𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟔 • Salas e passagens secretas
EPISÓDIO 1 — PARTE 4
[SALAS E PASSAGENS SECRETAS]
ENQUANTO A MÚSICA preenchia o ambiente do salão da escola e a lua crescia lá fora, as fadas e especialistas riam e conversavam entre si, colocando em dia o que perderam nas férias.
Enquanto isso, Vero, Aisha, Musa e Terra estavam ao redor de uma mesa com guloseimas que Aisha não parava de atacar. Vero revirou a bebida no copo transparente, sentindo falta de algo nela ao mesmo tempo em que ouvia sobre o mais novo assunto do momento.
— Quem realmente viu o corpo do pastor? Talvez ele fosse só velho — sugeriu Terra. — As pessoas envelhecem e morrem. Todo mundo morre.
— A decapitação da velhice chega quando menos se espera — concordou Musa.
— Rolou com a minha avó, bem no meio do bingo — riu Aisha. — Foi top, top, top para debaixo da mesa.
Musa acompanhou quando Aisha encheu novamente um guardanapo com mais salgadinhos.
— Não estou julgando, mas...
— Eu como que nem um porco — afirmou Aisha para Musa. — Se eu não nadasse, ia ser enorme.
Vero revirou os olhos com a indelicadeza daquelas palavras, sabendo que tinham ferido Terra com o seu uso inadequado. Veronica era conhecida por ser maldosa e cruel, mas isso só quando era necessário. E quando gostava realmente de alguém, ela era uma boa pessoa.
— Eu dançava, te entendo — disse Musa, logo olhando para Vero. — E você? Pratica algum esporte?
— Snowboard conta? — respondeu. — Eu e meu namorado vamos para as montanhas nas férias. Algumas vezes eu vou com algumas amigas, já que uma dela é uma fada do gelo.
— Fada do gelo? Faz tempo que não vejo uma por aqui... Mas você fala tanto do seu namorado que eu fico até pensando se já não o conheço — disse Terra, encarando Vero com intensidade de querendo saber mais.
— Até onde eu sei, ele estava treinando — revelou Vero. — Quando ele aparecer eu te apresento a ele.
— Ele estuda aqui, então? — perguntou Aisha. — É um especialista?
Antes que Veronica pudesse responder, ela sentiu o toque congelante das mãos pálidas em seu braço. Ela relaxou ao perceber que era Anelise. As outra fadas ao seu redor a encararam, Terra fascinada.
— Você parece uma modelo! — exclamou, espantada.
— Obrigada — agradeceu Anelise, indiferente. — Veronica, posso falar com você.
Anelise mal esperou Veronica confirmar ou negar. A fada do gelo puxou a outra pelo pulso, caminhando para trás de um pilar enquanto muitos olhos ainda estavam sendo direcionados à elas.
— Confraternizando com o inimigo?
— Eu duvido que elas sejam o inimigo — negou Veronica. — São só fadas adolescentes, Anelise. Nada mais que isso.
— Que seja — resmungou Anelise, dispensando a impertinência de Vero. — O seu namoradinho já voltou do treininho dele?
— Ele é um especialista — respondeu. — É um treino pesado. Mas sim, o treino já acabou faz umas duas horas.
— Ótimo, então o prédio deles está vazio.
— O que você...?
Vero não se atreveu a continuara a pergunta depois do sorriso maliciosa de Anelise. Ela sabia bem como a fada do gelo era, como ela gostava no sórdido, da malícia e da luxúria — Anelise amava tudo o que era considerado pecado.
Mas antes que pudesse falar algo, Anelise já tinha dado as costas para Veronica e caminhava em direção ao prédio dos especialistas.
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O PRÉDIO DOS ESPECIALISTAS ERA bem diferente do das fadas. Não tinham plantas e nem vitrais coloridos. Ali parecia um verdadeiro castelo de guerra, com paredes gastas e escuras.
Mesmo que fosse um lugar sombrio e arrepiante, Anelise não pode de deixar de imaginar o quanto aquelas salas e corredores escuros eram úteis para se esconder da vista das outras pessoas — principalmente depois de ter estudado as plantas e mapas das construções e descoberto cada sala, passagem e armário secreto.
Não foi difícil sair do outro prédio, todos os especialistas e fadas distraídos com a festa que rolava. Anelise se esgueirou para o prédio dos especialistas facilmente, fingindo ser alguém apenas curiosa com os lugares de Alfea.
Também não fora difícil achar o escritório do diretor especialista. Ela subiu as escadas sem pressa, virando de corredor em corredor, até achar a porta grande e trabalhada em madeira que anunciava ser a que ela procurava.
A porta estava aberta, Silva distraído demais com a papelada na sua mesa para notar quando ela entrou. Anelise seguiu até estar na sua frente, apoiando as mãos na mesa dele, finalmente chamando sua atenção. Silva deu um pulo ao notar a figura esbelta e loira que sorria maliciosamente para ele.
— Anelise — sussurrou.
— Achei que nunca mais íamos nos ver.
Com um estalar de dedos, a neve de Anelise fechou a porta com uma rajada de vento congelante, o próprio impacto a trancando.
Silva levantou da cadeira no mesmo instante, sem palavras, mas ele reconheceu o casaco nos ombros da fada, um grande ponto de interrogação em seu rosto.
— Esse é o meu... — tentou perguntar, aprontando para a peça de roupa nos ombros dela.
— É — afirmou ela, sorrindo docemente. — Combinou comigo, não acha?
— Posso ter meu casaco de volta? — perguntou ele, direto.
— Posso ter a minha virgindade de volta?
A frase de Anelise o pegou desprevenido. Silva não sabia o que falar, não sabia nem pensar em como não percebera, naquela noite, que era a primeira vez de Anelise. E depois das inúmeras vezes que o fizeram, ele nunca pensaria que ela nunca o tinha feito antes.
— Foi sua primeira vez? — conseguiu perguntar. Ela assentiu sem remorso. — Eu sinto muito, se eu soubesse...
— Ah, agora quer dar uma de quem se importa com os frágeis sentimentos da garotinha? — zombou ela.
Anelise, em passos lentos e demorados demais, deu a volta na mesa de Silva. Ele não teve reação, apenas se deixando sentar novamente na cadeira quando ela se aproximou muito dele.
— O que fizemos naquela noite — começou ele.
— Não pode se repetir? — concluiu ela. — Tudo porque você é o diretor especialista e eu uma aluna?
— Anelise.
— Mas o que é proibido, é mais gostoso.
Anelise, então, sentou-se no colo de Silva, jogando seus braços por cima dos ombros dele. Sua cintura foi cruzada pelas mãos dele, um carícia lenta e torturante.
— Você me prometeu que nunca mais íamos nos ver — disse ela, sedutora. — Mas e agora?
— Não deveria estar aqui — sussurrou ele, Anelise aproximando seu rosto do dele. — Não deveria...
— Estão todos na festa — o cortou. — Temos tempo. Mas e então, Silva? O que vamos fazer agora?
Seu nome nos lábios dela soavam como música divina, uma que ele nunca enjoaria. Suas mãos então desceram para as cochas nuas dela, a saia justa tendo se levantado quando ela sentou em seu colo.
— Não podemos — disse ele com dor.
— Ninguém precisa saber.
Os lábios de Anelise colidiram com os dele no segundo seguinte. Ela se derreteu com as carícias dele pelo resto de seu corpo, subindo, então descendo e descendo e descendo. Logo, todos os papéis que estavam na mesa dele já estavam espalhados pelo chão, dando lugar ao corpo de Anelise que ali ele adorava.
Como uma boa amante na literatura, Anelise tinha que concordar com Shakespeare: se por te beijar tivesse que ir depois para o inferno, eu faria isso. Assim poderia me gabar aos demônios de ter estado no paraíso sem nunca entrar.
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26.05.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Eu queria ouvir as teorias de vocês para algumas coisas aqui:
Já está bem claro que nossas Trix se tratam como irmãs, mas ficou claro que a Anelise e a Beatrix ficam com um pé atrás referente à Veronica. Por que acham que isso acontece principalmente com a Anelise?
Se ficou alguma dúvida referente a idade dels: a Anelise é a mais velha; Beatrix a do meio; e a Vero a mais nova.
Ah, lembram das mensagens calientes misteriosas que a Anelise recebeu? Eu acho que vocês já sabem de quem foram... Mas tem alguma teoria do passado deles? De como se conheceram? Qual o tipo de relação deles?
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