedos nos cabelos macios e puxei sua cabeça para cima atraindo seus lábios até os meus.
Eu estava viciada nos seus beijos.
Cada vez que ele se afastava, era como se eu entrasse em abstinência.
— Me diz, Alicia. Diz que eu sou o único que domina seus pensamentos, que é só o meu nome que você geme quando se toca... -Viktor arfou sem parar de bombear para dentro de mim.
Sorri com malícia ao perceber onde ele queria chegar com isso.
— Na verdade não...eu penso em muitos homens, sabe?
Para a minha infelicidade, Viktor parou de se mover no mesmo instante e franzi o cenho.
— Foi você quem buscou por isso, o que pensou que eu diria? Que você é o único que invade meus sonhos mais quentes? -Provoquei me divertindo horrores com a sua reação.
Meu sorriso se desfez lentamente ao ver como seus olhos imploravam para escutar o que ele desejava.
Quase soltei uma gargalhada quando ele fechou a cara desviando o rosto para o lado, mas mesmo assim não parou de se mover como se simplesmente não pudesse resistir.
Segurei seu rosto com delicadeza até que ele voltasse a olhar para mim, as orbes azuis expectantes e ansiosas.
— Viktor? -Beijei seu pescoço mordendo-o de leve.
— Hum?
— Eu estava brincando. -Tracei um caminho de beijos pelo queixo angulado até sua boca, capturando seus lábios com os dentes.
— É mesmo? -Ele percorreu meu abdômen com as palmas das mãos deixando um rastro de fogo por onde passava.
Minha respiração já atingia níveis inacreditáveis e se eu não gozasse rápido, provavelmente sofreria algum tipo de ataque.
— Uhum... -Gemi com os movimentos circulares que seus dedos faziam ao redor do meu clitóris inchado.
— Você é o único em quem eu penso e quer saber algo muito i-interessante? -Gaguejei quando ele atingiu um ponto que quase me levou até o céu. — Ultimamente eu ando tendo sonhos com você... sonhos bem... íntimos.
— E o que eu fazia nesses sonhos, Coelhinha?
Minhas bochechas já começavam a doer de tanto que eu não parava de sorrir.
— Você me comia de quatro. -Respondi ofegante. — Depois, eu cavalgava em você até o cansaço, para então começar outra vez, e outra, e outra...
Antes mesmo que eu conseguisse terminar de falar, Viktor saiu de dentro de mim e me levantou com facilidade como se eu não pesasse nada, me colocando de joelhos na cama para então me penetrar por trás em um golpe certeiro.
— Oh caralho...
— Vou realizar cada uma das suas fantasias, Alícia. Depois de hoje você não vai conseguir pensar em mais ninguém que não seja eu te dando prazer.
Balancei a cabeça com afinco.
Eu concordaria com qualquer coisa que ele me dissesse naquele momento, contanto que não parasse de se mover.
Meu corpo oscilava para frente e para trás conforme ele me possuía, chegando tão fundo que meus olhos se reviraram quase se perdendo dentro das minhas órbitas.
— Droga, Schultz, você vai me matar desse jeito... -Gemi sentindo que o orgasmo estava cada vez mais perto.
A palma da sua mão foi de encontro a uma das minhas nádegas produzindo um eco lascivo e empinei a bunda em busca de mais.
Viktor entendeu rapidamente o recado e de repente, uma chuva de tapas foi desferida na minha pele a cada estocada que eu recebia.
Quando ele se cansou de me esbofetear, senti seu dedo deslizando pela pele quente por conta dos golpes, até a minha outra entrada e respirei fundo mais uma vez.
— Estou louco por isso também... -Suspirei mordendo o travesseiro para abafar os meus gritos e me impedir de gritar para que ele faça o que quiser comigo.
— Vá em frente. -Pedi com a voz sôfrega.
— Ah não... -Viktor riu baixinho — não pense que vai ser assim tão fácil, ainda vou te fazer implorar para ser comida por trás.
— Idiota. -Resmunguei mesmo sabendo que faria exatamente o que ele disse.
Ele continuou empurrando para dentro de mim, nossos corpos suados e tremendo com a intensidade das investidas.
— Porra, não vou aguentar muito mais tempo. Você é tão gostosa, Alícia, tão quente e apertada que me deixa louco...
Viktor se debruçou sobre as minhas costas, mordendo meu ombro carinhosamente me fazendo ofegar repetidamente.
— Eu também estou quase lá, por favor, não pare. -Engasguei levando sua mão livre de novo até meu clitóris para me ajudar a alcançar a liberação.
Ele beliscou, massageou e apertou meu pequeno botão sensível por alguns minutos, até que os primeiros espasmos começaram a aparecer, meus gemidos ficando cada vez mais altos em conjunto com os seus.
Seu membro foi ficando maior e mais duro, até que ele me deu uma última estocada liberando toda a sua essência quente dentro de mim antes de desabar ofegante ao meu lado com um enorme sorriso no rosto, um daqueles que mostrava todos os dentes.
— Nunca tinha te visto sorrir assim. -Brinquei me inclinando sobre o seu peitoral, seus batimentos cardíacos tão acelerados que me senti tentada a perguntar se ele estava bem.
— Você causa esse efeito em mim, Coelhinha. -Fiquei séria de repente.
Por mais que me esforçasse, era difícil acreditar naquelas palavras.
Era tudo tão surreal.
Viktor sentia mesmo algo por mim? Ou era apenas o tesão falando por ele?
Me sentei na cama com cuidado antes de me levantar e escapar até o banheiro.
Ao me olhar no espelho e dar de cara com o meu reflexo desalinhado, os cabelos despenteados e as coxas e nádegas ainda vermelhas pelos tapas recebidos, finalmente cai em conta da loucura que havia acabado de cometer.
Eu transei com Viktor.
Depois de quase quinze anos sonhando com esse momento, eu transei com ele.
E porra, foi mil vezes melhor do que eu imaginei.
Meu sorriso se desfez lentamente conforme a adrenalina foi deixando meu corpo e toda a certeza que senti enquanto Viktor estava dentro de mim foram embora.
Será que as coisas não ficariam estranhas entre nós dois a partir de agora?
Quero dizer, ele tinha me afirmado que não era apenas uma transa, mas os homens eram capazes de recitar até os poemas mais complexos quando se tratava de conquistar uma boceta, não é mesmo?
E quando a conseguiam, eles perdiam o interesse, como quando você quer muito provar uma comida e depois de fazê-lo, percebe que não era tudo aquilo que diziam ser, que seu sabor não era único e sim dispensável.
Afinal de contas, como alguém que some por tanto tempo sem dar notícias pode de fato sentir o que ele diz sentir?
O receio e a desconfiança ainda me corroíam ao lembrar de como ele havia partido sem nem mesmo se preocupar em me avisar.
E por mais que eu soubesse que era imaturo da minha parte, simplesmente não conseguia mandar aqueles pensamentos para longe.
Será que ele realmente faria tudo por mim, inclusive ir embora?
Lavei o rosto com água fria tentando não permitir que as paranóias me deixassem maluca.
Estava tão concentrada em não surtar e parecer uma maluca, que soltei um gritinho assustado quando Viktor me abraçou por trás, seu olhar preocupado encontrando o meu através do espelho.
— Ei, o que houve? Está tudo bem? Eu te machuquei? -Viktor perguntou apoiando o queixo no meu ombro com delicadeza.
— Eu estou bem, Vik. -Ele levantou uma sobrancelha desconfiado.
— Tem certeza? Porque você parecia estar quase desmaiando aqui dentro...
Me virei ficando de frente para o seu corpo escultural e suas mãos seguraram meu rosto em busca de alguma confirmação de que eu estava dizendo a verdade.
— Talvez seja porque não comi nada até agora. -Menti descaradamente, mas como era de se esperar, ele não deixou a conversa ficar por isso mesmo.
— Alícia... -Suspirei profundamente. — Te conheço como a palma da minha mão e sei que deve estar maquinando algo dentro dessa sua cabecinha de detetive.
Soltei uma risadinha nervosa.
Droga.
Será que eu era tão transparente assim?
— Ok, você tem razão. -Eu disse baixinho enquanto observava Viktor retirar a camisinha e descartá-la na lata de lixo sem nenhuma timidez. — Eu não consigo parar de pensar no porquê você foi embora sem nem se despedir e depois sumiu, Viktor... -Soltei tudo de uma vez antes que a coragem se dissipasse por completo.
Seu olhar se arregalou tanto que seria cômico se não fosse trágico.
Sua expressão mudou de surpresa a confusão e ele parecia estar tentando entender o que eu acabava de falar.
— Eu fui me despedir de você, Alicia. -Eu provavelmente ficaria com rugas na testa de tanto que estava franzindo o cenho ultimamente. — Toquei sua porta, mas sua mãe não me deixou falar com você. Ela me disse que era muito tarde e que você precisava ir para a escola no outro dia.
— Mas o quê...
O ar escapou dos meus pulmões e precisei me sentar no vaso sanitário para não cair no chão como uma fruta madura.
— Quando eu cheguei na Alemanha, eu te enviei várias cartas, mas você nunca me respondeu...
Minha mente dava voltas e voltas e eu sentia que iria vomitar a qualquer momento.
Viktor tinha ido se despedir? Ele me mandou cartas? Por que eu nunca soube disso?
Eram tantas perguntas borbulhando dentro da minha cabeça que eu ficava cada vez mais atordoada.
— Eu não recebi nada, Vik. Minha mãe nem mesmo me disse que você havia ido até a minha casa, eu... -Esfreguei o rosto com força finalmente compreendendo tudo.
Será que mamãe jogou todas as cartas fora? Ou será que ela também nunca chegou a recebê-las?
— No começo eu te mandava uma carta por semana, contando como estava sendo minha vida naquele país, na escola e tudo mais... passei quase dez meses fazendo isso. No entanto, quando você não me respondeu a nenhuma delas, eu entendi que não queria mais saber de mim e então parei de te escrever.
Deus, por quinze anos eu o odiei pensando que ele tinha me esquecido quando na verdade era todo o contrário.
— Por que não me disse antes? -Olhei para cima com os olhos inundados de lágrimas sem derramar.
Ele se abaixou até ficar na minha altura e segurou meu queixo com os dedos gelados.
— Porque eu estava ferido, Alicia. Estava profundamente magoado e chateado por você ter seguido a sua vida sem mim.
— E-eu realmente não fazia ideia.
Seu peitoral subiu e desceu com a respiração profunda.
— Tudo bem, eu acredito em você. De todas formas, o tempo passou, mas nós voltamos a nos encontrar e isso é o que importa.
— E eu ainda sou uma fugitiva. -Afirmei com tristeza e seu olhar se endureceu em segundos.
— Por pouco tempo, meu bem. Eu vou me certificar de que o verdadeiro culpado seja punido, eu prometo. -Seus lábios depositaram um beijo suave na minha testa antes dele se levantar me puxando para cima em direção ao chuveiro.
Tomamos um banho rápido apenas para nos limparmos e voltamos para a cama passando o resto do dia deitados como se fôssemos um casal qualquer.
Não saímos nem mesmo para almoçar.
Viktor foi buscar algo para comer depois que meu estômago roncou tão alto que mais parecia um motor de caminhão e continuamos nos beijando e aproveitando o tempo perdido.
A blusa de Viktor mal cobria minhas nádegas quando me levantei para ir ao banheiro sob o seu olhar lascivo.
Ao voltar, seus braços me puxaram para perto de si me arrancando uma risadinha rouca.
— Eu falei bem sério quando disse que só de te ver com minhas roupas já fico duro.
Um caminho de beijos foi traçado no meu pescoço e ombro.
— Qual é o fetiche de vocês homens com roupas, hã? Josh também ficava louco quando eu... -Parei de falar imediatamente ao perceber a enorme burrada que acabava de cometer.
Viktor resmungou algumas palavras em alemão que supus serem palavrões.
— Você o ama?
A pergunta me pegou tão desprevenida que me sentei na cama sentindo o quarto girar por conta do movimento súbito.
Eu e minha boca grande.
— Sim, Viktor. -Respondi com sinceridade e ele praguejou baixinho dessa vez na nossa língua mesmo. — Mas não do jeito que você está pensando. -Completei rapidamente.
— E há outro jeito? -O deboche e ciúme na sua voz eram evidentes e quase continuei provocando-o apenas para saborear a sua reação por mais algum tempo.
— Joshua foi meu parceiro por anos e apesar de termos transado várias vezes, eu nunca senti mais do que amizade por ele. Eu o amo como meu amigo, como alguém em quem eu posso confiar, assim como amo Suzanna, Bertha e até mesmo Ty.
Sua postura austera se suavizou pouco a pouco e ele voltou a se deitar me fazendo perceber que também tinha se sentado.
— E quanto a mim?
Engoli em seco desejando voltar no tempo e não ter falado sobre Josh.
— O que tem você?
— Não se faça de boba, Alicia.
Pisquei devagar procurando uma saída para não ter que responder a essa pergunta.
O que eu sentia por Viktor?
Apenas tesão? Desejo?
Não.
Era algo muito mais profundo, muito mais palpável.
Eu o amava.
E finalmente admitir isso era assustador, mas não adianta mentir para mim mesma.
Eu jamais cheguei a odiá-lo de fato.
O que sentia, era mágoa e logo rancor.
Mas nunca ódio.
A esperança nos seus olhos azuis me desestabilizou por completo.
Eu não tinha coragem de lhe responder, pois o medo de o sentimento não ser correspondido me freava e me impedia de falar qualquer coisa.
Contudo, decidi me expressar sem a necessidade de palavras, rezando para que ele me entendesse como das outras vezes.
Em um movimento rápido, passei uma perna pela sua cintura, montando seu quadril e ofegando quando suas mãos foram parar nas minhas coxas naturalmente, como se ele não fosse capaz de mantê-las longe por muito tempo.
Me inclinei até parar a centímetros da sua boca carnuda e o beijei sem reservas me afastando somente quando ambos já não podíamos mais respirar.
Depositei naquele beijo todas as minhas inseguranças, tudo o que eu queria lhe dizer, mas era covarde o suficiente para isso.
Era a nossa primeira transa, por Deus.
Eu não podia me iludir dessa maneira.
Viktor roçou os lábios no meu pescoço, acariciando minha coluna com as pontas dos dedos por baixo da blusa de algodão e gemi ao sentir sua ereção debaixo de mim.
— Você não se cansa nunca? -Brinquei alisando a cicatriz na sua bochecha, fazendo uma nota mental para perguntar depois como ele a havia conseguido.
— Jamais me cansaria de você, Alicia.
Já passava da meia noite, quando escutei um barulho vindo da porta e abri os olhos de supetão em alerta.
O braço de Viktor descansava sobre a minha cintura e tentei me afastar sem acordá-lo, mas fui puxada de volta para trás assim que ele sentiu o movimento.
Eu estava nervosa e assustada com a possibilidade de alguém ter entrado no seu quarto para nos fazer dano, porém quando os olhinhos brilhantes de Chess encontraram os meus, suspirei aliviada sorrindo para a minha gata atrevida.
— Você quer me matar de susto, mocinha? -Sussurrei acariciando sua orelhinha assim que ela se aproximou.
Chess subiu na cama em um pulo elegante e se deitou aos meus pés como se nada estivesse acontecendo.
— O que pensa que está fazendo? Volte já para o seu quarto! -Repreendi me sentando com cuidado.
A gata continuou dormindo sem nem se dar ao trabalho de me obedecer.
Porra, Viktor ficaria puto comigo.
Eu precisava tirá-la dali antes que ele a visse, mas como faria isso sem acordar o homem nu ao meu lado?
— Chess, eu sei que você está me ouvindo! Vá para o quarto agora! -Reiterei baixinho tentando expulsá-la com o pé.
— Alícia, deixe a gata em paz e volte a dormir... -Viktor resmungou com a voz rouca de sono me apertando novamente contra si e o encarei com uma expressão surpreendida.
— Você não está bravo? -Perguntei em um fio de voz.
— Não... já me acostumei com a sua companhia. Chess dorme comigo praticamente desde o primeiro dia em que chegaram, já até desisti de tentar impedi-la.
Minha mente parecia aquele meme da senhora fazendo contas matemáticas.
Eu não estava entendendo bulhufas.
— Mas sempre que eu acordo, ela está lá do meu lado na cama... como isso é possível?
— Cada manhã eu a levo para o seu quarto antes de sair para trabalhar. Agora, por favor, volte a dormir porque estou esgotado e preciso ir cedo para o cassino. Você sugou todas as minhas energias, liebe. -Recebi um beijo no ombro antes dele voltar a segurar minha cintura.
— O-ok.
Me aconcheguei nos seus braços sem parar de pensar no que acabava de descobrir.
Chess sua danadinha. -Pensei sorrindo abertamente.
Então minha gata era ainda mais esperta do que eu.
Aquele dia não poderia ter sido mais interessante.
Fechei os olhos depois de alguns minutos e assim como Viktor pediu, voltei a dormir me distraindo com a sua respiração compassada e com o seu cheiro delicioso desejando que as horas passassem rápido para que pudéssemos repetir tudo o que fizemos na noite anterior.
NOTA DO AUTOR
Agora sim, eu tinha planejado postar esse capítulo ontem,
porém não deu tempo de terminar e ele precisava estar perfeito para vcs.
Então aproveitem e saibam que tô desde as 5 da manhã escrevendo ele
então se não gostarem, só lamento kkkkkkkkkk
Tenham um ótimo final de semana!
Amo vcs, 🥰
Bjinhossss BF 🖤🖤🖤
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