𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟐 • Abra os olhos
EPISÓDIO 4 — PARTE 3
[ABRA OS OLHOS]
ANELISE ESTAVA VIVENDO EM PESADELO EM CORES. Era real, nada daquilo era parte de uma ilusão criada em sua mente.
A fada fora arrastada no meio da noite, quando dormia pacificamente. Entretanto, por mais que o aperto fosse firme, ele ainda era delicado, como se a pessoa temesse machucá-la.
Pelo menos agora ela agradecia ter capotado com as mesmas roupas do dia, ainda de sapatos, e não ter colocado seu pijama.
Quando percebeu o que estava acontecendo, que limitadores runicos foram postas em seus pulsos, ela viu que Silva a arrastava para fora da suíte. As luzes estavam acesas, todas as outras fadas assistindo o que acontecia, como se soubessem exatamente o motivo dela estar sendo levada.
— Não grite — pediu Silva, sussurrando quando ela tentou se soltar. — Vai ficar tudo bem.
— O que está acontecendo? — perguntou ela, alarmada. Onde estava beatrix?
Anelise não obteve resposta. Enquanto a levava níveis para baixo, ela ainda tentava alguma maneira de se soltar. Ela dizia o nome dele, implorando para que tirasse aquelas coisas no pulso dela, que a machucavam e faziam sangrar.
Eles estavam bem mais abaixo da escola, percebeu, num lugar escuro, apenas iluminados por poucas tochas nas paredes. Mas ali, numa das celas, ela viu o corpo encolhido de Beatrix. Ela tremia, encarando Anelise com pavor.
— Anelise — sussurrou ela, apavorada.
— Beatrix.
Silva a colocou dentro de uma das celas antes que pudesse dizer algo, perguntar o que estava acontecendo.
— Silva — sussurrou ela, medo e angustia em sua voz. — O que está acontecendo? Por que me colocou aqui?
— Copere conosco e logo estará solta.
Ele só conseguiu dizer isso, temendo estar sendo ouvido. Ele queria pedir perdão à ela, dizer que tudo ficaria bem e que logo ele a tiraria dali, mas ele não conseguia, sabia que seria mentira. Ele ainda ouvia os gritos dela quando se afastou da cela, se deparando com Sky os observando da porta.
— Podia ter me contado o que estava acontecendo — disse ele enquanto subiam as escadas.
— Contei o que precisava saber — negou.
— Pediu que me aproximasse da Bloom para saberem mais sobre ela. Isso e diferente de correr perigo por causa de uma assassina — gritou. — Mandou que eu ficasse de olho na Anelise, e eu fiquei, te falei tudo o que eu descobri sobre ela. Ela pode parecer uma bruxa má às vezes, mas ela não é ruim.
— O que está fazendo é importante, Sky, mas precisa confiar em mim — pediu Silva. — Achamos que tem mais uma delas aqui em Alfea.
— Eu confio — afirmou. — Sabe que confio, mas preciso saber a verdade. E quem seria essa terceira?
— Uma das lições que veio aprender aqui é que, às vezes, um soldado só precisa receber ordens. Então vou repetir: ganhe a confiança da Bloom e descubra tudo o que puder, a Anelise não importa mais.
— Não importa mais? — repetiu. — Mas a Anelise é família, não é? Acha que eu não sei que estão tendo um caso.
Silva deu um passo para trás, se desarmando quando o assunto mais temido por ele veio à tona.
— Isso não interessa, Sky — afirmou, pedindo que esquecesse o assunto. — Não importa meus sentimentos por ela ou não. A minha lealdade à Alfea vem primeiro.
— Estão falando que Anelise foi a assassina do Callum. Isso é verdade? Vocês têm provas?
— Se estivermos certos, Sky, Anelise não matou Callum com as próprias mãos, mas ordenou que o matassem.
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BEATRIX NÃO FICOU NAQUELA CELA por muito tempo. Ela foi transportada para cima, fora da escola, mas onde os especialistas ficavam de guardas em todas as entradas e janelas.
Mas Anelise havia sido deixada ali. Ela não sabia dizer se a achavam mais perigosa ou não, mas sua cela não era vigiada. Ela passada a maior parte do dia sozinha, enlouquecendo entre aquelas paredes.
Entretanto, aqueles limitadores runicos não eram capazes de conter o gelo em suas veias. Eles a machucavam superficialmente ao ponto de sangrar, mas nem chegavam perto de alcançar a sua fonte de poder.
— Farah Dowling — disse ela, quando notou sua presença sem nem mesmo vê-la. — Não tenha medo. Eu não mordo.
— Não é como se pudéssemos confiar em você, Anelise — disse ela, fria e calculista. — Matou Callum?
— Não — respondeu ela, entediada.
— Ordenou que Beatrix matasse Callum?
— Quer que Alfea seja conhecida por seu uma escola onde os professores torturam as alunos com notas altas por serem mais inteligentes do que os outros?
— Responda! — mandou, irritada com as provocações de Anelise. — Diga de uma vez o que queremos saber, Anelise. Ordenou que Beatrix matasse Callum para que você entrasse na cripta para chegar até Rosalind. Por quê?
— Fazemos as coisas mais imprevisíveis pela nossa família, não concorda? — disse Anelise, enigmática. — Abra os olhos, Diretora. Não estamos sozinhas.
Os olhos de Dowling se arregalaram quando um sorriso sociopata crescia nos lábios de Anelise. Deuses, como ela não havia assemelhado aqueles traços?
E se havia algo que Alfea agora precisava se preocupar além dos queimados, era Anelise Blaer e a fúria de gelo que ela estava prestes a trazer.
Dowling não conseguiu reagir antes que Anelise quebrasse os limitadores em seu pulso e transformasse as grades da cela em neve.
Silva, que descia as escadas para vir atrás de Dowling, não acreditou quando viu a magnificência das asas congelantes e assombrosas de Anelise. Quando seus olhos se encontraram, Silva não conseguiu reagir a não ser arremessar a faca afiada dos especialistas em sua mão contra a fada.
Se ele a atingiu, não sabiam.
Anelise desapareceu no ar como se nunca tivesse estado ali. Se era da sua mente, ele não tinha certeza, mas foi como se um girto ecoasse entre as paredes sombrias dali.
Se foi o grito de Anelise... Ele nem sabia mais o que pensar.
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13.09.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
E como prometido, capítulos as segundas-feiras também! Ah, estamos tão próximos da cena. Ansiosos para ver como o rosto da Anelise ficou?
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[atualizações às segundas e quartas]
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