.Capítulo 9.

Antes de sair para acompanhar Ricardo e Arthur até a cidade, ouvi alguns murmurinhos de um vídeo sexual que estava rodando pela cidade. Aparentemente o vídeo íntimo era de Victor. Eu não esperava vê-lo tão cedo, muito menos um vídeo dele se dando prazer.

- Está tudo bem, Nícolas? _ perguntou Arthur me olhando do carro. - Não vai ser estranho para ocê? Sei que o lance que teve com Victor foi 'mei' sério.

- Bom, não esperava saber disso, muito menos se quer pensar nele.

Meu lance com Victor durou por um bom tempo, mais depois que seus pais e ele me culpavam pelo o que fizeram com ele e pela sua separação, sendo que Ricardo havia ajudado. Depois disso, Victor nunca mais quis falar comigo e então voltei para São Paulo em meio a todo caos que eu havia deixado para trás. Ele não estava errado, mas me acusar disso foi baixo até para ele, que havia espalhado boatos sobre meu corpo para toda região.

- Mas ocê não viu o vídeo não, né? Quero dizer...

Balancei com a cabeça negativamente, eu realmente não havia visto, mas escutei os boatos pela fazenda. Entrei no carro, me sentando no banco de trás da caminhonete. Ricardo logo em seguida entrou no carro, com uma cara nada amigável. Talvez ainda estivesse estressado comigo em relação ao meu pai, eu pude ter dito algumas coisas a ele sobre o que Ricardo havia feito comigo.
Seus olhos se encontraram com os meus pelo retrovisor do carro, mais logo ele desviou o olhar para estrada até a cidade. E o silêncio havia reinado entre nós três.

- Internet!_ grito baixinho.

- Não sei por que tanto se preocupar com isso?!_ questiona Ricardo num tô arrogante .

Eu acho que ele havia esquecido que foi pela internet que tanto odeia, que Ricardo havia conseguido uma forma de ter ido para São Paulo, para trabalhar como modelo, foi um tempo curto, mais foi.

- Vamos montar a barraca para feira, Nicolas. Quer ajudar?_perguntou Arthur, me olhando. Ele parecia constrangido.

- Passo! Vou tomar um sorvete. Tem dinheiro, Rick?_ pergunto olhando para ele saindo do carro.

Ele me olhou de baixo para cima, afirmando com a cabeça. Ricardo enfiou a mão no bolso arrancado dez reais e me entregando.
Peguei o dinheiro, sem olhar para ele.
Dei de costas, mais conseguir ouvir Arthur debochar de Ricardo pelo apelido que havia lhe dado.

- Um sorvete de Chocolate com duas bolas, por favor?_ peço ao vendedor.

Me virei para olhar a rua, e o movimento, enquanto esperava meu sorvete, mas não demorou muito. Voltei, então, para a feira, aonde iríamos vender algumas frutas da fazenda. Onde por sinal já tinha um movimento.

De longe vi uma garota um short jeans, tão curto quanto os que Brenda usava, para se atracar para cima de Ricardo. Rapidamente me aproximei deles com um sorriso sínico e um tanto ameaçador.

- Está querendo alguma coisa, querida? Alguma fruta que possa comprar?_ digo lambendo o sorvete.

Ela me olhou calada, e permaneceu calada, negando com a cabeça e saindo da nossa barraca.

- O que foi agora?_ questiona Ricardo.- Primeiro me diz que podemos ser amigos, agora se intromete em meus lances.

Olhei para ele que parecia ainda mais estressado.

- Enteda, meu bem. Não vou deixar qualquer vagabunda dar em cima de você na minha frente.

- Ela era só uma amiga!

- Pensei que era um lance? Ela sabe que está sendo rebaixada para só um lance?_pergunto lambendo o sorvete.

Ricardo, me puxando pela cintura para mais perto de seu corpo, me fazendo sentir intimidado e com o coração agora acelerado, me sussurrou.

- Presta atenção no que vou te dizer. Nós dois sabemos como um afeta na vida do outro. Gosto de você, entraria na frente de uma bala para salvar sua vida. Mais não aja como se soubesse isso, e que voltaremos um dia. Eu te deixei milhares de ligações e caixa de mensagens sobre aquela noite e como estava equivocado ao meu respeito. Eu nunca te trairia! Mas agora que não estamos juntos, quero que deixe-me viver minha vida. Caso queria fazer parte dela, me diga agora, e eu esqueço tudo que houve atrás, mas se não quiser realmente mais, deixe-me viver minha vida, porquê não vai ser você que vai descidir com quem eu saio ou quem eu amo. Então descida sua vida, e escolha se eu faço parte dela ou não. Por que não vou te esperar para sempre!

Engoli seco. Ricardo me soltou e saiu andando. Joguei um pouco de água nas mãos que estavam meladas pelo sorvete e sigo trabalhando no seu lugar. Ok, ele estava com raiva de mim, não dá atitude do meu pai em relação a ele. Mas esse não é um dos meus maiores problemas.

– Quanto que está o pêssego?

Para melhorar meu dia, eu não esperava vê-lo tão cedo. Mas Victor estava alí, na minha frente, pedindo banana. Eu estava sorrindo dentro da minha cabeça. Aonde, em que mundo isso poderia acontecer em um só dia?

– Ricardo pareceu um tanto agressivo com você._ falou acertando o boné na cabeça.

Olhei para ele com aquele sorriso de canto que ele sempre teve.

– Não vem com esse joguinho, Victor. O que faz aqui?

– Ouvi dizer que seus pais vinheram para cá, queria ter certeza que tinha vindo junto.

– Não mentiram para você. Mas não vamos ficar por muito tempo.

Cruzando os braços e mordendo o lábio inferior.

– Espero que esteja bem!_ disse ele. Fiquei calado. – O que foi, não estava esperando que eu fosse te insultar, não é? Sabemos o que tivemos, não vou culpar você pelo ódio do meus pais pela sua família._ questionou ele saído com um sorriso.

Arthur logo se aproximou de mim, parecia querer saber o que havia acontecido e se precisava chamar Ricardo.

– Não preciso de um mamute como Ricardo. Sei me defender, Arthur. Ele só queria pêssegos, mais não vendemos.

~*~

Mas tarde naquele dia, minha avó havia percebido que Ricardo nem olhava na minha cara, e queria saber o que havia acontecido. No ano passado minha avó descobriu sobre nossa relação, mais sobre o que havia acontecido em São Paulo ela nem desconfiava, só sabia que não tínhamos dado certo.

- Esse final de semana teremos a feira municipal. Vai ter rodeio, dupla sertaneja. Vamos vender bolo de milho e Arroz Carreteiro, vou precisar de sua ajuda._ disse minha vó enquanto eu guardava as vasilhas do jantar.

– É claro, não deixaria de te ajudar nunca.

Ela sorrio.

- Querido, está tudo bem entre você e Ricardo? Ultimamente ele anda tão nervoso.

- Eu não tenho culpa dele ser tão arrogante.

- O que houve em São Paulo? Foi o trabalho que ele arrumou, não deu certo?

- Pode ter sido.

Ela se aproximou de mim me dando uma abraço.

- Vou subir para quarto. Precisando de um banho. Você pode ir até o celeiro apagar as luzes, acho que seu avô esqueceu.

- Tudo bem. Vai descansar.

Ela se despediu de mim com um beijo na testa.

- Que frio._ digo a mim mesmo ao sair de dentro de casa para apagar as luzes do celeiro.

Meus dentes batiam um no outro, se eu soubesse teria colocado uma roupa de frio.

Quando entre no celeiro, conseguia ouvir a voz de Ricardo vindo dos fundos. Uma voz grave acompanhava as cordas do violão.

- Minha vó pediu para vim desligar as luzes._ digo indo até onde ele estava.

Deitado sobre o feno, e com um dos cachorros de minha avó dormindo em seus pés.
Ele estava com a mesma roupa de mais cedo, o jeans sujo com o cinto e uma fivela cinza. Sem camisa e com um boné branco.

- Não está com frio?_ pergunto me aproximando.

Ele me olhou ainda sem resposta, mais com a letra da música saindo de seus lábios.

- Tudo bem, não quer falar comigo. Não te julgo, eu faria o mesmo.

Digo dando as costas e saio andando.

- Você não faz idéia do que está falando._ disse ele, ainda dedilhando o violão.

- Como não faço idéia?

- Eu te deixei várias mensagens, caixa postal e um recado com o porteiro do seu prédio. E não tive respostas, até que descobri que você estava levando com outro. O que você queria que eu fizesse? Então desisti do emprego e voltei pra fazenda.

- Não foi bem assim como eu me lembro.

- Você lembra daquela noite na boate? Brenda estava a todo custo dando em cima de mim, ela queria muito ficar comigo, mais estava rejeitando a todo custo. Então ela apostou com uma garota, que se ela me beijasse, Brenda a pagaria um drink. A hora estava visivelmente alterada demais. Ela então me beijou, mais eu a empurrei. Quando vi já havia sido tarde demais.

Fiquei calado tentando me lembrar dos detalhes daquela noite. Lembro bem de Brenda estar alterada com as bebidas, e ela era bem afim de Ricardo.

- Olha me desculpa..._ digo.

- Está tudo bem. Mais acho difícil algo mudar entre a gente, podemos pensar, conversar. Ouve um mau entendido. Mas não sei se quero continuar assim.

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