𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟏 • Sádica ou masoquista
EPISÓDIO 2 — PARTE 4
[SÁDICA OU MASOQUISTA]
O VENTO FAZIA AS FOLHAS DA ÁRVORES BALANÇAREM. Em outras palavras, era mágico. Subindo a encosta de Alfea, a turma de Vero estava reunida no Círculo de pedras para a primeira aula.
Vero estava alucinada com o que via, imaginando por que levara tanto tempo para vir para aquele lugar. Se ela pudesse mudar algo no passado, era isso.
E do outro lado do Círculo de Pedras, Anelise, usando um par de óculos de sol dramático, brigava com um mosquito que insistia atormentá-la. Deuses, como ela odiava insetos. Ela batei em seu próprio braço, acertando a desgraça minúscula com asas. Um pernilongo. Beatrix, sentada ao lado dela, fez uma careta ao ver as gotículas de sangue que saíram do inseto ao ser esmagado.
Por mais bizarro que fosse, Musa parecia incomodada com o que vira, até mesmo como se estivesse com dor. Dowling virou para a pessoa à quem Musa encarava estranhamente, não estando surpresa ao ver Anelise.
— A magia vive na essência da natureza — disse Dowling, rodeando o vaso mágico no meio das pedras, disfarçando o olhar acusador que lançada à Anelise. — E aqui, no Círculo de Pedra, ela é amplificada. O Vaso esta sua habilidade de canalizar essa magia. Mais para frente, aprenderão a se conectar com outros elementos, mas seu primeiro ano é só o elemento com o qual nasceram.
Vero observou Terra ir até o Vaso e se concentrar, fazendo com que plantas nascessem dali.
— Sol, rocha, areia e todas as formas de vida vegetal.
Aisha manipulada a água, criando formar com as gotas que conseguia extrair das plantas ao seu redor. Musa conseguia criar um cerca onda eletromagnética de emoções, extremamente clara para se enxergar.
Beatrix criou raios. Anelise, no que deveria ser apenas alguns flocos de neve, mudara o tempo, esfriando o arredor. Tinham alunos tremendo de frio, enquanto a fada do gelo mal parecia se importar.
Ela é sádica ou masoquista?, se perguntou Dowling internamente. A diretora de Alfea estava até impressionada com o controle de Anelise. Ela sabia que fadas do gelo poderiam soterrar todos em neve, congelar seus corpos até a morte... Anelise Blaer lhe dava cada vez mais motivos para se alarmar.
E na vez de Vero, quando Dowling mandou que se aproximasse, ela caminhou em passos firmes até o vaso. Vero estendeu as mãos, a mais densa e escura névoa se formando ali no meio, derramando do Vaso para a chão e cobrindo poucas parte do Círculo de Pedras.
— São elementos, alguns mais influentes que os outros — disse Dowling. — Pensamentos, emoções negativas, dor e sofrimento, são elementos carnais. Fadas da histeria, por mais raras de encontrar que sejam, conseguem, com facilidade, drenar poderes de outras fadas, colocando uma espécie de escudo mental que as impede de chegar a fonte de seu poder.
Vero odiava os sussurros que ouvia quando as pessoas percebia que ela era uma fada da histeria. Eles tinham medo dela, e nada que fizesse poderia mudar isso. Por conta desse motivo, ela preferia se manter afastada das pessoas. Mas, ao mesmo tempo... Às vezes, ela só queria ser uma adolescente normal.
Na vez de Bloom, ela estava tendo mais dificuldade ainda. Descobrindo que era uma fada há apenas três meses, ela ainda não tinha o foco e a força para invocar sua magia. Pequenas chamas saíram do Vaso, mas que logo morreram.
Ela tinha uma grande barreira mental que a impedia de usar todo o seu poder. Mesmo com a ajuda de suas amigas a incentivando e Dowling lhe aconselhando, Bloom não conseguiu, ficando histeria.
Talvez tenha sido a presença de Vero que a fez ficar dessa maneira, ela não sabia dizer. Mas foi no final da aula que Dowling a pediu para esperar, que gostaria de falar com ela. Vero teve tempo para ver que, enquanto Beatrix caminhava de volta para a escola, Anelise parecia lhe esperar.
— Veronica, o que está achando de Alfea até agora para o seu primeiro dia? — perguntou, docemente.
— É tudo muito agradável — respondeu, educada. — Bem diferente do que eu imaginava.
— Compreendo que sempre tenha estudado em casa, é bem diferente quando sua vida muda de uma hora para outra — concordou. — Entretanto, parece ter um alto controle dos seus poderes.
— Meu pai me fazia ter aulas com tutores e conselheiros, aprendi a conter a magia com os anos — disse Vero. — Mas é difícil. A cada vez que eu os uso, sinto o medo das pessoas e acabo perdendo um pouco do controle.
— Para a primeira aula que teve, é normal se deixar levar. As pessoas mais abertas mentalmente tendem a se deixar envolver pela sua magia, mas não é nada que não posso aprender a como conter para si tudo, até colocar escudos em pessoas — informou Dowling.
Veronica apenas sorriu, ainda sem entender o que a diretora queria.
— Imagino que suas amigas tenham te contado sobre o queimado que encontraram na noite anterior.
— Sim, é claro — afirmou Vero.
— Fazem 16 anos que um deles não é avistado — continuou. — E foi bem agora com a chegada da Bloom e sua que eles apareceram. Não só sua, é claro. Mas, bom, os queimados vêm de Averno...
— Sei que Bloom é uma trocada — revelou Vero, surpreendendo Dowling. — Pais humanos e filha fada não faz muito sentido para mim. E acho que foi a intuição também, afinal eu sou como ela.
Dowling assentiu, inconformada em como Veronica conseguia ser tão aberta a esse tipo de informação. Ela sabia de Veronica ser uma trocada, mas não esperava que ela levasse aquilo tão bem. Dowling sabia tanto sobre o passado de Veronica e Bloom...
— Precisa me contar se os queimados estão sendo mandados para cá ou se fugiram — pediu Dowling.
— Não faço ideia, diretora — respondeu. — Essas criaturas ficam nas profundezas de Averno, faz anos que não desço lá e, até onde eu sei, os guardas do meu pai rodeiam aquela prisão o tempo todo. Não sei se fugiram, mas posso tentar descobrir, se assim desejar.
— Faça isso — pediu, agradecida. — Antes que vá, mais uma coisa, Veronica: cuidado em quem confia. Fadas da histeria não são vistas há séculos.
Veronica assentiu, absorvendo as palavras de Dowling. Mas aquilo ela sabia muito bem: que sempre deveria ter cuidado. Ela não era uma princesa que precisava do seu cavaleiro de armadura brilhante para salvá-la.
— Antes de ir, me responda algo — pediu Dowling. — Por algum motivo, você seria próxima de Anelise Blaer? Ela também é uma caloura como você.
— Não, diretora Dowling — respondeu. Mentira. — Nunca conversei com ela antes.
— Claro — assentiu ela, desconfiada. — É melhor ir para sua próxima aula. Eu não gostaria que chegasse atrasada.
Mas enquanto Veronica se afastava, Dowling estava clara do olhar meticuloso que a fada da histeria e a fada do gelo trocaram ao se trocar.
Dowling encarou Anelise, certa raiva em seus olhos. Algum problema, diretora?, foi o que Anelise parecia perguntar, provocando-a.
Tenho vários problemas com você, Anelise, pensou Dowling. Mais do que você imagina.
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30.06.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Tenho notícias boas!
Como vocês sabem, eu tenho outros projetos vindo em breve e eu estou trabalhando para conseguir escrever todas as obras, mas eu tive que já correr para finalizar algumas... eu terminei de escrever RAIN até o último capítulo! Isso não é incrível?
Pelos meus cálculos, RAIN estava completa até o final de outubro. É muito tempo? É, eu sei, mas no ritmo que eu estou trabalhando com as outras obras será o tempo perfeito.
Agora, sabem o que chega semana que vem?
A Fase 2 de LUDENS! Fiquem atentos que o primeiro capítulo de Insurgente
saíra dia 6 de julho.
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