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DOMINGO

Brad C. James

  Minha cabeça estava explodindo.

Assim como a vontade que eu tinha de explodir aquela porta do quarto de Amber. Merda.

Já perdi a conta de quantas vezes bati nessa porta e chamei pelo seu nome.

Eu tentei me controlar, tentei deixar a situação, as emoções, a porra toda acalmar. Mas teve uma hora que eu não aguentei mais, quando eu vi que estava amanhecendo eu vim dirigindo com toda fúria e velocidade para o dormitório.

Ela não me atendeu. Ninguém abriu a porta pra mim, só algumas garotas de outros quartos querendo saber quem era o louco batendo incansavelmente em uma porta.

Assim que viram que era eu, cochichavam e entravam pra dentro novamente. Mas cadê ela? Cadê Amber?

Eu preciso conversar.

Preciso esclarecer aquela merda toda.

Preciso acabar com essa tensão do caralho quando o assunto são sentimentos. Ela quer verdade? Quer que eu diga em alto e bom som as merdas que sinto por ela?

Se for essa a questão.
Eu faço. Eu digo. Eu exponho. Eu grito.

Faço tudo que for necessário para ter a Boneca comigo. De bem. Porra, eu gosto dela pra caralho.

Ver David Taylor me provocando, brincando com ela pra me atingir foi um porre. Eu não quero mais que isso aconteça.

Não quero ter Amber na minha frente e não poder proteger ela. Não é questão de ser protetor, é questão de que eu sou irritantemente apaixonado por essa garota.

Quando eu coloquei meus olhos nela, eu fiquei fascinado. Fiquei curioso.

E quando ela começou a resistir a mim eu percebi que se existe a pessoa certa, Amber White é a maldita da garota certa pra mim.

- Amber, abre essa porta - Chamei de novo. Ela tem que estar aqui, ou pelo menos deveria estar.

Nos primeiros momentos eu chamava em alto e bom som. Agora eu sussurro. Sussurro seu nome. Sussurro que preciso vê-la. Sussurro que precisamos conversar. Sussurro que eu preciso dela. Sussurro que eu amo ela.

Eu vi insegurança no seu olhar no segundo que minha briga com David terminou. No segundo que ela desceu a escada sem querer conversar.

Eu vi no seu olhar. Vi que ela talvez não estivesse disposta a aceitar a confusão que era ficar comigo.

Amor. Eu nunca vi e nunca senti.

Nem nos meus pais. Eu sei que meu pai amou muito minha mãe, mas eu não lembro desse sentimento estampando em seu olhar.

Mas agora eu vi. Agora eu sinto.

Intenso, forte, impregnado e enraizado na porcaria do meu coração que eu nem sabia da existência.

- Boneca - sussurro batendo de novo - Abre por favor.

Eu já estava cansado de chamar. Cansado de bater na porta.

Cansado dessas emoções correndo por meu corpo.

- Ela não está aqui, droga! - Disse a colega de quarto enfurecida abrindo a porta

Eu me afastei tentando olhar por dentro do quarto. Ela suspirou impaciente e abriu a porta completamente.

- Viu? Ela não está aqui! - Disse irritada

- Onde ela está? - Perguntei sério - Ela esteve aqui ontem à noite?

- A noite ou quase de madrugada? - ela deu risada sem humor algum - Amber me acordou três vezes, quando chegou, quando saiu e agora o namorado chamando ela. Que merda! Desde que eu e ela dividimos o mesmo quarto eu não tenho nenhum momento de paz!

Dessa vez eu que suspirei impaciente. Essa garota é irritante. Como Amber aguenta ela ?

- Só me responde: Pra onde ela foi? - Cortei seu discurso

- Eu que sei! - levantou as mãos para o alto - Ela apenas saiu com uma mala.

- Mala? - perguntei tenso

Que merda é essa de sair com mala?

- Isso, James. Ela saiu com uma mala. Você é surdo? Agora posso voltar a dormir ou tem mais perguntas? - Perguntou irônica - Sinceramente, Tomará que ela tenha ido pra outra universidade ou pra outra cidade. Não me importo, apenas que seja pra longe de mim!

Eu não respondi, sabia que no segundo que eu abrisse a boca eu falaria até o que não devia. Eu saí andando apressado, desci degrau por degrau para chegar no meu carro na rua. Aquele sol da manhã queimando meu rosto.

Eu peguei meu celular no banco e disquei seu número.

Chamou uma vez.

Chamou duas vezes.

Chamou três vezes.

- Alô? - ela atendeu sonolenta

- Onde você está? - perguntei

- Brad, não quero convers...

- Me responde - cortei

- Eu não quero conversar agora!

- Eu acabei de passar no seu quarto, Amber. Sua colega de quarto disse que saiu com uma mala. Eu vou perguntar de novo e espero que responda: Onde merda você está?

Ela suspirou, sabia perfeitamente bem que não sou de desistir fácil

- Estou em Los Angeles.

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