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Ainda Sábado...

Amber K. White

           Eu tinha acordado tarde para ir trabalhar na lanchonete. Então quando dei por mim eu apenas tomei banho de forma tão rápida que quase foi um recorde. Já basta Stacy ser demitida eu não queria ser demitida também.

Eu estava trabalhando a tarde inteira, em pé andando de um lado para o outro. Até eu receber uma visita inesperada quando eu estava quase indo embora.

Na verdade ele não me visitou, ele estava acompanhado de um amigo. Os dois sentaram e pediram, foi uma surpresa para ele ver que eu era a garçonete. Nosso encontro é hoje e apesar de tudo e estar ansiosa para aquilo, eu tinha esquecido.

- White - David sorriu ao me reconhecer - Esse é o Killer.

- Oi - sorri para o amigo dele que acenou com a cabeça

- Não sabia que trabalhava aqui - disse

- Poucas pessoas sabe - sorri envergonhada - Vão querer o quê?

- Refrigerante gelado de limão, apesar da chuva e frio que fez ontem - aquilo me lembrou algo que não deveria - Hoje está calor.

- Sim, está. Eu vou pegar.

Então eu saí indo pegar os refrigerantes e voltando em um segundo. Olhei para o relógio, faltava vinte minutos para eu sair e provavelmente Brad sairia ou já saiu.

Os meninos conversavam e eu deixei eles e fui limpar o balcão e algumas mesas. Hoje Tom não veio então era apenas eu e Malorie que estava enfiada na cozinha batendo um papo com Dorothy.

Eu ouço o sino da porta tocando, alguém entrando ou saindo. Quando olhei o amigo de David tinha ido embora e o mesmo vinha em minha direção.

- Vamos sair hoje?

- Não sei... - respondi

- Que tal aproveitar que estamos aqui na cidade e quando você sair a gente ir comer alguma coisa?

- Muito bem, só vou trocar de roupa.

Eu fui até a cozinha rapidamente avisar que eu já estava saindo. Fui até o banheiro trocar de roupa e colocar minhas calças jeans e blusa. Quando sai David estava me esperando.

Mas tinha alguém que não saia da minha cabeça. Brad estaria vindo me buscar e não seria legal ele chegar e me encontrar com David.

- Onde quer ir? - David perguntou

- Onde você quiser - respondi

- Assim você faz eu me sentir especial - respondeu. Eu sorri. levantei o celular e comecei a digitar uma rápida mensagem para Brad avisando para não me buscar porque eu iria sair depois do trabalho.

Só espero que ele não esteja no caminho. Não seria nada legal.

- Vamos? - perguntou

- Vamos. - respondi


   Andamos em silêncio por algumas ruas da cidade, até encontrar um pequeno restaurante simples aberto. Meu estômago estava roncando assim que nos sentamos em uma mesa e uma moça veio nos atender.

- Já sabem o que querem?

- O prato do dia, por favor - respondi. E David disse o mesmo. Ela saiu nos deixando sozinhos

- Tudo bem? - ele perguntou

- Bem, por quê?

- Você parece tensa.

- Talvez um pouco - eu ri para descontrair - estou faminta.

- Que bom que você não pediu uma salada.

Olhei para ele confusa

- As garotas, geralmente, costumam pedir saladas.

- Eu gosto de salada, mas só quando estou sem fome o que não é o caso agora - sorri - Como anda seus jogos?

- Bem pra caramba. Teremos um campeonato logo mais, vai ser bom pra universidade se ganharmos.

- Desculpa a curiosidade, mas o que você vive fazendo na Biblioteca? - perguntei o que sempre quis saber

Ele abriu seus belos lábios em um sorriso. Os cabelos dourados brilhando sob a luz do pequeno restaurante

- Geralmente eu vou lá para discutir táticas de jogo, gosto do silêncio - ele disse - Principalmente para escrever as letras das minhas músicas.

- Uau. Você é talentoso, Vôlei, músico. O que mais você faz bem?

- Isso você vai ter que descobrir - piscou. Em outra época eu acharia aquele comentário a melhor coisa de se ouvir.

Hoje, eu não estou achando nada.

Absolutamente nada.

Eu não queria pensar no que no fundo meu subconsciente estava pensando.

Quando a comida chegou tentei comer calmamente, para não assustar ele. Apesar de eu querer simplesmente engolir tudo de muita fome.

Estávamos conversando e rindo de vez em quando, estava sendo legal conversar com ele sem ser por mensagens e sem ser conversas rápidas.

- Apesar do prato enorme você come como uma princesa - disse para mim enquanto caminhavamos de volta para o Campus

Eu sorri. Não falaria que tinha comido o mais educada e bonito possível para não assustar ele.

Meus olhos ficaram vidrados no beco assim que passamos por ele. Só de olhar eu lembrei de tudo. De Brad. Dos toques. Beijos. Mãos bobas e do sexo.

Eu desviei o olhar voltando a andar. David começou a falar sobre alguma coisa de psicologia que eu simplesmente não estava ouvindo, só concordava. Assim que chegamos em frente ao meu dormitório ele sorriu para mim

- Olhar para você agora, nesse instante, me faz querer escrever uma música sobre você.

Eu ri

- E como seria?

- que tal, Vestindo calças jeans, andando com confiança. A garota White é linda pra caramba.

Eu ri

- Tô brincando, mas eu penso realmente em escrever uma música sobre você White.

- Por quê?

- Por quê? - me olhou surpreso pela pergunta - Você é linda, mostra confiança, é perfeita em muitos sentidos.

Eu sorri agradecida.

Apesar de não concordar em nada com as coisas que ele disse.

Por que eu não demonstrava confiança, eu apenas sou reservada. E eu não sou perfeita. Ninguém é, mas eu principalmente. Eu tinha meus defeitos, eu cometia erros.

Então David aproximou o rosto do meu, a mão em minha bochecha. Eu sabia o que estava por vir. Amber de um ou talvez dois dias atrás estaria louca por esse momento.

Mas eu, agora, não estava.

Seus lábios tocaram o meu, tão cheios de ternura. Seus toques eram calmos e pacientes, e enquanto nos beijavamos eu só conseguia comparar aquilo com calmaria.

E vazio.

Quando terminamos de nos beijar David sorriu e disse:

- Quando a gente sair de novo eu...

- Não vamos sair de novo - corto com o coração dando um nó. Ele me olhou confuso e se afastou - Desculpa David, eu sinto muito mesmo mas... Eu prefiro não sair de novo.

- Pensei que estava afim de mim.

- Eu estava - respirei fundo - Mas agora não estou mais. Desculpa mesmo.

E sem mais palavras deixando ele me observando eu entrei para dentro do dormitório.

Eu não estou mais afim dele. Era isso o que meu subconsciente estava gritando desde que vi ele entrando na lanchonete.

Eu não gostaria de me conter ao comer de novo para não assustar a pessoa. Eu não gostaria de tentar ser perfeita quando na verdade não sou.

Beijar ele parecia mais com uma calmaria e sacrifício ao mesmo tempo. Onde estava a intensidade? Onde estava a pegada forte? Onde estava o desejo ardente? Onde estava os sussurros cheios de malícia que causava arrepios intensos que me fazia desejar por mais?

Estavam com Brad. Tudo estava com Brad.


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