PRÓLOGO

ELIZABETH MOORE

  A humanidade toda tem um dom, mesmo que os próprios não conheçam. é nisso que eu acredito.

Por exemplo, As cordas vocais de uma pessoas, produz um som. Algumas pessoas gostam de cantar, umas porque amam a própria voz, outras porque tem um sonho de ser uma estrela e outras porque cantar é uma das melhores coisas que fazem, que as deixam em paz por algum momento enquanto está perdido ouvindo o próprio som fluindo de suas cordas vocais. Acho que uma das melhores sensações de quem canta, é ouvir exclamarem o quanto sua voz é bela e quanto a você é bom.

O mesmo vale para quem toca algum instrumento. Quando tocam, por algum momento eles fecham os olhos, ouvindo o som que suas mãos e o instrumento estão fazendo, é uma sincronização. E no final, provavelmente é bom também, ouvir que você toca bem, que é bom naquilo.

Os escritores, eles também tem um dom. Ao contrário de quem cantam que usa as cordas vocais, os escritores usam a imaginação. É fascinante como, alguns escritores que nunca foram além de muita coisa, tem a imaginação para pensar, escrever e fazer as pessoas sorrirem, chorarem, gritarem e até se irritarem com as coisas ali escrita. E até quem foi além de muita coisa, escrever e imaginar novas histórias em sua casa, é como se fosse uma TV na sua cabeça, cada canal que você muda, entra em uma história nova. A imaginação é um mundo onde só o próprio escritor, suas histórias e seus personagens estão. Quando pensam em escrever, mesmo que não seja para ser publicado, e de alguma forma as pessoas lê aquilo, elas automaticamente entram por uns instantes naquele mundo imaginário do escritor. E o melhor ? parece tão real.

E não pense que só quem escreve tem um dom, ou imaginação. Quem lê também tem. Ler é um dom tão raro hoje em dia, ultimamente quando alguém vê um livro em nossas mãos, debocham. Mas não tem motivo, sabe por quê ? Porque quando lemos, entramos automaticamente na história. Isso nos fazer de qualquer forma ter imaginação, e o melhor? É quando sentimos as emoções, é como se estivéssemos nos livros.

O melhor de ler, é que, cada livro é uma vida nova. Não importa que não estamos vivendo aquilo de verdade, sabia? O nosso subconsciente é incrível o bastante para nos deixar viver história em nossa cabeça.

A cerca de milhares de anos a humanidade tem descobrido coisas. Eu sei disso, pois eu amo História. As pessoas descobriram como toca, outras como dança, outros como escreve ou viver por um momento na própria imaginação. No entanto, não é necessário amar história para saber que as pessoas descobriram as coisas ao longos dos anos e não em um piscar de olhos.

Pode estar faltando muitas coisas, como pintar, desenhar, construir, arquitetar. A questão é, cada um de nós sempre tem algo que gostamos de fazer, ou se não gostamos, acabamos fazendo sem querer. Imaginar, dançar, pintar, desenhar, arquitetar, construir, realizar, transformar, tocar, cantar e entre muitas outras coisas, são as coisas boas do ser humano, é um dom. Sua missão, se já não descobriu, é descobrir, qual seu dom?

E não se preocupar, caso pense que não tem um dom. Todos temos, nós só te que ir além, viver a vida como quer viver, não se abalar com comentários estúpidos e achar aquela coisa que te salva em momentos ruins.

Parece ser fácil falando, eu sei. Mas quando temos garra, força e determinação, porém o mais importante, foco, conseguimos realizar nossos sonhos.

Veja eu, por exemplo. Meu nome é Elizabeth, tenho 17 anos e sou considerada no meu colégio como, Maria chata. Eu nem ligo, não é todos que me chama assim mas é também não é pouca gente. Me chamam assim porque respondo tudo que os professores perguntam em aulas, minhas notas são o exemplo da excelência, eu não curto festas e não sou idiota. E quando digo não sou idiota, eu realmente não sou!

Talvez eu seja um pouco.

Se pisar no meu machucado, pode ter certeza que nem vou esperar ele sarar, eu roubo o carro da minha mãe e te atropelo.

Até porque minha mãe não é louca pra me dar o carro dela. Apesar de eu ter noção, ela pode achar que não.

- Beth? - Margareth, minha irmã mais nova

- Ocupada - não desfoquei os olhos de meu tablet. Minha cabeça era cheia de pensamentos, mas ao mesmo tempo eu estava concentrada no que fazia - Onde está mamãe? Vou me atrasar. - Resmungo olhando por um breve segundo pela janela do carro, em direção a nossa casa amarela. É brega, mas a maioria das casas do bairro são assim, coloridas. Incluindo o jardim, Margareth plantou quinhentas flores de todas as cores, exagerando. Não chega a tanto.

Nego com a cabeça voltando minha atenção ao tablet. Eu me detesto por perder a concentração tão rápido.

-Você sempre diz isso - Margareth morde com tudo sua maçã, no banco de trás do carro. Com a boca cheia diz:- e você nunca se atrasa.

- Sempre tem sua primeira vez - Resmungo fazendo careta para o barulho irritante da maçã - Mas hoje não tem que ser essa primeira vez. Aliás, onde você pegou maçã? Fui pegar uma na fruteira hoje e não tinha nenhuma lá.

- Escondi duas no meu quarto, com medo de você ou mamãe comer. - Ela abriu sua mochila, me dando a outra. Dei uma longa e forte mordida.

Mamãe logo mais chegou, com os cabelos pro alto. Mamãe é enfermeira, e vira e mexe tinha plantão no hospital para sustentar nós três, sozinha. Seus cabelos castanhos a qual Margareth e eu herdamos, embora bagunçados não deixava de ser belos. Devo admitir, mamãe tinha uns quarenta e parecia ter 29 anos. Margareth tinha 13 anos, dos olhos castanhos igual os cabelos assim como eu e mamãe. Embora nossas peles sejam pálidas, eu sou a única que tem sardas. Não muitas, e não são espalhadas pelo rosto, apenas nas bochechas.

Houve um tempo que eu me incomodava, hoje eu não ligo. Muito.

- Desculpe, Beth - Ela pediu, assenti voltando meus olhos ao meu tablet - Está organizando o que dessa vez?

Ela ligou o carro, e começou a dirigir. Dei uma última mordida em minha maçã, jogando no lixo do carro. Quando o assunto é fruta, eu como muito rápido.

- Trabalhos. Estou organizando quais eu já fiz para não me atrapalhar depois. Últimas semanas, não posso deixar nenhum trabalho faltando como também não vale a pena entregar dois trabalho do mesmo jeito, meus professores não aumentará minhas notas.

- Você estuda tanto querida, que aposto que você ja está aprovada. - mamãe bocejou

- Todo cuidado é pouco, mamãe - Guardei o tablet

- Beth - Mag, ainda comia sua maçã, a minha acabei em dois segundos. - Você vai sentir saudades da escola?

Soltei um riso

- Oh, não mesmo. Tudo que mais desejo é acabar logo essa fase e nunca mais ver ninguém daquela escola. - fiz careta só de imaginar

Imagina você andando pela rua, imaginando que nunca mais veria as pessoas que você simplesmente não suporta, e de repente, encontra uma dessas pessoas. Eu provavelmente mudo de calçada, finjo que nunca nem vi e nunca mais passo por aquela rua.

- Eu não sei - Mag parece pensar - Eu acho que, quando tiver na sua idade, eu vou sentir saudades sim. Não das pessoas, e sim da escola, de estudar, pegar num caderno, fazer trabalhos.

- Isso aí - mamãe concordou com ela - A escola pode ser o que for querida, mas é apenas um dos sinais de que você continua jovem e tem muito a viver. Acredite, eu reclamava tanto da escola, hoje em dia eu ainda penso em como é pegar folhas, grampear e fazer um trabalho bom.

- Devia ter me dito isso antes mamãe - Comentei - eu teria dado todos meus trabalhos para você fazer.

Ela riu negando com a cabeça.


Ele se acha tão galanteador. Tão irresistível, tão maravilhoso. Mal sabe ele que não chega nem a isso. Eu não sei o que as meninas dessa escola vê nele. Ele não é tão maravilhoso quanto parece, ele não é tão incrível quanto age.

Daniel é apenas um garoto. Acredite em mim, quando digo que ele não é absolutamente nada. Estudamos juntos desde do jardim de infância. E desde o jardim de infância eu vi ele crescer. De garoto tímido passou para descarado e galinha. De garoto magrelo passou para um carinha com alguns músculos. Os cabelos que eram loiros bem clarinhos hoje em dia são loiros escuros como os da mãe dele. Sim, eu conheço a mãe dele justamente porque ela é enfermeira no mesmo hospital que minha mãe, e,

as duas são grandes amigas.

No momento ele está lá, na mesinha dos populares, lanchando com as líderes de torcidas e seu time de basquete ao redor. O que elas diabos vêem nele?

Uma das pessoas que não quero ver nem pintado de ouro quando me formar e sumir dessa escola, é Daniel. Eu não suporto gente que se acha tanto. Tá na cara dele, no sorriso dele, no olhar dele, que ele acha que caso olhar para uma garota ela irá fazer ela se apaixonar perdidamente por ele.

Babaca. Eu só queria uma oportunidade, Eu queria ser uma mosquinha, pequenina, voando em cima dele quando ele levar um fora um dia.

Eu adoraria ver de perto, com um balde de pipoca o sorriso convencido dele desmanchando tanto a ponto de perceber que não é tão irresistíveis assim.

Queria ver ele apaixonado. A menina dando um grande e maravilhoso fora. Provavelmente iria entrar para a história dos foras.

"O irresistível capitão de basquete da Hing Mackenzie levou um grande fora." Seria manchete do dia, e eu mesma faria questão de criar essa manchete no jornal da escola que sequer existe.

Solto uma risada, melhor eu parar de me iludir tanto com meus pensamentos. Parece que sou a única com cérebro nessa escola, porque todas as garotas são caidinha por ele.

Ridículo.

Quando o sinal tocou, eu levantei assim como todos. Quando paro para pensar sobre meus pensamentos eu percebo que sou tão cobra como todos aqui, única diferença é que não exponho.

- Maria chata - Paulo, um dos caras do time vem encher meu saco. Como sempre. Apenas reviro os olhos, não estava afim de ir para a diretoria hoje. Sempre, o diretor chamava minha mãe por discutir com alguém do time, e esse alguém é Paulo. Segundo ele, ele acha errado discutir com as estrelas da escola. Óbvio que ele não fala isso pra minha mãe, ele apenas dizia que, "uma aluna como Elizabeth tem muito potencial, não pode perder seu precioso tempo discutindo."

Percebi que não só Paulo, como algumas líderes de torcida e inclusive Daniel me observavam. Então eu parei diante do grupinho deles de braços cruzados analisando Paulo.

- Qual vai ser nossa discussão hoje? - perguntei a ele. Ele riu

- Percebi que esteve meia hora olhando Daniel - bateu no ombro de Daniel que supostamente era seu amigo - está apaixonada por ele também?

Daniel me observava calado.

- Quem me dera - comentei me abanando - mas meu coração não é o suficiente para o dele, certo Daniel? - olhei diretamente para ele, com um sorriso grande no rosto

Ele ergue uma sobrancelha para mim

- Vamos, deixem ela aí - Uma das líderes de torcida chama. Mostrei o dedo do meio para ela que me ignorou.

Paulo soltou meu cabelo do rabo do cabelo jogando meu elástico no chão. Ele saiu andando como se não tivesse feito nada. Mas que porra de garoto insuportável.

E não é apenas comigo, ele enche o saco de qualquer uma.

- Idiota! - peguei do chão e amarrei novamente meu cabelo que por sinal estava ressecado, só então notando que quando todos tinham saído, havia sobrado um.

Para minha sorte - Ou azar, Danniel.

- Está apaixonada por mim? - pergunta

- Bem provável você se apaixonar por mim.

Ele riu

- Você não é tudo isso. - o analiso dos pés a cabeça. Os olhos cinzentos dele, brilham em diversão

- Será? - deu um passo na minha direção. Assobiei baixinho

- Vou ser honesta com você, Daniel, eu adoraria ver alguma menina, fazendo você se apaixonar por ela e no final, você cair desse pedestal gigante, com direito a cair nas profundezas do inferno.

ele riu

- Isso nunca vai acontecer - ele disse - sabe por quê?

Naquela altura, já estava cara a cara comigo.

- Por quê?

- Porque ao contrário do que você disse, eu sou sim, tudo isso - piscou para mim e saiu da cantina. Soltei uma risada negando.

Idiota.

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NOTA DA AUTORA:

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