Ela tentou arrumar a bagunça que estava seus cabelos pretos em um rabo de cavalo, ao mesmo tempo que atravessa a rua. Quando percebeu que seus cabelos não estavam obedecendo, ela soltou escovando com os dedos e suspirando alto.

Quando Amber parou diante de mim eu só conseguia pensar no quão interessante era observar ela e seu jeito quase atrapalhado de ser.

- Demorou, Boneca - Falei encostado no meu carro

- Foi mal, eu tive que terminar de arrumar algumas coisas. O dono estava na cozinha e ele gosta que tudo fique impecável. - Revirou os olhos, eu sorri.

Na verdade eu sempre sorria, sempre fui sorridente. Mas ela tirava aqueles sorrisos de mim sem que eu percebesse.

Abri a porta para ela que entrou desconfiada, fui para o lado do motorista, liguei o carro e fechei a porta.

- O quê? - perguntei pra ela que me olhava

- Nada - respondeu - você tá estranho.

- Você é mais estranha que eu.

- Isso eu não posso negar. Mas quando digo que você está estranho é por que realmente está. Por que veio me buscar?

- porque quis. Satisfeita, Boneca?

- Vá a merda Brad.

- Qual o destino? Seu dormitório ou a cama do meu quarto? - abri um sorriso malicioso

Ela me deu um tapa no braço

- Não vou nem te responder.

- Assim você acaba com a graça.

Enquanto eu dirigia em direção ao campus da universidade ela olhava pela janela

- Eu juro por Deus que eu se eu parar em frente à onde você mora e não em frente ao dormitório eu...

- Você? - incentivo. Ela mordeu o lábio pensando

- Eu... Eu vou fazer alguma coisa bem ruim.

- Você é doce demais para ser ruim.

Ela revirou os olhos

- Como anda suas aulas? - perguntei puxando assunto

- Elas não tem pernas para andar. - respondeu

Logo em seguida franziu a testa rindo

- Meu Deus, desculpe. Tô passando tempo demais com a Stacy.

- É bom você não pegar a maneira dela de pensar - respondi - Se não o que sobra da minha boneca?

- Sua... Sua Boneca? - me encarou. Não demorou muito para eu entrar na rua que dava ao dormitório dela. O caminho da lanchonete até o campus era mais rápido do que meu apartamento até o campus. Sem contar que as ruas da cidade estavam tranquilas e quase vazias.

- Eu não te falei?

- O quê?

- Você vai ser minha garota.

Ela revirou os olhos de novo

- Você não entende o que é amizade, Brad?

- Entendo, mas eu não quero ter com você.

Estaciono na frente do dormitório, ela tirou o cinto me fuzilando com o olhar

- Então não deveria ter aceitado quando eu propus.

- Se eu não aceitasse você não falaria mais comigo.

- Stacy tem razão, você só quer entrar no meio das minhas pernas.

- Eu nunca disse que não queria - virei para olhar ela - Mas eu quero mais.

- O que você quer?

- Você ainda pergunta? Eu quero você Amber. Apenas, você.

- Obrigada pela carona.

Antes que ela saia eu puxo seu pulso trazendo seu corpo de encontro ao meu. Ela respirava ofegante, olhando fundo nos meus olhos

- Brad, o que você está fazendo?

- Eu tô fazendo - passei meus lábios delicadamente pelos seus - isso.

E sem que ela assimile o que está acontecendo eu ataco sua boca ferozmente. Ela não me empurrou, ela não me bateu, ela respondeu ao meu beijo que eu estava desesperado para dar no segundo que coloquei meus olhos nela pela primeira vez.

Com uma mão na minha bochecha e a outra puxando meu cabelo, Boneca correspondia ao meu beijo com tanto desejo e vontade quanto eu. Eu aproveitei aquele momento para passar a mão por seus cabelos pretos e macios, eu adorava seu cabelo.

Quando separamos nossas bocas ela me encarava ofegante, com a boca entreaberta e vermelha.

Linda pra caralho.

- Por que fez isso?

- Por que eu quis - dei de ombros

- Isso não vai acontecer de novo - ela disse se recuperando e se afastando

- Será?

- Eu tenho certeza. Agora é sério Brad, ou você aceita a merda da amizade que eu estou propondo ou...

- Você é péssima em fazer ameaças, Boneca.

- Você sabe o que eu quero dizer.

- Eu sei sim. Vamos ser amigos - ela assentiu já abrindo a porta do carro - Mas você ainda vai ser minha garota.

Então ela me encarou

Um segundo

Dois segundos

Três segundos

Ela mostrou o dedo do meio e saiu do carro. Eu ri observando ela que entrou de forma rápida para dentro do dormitório.

Ela estava me deixando louco. Como nenhuma outra garota soube me deixar.

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