III
O tempo curtinho, pescoço macio
Não sei se eu vou te ver de novo
Toda beleza
O sol que te invade, orgasmo e alarde
Até que imaginei bem perto
Mercúrio se espalhou no quarto
E o quarto até ficou bonito
♪
Hyunjin não se lembrava bem como tinha voltado pra casa depois daquela noite. Ou se sequer tinha voltado.
Mas, quando olhou pro lado na cama aonde estava deitado, se sentiu letárgico, lembrando de todos os detalhes do que tinha acontecido ali, ao ver a bagunça de fios loiros no travesseiro ao seu lado, ressoando baixinho, com os olhos fechados, e um fino cobertor sob metade do corpo, deixando a mostra o pescoço e tronco adornados de marcas que Hyunjin julgava serem belíssimas. Afinal, ele fora o artista que as fizera.
Se virou devagar, tentando não fazer barulho, observando aquela figura suave. Dessa maneira, aquele garoto parecia uma figura angelical, de tão bonito e adorável que era. Pelo menos, parecia, já que entre quatro paredes, a história era outra. Hyunjin riu com o pensamento.
Um celular tocou no criado-mudo ao lado da cama, e Hyunjin reconheceu ser o seu. Se levantou rapidamente, apanhando o objeto antes que o garoto acordasse com o barulho dele.
— Alô?
— Onde você tá?!
Hyunjin afastou o aparelho de seu ouvido assustado, cobrindo o auto-falante dele logo depois, se certificando que o garoto na cama não havia acordado.
— Puta merda... Por que você tá gritando desse jeito?
— Você já viu que horas são?! Onde você tá?!
Hyunjin bufou, balançando a cabeça.
— Acho que tô num motel, sei lá.
— Ew. Espero que esteja bem disposto, porque quero você aqui daqui trinta minutos. Em ponto.
O Hwang olhou para a figura deitada em sua cama, suspirando.
— O quão babaca eu seria se largasse o garoto que eu fiquei aqui, sozinho, sem nem esperar ele acordar?
— 8/10. Mas eu te garanto que se você faltar à apresentação de dança do seu irmão mais novo, você seria um babaca vezes dez.
— Isso nem faz sentido... — Resmungou, e escutou o lamurio do outro lado da linha.
— Até a Yeji já tá aqui. Vou ficar chateado real, se você não aparecer.
— Hmmm... Relaxa, pirralho. Marca um dez. Não! Um vinte. Logo tô aí.
E se despediu do irmão, desligando o telefone. Hyunjin pegou sua calça que estava jogada no chão, a colocando no corpo. Olhou novamente para o garoto na cama, e não soube o que fazer. Virou seu rosto para a cômoda, vendo um bloco de notas e uma caneta ali. Escreveu algo, e vestiu sua camiseta, saindo dali.
" Foi uma ótima noite, loirinho
infelizmente tive que ir embora e fiquei com pena de te acordar.
Me liga se quiser repetir qualquer dia :)
11 9XXXX-XXXX
- hyunjin "
♪
Bang Chan esperava pacientemente seu nome ser chamado pela garota gentil e tatuada com de cabelos azuis na recepção, enquanto lia algumas mensagens deixadas por seus amigos. Chan tinha o que podíamos chamar de vida fácil. Tinha crescido em uma família estruturada, seus pais lhe deram do bom e do melhor, ele tinha feito faculdade de administração, e era dono de uma cafeteria bar no centro de São Paulo. Ser dono do seu próprio negócio, apesar de difícil, tinha lá seus pontos bons. No momento, tinha se dado férias por alguns dias, e passava elas com prazer no estado do Rio de Janeiro. Amava aquela cidade com paixão, mesmo que fosse um dos paulistas mais estereotipados do estado.
— Pode vir. — Escutou a voz de dentro da sala, e cumprimentou a garota com um acenar de cabeça, antes de se dirigir aonde o tatuador do estúdio trabalhava.
— Bang Chan, não é? — Perguntou, enquanto parecia esterilizar algumas coisas. — É sua primeira tatuagem?
Observou a figura do homem de costas. Ele tinha um corpo ainda mais trabalhoso que o do Bang. Usava uma camiseta preta que marcava seus braços, e, Chan pôde perceber quando ele se virou de novo, que tinha um risco na sobrancelha. Quase riu, notando que isso parecia algum tipo de padrão.
— Boa tarde. E não, não é. Tenho uma nas costas, pequena, mas detalhada.
— Hmm. — O tatuador sorriu por debaixo da máscara que usava — Então não deve estar nervoso. Pode sentar aqui mesmo. — Apontou com a cabeça para a cadeira almofadada, e Bang Chan pode notar o sotaque típico na voz dele. Achava o sotaque carioca um verdadeiro charme.
— Na real, eu sou um frangote — Respondeu, sincero, e o tatuador o encarou incrédulo, rindo alto em seguida. — É sério...
— Relaxa, é normal. Eu sou o Changbin. Vai falando comigo enquanto cê vai fazendo, pode ser?
Bang Chan concordou, se sentando em frente ao tatuador. Ele foi lhe explicando as coisas básicas, e logo depois fez o decalque do que Chris queria, o mostrando em seguida.
— Posso te perguntar o significado? — Changbin questionou, enquanto higienizava a área onde faria a tatuagem. — É só pra jogar conversa fora.
— A origem dos guardiões é meu filme favorito. Só isso. — Riu consigo, e o tatuador balançou a cabeça, o acompanhando.
— Foda. Eu curto até. Cê é de onde? Não tem cara de ser daqui.
— Tá tão na cara assim? — O tatuador deu de ombros. — Sou de São Paulo.
— Longe, hein. Tá turistando?
— Tô. Mas se pá vou vir morar aqui algum dia.
— Essa área é uma das mais tranquilas do RJ... Cê devia ter ela em mente. — Sugeriu, e Bang Chan sorriu.
Ele não conseguiu evitar de descer o olhar novamente para os braços do outro homem na sala. A tentação é realmente algo. Notou, poucas tatuagens pequenas espalhadas por eles.
— Vou começar, tudo bem? Se você se sentir tonto ou algo assim, me avisa. — Bang Chan só concordou balançando a cabeça.
— Posso te fazer uma pergunta estranha? — Questionou, depois de um tempo.
— Eu devia dizer que depende, mas tô curioso.
— Você consegue tatuar a si próprio? — Não era a primeira vez que Changbin escutava aquilo, mas toda vez, dava uma risada.
— Nunca tentei. Talvez um dia. — E seguiu o olhar de Bang Chan, pousando seus próprios olhos em seus braços. Sorriu sugestivo, mesmo que o outro não pudesse ver. — Escolhe uma. Pode me perguntar o significado da que cê escolher, todas elas tem um.
— É um homem profundo, Changbin?
— Eu tento.
Bang Chan correu os olhos pelo corpo de Changbin usando aquilo como desculpa. O ego do Seo se sentia massageado notando o olhar daquele, — sua mãe que o perdoe por estar falando isso de mais um paulista, — cara tão bonitinho.
Os olhos de Bang Chan pararam em uma tatuagem que era um ramo de flores bem pequeno, que Chris não conseguia identificar apenas pela imagem. Parecia uma tatuagem um tanto quanto delicada para alguém tão másculo como Changbin.
— As flores.
— Hum. Cê é certeiro, Chan. — O barulho da pequena máquina que pintava a pele de Bang Chan, e causava um leve desconforto neste, pode ser ouvida por alguns segundos, enquanto o Seo elaborava uma resposta. — Essa aqui eu fiz pra representar alguém. Era a flor favorita dessa pessoa, e mesmo que a gente não se bique mais, eu gosto de manter. Não sou do tipo que apaga histórias.
Bang Chan não conseguiu evitar. Mas o fato de ele não ter usado um pronome especifico pra se referir à tal pessoa, definitivamente o chamou mais atenção do que a resposta pra sua pergunta.
— Alguém, é? — Ele ergueu as sobrancelhas. — Deixa eu adivinhar, uma ex-namorada?
Changbin tinha terminado a tatuagem, e se levantou, começando a limpa-lá e finalizar seu trabalho. Encarou Chan intensamente, retirando suas luvas e sua máscara.
— Ou ex-namorado...
Chris não soube o que responder. Era bom em ler sinais, ô se era. Mas ficou impressionado. Changbin era lindo pra um caralho. E também porque tinha ficado instigado. Aquele tatuador era alguém, no mínimo, interessante.
— Algo meio pessoal pra sair falando pra qualquer um, você não acha? — Bang Chan brincou, e viu o Seo higienizando as próprias mãos, se virando novamente para si.
— O quê? Que eu pego homem? — Ergueu uma sobrancelha, e deu um sorriso de canto. — Eu não diria isso pra qualquer um. — Disse, claramente de uma maneira sugestiva. Bang Chan pôde jurar que sentiu suas orelhas ficando quentes. Mas retribuiu o sorriso em seguida.
— Ficou linda. — Olhou para o desenho em seu braço, satisfeito. — Você devia me mandar mensagem. Pra me informar melhor sobre os cuidados com ela.
Changbin riu.
— Já é.
Teu toque certeiro, teu cheiro é meu cheiro
Difícil descansar na tua
Toda beleza
♪
hwang yeji
ㆍCarina
ㆍ20 anos
ㆍSanta Catarina – São Paulo
ㆍIrmã do meio do Hyunjin
ㆍFlamenguista
TENTA ACREDITAR — ANAVITÓRIA
♪
nishimura ni-ki
ㆍDaniel
ㆍ17 anos
ㆍSão Paulo – São Paulo
ㆍIrmão mais novo do Hyunjin
ㆍFlamenguista
ANDAR SOZINHO — LAGUM, JÃO
♪
(N/A): oie!
espero que estejam gostando, porque eu tô adorando escrever essa <3
finalizei uma fic esses dias, então, agora vou focar nessa e na outra hyunlix (uma anos 80, hein!)
vou introduzir todos os casais viu, vão ter cenas de todos, com, claro, mais foco nos hyunlix!
pensei um pouco antes de colocar o hyun com irmãos, mas decidi que seria bemm legal! introduzi eles aqui pra vocês que já estão lendo conhecerem, mas logo mais coloco eles no primeiro cap! (se rolar de mais algum personagem aparecer, eu faço o mesmo, mas acho improvável)
alguém tem uma graphic shop aberta pra me indicar??
é isso, até o proximo!
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