𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟒 • Escória humana
EPISÓDIO 2 — PARTE 6
[ESCÓRIA HUMANA]
VERONICA ESTAVA ANSIOSA POR ALGUMA AÇÃO daquele tipo que estava prestes a chegar. Talvez ela tivesse ação com Beatrix e Anelise invadindo um escritório, mas ela sentia que precisava extravasar um pouco do próprio poder em algo destrutivo.
Trajada totalmente de preto e com um casaco verde escuro para se proteger das gotas de chuva que caiam do céus, ela seguia atrás enquanto todas — Stella, Aisha, Bloom, Terra e Musa — seguiam a frente, liderando o caminho até o suporto celeiro no norte.
A floresta fora da barreira era sombria, Vero conseguiu sentir tudo dali nos minutos que colocou os pés na terra dali.
As meninas se aproximaram do celeiro, constatando que não tinha ninguém ali. Ele estava vazio. Enquanto estavam lá dentro, Stella lamentando a perda do anel, Musa gritou de dor, Terra rapidamente chamando as outras para verem o rastro de sangue ali perto.
Ela sentiu a dor e o desespero vindo para cima dela, mas ignorou os corpos dos soltados de Solaria e seguiu por um caminho totalmente diferente.
Em questão de segundos, ela não sabia mais onde estava. Um longo caminho de árvores a cercava enquanto ouvia um rosnado ao longe.
Seu coração acelerou. Ela sentiu as emoções e vibrações vindas da criatura que agora corria em sua direção. Bloom gritou o nome de Veronica quando viu que a fada nada fazia.
Mas foi em questão de segundos que sombras malignas rodearam Veronica enquanto ela conjurava o poder milenar preso dentro de si. A menos de alguns metros, o queimado estava prestes a pular em cima dela quando uma onda de poder o esmagou de dentro para fora. Com as duas mãos levantadas, Veronica o jogou contra um galho de árvore ali caído, fazendo a madeira seca o rasgar ao meio.
Enquanto Bloom e Aisha se aproximavam, Veronica ficou a centímetros do queimado e puxou o anel de dentro do copo morto. Antes que perdesse o controle que sentia estar acabando, ela jogou o anel para Bloom, sentindo a dor de cabeça avançar contra ela.
— Você está bem? — perguntou Bloom, se aproximando dela. — Veronica, você matou aquela coisa.
— Por favor, se afasta — implorou a Veronica, fraca. — Bloom, é sério.
— Ela está muito fria — disse Bloom a Aisha, pousando a mão na testa de Vero que estava quase desmaiando. — Aisha, ela vai desmaiar.
Aisha e Bloom foram rápidas em segurar Vero que desmaiou em questão de segundos, Elas não perderam tempo em correr de volta para escola, encontrando Musa e Terra carregando Silva que fora atacado.
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ANELISE ESTAVA TENTANDO MANTER A CALMA quando viu a comoção no pátio principal de Alfea. Terra e Musa carregavam Silva quase inconsciente pelos ombros. E o pior, Aisha e Bloom que levantavam Veronica com dificuldade.
Controlar seus ritmos cardíacos estava sendo difícil. Sem pensar duas vezes, a fada do gelo desceu as escadas correndo, mantendo certa distância deles por mais que ela quisesse ser aquela que o salvaria.
— O que houve com ela? — perguntou Sky, correndo pelas escadas até eles.
— Veronica matou o queimado — disse Aisha, sem medir as palavras.
Então, mais sussurros de medo e surpresa soaram com a revelação de um aluna ter matado a criatura que especialistas precisavam formar grupos para combater apenas um deles.
Riven tirou ela dos braços das duas, pegando-a no colo com agilidade e carregando para cima, onde sabia que seu quarto ficava. Ele não sabia se ela estava bem, as torcia para que sim, visto que nunca presenciara algo como aquilo.
— Riven — sibilou Vero, com dor.
— Você está bem — afirmou ele, mais para si mesmo. — Você está bem.
Era para ter sido uma tarde tranquila. Nada fora do normal — tirando o fato dela e Beatrix estarem prestes a invadir o escritório da diretora de Alfea.
Anelise cobriu a boca com as mãos para evitar um grito. Eles estiveram juntos há apenas algumas horas. E agora ele estava ali, quase morrendo.
— Preciso de um quite do Bastião — exclamou Terra. — Dane, me ajuda a levar ele para a estufa.
— Eu... — gaguejou Anelise, tentando se recompor. — Eu vou chamar a diretora.
Ela estava entrando em pânico, sim. E, infelizmente, nessas situação, a única coisa que Anelise poderia fazer era se afastar para não causar mais problemas ainda. Então, ela preferia se afastar. Na verdade, por mais que fosse o que ela quisesse fazer, ela tinha medo do que as pessoas falariam se ela corresse para os braços de Silva.
Afinal, o relacionamento entre professor e aluna era proibido. Ela poderia ser expulsa de Alfea? Ou Silva perderia seu cargo? Deuses, eram tantas dúvidas e medos. E Veronica... Pelos deuses acima que a ouvissem. Sua irmã tinha que estar bem mesmo.
Caso contrário, Anelise mataria Riven.
Anelise correu para o andar de cima, subindo as escadas o mais rápido que podia com os saltos que usava. Ela abriu a porta da sala de recepção do escritório da Dowling, subindo as poucas escadas até sua sala. Felizmente, a porta já estava aberta.
— O diretor Silva está ferido — disse ela, desesperada. — Não sei o que aconteceu. Eu acho que foi aquela coisa monstruosa.
— Droga — xingou Dowling.
Ela e seu assistente não perderam tempo em dar a volta na mesa e sair correndo apressadamente do escritório, mal se importando se a fada do gelo os seguia ou não.
Anelise deu um meio sorriso maligno ao ver o erro e desespero dos dois. Ela mesma não poderia mostrar fraquezas, agora não. Nem nunca.
Minutos depois, ela ouviu o barulho de passos atrás dela. Entretanto, ela não se alarmou ao sentir o cheiro almiscado de um perfume com notas de jasmim.
— Está aí — comentou Anelise. — Tem um feitiço forte bloqueando a entrada, mas consigo enfraquecê-lo.
— Vai congelar os cristais? — perguntou ela.
— Não são cristais — negou. — É magia pura, Beatrix.
— O que quer fazer?
Anelise parou por um segundo para pensar. Então, ela esticou as mãos, um vento bem mais congelante do que neve atingiu a sala inteira de Dowling. A estante então se locomoveu para o lado, dando lugar a uma passagem longa e sombria.
— Faça uma varredura com seus raios de eletricidade — mandou. — Será como um scanner. Quero ver se tem alguma brecha pela qual posso entrar e destrui-lo pela fonte.
— Acha que vai funcionar? — perguntou a fada.
— Duvida de mim? — retrucou Anelise. — Duvida do meu poder, Beatrix?
— Não — exclamou, nervosa e rápido demais. — Não, claro que não duvido.
Visto o olhar frio e irritadiço que Anelise a lançava, Beatrix foi sábia em obedecer sua ordem. Não demorou mais de um segundo para que os raios roxos começassem a vasculhas as extremidades da estante de livros.
Enquanto Beatrix se ocupava com as ordens de Anelise, a fada da neve se amaldiçoava e se corrompia de vontade de correr para a estufa onde Silva deveria estar sendo tratado. Mas o máximo que poderiam fazer seria retardar o efeito do veneno do queimado. Anelise sabia que podia ajudar, mas o que ela faria também seria temporário.
Essa foi a única vez em que ela se pegou rezando para qualquer deus que pudesse ouvi-la implorando para que Saul Silva ficasse bem, para que ele vivesse.
— Que droga estão fazendo?
A voz de Callum assustou Beatrix, a fazendo parar com os raios. Anelise cruzou os braços, o olhar de poder prevalecendo em sua postura e rosto.
— Olhe como fala com sua superior — alertou Anelise, a voz mais cortante do que uma espada. — Escória humana.
— Desculpe — pediu ele, contido e temeroso. — Dowling tem alguma espécie de armadilha mágica na porta.
— Me diga algo que eu já não saiba, Callum — pediu Anelise, suspirando. — Desgraçada.
— Mas foi uma boa jogada sua, Anelise, de deixar o queimado livre — elogiou, tentando corrigir seu erro ao bajular a fada. — Boa distração.
— Realmente, foi — concordou Beatrix, encarando Callum. — Mas eu vou presumir e dar um chute que você não faz ideia de como passar pela armadilha da Dowling, não é, Cally?
— Eu não sou uma fada — gruniu ele, irritado com as provocações. — Por isso que presumo que ele a enviou.
— Deve ferir sua masculinidade ser substituído por uma adolescente — sibilou Anelise, levando a mão para apertar sua têmpora direita que começava a doer. — Mas sabe bem como ele fica impaciente, não é mesmo? Nem eu com meu charme e perfeição, Callum, posso impedi-lo.
— Sim, eu sei — concordou, inquieto.
— Dowling, Silva e Harvey mantiveram a roupa suja por muito tempo escondida — disse Beatrix. — Precisamos descer lá.
Anelise jogou a cabeça para trás, proferindo insultos em outro idioma que Callum nem Beatriz entenderam. Ela cerrou os punhos, o ambiente se tornando mais frio ainda.
— Vou pensar em algo — avisou. — Até lá, tentem quebrar a armadilha com raios de novo.
— Anelise — chamou Beatrix, a voz tremeluzindo com medo da fada. — Acha que vamos conseguir mesmo quebrar? Supostamente, a Dowling não é uma das fadas mais poderosas?
— Não mais do que eu sou.
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21.07.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Foi uma confusão tão grande para eu escrever os capítulos de agora, porque eu não queria deixar passar nenhuma cena que estava presente em FATE e ICE, mas finalmente consegui.
Então? Fiz um bom trabalho?
Semana vem será a minha última semana de férias, e assim que as minhas aulas começarem de novo eu vou passar a ter aulas praticamente o dia todo.
O que está garantido para postar é totalmente RAIN e faltam alguns poucos capítulos de GRITE MEU NOME. Outras obras talvez eu demore mais para atualizar, masmorra favor colaborem comigo. Estou na reta final do terceiro ano do ensino médio e é agora a parte mais crítica, com Enem e vestibulares se aproximando.
Eu não estou desistindo de nenhum obra!!!
Só preciso de colaboração para poder conciliar tudo e arrumar um ritmo que não me atrapalhe nos estudos.
♛
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[atualizações às quartas]
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