14. Aula Particular - Parte 1

Coloquei meu pijama de flanela azul e caí na cama, me sentindo nas nuvens. No entanto, não consegui deixar de dormir sem abraçar a peça de roupa dele. O sono veio imediatamente.

Acordei no dia seguinte ainda mais feliz do que criança em dia de Natal e leve como uma pluma. Fui para o chuveiro, me troquei e fui para a empresa. Cruzei com Mokuba no meio do caminho, que me recebeu com um abraço e um bom dia bem animado.

- Meu irmão está te esperando. – ele disse, antes de seguir seu caminho com alguns papéis.

Fui para a sala da presidência e entrei. Seto abriu um sorriso doce enquanto vinha na minha direção, com os braços abertos e prontos para me receber. Me atirei neles e trocamos um beijo rápido.

- Bom dia. – respondi, sorrindo.

- Ótimo dia. – ele respondeu, me deixando e procurando por algo nos bolsos até tirar uma caixinha de veludo branco – Vamos ver se realmente tenho "olho clínico" para isso. Mokuba me disse que não serviria.

Um belíssimo anel de ouro branco com safiras estava na minha mão direita e só nesse instante notei que em seu anelar direito já estava a outra aliança do par. Ao ver que tinha servido perfeitamente, o sorriso dele se alargou.

- Do tamanho certo, como esperado.

- Seto, ninguém vai estranhar em te ver com uma aliança do dia para a noite?

- Não se importe com eles. Com o ritmo que as coisas estão, sequer vão notar alguma coisa. Acho que já te segurei por tempo demais.

O telefone da sala dele toca naquele instante.

- Sim?

- Senhor Kaiba, me perdoe incomodar, mas é que a senhorita Kamisawa ainda não apareceu por aqui.

- Precisei conversar com ela um momento, Stuart. Já vou liberá-la.

- Oh, certo. Obrigado, senhor.

- Bem – respondi, pegando minha mochila do chão – O dever chama.

- O salário vem para aqueles que sabem trabalhar.

Revirei os olhos e ele deu uma risada. Cheguei ao meu setor rapidamente e comecei a revisar as linhas de código mais uma vez antes de ajudar a agilizar as programações. O dia passou tão depressa que nem vi as onze horas chegando até que Seto deu o ar da graça no departamento, que fez mais uma vez Stuart agir confusamente.

- Como posso ajudar, senhor Kaiba?

- Vim checar as coisas por aqui. Como vão os avanços?

- Agora com a senhorita Kamisawa aqui, agilizamos a produção em cinco vezes.

- E acham que conseguem manter o ritmo na ausência dela?

- Mas é claro, senhor.

- Ótimo, porque o horário dela já expirou.

- Já? – desviei o olhar do computador para eles.

- Sim, senhorita. – Seto respondeu.

- Bem, acho que tenho que ir, então.

Piquei meu cartão e saí no encalço do meu namorado. Mokuba estava esperando por nós na entrada.

- Vamos logo, pessoal eu estou...

- Morrendo de fome, como sempre. – Seto e eu falamos ao mesmo tempo. Nos entreolhamos e sorrimos.

Enquanto esperávamos pelos pedidos, os irmãos Kaiba conversavam até que chegaram ao assunto "vida escolar do Mokuba".

- E como vão indo as aulas?

- Bem, eu acho.

- Tem certeza? Senti algo estranho nessa sua resposta. Diga de uma vez o que está havendo.

- A menos que você seja um exímio professor de matemática acho que não poderá me ajudar, Seto.

- Está duvidando de mim, Mokuba?

- Não é do seu conhecimento que duvido, irmão. Mas sim da sua habilidade em explicar as coisas de um jeito que eu consiga entender.

- Acho que posso ajudar, se quiser. – acabei oferecendo ajuda.

O rosto do Mokuba se iluminou.

- É mesmo, você é engenheira, né? Com certeza entende de matemática.

- Bem, digamos que sim.

- Você salvou minha vida, Luka!

- Não é para tanto.

- Então... Tem como começarmos hoje? É que eu meio que... Tenho uma prova amanhã sobre essas coisas.

- E você espera aprender tudo da noite para o dia? Bem, então não temos tempo a perder, não é?

- Beleza!

Ficou combinado que eles me encontrariam no final do meu horário na faculdade e juntos iríamos para a casa deles. Tal notícia foi o suficiente para que uma pontada de desconforto me preenchesse. Afinal, não me sentia "nobre" o bastante para pisar na morada dos Kaiba. 

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top