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ELIZABETH MOORE
No dia seguinte, tinha aula.
Na realidade o último dia de aula.
Eu estava feliz por aquilo mas não tão feliz quanto achei que estaria. A galera do último ano não ia deixar de ir para a escola hoje, ou seja, todos, inclusive eu íamos de ressaca.
Quando cheguei no colégio fui cumprimentada por pessoas que nem lembrava de ter visto na festa até aquelas pessoas que eu sem querer pisava no pé durante a dança.
Os estúpidos dos garotos que deram em cima de mim, uns olhava para mim e chegava a piscar, outros apenas sorriam.
As líderes de torcidas inclusive falaram comigo. Eu até gostei de "conhecer" elas. Apesar de conhecer todas elas há anos ontem foi a primeira vez que eu falei de fato de com elas.
A galera do segundo e primeiro ano estavam pasmos com a quantidade de zumbis do último ano andando pelos corredores. Estavam todos de ressaca, era óbvio.
Quando entrei naquela manhã no colégio eu apenas coloquei um sorriso no rosto como se nada tivesse acontecido e resolvi dizer chega.
Chega para esse sofrimento.
Acabava a escola hoje, e junto esse sofrimento.
Eu iria terminar a escola, e iria para a universidade. Simples assim.
Esqueceria Daniel. Idiota, bastardo.
Já tinha tido 2 aulas e pela primeira vez eu não havia opinado em nada do que os professores falavam. Inclusive, eles falavam olhando para mim esperando por uma interrupção.
Quando sai da aula de Geografia e caminhava pelo corredor eu só conseguia pensar que apesar de eu querer uma coisa meu coração quer outra.
Eu quero esquecer Daniel, mas meu coração não.
- Srta.Moore - A professora de filosofia para diante de mim - Como não temos aula hoje e por ser último dia de aula quero te dar isso.
- O que é isso? - peguei e abri. Era meu trabalho de relacionamentos.
- Você ganhou um dez. Acredite srta. Moore, você me surpreendeu neste trabalho.
Arregalei olhos. Ela sorriu para mim e saiu.
Olhei para trás surpresa.
Surpresa pelo dez, porque ela nunca deu nota acima de nove para ninguém.
E surpresa pelo sorriso. Nunca vi essa mulher sorrir na vida.
- Obrigada! - Gritei para ela que olhou para trás e assentiu.
Abri meu trabalho e me deparei com aquilo, os dez passos para o coração de alguém
Mas precisamente, para o coração de Daniel.
Fui até a última página e li aquilo que eu tinha escrito.
Eu confessei na última página que me apaixonei.
" porquê apesar de tudo, a paixão não é tão ruim. A própria paixão, os sentimentos, a emoção, é tudo aquilo que precisamos para saber que estamos vivos.
E viver é essencial para no fim da vida você se permitir olhar pra trás e pensar: Eu adorei viver. "
- Elizabeth - olhei para a origem da voz. Era Jason e os meninos
- Oi - sorri forçado
- Cara, fala logo pra ela. - disse William impaciente
- Falar o quê?
- É Sobre Daniel.
Dei um passo na direção oposta. Hunter me fechou. Na verdade, todos os amigos de Daniel me fecharam.
- Amadureça Elizabeth. Vocês dois têm que amadurecer merda!
Olhei surpresa para ele
- A realidade é que tem apenas 3h de aula e Daniel está insuportável. Tudo porque está pensando em terminar logo a porra da escola porque não quer mais sofrer por você!
- Sofrer por mim? Mandava ele pensar antes de...
- Beijar Francine? - Jason me questionou - Não foi bem o que houve...
- Você viu!
- Sim, e depois que você foi embora eu levei ele pra minha casa, a bebida passou um pouco e ele contou o que houve. Foi ela, Elizabeth. Ele tava bebendo conosco no sofá, puto depois da briga que vocês tiveram no banheiro. Então ele levantou e disse que ia beber água porque não aguentava mais te ver alegre sem ele. O Paulo tava lá, eu vi quando ele e Francine estavam cochichando e olhando para você dançando e ele indo a cozinha. Ela foi atrás dele e ele ficou te observando, pegou o celular e mandou uma mensagem provavelmente para ela quando você foi na mesma direção. Eu sei dessa parte porque eu questionei ela quando sai da festa, ela estava tão bêbada que falou tudo.
eu fiquei em silêncio
- Ele avisou ela quando você saiu pra cozinha, ela chegou no Daniel e de repente beijou ele. Ele tava tão bêbado Elizabeth que nem focou no rosto dela. Por um momento pensou que era você, por isso retribuiu.
Engoli em seco com tanta revelação.
- Aquele babaca me confudiu com ela? Que horror!
Respirei fundo e passei as mãos pelo rosto. Analisei meu trabalho em minhas mãos. Só Deus na minha causa.
- Agora resolva isso Elizabeth - Hunter disse impaciente - estou cansado de ver meu amigo sofrer.
Assenti e respirei fundo com a mão trêmula analisando com o olhar meu trabalho.
Eu lembrei o porquê comecei aquilo, porque queria provar que Daniel não era nada daquilo que aparentava ser.
Mas ele é tudo aquilo para mim.
Daniel é o máximo, divertido, sem noção as vezes e tem a única risada que eu daria tudo para ouvir. Eu gosto muito dele... Eu... Sou apaixonada por ele e..
- O que vai fazer? - Os meninos perguntaram para mim
- Onde ele está?
De repente todos os sentimentos bons e ruins me reinaram mim. Meus medos também, meu medo de partir meu coração e... E eu percebi que não importa que eu esteja junto com ele ou não, vai partir meu coração quem eu permitir que faça isso. Mas eu não me importo mais com a dor que isso pode me causar.
Eu cansei de recusar aquilo que meu coração quer.
Eu quero Daniel!
- No refeitório comendo com os...
Nem pensei duas vezes, sai andando a passos largos na direção do refeitório. Quando cheguei a habitual rotina de pessoas comendo e falando me fez ignorar tudo ao redor e focar apenas nele.
Eu estava determinada, eu ia falar meus sentimentos.
Ia dizer que estava pronta.
Os meninos estavam atrás de mim. Eu andando a passos largos na direção de um Daniel comendo de costas enquanto eles vinham atrás de mim. Todos ao redor pararam de comer e falar para observar.
- Daniel - Chamei no segundo que parei atrás dele. Eu podia ver o quão tenso ficou diante da minha voz.
Demorou longos segundos, mas ele olhou para mim. E quando olhou eu notei o olho roxo
- Ele brigou com Paulo ontem quando eu falei para ele o que Francine me disse, que se ajudaram. - Jason sussurrou atrás de mim.
Todos nos observava, mas eu não estava nem aí.
Daniel estava diferente. Com olheiras, e cabelos loiros escuros bagunçados. Mas nunca deixando de ser bonito.
- Eu quero tentar - murmurei para ele. Ele sabia do que estava falando - Os meninos me explicaram tudo e...
- Agora que você quer eu tenho que querer também? - ele perguntou seriamente
Engoli em seco e com o coração acelerado dei meu trabalho para ele
- o que é isso?
- isso é meu trabalho. Abre.
Ele demorou longos segundos e então abriu e começou a ler. Suas expressões eram indecifráveis, eu não sabia o que ele pensava.
- Sinto muito, Daniel! Sinto mesmo!
Ele me encarou
- quer que eu fale na frente de todos? Então eu falo. Eu tive medo! Eu ainda tenho medo. Mas eu percebi que apesar de todo medo eu tenho que tentar, porque acima de todo medo e angústia... Eu sou apaixonada por você, Daniel. Na realidade é acima de paixão. Eu... Eu amo você. E isso me dá mais medo ainda, mas eu amo você. E eu quero tentar, quero tentar te amar e quero ser amada. Eu quero aquele relacionamento de namorados, e quero isso com você. Eu sei que sou indecifrável, louca as vezes, séria. Mas eu gosto de quem eu sou com você. Eu gosto de você e eu...
- Você lembra o que me disse quando firmamos o acordo? - Ele me perguntou me interrompendo
Assenti nervosa. Ele levantou e ficou de frente a mim. O refeitório inteiro em silêncio.
- Quero que você se apaixone por mim
- Você conseguiu, Elizabeth. Eu me apaixonei, e eu descobri que amo você também - se aproximou mais de mim - E eu não quero perder você, porque a idéia de não te ter me deixa fodidamente perdido.
Sorri
- Isso significa?
- Quer namorar comigo ? - perguntou ele, sorrindo de orelha a orelha
Eu abri o mesmo sorriso ao dizer:
- Claro que quero seu bobo.
Então ignorando os aplausos ao nossos redor, eu me aproximei dele, e nos beijamos.
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