22
ELIZABETH MOORE
- Convidei os Parker para jantar conosco hoje.- mamãe disse entrando na sala de estar. Eu estava jogada no sofá lendo uma revista sobre universidades da região.- Está pensando em suas opções?
- Por que convidou eles? - perguntei de olhos arregalados ignorando sua pergunta sobre universidades. Ela sentou no sofá, coloquei minhas pernas por cima das suas.
- Porque eles são nossos amigos - Mamãe disse como se fosse óbvio, mas não fiquei nada convencida - Onde está, Mag?
- Dormindo. Mamãe!
- Que foi, menina?
- O que você está aprontando?
Ela simplesmente chamou a mãe e o tio de Daniel e obviamente ele para jantar conosco. E agora? Eu não sabia como agir.
- Eu só quero colocar o papo em dia com minha amiga - ela sorriu nem um pouco me convencendo
- Vocês conversam todos os dias.
- E conversar um pouco com meu genro. - completou mudando o canal da televisão
Bufei colocando a revista por cima de meu rosto
- Quantas vezes terei que dizer que eu e Daniel não namoramos?
- Ok ok, não estão namorando.
Fiquei em silêncio voltando a analisar a revista. Agora eu não a lia mais com tanto foco, meu único foco era como seria Daniel e a família dele ali. Claro que isso já aconteceu muitas vezes, eles já jantaram em nossa casa ou vice versa. Mas comigo e Daniel... as coisas se tornavam mais sérias. Pois eu não debocharia pelo simples fato de não suportar ele como antes eu fazia sempre.
Deus, saudade do meu deboche que foi viajar e não voltou.
- Como vocês chamam hoje em dia?
- O quê?
- Paquerando? Se pegando? Oooh, espera, ficando. Vocês estão ficando.
Bati a revista em meus rosto inúmeras vezes. Tem como ficar mais constrangedor?
- Mãe, quem te falou isso?
- É óbvio minha filha.
- Você nem convive com nós dois juntos!
- Tá legal... - Ela revirou os olhos - Eu vi vocês dois se beijando aqui na esquina da rua.
Corei violentamente
- É ilusão de ótica. Ele apenas veio me acompanhar até aqui.
- Elizabeth, tem como diabos você confiar em mim?
- Não é questão de confiança.
- É questão de quê? - ela desligou a televisão me olhando totalmente - Tem medo de ser machucada?
- Estamos ficando sim se você quer saber.
- Tem medo de se machucar? - perguntou novamente. Durantes longos segundos a encarando, suspirei pesadamente assentindo. Eu iria contar a ela.
- Eu disse para ele e eu escondermos isso da escola inteira. Porquê é o ensino médio mamãe, as pessoas gostam de inventar mentiras ou fazer qualquer tipo de coisa para acabar com felicidades alheias. Durante anos naquela escola apenas observando as pessoas eu presenciei muito desse tipo de coisa...
- Mas não é só isso - minha mãe interrompeu - Tem mais coisa aí.
Levantei a revista novamente olhando para ela e falando com os olhos focados nela. Eu não queria encarar minha mãe quando comecei a confessar.
- Daniel acha que é apenas isso, mas não é. Eu não quero que saibam porque as pessoas saber tornam as coisas mais... sérias, e honestamente? Não sei se estou preparada para esse tipo de coisa. Quanto mais sério for essa relação mas chances eu tenho de... - parei de falar engolindo em seco
- Se machucar - ela completou por mim tirando a revista de minha mão e colocando na mesa de centro - Uma hora você tem que se machucar, Beth.
- Belo conselho. - fui irônica
- Eu vejo nos seus olhos que você gosta dele além do que quer transparecer. Olhe para si mesma Elizabeth, vai continuar escondendo de todo mundo e principalmente dele suas emoções? Emoções são as respostas dos nossos sentimentos, e eu sei que você sente todo e qualquer tipo de emoção por Daniel porque dá para ver em seu olhar. Você não é burra Beth, você é apenas analista e calculista. Ter medo de se machucar nunca vai ser um problema, o problema vai ser nunca ter se arriscado por ele. Doa o que tiver que doer, se machucou? Aprenda a se levantar e a viver com as cicatrizes, mas viver a vida sem se arriscar não é viver. Quer um conselho?
- Isso já não é um conselho?
- Pare de debochar! - me deu um tapa no braço - Mostre seus sentimentos sem medo. Demonstre o quanto gosta dele, se tudo der certo, agradeça. Se nada der certo tenha forças para se reerguer.
Suas palavras entraram dentro de mim me fazendo absorver cada uma delas. Eu respirei fundo e soltei o ar, passei a língua pelos lábios e então sorri
- Você deveria ser psicóloga.
ela sorriu.
- Eu estava aqui pensando nas minhas opções de universidades.
- E?
-Estou querendo visitar a UNG esse fim de semana, você vai ter folga?
- Vou sim, quer que eu vá com você?
- Quero.
Ela passou as mãos por meus cabelos com os olhos brilhantes
- Você vai chorar, mãe? - perguntei confusa
- Talvez - ela riu emocionada. As lágrimas saíram de seus olhos e ela as limpou. Sentei no sofá ficando cara a cara com ela - Apenas é difícil perceber que sua filha cresceu, tá sofrendo por amor e está pensando em que caminho seguir depois do colégio, qual universidade seguir. É mais difícil ainda ver que ela toma as próprias decisões sozinha.
Passei a mão por sua bochecha e fiz uma careta
- Eu não estou sofrendo por amor.
- Eu estou fazendo drama filha, não interrompa meu momento.
Dei risada a abraçando
- A UNG é na cidade vizinha mamãe. Eu quero um lugar novo mas não tão distante de você e Margareth. Então optei por lá que é tipo, uma hora e meia de viagem.
Ela sorriu tristonha
- Ainda assim você está tomando as próprias decisões...
- Quer decidir o que eu janto hoje? Eu deixo mamãe, eu deixo. - passei as mãos em suas costas
- Você é péssima em consolar alguém.
Agora seu rosto estava limpo sem vestígios de lágrimas
- E a senhora é muito dramática.
-Senhorita - ela me corrigiu - nem tenho quarenta ainda.
- Você ainda tem a Mag, mãe.
- eu tenho apenas mais 5 anos com ela antes dela seguir o rumo dela também.- me corrigiu
- A Senhora sabe que não importa o rumo que a gente leve, nosso verdadeiro caminho sempre será você.
Ela sorriu calorosamente
- Chega de drama, carinho, conselhos e lamentações - Ela levantou do sofá passando as mãos em sua roupa - Vou fazer o jantar, daqui a pouco os Parker estão aqui.
Suspirei ainda confusa e nervosa em como agirei com Daniel aqui. De todas as vezes que ele esteve aqui, dessa vez seria diferente.
Pois temos algo.
- E Você senhorita Elizabeth, trate de ir arrumar uma roupa bem linda para receber meu genro.
- PARA DE CHAMAR ELE DE GENRO! - exclamei. Ela sorriu caminhando na direção da cozinha - Ei, mãe
Chamei antes dela sumir totalmente de minhas vistas
- Obrigada pelo conselho, a propósito.
DANIEL PARKER
- Garoto, por que não vestiu algo mais sofisticado? - perguntou minha mãe assim que tocamos a campainha da casa de Elizabeth
- Até eu coloquei terno para vir até a casa da sua namorada e você não? - Meu tio sorriu zombateiro
- Por que eu vou fingir ser uma coisa que não sou? - perguntei para minha mãe. Ela analisou meu cabelo.
- Assim pelo menos - aproximou a mão de meu cabelo o arrumando para trás. Sorriu orgulhosa - Agora sim parece um moço decente.
Evitei dar um sorriso da imagem ridícula que não tinha nada a ver comigo que minha mãe queria que eu fizesse transparecer.
- Moço decente - meu tio riu. Olhei para ele de cara feia.
A porta foi aberta pela sra.Moore, no caso, mãe de Elizabeth. Ela nos recebeu de forma carinhosa.
- Podem entrar e fiquem a vontade - ela sorriu e veio me abraçar - Seja bem vindo, genro.
Abracei ela com uma profunda vontade de rir com a careta que Elizabeth fazia enquanto vinha até nós. Ela usava um vestido simples que a deixava mais gostosa do que ja era.
- Elizabeth Elizabeth, se não fosse namorada do meu sobrinho... -meu tio disse logo atrás de mim. Olhei pra ele
- Cale a boca, Sebastião! - Nossas mães rosnou. Entramos dentro da casa
- É bom te ver de novo, Elizabeth - minha mãe a abraçou
- Digo o mesmo - Elizabeth sorriu. Nunca imaginei que veria aquela reação nela.
Ela corava violentamente.
O que a deixava mais sexy e atraente do que era.
- Vamos deixa-los sozinhos - A mãe de Elizabeth disse indo para a cozinha com minha mãe e meu tio que sorria maliciosamente para nós. Antes do meu tio sair Elizabeth olhou para ele com uma cara nada bonita.
Quando todos saíram eu caminhei até Elizabeth a passos largos. Com minhas mãos em seu rosto de forma interessante e macio aproximei meus lábios dos seus sentindo seu gosto a qual eu estava irritantemente viciado.
- Eu nunca vou me acostumar com isso - ela sussurrou assim que nos separamos
-Com o quê? - perguntei com os olhos focados em sua íris castanha
- Com todos nos chamando de namorados, por que não somos.
- Ainda -murmurei. Eu nunca pensei que pediria alguma garota em namoro, nunca pensei que eu seria alguém para namorar. Mas com Elizabeth é diferente. Eu nem pensava no que eu queria eu apenas tinha a vontade de ir e fazer.
E eu quero ter esse tipo de relacionamento com ela. Quero levar as coisas profundamente a sério entre nós.
Eu gosto dela pra caralho.
- Eu não sei se estou preparada para isso - ela disse como se tivesse lido meus pensamentos. Aproximei meu corpo ainda mais do seu sorrindo para ela
- Eu também não sei se estou. Mas vamos descobrir isso juntos.
Ela sorriu calorosamente e beijou minha bochecha. Eu beijei sua testa sentindo o carinho que tinhamos um com o outro.
- Agora antes de irmos jantar - ela riu e mexeu no meu cabelo que estava todo pra trás por causa de minha mãe. Deixou meu cabelo desarrumado, o modo como eu usava sempre - Eu prefiro você assim.
- E e eu prefiro todas as versões de você. - murmurei a observando com seu vestido que combinava totalmente com ela. Puts, pra mim tudo combina com ela. Até um saco de lixo se ela usar.
Ela pegou na minha mão e fomos daquela maneira para a sala de jantar.
- Olha os dois de mãos dadas! - Margareth exclamou sentada na mesa observando nós dois
Minha mãe olhou para Sra.Moore e as duas falharam miseravelmente ao tentar não sorrir. Essas mulheres possivelmente tem problemas.
- Vamos jantar - Sra.Moore disse
- Vocês deveriam me agradecer - meu tio disse bebendo uma taça de vinho - Não estariam assim se eu não tivesse tracando vocês no seu quarto, Daniel.
- Você fez o que, Sebastião? - minha mãe perguntou
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