IV

(quantas vezes você realmente me amou?)

Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir

Mas, egoísta que eu sou
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E não quis me separar

Seungmin tinha sido sério quando expressou seu descontentamento em relação ao que o amigo tinha dito à si na festa.

Não, ele não tinha broxado.

Mas ficou tão encucado que mal pôde aproveitar sua noite.

Não culpava Hyunjin. De jeito nenhum, já que, o tópico já tinha sido discutido por eles inúmeras vezes, e em todas elas, o Kim dizia que preferisse que tratassem como uma grande piada à cada vez que surgisse uma oportunidade. Não foi bem assim que sua psicóloga lhe incentivou a fazer, mas era seu jeito de superar, e Seungmin achava que dava certo.

Se lembrar de seu ex-namorado era sempre um tópico que o remetia a passar pelas mesmas três fases constantes.

Primeira fase: Sentir repulsa pelo acontecido, já que o término deles não foi muito amigável, e Seungmin guardava um pouco de ressentimento;

Segunda: Se lembrar dos tempos bons, e inevitavelmente pensar em "e se" tivesse dado certo;

Terceira e última fase: Raiva e angústia, porque sabia que havia dado tudo de si, e a culpa do término era praticamente toda da outra parte da relação.

Quando teve que dispensar a pessoa com quem ia passar a noite, e ir para outro lugar apenas para reviver seus pensamentos todos de novo, se amaldiçoou.

Dois anos já tinham se passado desde o término. Eles estavam juntos há quase três.

Acendeu um incenso, ligou sua caixa de som com Legião Urbana tocando baixinho, se jogando em seu sofá e começando a mexer nos anéis em seus dedos. A banda lhe lembrava ele. Era um daqueles dias em que absolutamente tudo lembrava.

Ela falou: Você tem medo
Aí eu disse: Quem tem medo é você
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém

Ela me disse: Eu não sei
Mais o que eu sinto por você
Vamos dar um tempo
Um dia a gente se vê

Se levantou inquieto, abrindo uma das gavetas na cômoda da sala, tirando de lá um álbum de fotos, da sua época do colegial. E, escondidas no final dele, tinham as fotos de quando ainda estava apaixonado. Quando tudo parecia certo, e ainda tinham planos juntos. Retirou uma das fotos, observando as duas feições nela. Ele beijava a bochecha do ex-namorado, e esse tinha uma expressão serena no rosto. Era datada em algum dia do mês de Novembro, e Seungmin se lembrava que tinha sido um dia antes do vestibular nacional. Aquele que deveriam ter feito juntos, depois de se esforçarem tanto estudando juntos, com promessas vazias de que em alguns meses, estariam juntos de verdade.

O colegial de Seungmin não foi no estado em que nasceu. Seus pais se separaram e ele acabou indo morar com a mãe, que se mudou para um estado não tão longe de São Paulo. Rio de Janeiro se tornou sua casa por longos cinco anos, e Seungmin mantinha à todo momento sua premissa de voltar para seu estado, querendo cursar alguma faculdade na capital. Ele só não contava em se apaixonar naquele período.

Seu ex-namorado era imprevisível de muitas formas. A maneira como chegou na sua vida, e como saiu dela também foram. Na visão de Seungmin, foi impossível não se apaixonar por ele. Ele era gentil, carinhoso, atencioso, tratava bem a mãe de Seungmin, — que nem era tão aliada assim, mas por algum motivo tinha gostado do garoto, — e beijava bem. Pra não dizer da primeira vez que tiveram, e todas as outras depois dessa. (Seungmin se forçava a esquecer essa parte, já que até agora ninguém jamais tinha chegado aos pés dele.)

Tinham feito muitos planos juntos. Desde encontros vendo filmes em casa, à morarem juntos na faculdade. Parecia tudo perfeito, e era até difícil acreditar que seu primeiro namorado era o amor de toda a sua vida, e estava vivendo um romance tal como nos livros. Seungmin só se esquecera que em qualquer romance clichê que tinha lido, o par romântico da protagonista sempre fazia alguma merda.

Seu namorado era muito apegado à família. Muito apegado à seu estado, sua zona de conforto. Seungmin nunca teve muito bem um lugar pra chamar de porto seguro. Aquele garoto estava aos poucos se tornando isso, até os resultados do exame nacional saírem, e ter que descobrir da boca de um amigo do namorado, que ele não tinha feito. Seungmin estava disposto à fazer tudo por ele, à mudar seus planos, compartilhar objetivos. Mas ele não.

Quem tomava as rédeas da relação era sempre Seungmin. Era como se só ele lutasse por aquele namoro. Como se só ele fosse o primeiro a conversar, só ele se importasse o suficiente.

"Não é porque eu não demonstro amor do jeito que você quer, que quer dizer que eu não te amo."

— Só porque você diz que me ama, não significa que eu me sinta realmente amado por você.

Apesar de tudo, nenhum dos dois parecia querer terminar. Mas Seungmin precisava.

Olhou para a delicada tatuagem que adornava sua costela. Um pequeno ramo de flores, feito pelo próprio ex-namorado. Eram as flores favoritas dele, e ele tinha feito uma igual em seu próprio corpo para Seungmin, com as flores favoritas deste.

Naquela noite, Seungmin chorou. Dedilhou a tatuagem, se lembrando de quando ele corria os dedos por ela, e a beijava. Se lembrou de cada beijo que recebeu, e de cada parte da história deles.

Ah, eu dizia: Ainda é cedo
Cedo, cedo, cedo, cedo
Ah, eu dizia: Ainda é cedo

E ele se perguntava por quanto tempo mais ainda seria cedo pra superar o amor que sentiu por Changbin.

(N/A): eu amo muito essa história, e quero que vocês amem ela tanto quanto eu.

meu objetivo é desenvolver todos os garotos, os oito, então não tenho noção do quão longa ela vai ficar, mas espero que gostem do início ao fim!!

eu tava com saudades! espero vocês no próximo!

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