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Quarta-feira

Amber K. White

    - O que deseja? - perguntei para a irritante da minha colega de quarto. Penny estava sentada lendo um livro quase tão grande quanto o que Anelise pegou na biblioteca outro dia.

Ela levantou o dedo para mim como quem pede silêncio. Respirei fundo, não posso ser arrogante com clientes, não é do meu feito, e principalmente porque Sr.Thompson estava na lanchonete.

- Senhorita?

- Dá pra calar a maldita boca? - esbravejou ainda sem me encarar

respirei fundo de novo. Eu preciso desse emprego. Eu preciso desse emprego. Eu preciso desse emprego.

apesar de eu precisar desse emprego e saber lidar com Penny: Ignorando ela, eu estava sem paciência hoje com pessoas arrogantes.

- Quando quiser pedir é só chamar. - Falei e fui dando as costas

-Eu quero pedir - Ela disse. respirei fundo de novo. Voltei sorrindo com a simpatia que eu tirei do rabo. Só pode.

- O que vai querer? - perguntei

- Um copo de iogurte - Disse e fez gesto com as mãos para eu sair. Anotei no bloquinho e sai indo pegar o pedido dela.

Eu preparei o iorgute com rapidez, primeiro porque não queria reclamação e segundo porque quanto mais rápido eu atendesse ela mais rápido eu não falaria com ela mais.

Engraçado, por que no fim da noite eu a veria.

- Preciso ser demitida - Stacy resmungou ao meu lado

- O quê? - perguntei confusa

- Eu preciso ser demitida - repetiu e então se aproximou e sussurrou no meu ouvido - Eu pedi para ele me demitir e ele disse que não faria isso. Eu não aguento mais esse lugar Amber, volto pro quarto fedendo todos os dias.

- Por que simplesmente não pede demissão?

- Por que aí ele não paga o salário completo. Se ele me demitir é obrigado a pagar.

- E você pretende ser demitida como?

- Não sei - bufou - Estou pensando.

- Cadê a porcaria do meu iogurte? - Ouvi alguém exclamar. Penny.

Stacy olhou para ela e então, sorriu

- Nem pense - olhei para ela de olhos estreitos, Stacy é capaz de bolar um plano para aprontar com a mesma velocidade que respira.- Estou indo - Eu disse alto levando o iogurte dela. Quando me aproximo ela batia o pé no chão, impaciente.

Então ela praticamente arrancou da minha mão.

- Xô, garçonete.

Eu virei pronta para sair mas senti algo molhado nas minhas costas. Foi rápido demais.

Quando virei para olhar o que diabos tinha acontecido eu percebi que Penny tinha acabado de cuspir o iorgute em mim. Eu estava toda melecada.

eu podia sentir todos os olhares da Lanchonete em nós.

- ESSA PORCARIA ESTÁ DOCE DEMAIS! - Rosnou limpando a boca

- Que palhaçada - Ouvi atrás de mim. Quando me dou contá Stacy está passando por mim e pega o Iorgute dela

- O que você disse garçonete? -Perguntou Penny furiosa

- Além de filha da puta é surda?- Stacy aumentou a voz, vermelha, pronta para me defender. Quando dou por mim Sr.Thompson apareceu fuzilando Stacy com olhar.

- Me desculpe, vamos trazer outro, por conta da casa - disse ele para ela

-Traga mesmo, e eu não quero mais ser atendida por essas vacas petulantes.

De repente, Stacy levantou o copo cheio de Iorgute, ela simplesmente virou na cabeça de Penny.

Eu só conseguia ver a aquela rosa caindo na cabeça dela. Penny levantou irritada toda coberta por Iorgute

- Vadia! - Penny exclamou acertando um tapa em Stacy. Stacy não demorou de responder, acertou outro na mesma e empurrou a mesma que caiu sentada novamente

- STACY PARE JÁ! - gritou sr.Thompson

- Me xinga de novo que você vai ver a vadia rasgando sua cara! - Stacy rosna na cara dela

- STACY! - Sr.Thompson pegou no braço dela a puxando para longe de Penny. Penny me fuzilou com o olhar antes de gritar:

- Eu nunca mais volto nessa porcaria! bando de filhas de puta!

Então ela passou por mim feroz e bateu a porta ao sair.

- Stacy arrasou - disse Tom ao meu lado, tranquilo.

- Vai limpar isso - Malorie disse olhando a sujeira que Penny fez em mim. Rapidamente a lanchonete voltou ao clima normal, as pessoas simplesmente pararam de ligar para a confusão que houve.

Em fui para a cozinha e me deparei com Sr.Thompson demitindo Stacy. Quando ele terminou ele saiu da cozinha irritado

Stacy começou a rir

- Tô desempregada agora, que merda!- disse feliz

Dona Dorathy riu lavando a louça

- ouvimos tudo daqui - Joseph disse enquanto preparava algo no fogão - Apesar da confusão ter sido engraçada vamos sentir sua falta aqui. Agora tá na sua hora de ser demitida também, Amber.

Eu ri negando

- Ao contrário do que parece, eu preciso desse emprego.

Dorothy continuou rindo

- Deixe que eu te limpo filha - veio até mim

- Você é maluca Stacy - Eu murmuro

- Penny não me suporta e eu não suporto ela - Stacy disse - Ela me ajudou até, fui demitida.

Eu sorri agradecida, eu não sinto que precisava ser defendida, mas fico grata por minha melhor amiga, apesar dos apesares, estar do meu lado sempre.


  Tom ficou com Malorie fechando e arrumando toda a lanchonete. Enquanto isso eu estava do lado de fora esperando Brad.

Estava escuro e as luzes que iluminava as ruas era as fracas dos postes. Agora que Stacy não trabalharia mais aqui eu teria medo de ir embora sozinha.

Então lembrei que pedi para Brad me acompanhar. Eu não sei bem porque pedi aquilo, acho que é porque só quis mostrar para ele que quero passar um tempo com ele sem que ele se sinta segunda opção. Ou não se sinta opção alguma.

- Está aí a muito tempo? - Ouço e encontro a origem da voz. Brad caminhava até mim, com seu singelo sorriso e passos confiantes.

- Não muito. Podemos ir?

- Primeiro as damas.

revirei os olhos

- Quem vê pensa que você é cavalheiro.

- Eu sou boneca, só você que não vê.

Eu ri

- Cavalheiros não tentam roubar nas cartas.

- Em compensação você ganhou - ele riu ao dizer - Onde aprendeu a jogar?

- Sozinha - dei de ombros

- Meu pai ficou chocado, Connor também. Eles querem revanche.

- Só marcar e eu estarei lá. - pisquei para ele que estendeu o braço por cima de meus ombros

- Posso?

- Por que pergunta?

- Por que todas vezes que faço você tira meu braço.

- Pode.

- Posso te beijar também? - sorriu malicioso

bati no seu estômago. Ele fez careta

- Não abusa.

passamos por uma ruazinha escura, não era bem uma rua, era um beco. Brad apontou com o queixo para ela

- Você parece cansada - ele disse

- E estou.

- Sei como te relaxar.

- Como?

- Eu poderia estar te encostando ali naquele escuro e fazer você gemer meu nome enquanto se contorce com as pernas em volta de mim - parou na minha frente, os olhos azuis intensos - É só pedir, boneca.

- Eu nunca vou pedir - falei

- Vai sim - aproximou a boca da minha orelha - Estou confiante.

Então eu revirei os olhos e começamos a conversar sobre qualquer coisa. Sobre o dia dele, sobre o meu dia. Sobre nossas aulas, sobre o treino dele que estava sendo estressante porquê eles estavam treinando muito.

Conversamos sobre quase tudo.

Quando ele me deixou no dormitório e foi embora, eu só conseguia pensar em como o papo com ele fluía perfeitamente bem. Não tinha que ser forçado, não me deixava nervosa, não era algo planejado.

É espontâneo.

E ninguém sabe o quanto eu gosto do espontâneo.

Na verdade nem eu sabia. Até eu conhecer Brad.


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