18

Quinta-feira

Amber K. White

- Oi Travis - eu disse indo atender ele, ele sorriu para mim - O que deseja caro amigo?

- nesse momento, eu desejo aquela raivosa da sua amiga.

- O quê? - perguntei confusa

- Stacy - ele respondeu e logo depois sorriu para algo atrás de mim. Quando olhei Stacy estava parada ao meu lado olhando para ele.

Inclinei a cabeça para o lado confusa com a repentina aproximação daqueles dois. Para começar, eles nunca se falaram. Quer dizer, já falaram Oi um para o outro na minha presença mas nunca se falaram além disso, então o que eu quero saber é o que está acontecendo aqui?

- Me chamou? - ela perguntou a ele em quanto mascava um chiclete. Eu posso jurar que ela sorriu para ele, mas foi rápido demais.

Ela não arriscava olhar para mim, porque ela sabia que se olhasse ela iria ficar com vergonha. Poucas pessoas têm acesso a essas emoções da minha amiga.

- E quando foi que isso aconteceu? - me intrometo, eles sabiam do que eu estava falando. Quando foi que eles dois começaram a se aproximar.

Os dois olharam para mim como se eu tivesse acabado de aparecer ali.

- Estão te chamando para limpar o balcão Amber. - Stacy disse e então bateu seu quadril no meu em um pedido silencioso de "Vai embora."

Eu sai de perto deles e fui atender outras mesas. Malorie estava doente então as mesas dela sobraram para eu e Stacy dividir.

- Quando vou ver a sua amiga de novo? - Tom andava ao meu lado. Eu levei um prato de comida para o senhor sozinho na mesa da parede, sorri para ele e me afastei indo sentar no banquinho do balcão, cansada de tanto ficar em pé.

Se tivesse outro trabalho na cidade melhor que aquele eu estava disposta a aceitar, mas infelizmente ninguém aceitava alguém sem experiência. A única experiência que tenho até agora é essa lanchonete.

- Anelise? - perguntei

- Tem outra amiga?

Olhei para Stacy ainda falando com Travis.

- Fora a princesa revoltada.- Tom falou

- Só Anelise então - respondi - Eu acho que ela não tá na sua, Tom.

Definitivamente, Anelise não estava nem aí para ele e é óbvio. E eu gosto muito dele para ver ele correndo atrás de alguém sem saber disso.

- Eu sei - ele sorriu travesso - Mas eu vou conquistar ela.

- E como vai fazer isso?

- Assim como eu conquistei seu coração, Amber.

- Você nunca me conquistou Tom, Eca.

- Conquistei sim, você que não liga pra mim.

- Nem ela.

- Quando ela vier aqui, não importa o que eu esteja fazendo, tente chamar minha atenção.

- Os saltos dela já fará isso por mim.

Ele riu e foi pegar a conta de uma mesa que ele atendia. Stacy parou ao meu lado.

- Piranha! - bati no braço dela que me bateu de volta

- O quê? - perguntou

- Por que não me contou que você e Travis estão se conhecendo.

- Amber, você já me viu tentando conhecer alguém? Estou apenas saindo com ele.

- Não importa, eu te conto tudo Stacy.

- Ok, desculpe tá bom? Eu só não quis transformar isso em algo sério, porque não é.

- Sério ou não, você ainda está saindo com ele.

- E ele beija muito bem, aliás.

Coloquei a mão na boca fingindo surpresa

- Você não perde tempo.

- Ele tem uma pegada e tanto, se eu soubesse disso antes teria dado atenção a ele no dia que você conheceu ele e nos apresentou.

- Nunca pensei que iria querer ficar com ele, para ser honesta.

- Nem eu.

Eu ri e olhei as horas no meu celular

- Vou indo - tirei meu avental - combinei de encontrar Anelise na Biblioteca. Quando o horário do almoço acabar eu volto.

- Tá bom - Ela disse e eu peguei minha bolsa rápido e saí.


 

- O quê exatamente estamos procurando? - perguntei para Anelise que estava observando os livros nas estantes

- Um livro grande, de direito.

- Tem muitos aqui.

- Quanto maior for, melhor.

- Então você gosta de coisas grandes né - fiz uma expressão maliciosa, ela olhou para mim e sorriu da mesma maneira

- Quanto maior for, melhor para mim. - repetiu e piscou

Eu ri negando. Eu peguei livros que pareciam de direito, guardava de novo quando percebia que não era de direito ou pequeno demais.

- Qual foi o maior pênis que você já viu? - perguntou ela

Eu olhei para ela surpresa pela pergunta mas respondi tranquilamente

- Considerando que na vida eu só vi três, o último foi o maior. Mas não era um pau bonito.

- Shiu! - A bibliotecária fez com uma cara feia para nós. Acho que estávamos falando alto demais

- Enfim, de todos que já vi, e foram muitos - Anelise sussurrou - Nenhum era bonito o suficiente. Será que existe pênis bonito?

- Chame de pau, pênis é estranho.

- Pau também. " Oh, eu chupei um pau ontem"- ela riu ao falar - Credo, não tem nenhum nome que eu ache bonito. Nem os próprios paus.

- Ei garota! Shiu! - Esbravejou a bibliotecária

- Deve existir algum que satisfaça seu gosto - eu sussurro continuando o assunto

- Olha ali o seu namorado - Anelise apontou com o queixo para uma das mesas onde estava alguns alunos lendo, entre elas estava David e seu colega que nunca sei o nome - Cabeça rosa com certeza.

- Anelise - ruborizei

Ela riu. Estávamos perto da mesa da bibliotecaria porém atrás de umas estantes de livros

- Estão conversando muito pelas mensagens? - ela perguntou curiosa

- Pouca coisa, ele pergunta do meu dia e eu respondo e faço o mesmo. Eu ainda tenho vergonha de conversar com ele, apesar de querer muito agarrar ele todo segundo que o vejo.

- Você se segura bem, eu já estaria no colo dele.

- Eu não fazia idéia de que você era tão safada.

Ela riu mexendo nos cabelos loiros

- Eu era uma verdadeira piranha na minha cidade - disse com naturalidade - antes era uma forma de irritar meus pais, depois eu acabei me tornando de verdade porquê era divertido.

- Por que pra irritar seus pais? - minha curiosidade falava mais alto

Ela suspirou e deu de ombros

- Porque como você deve adivinhar, eu sou de uma família rica. Meu pai é dentista e minha mãe advogada. Eles quase não dava atenção para eu e meus irmãos, então quando eu entrei na adolescência eu comecei a ir em festa do colegial para chamar a atenção deles, mas não funcionava como eu queria. Eles mandavam o mordomo que praticamente me criou cuidar de mim enquanto eles passavam o dia inteiro fora, as vezes nem era trabalho.

- Você faz direito por causa da sua mãe?

- Não, minha mãe é advogada trabalhista, um tédio. Eu sempre gostei da idéia de ser advogada criminalista. Tem mais desafios.

Eu assenti

- Mas e você Amber, qual sua história? - me perguntou

Eu pensei se deveria contar ou não contar. Só Stacy sabia minha história. Brad sabia o mínimo do mínimo dela. Anelise se tornou uma amiga em pouco tempo e eu acredito que posso confiar nela. Não é nada perigoso que não podia ser falado, é apenas vergonha da vida que tive.

Então eu respirei fundo e resolvi falar todos meus problemas e demônios.

Quando terminei Anelise suspirou alto

- e eu achando que tinha problemas.

- Você ainda tem. Só temos problemas diferentes. - dei de ombros

- Garotas! - A bibliotecária exclamou irritada - Vocês estão falando muito. Chega de avisos, falem logo o que querem e saiam daqui!

A biblioteca que antes estava um silêncio tremendo agora estava mais silencioso, se é possível. Olhei para as mesas, todos olhavam para nós. Inclusive David.

Ele sorriu para mim e eu sorri com as bochechas vermelhas para ele. Ele faz eu me sentir uma garota de quinze anos.

- Estamos procurando um livro de direito - Anelise disse para a doce e rude senhora

- Tem muitos ali. - Apontou para a estante que estávamos

- Mas não o que eu quero. Eu quero um livro grande.

A bibliotecária suspirou alto e saiu da sua mesa, em questão de segundo voltou com um livro enorme com muitas, muitas paginas.

- Qual seu nome?

- Anelise Evans - Respondeu pegando o livro. A bibliotecária escreveu o nome dela na lista de quem pegou livro.

- Agora saiam daqui, estão atrapalhando o silêncio do ambiente!

Anelise sorriu para ela e começou a sair, eu fui ao lado dela me segurando para não rir e sentindo minhas bochechas quente pelos olhares na nossa direção.

Os saltos de Anelise era a única coisa que se ouvia. A cada passo o som alto do atrito do salto e o chão de madeira.

- Sem barulho!

Anelise então tirou os saltos revirando os olhos e saiu descalça ao meu lado da biblioteca.

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