Capítulo 02
O VENTO fresco chicoteava meu rosto por trás da aba aberta do capacete graças à alta velocidade enquanto eu costurava pelas ruas movimentadas de South Oaks na minha Vulcan vermelha.
Morar nos condomínios residenciais podia até ser mais bonito e tranquilo, no entanto, nada supera o caos excitante da cidade.
Os carros ficando para trás quando passava por eles em alta velocidade, a brisa que sempre me acompanhava no caminho que já conhecia de cor e até mesmo os xingamentos que eu recebia ao ultrapassar algum idiota com complexo de tartaruga.
De certa forma toda essa confusão me tranquilizava, me fazia pensar que não estou sozinha nessa selva de pedras ao mesmo tempo em que me sentia parte da cidade.
Uma componente a mais da enorme metrópoles carregada de mistério e com uma beleza única.
Embora eu ame ter o meu próprio lugar, ao me mudar para o meu apartamento, meus pais ficaram tristes e tentaram me convencer de continuar morando com eles, mas eu não podia mais fazer isso com eles e muito menos comigo.
Precisava da minha independência e de uma localização mais próxima do meu trabalho, porque sinceramente, acordar duas horas mais cedo para não se atrasar é um porre.
Fora que eu não podia fazer coisas como levar Josh para transar por exemplo, já que por mais que eu seja uma adulta, ainda respeito os dois como se fosse uma criança.
É, a independência pode até ser difícil no início, porém é também uma das melhores decisões a serem tomadas.
Revisei a hora no celular preso no suporte atado ao guidão constatando que ainda faltavam pelo menos vinte minutos para começar o meu expediente.
Ótimo.
Odiava chegar atrasada e odiava que se atrasassem.
E não entendia porque as pessoas pensam que são donas do seu tempo.
Como se você não tivesse importância ou coisas para fazer como sei lá, viver sua própria vida.
Por isso eu sempre chegava cedo.
Pelo menos assim poderia reclamar com propriedade.
Ao parar em um semáforo, duas garotas cruzaram a faixa sem parar de olhar para minha moto e um sorriso cobriu meus lábios ao perceber como elas ficaram animadas quando eu acelerei de propósito fazendo o motor vibrar.
Eu adorava aquele som.
Sempre fui apaixonada por motos e não esperei para comprar a minha ao vê-la na vitrine da concessionária.
Foi amor à primeira vista, era como se ela tivesse sido feita especialmente para mim e todos ficavam impressionados quando percebiam que detrás do capacete preto, havia uma garota e não um cara.
Era sempre assim.
Regina, mais conhecida como Queen Bee, chamava muito a atenção por onde passava, afinal de contas, era a porra de uma Kawasaki.
E por mais que já estivéssemos em uma época onde ficou mais do que claro que as mulheres podem fazer o que bem entenderem, algumas pessoas ainda insistiam em que pilotar era coisa de homens.
Alguns caras também se detiveram para olhar, no entanto, o brilho nos seus olhos era diferente.
Algo parecido a inveja misturado com incredulidade como se tudo não passasse de uma piada de mal gosto.
Que seja.
Aprendi depois de um tempo a não ligar para esse tipo de reações, era isso ou sofrer crises de ansiedade que não me levariam a lugar nenhum.
Quero dizer, me levariam até a minha psicóloga, mas isso era conversa para outro dia.
Acelerei quando o sinal ficou verde e escapei rapidamente até a rua que me levava para a delegacia onde trabalhava.
Fazia o mesmo caminho todos os dias, portanto conhecia cada centímetro de cor.
Se alguém pintasse o asfalto, eu saberia. Porra, se alguém trocasse uma lâmpada eu perceberia.
E apesar de que às vezes era algo cansativo ser tão controladora com tudo ao meu redor, ao mesmo tempo isso me mantinha ativa. Era como uma droga que te ajuda a ser mais rápido ou mais inteligente.
Controlar as coisas era a minha droga e eu estava irreversivelmente viciada.
Estacionei no lugar de sempre, ativei o alarme de Bee e rumei para a porta de entrada.
Trabalhar na segunda divisão de narcóticos e tráfico humano era exaustivo e extremamente delicado.
Quando você começava a pensar que não poderia se surpreender com mais nada, aparecia mais um caso que te deixava com os nervos à flor da pele.
E o pior de tudo, é que a maioria dos cúmplices eram as próprias mulheres.
O que particularmente me causava náuseas.
Elas simplesmente enfiavam a sororidade pela bunda e faziam de conta que não eram alvos fáceis uma vez que não fossem mais necessárias.
E ao serem capturadas e presas, ainda tinham a cara de pau de pedir piedade.
Piedade meus ovários. Elas mereciam sofrer ainda mais do que os homens.
— Chegou bem mais cedo hoje, Allie. Um novo recorde. -A voz suave me fez sorrir antes mesmo de chegar a ver a sua dona.
— O trânsito de meio de semana não é tão puxado quanto o dos outros dias, graças aos céus. -Respondi retirando o capacete e colocando-o em cima da mesa da secretária loira para poder dar uma ajeitada nos meus cachos curtos. — Bom dia, Suzanna, como nosso príncipe está se comportando hoje? -Apontei para a sua barriguinha saliente que já não deixava dúvidas sobre o seu estado.
Suzanne estava grávida do seu namorado e sua felicidade era contagiante em todo o departamento.
Cada um aqui sabia da novidade e praticamente todos os dias alguém lhe trazia um presente diferente.
E ela merecia cada um deles. Na verdade, ela merecia o mundo inteiro.
Suzanna era uma garota muito forte.
Ela tinha sofrido nas mãos de Steven por um longo tempo e quando a encontrei quase morta em um galpão, foi a coisa mais horrível que presenciei desde que tinha começado a trabalhar na segunda divisão.
Mas apesar de tudo o que lhe aconteceu, ela não perdeu o brilho.
Todos os dias nos recebia com aquele sorriso amável no rosto, sempre prestativa e muito eficiente nas suas tarefas, um lembrete diário do porquê eu estava lutando.
Fiz questão de conseguir esse trabalho para que ela pudesse recomeçar sua vida e meses depois, ela conheceu Jace e foi amor à primeira vista.
Agora os dois teriam um filho juntos e não podia nem chegar a descrever o quão feliz estava por ela.
— Rico não me deixou dormir essa noite... ele está virando um bebê comilão igual o pai. -Suas mãos acariciaram a barriga carinhosamente e não consegui disfarçar o sorriso afetuoso. — Acredita que ontem passei o dia inteiro com vontade de comer picles com doce de leite!
Uma careta surgiu no meu rosto ao escutá-la e uma gargalhada sonora ressoou pelo hall praticamente vazio a essa hora.
— Grávidas são estranhas. -Resmunguei para mim mesma.
Seu olhar se suavizou e ela segurou meu braço com afeto.
— Espera só quando chegar a sua hora e vai ver que na verdade, os desejos são a coisa mais normal que vai experimentar.
— Pois se depender de mim, essa hora vai demorar um bocado para chegar. -Pisquei divertida e Suzanna revirou os olhos sabendo que eu estava dizendo nada mais do que a verdade.
Se tinha uma coisa que definitivamente não estava nos meus planos, pelo menos por enquanto, era ter um filho.
Eu amava minha solitude e embora muitas pessoas me dissessem que era um ato egoísta, para mim, era o contrário.
Para quê colocar uma criança indesejada no mundo?
E mais do que isso, para quê ter um filho sabendo que não poderia estar presente o tempo todo e lhe dar todo o amor e apoio que ele merecia?
Fora o fato de que para ter um filho eu precisaria de um cara e estava correndo de relacionamentos.
Meu trabalho consistia em passar várias horas fora de casa além do risco iminente a cada esquina e eu me sentiria realmente péssima se chegasse a colocar alguém da minha família ou que eu ame em perigo por conta disso.
Essa era uma das razões pelas quais eu também decidi sair de casa.
Meus pais eram pessoas que estavam entrando na terceira idade e mesmo estando em perfeitas condições físicas e de saúde, morar com eles era como pintar um enorme alvo bem em cima das suas cabeças.
Poucas pessoas sabiam algo sobre mim.
Eu procurava sempre manter o lado profissional bem separado do pessoal e pretendia continuar assim.
— Mas isso não me impede de mimar o pequeno Rico! Vou ser a tia maluca, ele vai amar. -Completei depois de alguns minutos com um enorme sorriso e Suzanna negou com a cabeça puxando uma longa respiração.
— Quero só ver quando Jace ficar sabendo disso...
— Ele não tem do que reclamar para falar a verdade. -Dei de ombros e a loira soltou uma risadinha.
Antes deles realmente começarem a sair, eu investiguei sua ficha criminal.
Precisava saber se Jace era alguém confiável além de saber que Suzanna merecia uma pessoa que a amasse e respeitasse como deveria ser.
E o alívio percorreu cada célula do meu ser ao chegar à conclusão de que ele era um bom garoto.
Os dois eram um grude e cada vez que ele vinha buscá-la no final do dia e a recebia com um sorriso apaixonado no rosto moreno, meu dia ficava um pouquinho menos obscuro.
— Isso tenho que concordar. Jace ama vocês, não sei como não o assustaram com as armas, músculos e toda essa pose de durões.
— É porque ele sabe que só estávamos te protegendo... -Expliquei dando de ombros mais uma vez. — Mas enfim, sabe se Josh já chegou?
— Olha, eu ainda não o vi, então não posso afirmar com certeza se ele está aqui.
— Tudo bem, se o vir por aí, diga que estou esperando na sala de arquivos, por favor.
Abracei seu corpo rechonchudo rapidamente e ela voltou para o trabalho antes que chamassem a nossa atenção.
Segui para o andar subterrâneo onde os arquivos de todos os criminosos eram mantidos sob proteção e fui direto na prateleira com a enorme letra D pintada em uma letra mecânica.
Puxei a gaveta deslizante e dedilhei as pastas até encontrar a correspondente com o sobrenome Decker em letras frescas.
Deus sabe como eu esperei por esse momento.
Como ansiava ver seu nome estampado nessa porcaria, já que das outras vezes, Steven era solto por falta de provas ou a vítima retirava a queixa contra ele de uma maneira bastante suspeita ou então elas simplesmente desapareciam e não testificavam mais, obrigando o juiz a dar o caso por encerrado.
Mas ele não escaparia dessa vez.
Virei para me sentar em uma das cadeiras vazias quando dei de cara com uma sombra parada bem ao meu lado.
— Caramba, sabia que você odiava esse cara, mas não pensei que fosse ficar tão obcecada por esse caso! -Levei uma mão até o peito em um sobressalto antes de escutar a risadinha de Josh.
— Porra cara, você me assustou, caramba! -Eu disse em um grito rezando para que ninguém nos escutasse e ele caminhou até parar atrás de mim.
— Você parece tensa, precisa relaxar, Ali. -Suas mãos apertaram os meus ombros enquanto sua boca encontrou meu pescoço me obrigando a me afastar empurrando o seu corpo para longe.
— Aqui não, Josh. Estamos no trabalho, já conversamos sobre isso. -Minha voz estava mais aguda do que o normal e sentia que iria explodir a qualquer momento.
Seu olhar endureceu e ele cruzou os braços encostando em uma das prateleiras de metal com um semblante emburrado.
— Qual é, Alícia, só estava tentando te ajudar, não é como se fosse te jogar em cima dessa mesa e tirar sua roupa. -Minha respiração ficou ainda mais acelerada ao ouvi-lo falar dessa maneira.
Desde que começamos a nos pegar, tive medo de que alguém nos descobrisse por dois motivos: o primeiro, era que supostamente as relações entre colegas de trabalho eram proibidas e o segundo, era que eu não queria que todos pensassem que eu estava namorando.
Não que eu me importasse com a opinião alheia, é só que...
Eu não queria que ele milagrosamente ficasse sabendo que eu tinha alguém me esperando no final do dia.
Deus, como eu podia ser tão patética ao me importar com a opinião de um idiota que ja devia até ter esquecido da minha existência?
Todos os dias eu convencia os outros, e também a mim, de que não estava preparada para um relacionamento ou que queria focar na minha carreira de detetive, quando no fundo eu sabia que não era apenas isso.
Por mais que não quisesse admitir, meu passado ainda me perseguia e se fazia presente em cada um dos meus pensamentos.
Viktor me assombrava todos os dias.
Eu ainda sonhava com o seu olhar desesperado naquele dia que nos vimos pela última vez, ainda sentia o cheiro do seu perfume quando ele me abraçou depois de me beijar e ainda saboreava o gosto amargo da decepção que senti ao encontrar sua casa vazia.
Balancei a cabeça para os lados tentando dissipar as lembranças antes que fosse tarde demais.
— Eu sei, Joshua, é só que da última vez que transamos você estava estranho quando foi embora. -Retruquei baixinho e ele rodou os olhos puxando a cadeira ao meu lado e se sentando com as pernas abertas, apoiando os braços no encosto.
O movimento destacava ainda mais seus músculos definidos e inconscientemente lembrei de como eles se sentiam bem em volta da minha cintura.
— Escuta, Ali, eu... -Apertei as pálpebras me preparando o golpe que viria a seguir, quando a porta se abriu e Harvey passou por ela com a mesma carranca de sempre.
— Então é aqui que estão se escondendo. -Ele repreendeu com a sobrancelha levantada.
Nosso chefe sempre estava sério, jamais tinha visto um sorriso no seu rosto e agora não seria diferente.
— Estava revisando o caso Decker para ver se não tinha deixado passar algum detalhe, mas já ia voltar lá para cima. -Respondi devolvendo a pasta na gaveta sob seu olhar atento.
— Eu sei que você quer que ele seja condenado logo, Medina, mas deve ter paciência. Os processos não acontecem da noite para o dia. -Concordei à contragosto enquanto caminhávamos para fora do depósito.
Ao chegar no térreo, o homem de meia idade se virou ficando de frente para mim e me encarou por alguns segundos antes de falar, como se ele estivesse escolhendo as palavras certas para dizer.
— Escuta, eu pensei bem e decidi que vou te dar uns dias livres para que possa descansar. Você trabalhou duro durante toda a investigação e acho que merece umas férias.
Meus olhos se arregalaram e uni as sobrancelhas em um gesto involuntário.
— Mas o quê... que merda é essa Harvey? Eu não quero férias! Estou encarregada da investigação de Steven e pretendo continuar até o final.
Meu chefe cruzou os braços bufando com impaciência e busquei apoio em Josh, percebendo tarde demais que eu estava sozinha nessa.
Pelo visto meu parceiro tinha mais medo do seu chefe do que de mim.
Que se foda, eu podia com isso.
— Não estou te perguntando se você quer, Alicia. Estou te dando uma ordem. Agora vá para casa, durma um pouco, veja alguma comédia romântica ou que quer que faça no seu tempo livre.
Sem querer, deixei escapar uma gargalhada incrédula.
O que estava acontecendo?
— Harvey, é sério, você não pode fazer isso comigo! -Minha voz começava a ficar cada vez mais alta e ele franziu o cenho puxando uma longa respiração em uma tentativa de se acalmar.
— É o seguinte, Medina, dessa vez eu vou deixar passar esse descontrole e essa sua falta de respeito com um superior porque sei que deve estar sobrecarregada com toda essa merda do Steven. -Neguei com a cabeça ainda sem acreditar no que estava escutando. — Agora, você vai subir naquela sua moto e vai levar essa bunda para longe daqui antes que eu assine uma maldita carta de demissão por desacato.
— Mas...
— Nada de mas, Alicia. Vá para casa, você vai me agradecer depois, acredite. -Sem esperar por uma resposta, Harvey deu meia volta e saiu andando na direção da sua sala deixando a mim e a Josh sozinhos no hall.
— O que deu na cabeça desse cara? -Indaguei para ninguém em específico e meu parceiro deu de ombros.
— Não faço a menor ideia, só sei que ele tem razão. Você realmente precisa descansar um pouco, Ali, e se não quiser ser despedida é melhor fazer o que ele disse.
— Se eu for para casa, como vou dar seguimento no caso Decker? -Contive minha vontade de bater em algo ou alguém.
Isso só podia ser uma brincadeira de mal gosto.
Dei meu próprio sangue durante quase dois anos para conseguir prender aquele verme para no final das contas ser afastada do caso.
Era assim que me agradeciam?
Idiotas.
— Eu vou te manter atualizada, posso te visitar algumas noites para te contar tudo e aproveito para te ajudar a se distrair. -Inclinei a cabeça para o lado.
— É sério isso, cara? Puta merda. -Me afastei com passos firmes até o meu armário e abri a porta com mais força do que era necessário com meu parceiro ao meu encalço.
Ele segurou meu pulso me fazendo parar e me colocou de frente para ele levando uma mão até meu rosto.
— Foi só uma brincadeira, ok? Não precisa descontar toda a sua raiva em mim.
— Eu sei, Josh, e me desculpo por isso. É só que não é justo, caramba! Você mais do que ninguém sabe o quanto eu me esforcei para pegar Steven... -Eu parecia uma criança choramingando por não conseguir convencer o pai a comprar um doce, mas era inevitável não me sentir assim.
Poxa, tudo o que tinha acontecido era graças a mim. Eu me arrisquei para pegar aquele nojento, eu arquitetei esse plano e eu fui a que conseguiu finalmente fazê-lo cair.
Nosso chefe não tinha esse direito. Ele não podia simplesmente chegar e me afastar do caso como seu eu não significasse nada.
— Faça o que Harvey pediu, vá para casa por alguns dias e quando voltar, o processo vai continuar aqui te esperando, linda. -Josh diminuiu ainda mais a nossa distância, segurando meu pescoço e acariciando minha bochecha com as pontas dos dedos e um frio percorreu todo o meu corpo me fazendo tremer.
Droga, só faltava isso para piorar o meu dia: meu parceiro confundindo as coisas entre nós dois.
Me afastei rapidamente do seu toque demasiadamente íntimo para o meu gosto.
— E-eu preciso ir, te ligo mais tarde para que me ajude com algo. Até mais, Josh. -Praticamente escapei até o estacionamento com o coração batendo rápido como um tambor.
O dia estava sendo muito estranho e eu precisaria de várias xícaras de chá de camomila para dissipar a raiva que estava sentindo naquele momento.
Ou quem sabe de uma boa sessão de relaxamento com meu amigo de borracha.
Como Harvey tinha coragem de me afastar daquela maneira?
Se eu já o odiava antes, agora o sentimento era realmente significativo.
Voltei para casa com nada mais do que raiva correndo pelas minhas veias e ao chegar passei pela porta indo direto para o meu quarto.
Me joguei na cama tentando afastar as lágrimas que insistiam em cair e Chess apareceu minutos depois para me fazer companhia.
Ela se deitou ao meu lado e acariciei seus pelos suaves me sentindo levemente mais calma.
— Ele me paga! Não vou deixar barato e estou pouco me lixando que ele seja meu chefe. -Chess miou suavemente como se estivesse entendendo cada palavra e concordando comigo. — Aquele babaca quer ficar com todo o crédito para ele, tenho certeza. Ele não fez nada durante todo esse tempo e quer todos os holofotes virados para o seu lado, mas eu não vou permitir que ele saia por cima, não dessa vez.
Me sentei rapidamente no colchão e retirei o celular do bolso da jaqueta de couro que estava largada de qualquer jeito no pé da cama.
Eu: Preciso que me envie uma cópia de todos os arquivos relacionados com o caso Decker.
Mordi os cantos dos dedos enquanto esperava pela resposta.
Geralmente Josh não demorava, mas hoje parecia que tudo estava dando errado para mim.
Joshua C.: Sabe que não posso fazer isso, Ali.
Porra!
O celular voou pelo colchão assustando Chess que saiu correndo porta afora.
Não, eu precisava manter a calma.
Josh estava comigo há um bom tempo e eu sabia como manejá-lo. Ele só me deu a resposta politicamente correta, mas eu não precisava de muito para fazê-lo ceder.
Eu: Pensei que éramos parceiros, cara. Você mais do que ninguém sabe que não consigo ficar parada, que preciso me distrair, além do mais esse caso é meu, então vou continuar revisando enquanto estiver fora.
Joshua C.: Alícia, é sério! Não posso simplesmente retirar o caso dos arquivos, tem toda uma burocracia.
Eu: Josh, eu realmente preciso desses arquivos, por favor dê um jeito, tire fotos das páginas, qualquer coisa! Faça isso por mim e eu ficarei eternamente agradecida.
A cada segundo que passava, eu ficava ainda mais ansiosa.
Será que eu teria que suborná-lo com sexo?
Porque estava completamente disposta a isso, se fosse necessário.
E quando pensei em uma resposta, uma maneira de obrigá-lo a fazer o que eu queria, o celular apitou novamente avisando que mais uma mensagem tinha chegado.
Joshua C.: Tudo bem, mas se alguém me perguntar eu vou dizer a verdade.
— Isso porra! -Gritei dando um soco na almofada.
Eu: Obrigada, Josh! Eu vou te recompensar, prometo.
Joshua C.: Estou contando com isso 😏
O emoji com cara de safado não me passou despercebido.
Então ele também sabia jogar e embora eu gostasse das nossas noites de diversão entre quatro paredes, no momento, eu só estava interessada em uma coisa: fazer Steven e todo aquele ninho de ratos cair.
Um por um.
E eu iria até o fim, e mesmo que isso me levasse até o maldito inferno, no final valeria a pena.
NOTA DO AUTOR
Finalmenteeee segundou, meu povo!
Espero que tenham gostado do cap,
não se esqueçam de votar e comentar!
Tenham uma ótima semana,
Amo vcs 🥰
Bjinhossss 🖤🖤🖤
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