𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟑𝟎 • Sky

ANDREAS era o novo diretor especialista, ao que tudo indicava. Rosalind o tinha nomeado tal posição, mas talvez não tenha sido a melhor de suas escolhas nos últimos tempos. Ele era totalmente diferente de Silva. Por mais que ensinasse os jovens especialistas a duelarem com facas, espadas e armas, Andreas levava as coisas a um novo patamar — um brutal e quase fatal.

            Ele sempre foi assim. Andreas era nervoso, temperamental, dominador e protetor. Ele colocava seus mais preciosos tesouros acima de tudo e os protegeria a qualquer custo, fosse Beatrix, sua posição, até mesmo Anelise. Era tão errado o que um dia tiveram, e ao mesmo tempo tão bom.

            Anelise era alguns anos mais velha que Sky, seu filho, o que tornava as coisas em Alfea estranhas. Ele não gostava daquela incerteza em seu peito, era excruciante. Desde que tomaram o controle meses atrás, a fada do gelo tinha mantido sua distância. Ele imaginava que deveria ser por ela estar envergonhada pela cicatriz que Saul tinha deixado em seu belo e fino rosto. Andreas a detestava.

            Naquele momento, ele estava supervisionando o treino de Sky. Alguns poucos especialistas já tinham aderido as suas técnicas de combate, gostado um pouco demais. Eles chutavam, defendiam, atacavam com socos e punhais.

            Ele não precisou se virar para ver quem eram os dois especialistas que chegaram — Dane e Sky. Andreas nunca admitiria, mas Sky não era tão ruim com a espada, mas faltava crueldade em seus ataques.

            — O principezinho e o aspirante. Isso vai ser bom — sibilou ele, ao vê-los tomar as posições. — Primeiro sangue.

            Sky olhou incerto para ele, excitação estampadas em seus olhos.

            — Tem medo de manchar a roupa nova? — provocou. — Economia doméstica é mais a sua cara? Foi isso que Saul ensinou? Ele usava avental?

            O riso de escárnio de seu pai despertou o pior de Sky. Ele fechou os punhos com força, o maxilar travado com raiva e ódio fervilhando em suas veias. Dane, vendo a expressão dele mudar, se prontificou em chamar a atenção de Sky, garantindo que não se machucariam.

            O primeiro golpe de espata foi duro, mas não calculado. Andreas desceu da plataforma de treinamento, caminhando até onde Riven assistia a luta. Ele estava desapontado com as poucas habilidades de Sky, esperava que Silva realmente tivesse feito um trabalho melhor.

            — E as chances?

            — À primeira vista, Sky perde — respondeu Riven. — Dane quer mostrar o que vale. Muita pressão.

            Os ataques estavam melhorando aos poucos. A respiração de Sky estava ficando rápida. Ele se defendeu de um dos ataques de Dano, colocando distância entre eles, mas a espada em defesa para qualquer golpe. Fogo faiscava em seus olhos, sua mente trabalhando rápido para pensar em uma estratégia.

            — É, Sky dá espaço a ele, deixar pensar que vai ganhar e encontrar uma oportunidade — continuou, já conhecendo bem as estratégias do melhor amigo. — Em três, dois...

            Dane caiu, a espada pronta para finalizar Sky mesmo do chão, mas ele tinha conseguido imobilizar sua mão armada.

            Andreas sentiu passos se aproximando deles. Riven se arrepiou todo quando sentiu um frio descomunal os atingir. Anelise. A fada do gelo estava poucos passos atrás dele, as mãos unidas atrás do corpo enquanto os encarava, como se quisesse falar algo, mas a presença de Riven a impedisse.

            — Mas não é uma luta de primeiro olhar — disse Riven, balançando a cabeça. — Sky não vai tirar sangue. Já Dane...

            Sky cambaleou para trás quando Dane cortou seu abdômen com a adaga embutida em seu novo traje. Como Sky deixou aquilo passar? A grande espada não era sua única arma. Se fosse uma luta de verdade, ele já estaria morto.

            Riven sorriu vitorioso para Andreas enquanto parabenizavam Dane pela vitória e caminhava até Sky que apertava o corte numa esperança falha do corte parar de sangrar. Sua mão já estava coberta com o próprio líquido vermelho. Precisaria de pontos, caso contrário não fecharia nunca nos próximos tempos.

            Andreas deu as costas naquele mesmo instante, caminhando em direção à Anelise rapidamente. A fada do gelo não tinha feição alguma explícita. Ela era mesmo como gelo, sem emoções ou sentimentos. Riven sentia calafrios só de olhar para a cicatriz que cortava seu rosto. Se ele já tinha medo dela anos atrás quando a conheceu, agora nem se comparava.

            — Precisamos conversar — disse ela, antes que ele fosse capaz. — É sobre Veronica.

            — O que há com ela? — ele perguntou, preocupado.

            Veronica praticamente cresceu com Beatrix, sua filha, desde que foi levada para Averno. O pai dela nunca estava presente, o que fez com que Andreas desempenhasse um papel quase paterno com ela também. A princesa amava seu pai como mais ninguém, mas o fato de ser uma fada da histeria sempre deixou Valtor preocupado.

            — No Círculo de Pedras, Rosalind fez ela e Bloom duelarem. Vero se segurou, mas os golpes de magia dela fizeram sua irmã quase perder o controle. Bloom excitou em contra-atacar.

            — E daí? — questionou, sem entender. — Sempre soubemos que Veronica era forte, até demais, para o próprio bem.

            — Se a Bloom tem a Chama do Dragão, isso não faz com que se pergunte o que Vero tem?

            Andreas não respondeu. Ele e Rosalind já tinham cogitado o que Veronica poderia ter herdado de seus pais biológicos, mas nunca chegaram a uma conclusão. Eles já viram o limite da princesa antes, mas Rosalind sempre imaginou que ela conseguisse bem mais do que destruição e histeria... Se ela tivesse somente aquele nível de poder e mais nada, significava que Veronica não seria mais útil para eles.

— Rosalind quer levá-la além do limite? — Anelise assentiu. — Como? Ela já domina os poderes bem, não tem mais treinamento suficiente. Ela até já se transformou.

— Ela quer que Vero treine com os especialistas — explicou. — Encarar perigo de verdade, e não só duelos com fadas fracas e despreparadas.

O tom amargo na voz dela não passou despercebido por Andreas. Eles estavam em público, especialistas treinavam enquanto outros os olhavam, imaginando o que o diretor-especialista queria com a filha de Rosalind. Anelise detestava ser o centro das atenções. Ela fez menção de voltar para dentro da escola, mas Andreas a segurou pelo braço, impedindo-a se ir embora.

— Qual o problema? — Ele perguntou. — Está me evitando há semanas, Anelise.

— Problema nenhum — respondeu, a cicatriz se mexendo para falar. — Pode me soltar? Tenho mais coisas para fazer do que ficar aqui jogando conversa fora.

Aquela não era a Anelise que Andreas conhecia, estava longe de ser. Enquanto a observava caminhar de volta para dentro da escola, ele não pode deixar de se perguntar o que teria acontecido com a mulher que o deixará meses atrás.


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21.09.22

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

Estamos, aos poucos, voltando a todo vapor! Obrigada pelos votos e comentários no último capítulo. Tenho alguns anúncios para fazer... Mas primeiro, o que vocês estão achando?

Primeiro de tudo, tem gente ainda confusa e perguntando se vai ter a segunda temporada de Fate em alguma das minhas fics... Já tem, e será em RAIN e Medusa!!! Medusa e Mind Soldier está demorando um pouquinho porque eu e a Bruna precisamos acertar algumas coisas e eu estou em semana de provas da faculdade.

Segundo, é amanhã! Finalmente o Sam Smith vai lançar "Unholy" e eu tenho certeza de que vou surtar com o tanto de ansiedade que eu tô passando por essa música.

Terceiro, tem fanfics novas chegando! Tem uma do Quatro (Convergente) calculada para dia 3 de outubro (meu aniversário) e outra do Azriel (ACOTAR) que ainda não tem uma data... Fiquem atentos as notificações!!!

Quarto, para quem queria saber como eu escrevo... todo final de semana, quando eu tenho mais tempo, eu baixo um episódio e começo a escrever, dividindo em capítulos, o que da em torno de 5 mais ou menos. Por isso, não se preocupem, vocês não vão ficar sem capítulos!

VOTEM e COMENTEM
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