Capítulo 3

Na primeira vez que transou com um Alfa, Felix ouviu muito sobre a possibilidade de engravidar, porém como tomava supressores de gravidez, não se preocupava.

A maior merda de sua vida, foi duvidar de uma praga rogada pelo próprio pai Ômega. Se lembrava perfeitamente bem de seu pai dizendo com sua voz rouca e grave, no tom do mais profundo desprezo.

"– Você vai acabar prenho nessa porra! – disse o Ômega mais velho com desgosto – Se essa vacina desse certo, você não teria nascido."

Uma leve lágrima escorreu de seus olhos ao lembrar do quão odiado era pelo seu pai, porém não o culpava, ele nunca planejou ter dois filhos, mas não teve mais problemas além de xingar e humilhar o filho durante toda a sua vida.

Agora, de frente ao espelho, encarava sua terrível feição chorosa, engolindo as lágrimas enquanto olhava o teste de gravidez positivo em sua mão.
Como diria ao Hwang?
Felix disse para seu Alfa que queria filhotes, Hyunjin mesmo não viu nada de ruim nisso, porém se lembrar que estavam numa bolha de prazer, cu e pica, não poderiam de fato cogitar que estavam sãos naquele instante. Até pelo fato de que estavam a cinco anos nessa transação sem camisinha.

A primeira coisa que fez, foi ligar para seu irmão e desabafar por quase duas horas... Com seu cunhado, já que Minho estava ocupado cuidando do filhote para deixar os Ômegas fofocarem em paz.
Somente depois de estar calmo e psicologicamente preparado para ser xingado, que ligou para Hyunjin e pediu para se encontrarem.

Só talvez... Ele tenha usado as palavras erradas com o Alfa.

(Algumas horas depois...)

– Lee Felix! Pelo amor dos deuses, aprenda a ser mais cauteloso! O que você acha que vou pensar quando você simplesmente me liga duas da manhã (02:00am) querendo me ver, chorando e fala que "temos que conversar"? – o Hwang metralhou em prantos, se abraçando a barriga -ainda pequena- do Lee, obviamente ele também não sabia o motivo da conversa ainda, mas, estava mais aliviado por não se tratar de um término – O que queria falar?

O silêncio reinou por longos segundos, o Lee encarava a feição inocente e gentil do Alfa, respirando fundo antes de falar com "todas as palavras do mundo".

– Tu meteu uma prole no meu útero.

Só talvez... Hyunjin tenha desmaiado e acordado alguns minutos depois achando que era tudo um pesadelo... Mas não era um pesadelo e ele agora era papai.

A vida de um Ômega grávido enfrenta muitos problemas, o primeiro foi aturar o irmão Alfa babão querendo que se case urgente já que estava esperando um bebê, esse foi o mais chato, já que teria uma dor de cabeça insuportável, mas foi tudo resolvido da forma mais simples: casando em um cartório e vida que segue. Nem todos precisam ou gostam da ideia do casamento católico.

O primeiro mês estava sendo fácil demais para ser verdade, foi quando a barriguinha teve um pequeno ovinho se formando e os enjoos apareceram.
Dizem que apenas meninas dão enjoo quando estão na barriga, porém quando é um Ômega, também dá enjoo ao gestante, nesse momento o casal descobriu que era uma menina, um Ômega ou a dupla dinamica: uma menina Ômega.

– Tô falando que não deveriam dar o sexo do bebe sem o consentimento delu. – Jisung resmungou, acariciando sua barrigona com a terceira cria do casal – Nossos filhotes descobriram seus gêneros com 5 anos e esse nenê aqui vai ser a mesma coisa. Vai descobrir com 5 aninhos.

– Mas eu quero uma Alfinha – o Hwang debateu emburrado.

– Se nascer Ômega homem eu vou te zombar para sempre. – Minho refutou gargalhando, ele sempre "escolhia" sua opinião sobre qual seria o gênero e sexo do bebê e todas as vezes errava.

Felix não se importava se o bebê era cisgenero, se seria não binário, se seria Ômega, Alfa ou Beta, o importante era que fosse um amor de carinhoso, pois saúde também poderiam lidar com dinheiro.
Sinceramente, depois da terceira semana já conformado com a gravidez, passou a repudiar os pais que diziam "fico feliz se for saudável" ou que "se for saudável vai dar muito amor". O que queriam dizer? Que vão desertar se parir um bebê paraplégico? Ou que se for um bebê especial com aspecto autista iriam abortar? Que coisa mais ridícula de se dizer.

Talvez fossem os hormônios da gravidez, mas provavelmente era seu senso de justiça falando mais alto que o senso comum.

Tirando o fato dos enjoos constantes, Felix percebeu que estava bem ansioso, além de instável com a sua personalidade perfeitamente criada para lidar com a sociedade. Se lhe irritassem, faltava tacar uma panela na cabeça alheia.

Foi apenas depois do terceiro mês de gravidez, que percebeu o gosto peculiar para suas refeições diárias, ou melhor dizendo, seu marido percebeu.
Por alguma razão divina, Felix acreditava de pés juntos que o tijolo exposto do seu quarto fazia bem para as unhas e as pontas do lápis de cor verde era mais gostoso que os lápis azuis ou vermelhos.

De início, era algo sutil que ninguém percebia, porém quando Hyunjin viu seu marido comendo lápis com gosto e largando só o cotoquinho, faltou infantar. A primeira coisa que fez foi levar para o cunhado e perguntar se era normal, até que quando chegou na casa do casal, viu Minho vomitando em um canto e Jisung comendo uma sopa esquisita.

– O que aconteceu? – Felix perguntou preocupado com o irmão, que não conseguia colocar o estômago no lugar do tanto que vomitou no chão de seu quintal.

– O Jisung com os desejos dele! Ele inventou de fazer cural e colocou coca-cola na panela para ele comer! – berrou voltando a vomitar.

Por algum motivo, parece que a sensação de nojo foi tão grande que Hyunjin faltou vomitar junto do Ômega.

Pelo visto o desejo de grávidos não era de sabor unânime. Hyunjin acreditava que não seria, pelo menos até aquele momento.

Maldita hora que Felix visitou o irmão e viu a cereja em calda sendo molhada na canja e devorada por um Jisung gordinho pela gravidez de quase 9 meses.
Foi como um gatilho, na mesma noite Felix acordou o marido uma da manhã pedindo o bendito pêssego em calda para molhar numa canja também.

Depois dali foi ladeira a baixo.

Os pés inchados impediam Felix de fazer muita coisa, já era impedido pelo marido de carregar peso, agora também foi impedido de transar para não "machucar o bebê", seu marido era louco.

Os desejos deram uma parada, porém voltaram com tudo com a bendita "pizza de sorvete", a "melancia no feijão" e o "suco de manga no arroz parborizado".
Felix estava testando o estômago das pessoas ao redor e nem se dava conta disso. Porém o pior foi quando notou que não podia ingerir alho que já vomitava igual Minho quando viu o "cural com coca-cola".

Hyunjin chegou a criar um lema: "Quando você pensa que não pode piorar, Felix irá ter um novo desejo".

Somente no sexto mês os desejos pararam, vindo em troca os chutes na bexiga, causando o mijo involuntariamente solto. O chute no estômago, os socos no intestino, mas o pior foi quando o bebê enfiou os dedos para frente e tentou passar pela barriga do Ômega enquanto o rapaz dormia, o acordando sentindo como se estivesse no filme "Alien". Hyunjin acreditava que aquilo estava pior que filme de terror com alerta de gore, principalmente quando viu os relevos dos dedinhos do filho tentando achar a saída pela barriga do marido.

Obviamente também tinha sua parte fofa, mas "ser mãe é padecer no paraíso" e nunca durava muito, o desespero era sempre o que ficava.

Hyunjin pensava que "quando nascesse, iria melhorar", porém nasceu na pior hora possível.

Lhe contarei da melhor forma possível! Então sente-se para saber!

Visualizem a seguinte imagem:

Um Lee Felix de 9 meses de gestação indo no mercado para comprar biscoito/bolacha de recheio de morango, pois seu desejo implorava biscoito com arroz branco. Como Hyunjin estava trabalhando, ele não pode pedir para o Alfa, também estava com tanta vontade de comer que não quis esperar ele voltar.

Nem se passou pela cabeça a ideia de pedir ao irmão ou a um vizinho. Felix apenas tinha 3 reais e um sonho.

Pegar o biscoito era o de menos, porém quando chegou na fila, que não era preferencial, pois Felix jurava que "estaria tirando o direito de algum idoso que precisava mais do que ele", suas pernas ficaram molhadas com a placenta da bolsa que estorou faltando duas pessoas na sua frente para poder enfim comprar o bendito biscoito.

A dor da primeira contração veio como um coice no útero, era pior que cólica após esquecer a vacina por alguns dias.
As lágrimas de desespero escorregam com a segunda contração, a partir dali foi por água a baixo, a dor era tanta e as contrações estavam mais constantes, foi quando o grito estridente e grosso soou e as pessoas da fila o observaram assustadas, só então notando que o Ômega estava em trabalho de parto.

O caixa não podia dizer o que era pior, o desespero dos clientes em chamar a ambulância ou o Ômega insistindo que queria pagar o biscoito de recheio primeiro.

Após vinte minutos em agonia, a ambulância estava ali, o levando para o hospital mais próximo as pressas, entrando em contato com os familiares e os parentes conforme tentavam acalmar o Ômega e tentar segurar o parto até chegar no hospital.

Pode-se dizer que Hyunjin quase caiu duro quando atendeu o telefone ouvindo o atendente do hospital telefonando para informar que seu marido estava em trabalho de parto, com direito aos berros de Felix no fundo dizendo que queria enfiar a criança no cu do Hwang quando o visse.

O Alfa correu o mais rápido que pôde, chegando a tempo de ver a cabeça da criança saindo do cu de seu Ômega, não conseguiu nem respirar, a pressão do Alfa caiu como uma torrada com manteiga, desmaiando quando o nariz do bebê estava finalmente passando pelo rabo de seu marido.

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