𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟓 • O que fizeram no verão
EPISÓDIO 1 — PARTE 3
[O QUE FIZERAM NO VERÃO]
O SOL QUEIMAVA AS COSTAS DE Riven e Sky conforme se enfrentavam no ringue elevado dos especialistas. Enquanto alguns corriam entorno do lago, outros se enfrentavam e acabam realmente caindo na água ao se desequilibrar.
Ao longe, Silva conversava com os calouros que acabaram de chegar para o primeiro treinamento do ano letivo.
Riven golpeou Sky com os dois bastões de madeira de treinamento, Sky falhando ao se defender com apenas um deles.
— Ela tem alguma coisa de diferente — disse Sky, tomando fôlego.
— O quê? — debochou Riven. — Ficou impressionado depois desse papinho?
Sky atacou com agilidade, Riven se defendendo do golpe rapidamente e dando sequencia a mais outros. Ele usou a distração de Sky para golpeá-lo no peito com um chute que quase o desequilibrou.
— Qual é a tua atração pelas loucas? — insistiu.
— Como sabe que ela é louca? — perguntou Sky, rodeando Riven. — Nem conhece ela.
— Ela é ruiva. É tudo doida — deu de ombros. — Mas transa que é uma beleza.
— Tá falando por experiência? — indagou Sky, zombando. — Não sabia que sua mão era ruiva.
Riven o atacou em um baque, golpeando Sky certeiro.
— Vero é ruiva — explicou. — Ela pintou o cabelo de preto nas férias.
— Ah, e depois quer falar de namoradas loucas quando a sua é a princesa de Averno — provocou. — Como foi que acabou com ela, afinal?
— Aposto que foi meu charme.
Tentando pegá-lo se surpresa, Sky saltou no ar e golpeou Riven para desestabilizá-lo. Logo, atacando-o com a bastão e fazendo com que seu adversário o soltasse sem querer.
Sky pegou Riven pelo braço, o torcendo em um golpe calculado que o fez cair de costas no chão, decretando sua vitória.
— Ficou lentinho no verão, hein — riu Sky. — O que fez o tempo todo?
— Fique chapado — respondeu, respirando pesado. — E também passei a maior parte do meu tempo com a Vero.
— Na cama?
— Onde mais você acha que foi?
Sky estendeu a mão que Riven aceitou para levantá-lo do chão.
— Se estiver pensando em dar sermão de irmão mais velho, eu não quero ouvir — declarou.
— Ah, não chora não — debochou Sky.
— Podia aproveitar melhor o seu tempo e distrair a sua agressiva figura paterna para eu não ser expulso.
— Falando em figura paterna, você conheceu aquela fada do gelo? — perguntou. — Anelise?
— Anelise? — repetiu Riven. — O nome é familiar, mas só. O que ela tem a ver com o Silva?
— Nada. — Por enquanto, ainda não tem nada.
Sky não teve tempo de retrucar Riven quando este saiu a caminho da floresta para cruzar a barreira onde poderia fumar sem ser perturbado.
Entretanto, se Riven pudesse mudar alguma coisa naquele dia, seria nunca ter entrado naquela floresta sozinho e ter encontrado o corpo morto por um queimado.
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SILVA ERA UM HOMEM JUSTO, BRAVO, MASCULO... Era o diretor especialista de Alfea. Supostamente, ele deveria saber sair e lidar com todo tipo de situação que aparecesse em seu caminho.
Mas aquela garota, Anelise Blaer, foi capaz de testar todas as suas habilidades de uma vez. E ele perdeu. Em anos de experiência, nunca pensou que um dia poderia acabar na cama com uma garota muitos anos mais nova que ele.
Ele ainda não entendia o que Anelise teria visto nele para se derreter nos seus braços. Ela era tudo que um dia ele já sonhou: inteligente, confiante, determinada — ela era linda, mas não era só o exterior de alguém que importava, Silva preferia conhecer alguém pelo o que ela era de verdade, por seu comportamento e forma de pensar.
E desde aquela noite, todas as cenas dos dois, enrolados nos lençóis macios do quarto dela, não deixaram de atormentar seus sonhos e seus pensamentos. Silva nunca seria capaz de esquecer a maneira como seu nome saia dos lábios de Anelise, dos barulhos e expressões que ela fizera com ele...
Que os deuses acima o perdoassem, mas Silva não conseguia deixar de pensar no quanto ele queria que aquela noite se repetisse de novo, e de novo, e de novo... E para sempre.
Mas quando ele a viu ali, em carne e osso, conversando com Sky, aquele que era como seu próprio filho, todos os pensamentos pecaminosos que ele tentou afastar nos últimos dias sumiram em um estalar de dedos.
Ele não tinha o direito, mas sentiu ciúmes e inveja de Sky que poderia estar perto dela, conversar com ela, até mesmo sair com ela em público sem que fossem julgados. Além de tudo isso, uma relação estável entre Silva e Anelise nunca poderia existir, afinal ele era o diretor especialista de Alfea e ela a mais nova fada caloura que atraía a atenção de qualquer um que passasse por ela.
Mal Silva sabia que Anelise o observava naquele exato momento.
— Então, depois das aulas, vocês todos são meus — disse ele, a espada apontada para o mais novo grupo de especialistas. — E eu gosto que minhas coisas funcionem bem, então vocês vão treinar todos os dias. Descubram sua técnica. Aprimorem sua habilidade. E um dia, até você — a espada bem perto de um garoto moreno — vai lutar como ele.
Sky agarrou a espada no ar bem a tempo de Silva desferir o primeiro golpe. As lâminas se chocaram com dureza, os músculos dos dois homens se contraindo com o impacto. Entretanto, Sky abriu brecha para SIlva o chutar no estômago.
O loiro cambaleou para trás, um golpe certeiro que ele perdeu. Silva tomou a espada de Sky para si. Entretanto, Sky ainda tentou se defender, mas não foi rápido o suficiente com a faca em seu uniforme. Silva cruzou as espadas em torno de seu pescoço.
Se aquela fosse uma luta real, Sky já estaria morto.
— Ele luta até melhor com um aviso prévio — brincou Sky para os calouros.
Silva riu, abaixando as espadas.
— Ele se saiu bem — se referiu a Sky. — Preferiu a esquerda, mas qual é a novidade?
Sky bufou, sabendo que aquele sempre foi seu ponto fraco de defesa. Ele recuou, voltando a pegar suas coisas, denunciando que havia terminado de treinar.
— O pai de Sky era Andreas de Eraklyon, o que o fez entrar por tradição, mas ainda veio no primeiro dia e fez o que devia. Muito bom — disse, abaixando o voz para apertar a mão de Sky para que logo o loiro fosse embora. — Não espero nada menos do restante de vocês. Não importa se são da terceira geração e vieram obrigados pelos pais, ou se foram selecionados por mim nos seus reinos para servir. Essa decisão foi tomada com base em seus talentos naturais de combate e armamento, e espero ver essas técnicas em evidência diariamente. Este lugar vai parecer um inferno, até o inferno de verdade chegar.
Todos estavam prestando atenção em suas palavras, a soberania e comando predominante na voz de Silva era o suficiente para o temerem.
— Somos a primeira linha de defesa, uma certeza quando o futuro é incerto... Isso é engraçado?
Silva apontou a ponta da espada para um garoto que deveria se achar melhor do que todos. Ele não era ninguém, na verdade, apenas mais um garotinho que não sabia nada do mundo e como ele podia ser cruel.
— É que você está falando de se preparar para o futuro num castelo com garotos empunhando espadas — tentou se justificar, ainda rindo.
— Deve ser legal viver num mundo onde pode ser tão mole, onde o medo teme tão poucas coisas que o desrespeito é uma opção — sibilou Silva, raiva fervilhando em seu sangue. — Sabe por que a barreira existe?
— Para proteger a escola contra os queimados — respondeu.
— E você já viu um queimado?
— Ninguém da minha idade viu — afirmou. — Mas essa é a questão. Isso não acabou?
— E se não tiver acabado? — insistiu Silva. — Acha que saberia o que fazer? Eu tinha dez anos quando vi um pela primeira vez. Estava catando lenha com meu pai quando ouvimos o que parecia um ronco, um estalo. Meu pai atirou duas vezes, uma no peito e uma na cabeça. Não importou! Os queimados têm velocidade e força sobre-humana. Se eles te cortarem, a infecção será rápida e grave.
O garoto não tinha palavras espertinhas para dizer.
— Eu vi acontecer — continuou Silva. — Eu vi a luz se apagar dos olhos do meu pai e quando ele largou a espingarda eu sabia o que tinha que fazer. Agradeça por nunca ter visto um queimado, mas, se um dia vir, reze para ser morto por ele, ou quem o ama precisará matar você. Entendeu?
— Entendi — respondeu quieto e contido, assustado.
Silva assentiu, o medo que colocara no garoto parecia ter sido o bastante para assustá-lo por agora.
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19.05.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Eu falei no último capítulo que eu não estria postando essa semana devido as minhas provas, mas eu arrumei um tempinho no final de semana para tentar ver se eu fazia este capítulo ou não, e eu aproveitei e já escrevi o da semana que vem.
Na verdade, este capítulo quase igual ao respectivo em FATE e ICE, mas ele ainda é importante para preencher algumas lacunas em RAIN. Agora, o próximo capítulo... esse sim é bem diferente.
Agora, lembram que eu comentei que chegou o momento e eu finalmente estaria escrevendo uma fanfic com o Thomas Shelby [Peacky Blinders]? Eu estou cheia de projetos para começarem no meio do ano e é assim que eu anuncio que essa fic — chamada "Grite Meu Nome" — será publicada dia 10.06.2021 - marquem a data! E para quem acompanha LUDENS e não viu o mais novo capítulo, a fiz retorna para a FASE 2 [INSURGENTE] no dia 06.07.2021.
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VOTEM e COMENTEM
[atualizações às quartas]
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